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segunda-feira, 26 de março de 2012

Pessoas que moram sozinhas sofrem mais de depressão: fatores socioeconômicos e psicossociais, como baixa renda e dificuldades no trabalho, podem elevar ainda mais o risco de desenvolver a doença

Pessoas que moram sozinhas têm até 80% mais chances de sofrer de depressão comparadas a quem vive com uma ou mais pessoas, concluiu um novo estudo publicado nesta sexta-feira no periódico BMC Public Health. A pesquisa, que foi desenvolvida no Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional, observou que essa relação vale tanto para homens quanto para mulheres.
Nesse estudo, os pesquisadores selecionaram 3.471 homens e mulheres com idade média de 44 anos que haviam participado de um levantamento nacional de saúde em 2000. A equipe acompanhou os participantes durante oito anos, analisando se eles moravam sozinhos ou não, como era o ambiente profissional e familiar de cada um, além de aspectos socioeconômicos, de saúde e psicológicos. Também foi observado o uso de medicamentos antidepressivos por esses indivíduos durante o período.

Resultados — Homens e mulheres que moravam sozinhos tiveram até 80% mais chances de ter depressão do que aqueles que viviam com uma ou mais pessoas, que poderiam ser tanto familiares quanto amigos ou outros. A incidência do problema foi medida pelos pesquisadores por meio da quantidade de participantes que fizeram uso de antidepressivos.
Entre as mulheres, esse risco aumentou principalmente graças a fatores socioeconômicos. Aquelas que moravam sozinhas tinham ainda mais probabilidade de sofrer de depressão se também tivessem baixa renda ou baixos níveis de escolaridade. No entanto, para os homens, os fatores que mais contribuíram para o aparecimento de sintomas depressivos entre os que viviam sozinhos foram os psicossociais, como stress no trabalho, dificuldades de relacionamento e alcoolismo.
Segundo os autores do estudo, essa pesquisa identificou alguns dos fatores que aumentam o risco de depressão em pessoas que vivem sozinhas, mas ainda não se sabe tudo o que pode causar o problema. Os pesquisadores sugerem que mais estudos devem ser feitos para que o risco em pessoas que vivem sozinhas seja melhor compreendido. Assim, medidas de prevenção poderão ser tomadas com maior precisão.
Brasileiros — O número de pessoas que vivem sozinhas está aumentando no Brasil. De acordo com os Indicadores Sociais Municipais do Censo Demográfico 2010, divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as residências com apenas um morador aumentaram de 8,6% para 12,1% em dez anos. Essa mudança ocorreu principalmente em grandes cidades onde o envelhecimento da população também cresceu, como no Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Fonte: Revista VEJA


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