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terça-feira, 6 de março de 2012

Crianças Que Roncam à Noite Podem Ter Problemas de Comportamento: estudo com mais de 11 mil delas mostra que ronco e apneia precedem hiperatividade e agressividade


Crianças que têm problemas como ronco e apneia durante o sono 
costumam desenvolver distúrbios de comportamento

Um estudo com mais de 11 mil voluntários acompanhados por mais de seis anos descobriu que as mais crianças novas com problemas para respirar durante o sono são propensas a desenvolver dificuldades comportamentais, como hiperatividade e agressividade, assim como sintomas emocionais e dificuldade de relacionamento, de acordo com uma pesquisa feitas pelo Colégio de Medicina Albert Einstein, da Yeshiva University. O estudo, o maior e mais abrangente deste tipo, foi publicado on-line na última segunda-feira pela revista "Pediatrics".
- Esta é a evidência mais forte mostrada por dados de que roncar, respirar pela boca, e apneia (longas pausas anormais na respiração durante o sono) podem ter sérias consequências comportamentais e emocionais para crianças - disse a coordenadora do estudo, Karen Bonuck, Ph.D., professora de medicina da família e social e de obstetrícia e ginecologia e saúde das mulheres no Einstein. - Os pais e pediatras também devem prestar muita atenção a desordens na respiração durante o sono em crianças muito jovens, talvez até mesmo no primeiro ano de vida.
Problemas de respiração durante o sono (SDB, na sigla em inglês) é um termo geral para dificuldades respiratórias que ocorrem à noite. Suas principais características são o ronco (que é normalmente acompanhado por respiração pela boca) e apneia do sono. SBD costumam ocorrer com maior frequência em crianças de dois a seis anos de idade, mas também em crianças menores. Cerca de uma em cada dez crianças roncam regularmente e 2% a 4% delas têm apneia do sono, segundo a Academia Americana de Otorrinolaringologia e Cirurgia do Pescoço (AAO-HNS, na sigla em inglês). As causas mais comuns de SDB são aumento das amígdalas ou das adenoides.
- Até agora, nós realmente não temos fortes indícios de que SDB realmente são precedentes de comportamento problemático como hiperatividade - disse Ronald D. Chervin, coautor do estudo e professor de medicina do sono e de neurologia da Universidade de Michigan.
O novo estudo analisou os efeitos combinados dos padrões de ronco, apneia e respiração pela boca no comportamento de crianças. Os pais foram convidados a preencher questionários sobre os sintomas de SDB em seus filhos em vários momentos, entre os 6 e os 69 meses de idade.
Quando seus filhos tinham aproximadamente 4 e 7 anos de idade, os pais preencheram o Questionário de Força e Dificuldades (SDQ, na sigla em inglês), que é amplamente utilizado para avaliar comportamento. O SDQ tem escalas para avaliar a desatenção e a hiperatividade de uma criança, sintomas emocionais (ansiedade e depressão), problemas de relacionamento, problemas de conduta (agressividade e quebra de regras), e comportamento pró-social (prestatividade, capacidade de dividir, etc.) Os pesquisadores ficaram atentos a 15 potenciais variáveis ​​de confusão, incluindo nível socioeconômico, tabagismo materno durante o primeiro trimestre de gravidez e baixo peso ao nascer.
- Descobrimos que crianças com distúrbios respiratórios durante o sono eram entre 40% e 100% mais propensas a desenvolver problemas comportamentais por volta dos 7 anos de idade, em comparação com crianças sem problemas respiratórios - disse Bonuck. - A maior ocorrência era de hiperatividade, mas vimos aumento da incidência em todas as cinco medidas comportamentais.
Crianças cujos sintomas apareceram cedo, aos 6 e aos 18 meses, eram 40% e 50% mais propensas​​, respectivamente, a ter problemas comportamentais aos 7 anos de idade, em comparação com crianças com respiração normal. Crianças com os problemas comportamentais mais graves eram as com sintomas SDB, que persistiram durante todo o período de avaliação e se tornaram mais grave aos 30 meses.
Os pesquisadores acreditam que problemas de respiração durante o sono podem causar problemas comportamentais, afetando o cérebro de várias maneiras: diminuição dos níveis de oxigênio e aumento dos níveis de dióxido de carbono no córtex pré-frontal, interrompendo os processos restaurativos do sono e perturbando o equilíbrio dos diversos sistemas celulares e químicos. Problemas comportamentais decorrentes desses efeitos adversos sobre o cérebro incluem deficiências no funcionamento executivo (isto é, ser capaz de prestar atenção, planejar com antecedência, e organizar), a capacidade de suprimir o comportamento e a capacidade de autorregular a emoção e a excitação.
De acordo com o AAO-HNS, a cirurgia é o tratamento de primeira linha para SDB pediátrica grave nos casos em que as amígdalas e adenoides são ampliadas. Outra opção é a perda de peso para crianças com sobrepeso ou obesas.
 
Fonte: Jornal O Globo
 

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