A violência de forma geral está presente em todas as sociedades humanas e os departamentos de emergência são porta de entrada e palco das suas características e exemplos. No Brasil, isso não é diferente. Dados do estudo Saúde Brasil de 2007, do Ministério da Saúde revelam que, em 2006, 7% das internações efetuadas nos hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) foram provocadas por causas externas, sendo 5% delas (48.283) devido a agressões. Como revelam Márcio Mascarenhas e colegas da coordenação geral de Doenças e Agravos Não Transmissíveis, do departamento de Análise de Situação de Saúde da Secretaria de Vigilância em Saúde, de Mato Grosso do Sul (MS), em estudo publicado na revista Epidemiologia e Serviços de Saúde, as agressões são uma das três formas de eventos violentos - as outras duas englobam tentativa de suicídio e maus-tratos.
No artigo, os autores verificaram que, entre setembro e novembro de 2006, houve 4.854 atendimentos por violência em unidades de emergência credenciadas pelo SUS em 34 municípios e no Distrito Federal, sendo que 87% deles foram classificados como agressões, ou seja, tentativas de homicídio ou lesões infligidas por outras pessoas, empregando qualquer meio, com a intenção de lesar, ferir ou matar. Os outros 8,7% foram classificados como tentativas de suicídio e 4,3% como maus-tratos.
Esses eventos violentos trazem sérias consequências para a sociedade. Por exemplo, de acordo o estudo Saúde Brasil de 2007, durante o ano de 2006, o Ministério da Saúde gastou mais de R$ 40 milhões com as internações por agressões. Entretanto, embora o custo econômico seja um dos mais evidentes, a violência traz custos nem sempre tão explícitos, como impactos diretos e indiretos sobre os próprios serviços de emergência e outros setores dos hospitais, como unidades de terapia intensiva. Os impactos contabilizam a dificuldade de as diversas categorias das equipes de saúde e gerência em lidarem com os fatos do cotidiano que ouvem e presenciam, julgamentos éticos sobre as atitudes ou vitimização das pessoas que atendem, a violência explícita a qual são submetidos vez por outra e os conflitos que atravessam as relações dos próprios grupos de trabalho. Como agravante, políticas sanitárias ineficientes geram condições desfavoráveis de recursos materiais e humanos e ausência de uma comunicação interna que possibilite discussão operativa sobre os problemas.
Leia matéria completa: http://psiquecienciaevida.uol.com.br/ESPS/Edicoes/75/sos-pronto-socorro-o-atendimento-do-cotidiano-da-violencia-252616-1.aspFonte: Revista Psique Ciência e Vida
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