Saúde mental e manicômios na sétima arte

Na carona da celebração do Dia da Luta Antimanicomial, o Tá na Pauta traz uma lista de filmes que abordam o assunto de diferentes olhares. Na sétima arte, problemas e distúrbios mentais figuram como tema recorrente em produções dramáticas e comédias românticas.

Um dos mais consagrados filmes da história do cinema, Forrest Gump – O Contador de Histórias, traz um protagonista com um QI bem inferior ao resto da população que, por conta do acaso, participa dos fatos mais importantes da história dos Estados Unidos. Já em Gilbert Grape – Aprendiz de Sonhador, um filho precisa cuidar da mãe, das irmãs e do irmão especial, que sofre de distúrbio mental, e vê sua vida mudar ao enfrentar os problemas ao em vez de fugir deles.

De uma forma ou de outra, os filmes tentam mostrar que, independente da condição de saúde de cada um, todos podem viver de forma igualitária e se encaixar na sociedade, como o protagonista de Uma Mente Brilhante, um dos maiores gênios que o mundo já viu e que era portador de esquizofrenia.

E uma característica peculiar: muitos dos atores que interpretam pacientes com distúrbios da mente são indicados ou acabam levando a estatueta do Oscar para casa.

Confira a lista:

Garota, Interrompida ( 1999)

Baseado no livro autobiográfico de Susanna Kaysen, o drama narra a história de uma jovem de classe-média diagnosticada como borderline, internada pelos pais em uma clínica psiquiátrica. A garota passa a conviver com um grupo de jovens problemáticas, dentre elas, Lisa Rowe, com quem planeja fugir. Winona Ryder e Angelina Jolie interpretam as pacientes. Angelina levou para casa o Oscar de melhor atriz coadjuvante por este filme.

 A Ilha do Medo (2010)

Um filme de Martin Scorsese, baseado no livro ‘Paciente 67′, de Dennis Lehane. Leonardo DiCaprio e Mark Ruffalo interpretam Edward Daniels e Chuck Aule, dois investigadores que são levados até uma ilha, onde se localiza um hospital psiquiátrico, para descobrir o paradeiro de uma paciente desaparecida. Os médicos, no entanto, parecem não querer colaborar com as investigações, já que os detetives descobrem que seus métodos de tratamento são um tanto quanto absurdos. Após a passagem de um furacão no local, as pessoas ficam isoladas e vários internos conseguem escapar, tornando a ilha ainda mais nociva.

 Um Estranho no Ninho (1975)

Inspirado no romance de Ken Kensey, o longa-metragem traz Jack Nicholson na pele do rebelde Randle Patrick McMurphy. Assim que é condenado,

Randle se finge de louco, para ser encaminhado a um sanatório ao em vez da prisão. Indomesticável, ele não se adapta à rotina dos outros pacientes. O rebelde interno é uma figura carismática que passa a influenciar o comportamento dos pacientes e a incomodar a enfermeira Mildred Ratched, uma das vilãs mais famosas do cinema. Em 1976, o filme foi indicado em nove categorias do Oscar, tendo vencido em cinco delas: melhor ator, melhor atriz, melhor diretor, melhor roteiro adaptado e melhor filme.

O Silêncio dos Inocentes ( 1991)

Hannibal Lecter, ex-psiquiatra e assassino canibal, é condenado à perpétua em uma instituição mental. Quando um assassino em série à solta é investigado pela agente do FBI, Clarice Starling, a espetacular mente de Lecter pode lhe ser útil na caçada ao criminoso. O filme levou cinco estatuetas do Oscar para casa nas principais categorias: melhor filme, melhor atriz, melhor ator, melhor diretor e melhor roteiro adaptado.

O Bicho de Sete Cabeças (2000)

Uma viagem ao inferno manicomial. Esta é a odisseia vivida por Neto, um jovem de classe média baixa que leva uma vida comum até o dia em que o pai o interna em um manicômio depois de encontrar um cigarro de maconha em seu bolso. O fato é a gota d´água que deflagra a tragédia na família. No manicômio, Neto conhece uma realidade absurda e desumana, onde os internos são devorados por um sistema corrupto e cruel. A linguagem de documentário utilizada pela diretora empresta ao filme uma forte sensação de realidade, aumentando ainda mais o impacto das emoções vividas pelo protagonista, Rodrigo Santoro.

Uma Mente Brilhante (2002)

John Nash (Russell Crowe) é um gênio da matemática que, aos 21 anos, formulou um teorema que provou sua genialidade e o tornou aclamado no meio onde atuava. Mas, aos poucos, o belo e arrogante Nash se transforma em um sofrido e atormentado homem, diagnosticado como esquizofrênico pelos médicos que o tratam. Porém, após anos de luta para se recuperar, ele consegue retornar à sociedade e acaba sendo premiado com o Nobel.

Simples Como Amar (1999)

A deficiência mental é tratada com delicadeza nesta comédia dramática com pitadas românticas. Carla Tate (Juliette Lewis) é uma moça de 24 anos, com leve deficiência, que volta para casa cheia de sonhos e ambições e sua necessidade de realização pessoal se expressa de maneiras que sua mãe é incapaz de aceitar. Quando se apaixona pela primeira vez, Carla desafia a mãe para provar que, apesar das aparências, ela tem capacidade de ser uma mulher adulta responsável, que merece amar e ser amada. Em sua jornada de autodescobrimento, Carla e o namorado encontrarão suas próprias soluções para alguns dos maiores desafios da vida e provarão que, às vezes, uma vida simples pode ser extraordinária.

Uma Lição de Amor (2001)

Sam Dawson (Sean Penn) é um homem com deficiência mental que cria sua filha Lucy (Dakota Fanning) com uma grande ajuda de seus amigos. Porém, assim que faz sete anos, Lucy começa a ultrapassar intelectualmente seu pai, e esta situação chama a atenção de uma assistente social que quer Lucy internada em um orfanato. A partir de então, Sam enfrenta um caso  impossível de vencer, contando, para isso, com a ajuda da advogada Rita Harrison (Michelle Pfeiffer), que aceita o desafio com seus colegas de profissão.

Fonte: Tá na Pauta

 Disponível em:<http://tanapauta.com.br/retranca/saude-mental-e-manicomios-na-setima-arte/>. Acesso em: 20 maio 2013.