Brasileira entrevistou 200 crianças para entender como Cinderela e Mulan moldam e refletem a percepção do que é ser mulher. Estereótipos que duram a vida inteira começam a ser construídos quando ainda somos crianças
“Olha, tia! Eu giro que nem a princesa!” Foi essa frase, dita por uma garotinha dentro de uma saia esvoaçante, que fez a cientista social Michele Escoura entender o valor do tema pelo qual ela começava a se embrenhar. A princesa em questão era a Cinderela, personagem lançado há mais de 60 anos e que continua a mexer com a cabeça de crianças do mundo inteiro. A cena da menina dançando foi tão forte que, além de definir o foco da pesquisa, também inspirou seu nome: Girando entre Princesas: performances e contornos de gênero em uma etnografia com crianças.
As revistas femininas de hoje são as fábulas da Disney de ontem. Entre várias outras conclusões, essa é uma das que melhor resume o estudo. “A pesquisa mostrou que, já aos 5 anos, as meninas relacionam feminilidade com consumo, padrão de beleza e casamento”, conta Michele em entrevista à GALILEU. Ou seja: a trama em volta Cinderela é apenas uma maneira lúdica de dizer: Emagreça já! Saiba como encontrar o par perfeito! E outras frases cheias de exclamação que costumam frequentar as capas de revistas para o público feminino.
Michele também investigou como as crianças percebiam a personagem Mulan, classificada pela própria Disney como “rebelde”. Cerca de 200 crianças (metade menino, metade menina) foram entrevistadas em três escolas, duas públicas, uma particular; todas do interior de São Paulo, nas cidades de Marília e Jundiaí.
Confira a entrevista:http://
Fonte: Revista Galileu Galilei
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