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segunda-feira, 26 de março de 2012

O prazer da descoberta das bancas digitais: o iba, a primeira loja on-line a vender livros, jornais e revistas, é porta de entrada de um belo momento — o da convivência saudável e duradoura do eletrônico com o impresso

Iba, ou ibá, em língua tupi-guarani, significa fruto, fruta ou frutífera — iba, em letras minúsculas, é o nome da primeira loja on-line brasileira a vender, em um mesmo espaço, livros, jornais e revistas. O portal (www.iba.com.br) será lançado na próxima terça-feira, 6 de março. A árvore inaugural é frondosa: 6 000 livros eletrônicos de 170 editoras, dezessete dos mais reputados jornais do país e 25 revistas digitais. Os conteúdos baixados poderão ser lidos em tablets — tanto no iPad como nos modelos alimentados pelo sistema operacional Android — e em PCs. Versões para Mac surgirão no segundo semestre. O iba é uma empresa da Abril Mídia, da qual faz parte a Editora Abril, que publica VEJA. "É uma banca digital completa, fácil de usar, com acesso a todas as plataformas", diz Ricardo Garrido, diretor de operações do iba. "Cumpre uma de nossas missões, a de oferecer variedade de conteúdo e a melhor experiência de leitura no meio digital."
Já existem outros bem-sucedidos negócios de venda de publicações eletrônicas no Brasil, como a Gato Sabido (mais de 7 000 títulos) e a Saraiva (6 000) — mas a oferta é restrita a livros. O iba é pioneiro ao negociar revistas e jornais e lidar com toda a cadeia comercial. Do ponto de vista dos leitores, oferece, além da facilidade de reunir tudo em uma única página, de modo amigável, a possibilidade de comprar a assinatura dos periódicos (inclusive os impressos) e um serviço de atendimento por telefone com sessenta pessoas para eventuais problemas. Do ponto de vista dos editores, permite acesso a todo o cadastro do comprador, facilitando futuros contatos. Nesse aspecto, é uma saída para as amarras da Apple. Em seus serviços de venda de publicações, a empresa criada por Steve Jobs cobra uma comissão de 30% dos editores — o iba também cobrará, em proporções diferentes para cada tipo de produto —, mas fica com os dados da transação. O iba, ao contrário, abrirá a carteira de informações dos assinantes de jornais e revistas aos editores. Jobs teve homéricas brigas com executivos da Time Warner, quando lançou o iPad, porque exigiu guardar o e-mail, o telefone e o número do cartão de crédito — e as assinaturas, no final das contas, ficam com a Apple, e não com quem as oferece. O iba rompe essa relação, insatisfatória. 

A ideia do iba surgiu em decorrência de um duplo movimento: o da expansão do parque de tablets no Brasil e o da expectativa de melhora da qualidade e alcance da banda larga. Há no país, hoje, 600 000 tablets — dentro de cinco anos, serão 9 milhões (por enquanto, 95% deles são iPads). A banda larga — embora cara e lenta — tem vasto caminho de crescimento. Hoje, um brasileiro leva pelo menos três horas para baixar um filme com qualidade de DVD — nos Estados Unidos, são necessários menos de quarenta minutos. Por aqui, o custo de 1 megabit por segundo é de 47 dólares — contra 15 dólares nos Estados Unidos. Mas não será sempre assim, por exigência dos consumidores. Esse cenário favorável permitiu o pioneirismo do iba e atrai a Amazon. A empresa americana de Jeff Bezos, criadora do Kindle, chega ao Brasil no início do segundo semestre. Antes, contudo, terá de superar alguns obstáculos. O principal será vencer a queda de braço com as editoras, insatisfeitas com os descontos do preço de capa dos livros, de até 70% nos Estados Unidos. No caso do iba, em vez da imposição, valerão o bom-senso de respeitar os valores indicados pelas editoras e, naturalmente, o cuidado de vender publicações a preços de mercado. Ganham, portanto, as duas pontas — a de quem compra, em primeiro lugar, e a de quem vende.


Leia reportagem completa: http://veja.abril.com.br/noticia/vida-digital/o-prazer-da-descoberta-das-bancas-digitais

Fonte: Revista VEJA

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