Todos os dias vivenciamos ou somos “bombardeados” com notícias de falta de leitos hospitalares, de especialistas em áreas médicas nas unidades básicas de saúde, de equipamentos em boas condições de uso, além de filas que podem perdurar meses para que usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) consigam passar por uma consulta. Os problemas atingem indistintamente os 5.565 municípios brasileiros e ocorrem tanto em megacidades metropolitanas como em municípios pobres nos rincões do Brasil. Apesar de haver também melhorias relativas pontuais na rede pública de saúde, o atendimento ainda está longe de ser considerado ideal. Uma relação mais humanizada e melhor infraestrutura são esperadas neste processo.
Durante a 14ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em dezembro de 2011, em Brasília, mais de 3 mil participantes de todo o país apoiaram uma Carta Aberta à Sociedade Brasileira, em que priorizam um SUS descentralizado e estruturado no controle social. A diretriz de participação mais efetiva da população começa a ganhar representatividade nos fóruns de discussão.
Um dos pontos principais que fazem parte da pauta de reivindicações é que as políticas de promoção da saúde sejam organizadas com base no território, de forma regionalizada e tenham participação intersetorial, ou seja, articulem a vigilância em saúde com a Política Nacional de Atenção Básica e as mesmas sejam financiadas pelas três esferas do governo. Trocando em miúdos, há uma mobilização contra a possibilidade de privatização do sistema.
A sociedade civil defende uma gestão totalmente pública e que a participação dos cidadãos seja ampliada, principalmente no que tange aos segmentos mais excluídos – que são as populações indígenas, do campo e da floresta, a população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais (LGBT), para que se combatam racismos e discriminações e exclusão da cidadania.
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Fonte: Revista Sociologia
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