O dispositivo, implantado no cérebro e no tórax, atua junto a um aparelho que emite sinais luminosos que variam conforme a chance de ocorrer uma crise
Especialistas estimam que a epilepsia afete entre 1% e 1,5% da população mundial
Cientistas desenvolveram um aparelho que, implantado no cérebro, é capaz de prever a ocorrência de crises de epilepsia. O dispositivo atua em conjunto com um implante no tórax, que envia informações a um pequeno aparelho que emite sinais luminosos de cores diferentes para indicar as chances de que uma crise ocorrer nas próximas horas.
"Saber quando uma crise vai acontecer pode melhorar drasticamente a qualidade de vida e independência de pessoas com epilepsia", afirma Mark Cook, principal autor do estudo, publicado no periódico Lancet Neurology.
O estudo foi feito por pesquisadores da Universidade de Melbourne, na Austrália, em parceria com a empresa americana NeuroVista, que desenvolveu o aparelho de detecção. Implantado entre o crânio e a superfície do cérebro, ele monitora os sinais elétricos do cérebro.
Sinais luminosos – Os pesquisadores também desenvolveram um segundo dispositivo, que é implantado no tórax e transmite os sinais elétricos gravados no cérebro para um pequeno aparelho que emite avisos luminosos de diferentes cores. As cores indicam ao paciente a chance de ele ter uma crise nas próximas horas: para uma chance elevada, as luzes que se acendem são vermelhas. A cor branca indica uma chance moderada e azul representa uma baixa possibilidade.
O estudo teve duração de dois anos e incluiu 15 pessoas com epilepsia, entre 20 e 62 anos de idade, que tinham entre duas e 12 crises por mês e não haviam conseguido controlar as crises com os tratamentos existentes.
Durante o primeiro mês, o dispositivo estava programado apenas para gravar os dados de eletroencefalograma, o que permitiu aos pesquisadores elaborar um algoritmo capaz de prever as crises para cada paciente.
Acertos – O aparelho previu corretamente as crises com um alerta de "chances elevadas" em 65% dos casos, e funcionou em mais da metade dos casos em 11 dos 15 participantes. Dentre esses 11 voluntários, oito tiveram as crises previstas corretamente entre 56% e 100% do tempo.
A epilepsia afeta, em média, de 1% a 1,5% da população mundial. "As pessoas que têm epilepsia ficam muito bem na maior parte do tempo. Mas suas atividades são limitadas por essa condição, que pode afetar apenas alguns minutos de cada ano de suas vidas, e ainda assim ter consequências catastróficas, como quedas e até afogamentos", diz Cook.
De acordo com o pesquisador, o próximo passo da pesquisa será replicar esses resultados e um estudo clínico mais amplo. Para ele, essa estratégia pode levar a uma melhora das estratégias para controle da epilepsia no futuro.
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Fonte: Revista VEJA
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