Um estudo sobre depressão e ideias suicidas em idosos revelou que os
residentes nos lares não apresentam riscos maiores de doença mental, de solidão
e de terminar com a vida comparativamente aos que vivem fora das instituições,
avança a agência Lusa.
Um estudo sobre depressão e ideias suicidas em idosos revelou que os
residentes nos lares não apresentam riscos maiores de doença mental, de solidão
e de terminar com a vida comparativamente aos que vivem fora das instituições,
avança a agência Lusa.
“Não é a institucionalização dos idosos, em si,
que pode influenciar a sua saúde mental, mas sim a qualidade do acompanhamento
ao idoso feito nessas instituições”, refere o estudo “Depressão e ideação
suicida em idosos institucionalizados e não institucionalizados em Portugal”,
das investigadoras Sónia Quintão, da Faculdade de Ciência Médicas, da
Universidade Nova de Lisboa, e Lurdes Almeida, da Faculdade de Psicologia da
Universidade Lusófona.
Sónia Quintão disse à Lusa que o estudo tentou
“perceber como é que os idosos estão, neste momento, nos lares e que apoio está
a ser dado”.
“Há muito a ideia de que a ida para um lar é um abandono,
que os idosos ficam com a sua saúde psicológica muito mais agravada e, no fundo,
foi [para] tentar perceber se essa era a realidade ou não”, explicou.
O
estudo, publicado na revista Acta Médica Portuguesa, da Ordem dos Médicos,
baseou-se no facto de a depressão ser a perturbação mental mais comum nos idosos
e o suicídio a sua consequência mais grave.
A investigação, que envolveu 155 idosos, 85 dos quais institucionalizados,
residentes no Algarve, Alentejo e Grande Lisboa, comparou idosos
institucionalizados e não institucionalizados em termos de depressão, ideação
suicida, dependência e actividades de lazer.
“Os resultados que surgiram
indicam que, se por um lado os idosos se podem sentir mais abandonados por serem
colocados num lar, por outro lado, têm outros apoios que quando estão sozinhos
não têm”, disse Sónia Quintão.
Estudos indicam que é frequente uma maior
sintomatologia depressiva e maior solidão nos idosos que vivem em
lares.
Contudo, este estudo demonstrou que os idosos institucionalizados
“não apresentavam maior depressão, solidão, ideação suicida nem menor nível de
actividade e lazer, apesar de serem menos independentes”.
“Os dados
parecem mostrar que a institucionalização dos idosos não se relaciona
negativamente com a depressão e a ideação suicida”, adianta o
estudo.
Portugal tem “um grave problema de suicídios nos idosos”, a faixa
etária com taxas mais elevadas, mas a que menos procura ajuda técnica.
“Nós, enquanto psicólogos, não os acompanhamos em consultório”, lamentou Sónia
Quintão, apontando como explicação o facto de os idosos estarem desacompanhados
e não terem um acesso tão fácil aos serviços.
Também muitas vezes os
sintomas que apresentam não são tomados em consideração como uma depressão,
sendo associados à idade e, por isso, desvalorizados.
O tempo de
internamento médio dos inquiridos no lar era de 4,33 anos e recebiam em média
sete visitas por mês, tendo a maioria (64%) sido institucionalizada por
iniciativa própria.
A maioria dos participantes não institucionalizados
vive com cônjuge (40%) ou sozinho (37%).
Muitas vezes a permanência num
lar é associada à redução da actividade e das relações sociais, mas parece que
esta realidade está a mudar como “numerosos lares” a realizarem actividades de
lazer com alguma frequência e a promover o contacto social.
“Também se
tem assistido a um maior isolamento da família dos idosos que se mantêm em casa,
o que parece equilibrar as percepções de solidão e abandono entre as duas
situações”, acrescenta o estudo.
Fonte: RCM Pharma via Associação Brasileira Psiquiatria
Disponível em: <http://www.abp.org.br/portal/imprensa/clipping-2>. Acesso em: 01 mar. 2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.