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quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A Força do Pensamento: no futuro, controlaremos máquinas e resolveremos problemas de saúde pelo comando da mente. é o que diz o neurocientista Miguel Nicolelis

RICARDO CORRÊA
Há uma década, o nome de Miguel Nicolelis aparecia no topo da lista que descrevia as dez tecnologias que mudariam o mundo, publicada pelo MIT, o Massachusetts Institute of Technology, nos Estados Unidos, um dos centros de pesquisa mais respeitados do mundo. Seu trabalho afirmava que seres humanos poderiam controlar computadores, robôs e outros dispositivos artificiais utilizando apenas a força do pensamento. O mundo parou para escutá-lo: de grandes laboratórios a multinacionais como Microsoft e Apple, todos passaram a estudar as interfaces cérebro-máquina — uma ligação direta entre nossa mente e sistemas virtuais. Os desdobramentos do tema agora são reunidos pelo cientista no seu livro Beyond Boundaries: The New Neuroscience of Connecting Brains with Machines and How It Will Change Our Lives, que sai este mês nos Estados Unidos (por aqui chega em junho com o título Muito Além do Eu). Nele, Nicolelis discute como a ligação entre cérebro e máquina revolucionará a medicina e o modo como iremos nos relacionar. Para o cientista, a linguagem verbal deixará de ser a principal forma de comunicação. Todas as nossas interações, no futuro, serão guiadas pelos comandos da mente enviados às máquinas. É o que ele chama de “rede social de pensamentos”, a próxima grande forma de comunicação em massa. Confira em sua entrevista.
* O que é uma interface cérebro-máquina?
Miguel Nicolelis: Basicamente, é o envio de informações por pensamento. Transferimos o sinal elétrico do cérebro, codificado de forma digital, sem fio, para equipamentos adaptados para receber esse comando. Com essa união da mente a sistemas virtuais poderemos ter grandes avanços na medicina já nos próximos anos.
* Quais serão as aplicações?
Nicolelis: A curto prazo, a paralisia é nosso foco. Trabalhamos para fazer quadriplégicos andar usando uma espécie de esqueleto externo controlado pela mente. A estrutura se move obedecendo aos comandos da mente por meio de eletrodos implantados no cérebro, que transmitem informações para a máquina. A longo prazo, tentaremos encontrar formas de reduzir o processo neurodegenerativo, ou as lesões neuronais, para tratar mal de Parkinson, por exemplo. E, mais adiante, o foco será a melhora de funções cognitivas, não só motoras. Já há estudos de neuropróteses para pessoas que nunca enxergaram ou sofreram lesões severas da retina. Isso sem falar nos distúrbios psiquiátricos e cognitivos. Ainda não temos clareza de suas causas, mas a interface ajudará a entender como o cérebro cria modelos de realidade e como eles são corrompidos durante alguns distúrbios.
* A interação direta com as máquinas mudará o modo como nos comunicamos?
Nicolelis: Por completo. Daqui a décadas, ela permitirá usar sistemas computacionais e máquinas presentes no nosso dia a dia apenas com o pensamento. Internet, redes sociais e voz são interfaces lentas. Digitação e até mesmo a linguagem são imprecisas. Se você pudesse interagir com milhões de pessoas por pensamento ao mesmo tempo, aumentaria a velocidade da comunicação e essas interações seriam muito mais vívidas e reais. Não haveria interface entre você e máquina, seria uma interação quase que como uma fusão, um inconsciente coletivo, uma rede social feita apenas por pensamentos. A linguagem passa a se transformar num meio secundário de comunicação. Mas isso daqui a centenas e centenas de anos.

Leia entrevista completa: http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI213780-17933,00-A+FORCA+DO+PENSAMENTO.html

Fonte: Revista Galileu

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