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sexta-feira, 1 de março de 2013

Idosos institucionalizados não apresentam maiores riscos de depressão e ideias suicidas


Um estudo sobre depressão e ideias suicidas em idosos revelou que os residentes nos lares não apresentam riscos maiores de doença mental, de solidão e de terminar com a vida comparativamente aos que vivem fora das instituições, avança a agência Lusa.


Um estudo sobre depressão e ideias suicidas em idosos revelou que os residentes nos lares não apresentam riscos maiores de doença mental, de solidão e de terminar com a vida comparativamente aos que vivem fora das instituições, avança a agência Lusa.

“Não é a institucionalização dos idosos, em si, que pode influenciar a sua saúde mental, mas sim a qualidade do acompanhamento ao idoso feito nessas instituições”, refere o estudo “Depressão e ideação suicida em idosos institucionalizados e não institucionalizados em Portugal”, das investigadoras Sónia Quintão, da Faculdade de Ciência Médicas, da Universidade Nova de Lisboa, e Lurdes Almeida, da Faculdade de Psicologia da Universidade Lusófona.

Sónia Quintão disse à Lusa que o estudo tentou “perceber como é que os idosos estão, neste momento, nos lares e que apoio está a ser dado”.

“Há muito a ideia de que a ida para um lar é um abandono, que os idosos ficam com a sua saúde psicológica muito mais agravada e, no fundo, foi [para] tentar perceber se essa era a realidade ou não”, explicou.

O estudo, publicado na revista Acta Médica Portuguesa, da Ordem dos Médicos, baseou-se no facto de a depressão ser a perturbação mental mais comum nos idosos e o suicídio a sua consequência mais grave.



A investigação, que envolveu 155 idosos, 85 dos quais institucionalizados, residentes no Algarve, Alentejo e Grande Lisboa, comparou idosos institucionalizados e não institucionalizados em termos de depressão, ideação suicida, dependência e actividades de lazer.

“Os resultados que surgiram indicam que, se por um lado os idosos se podem sentir mais abandonados por serem colocados num lar, por outro lado, têm outros apoios que quando estão sozinhos não têm”, disse Sónia Quintão.

Estudos indicam que é frequente uma maior sintomatologia depressiva e maior solidão nos idosos que vivem em lares.

Contudo, este estudo demonstrou que os idosos institucionalizados “não apresentavam maior depressão, solidão, ideação suicida nem menor nível de actividade e lazer, apesar de serem menos independentes”.

“Os dados parecem mostrar que a institucionalização dos idosos não se relaciona negativamente com a depressão e a ideação suicida”, adianta o estudo.

Portugal tem “um grave problema de suicídios nos idosos”, a faixa etária com taxas mais elevadas, mas a que menos procura ajuda técnica.




“Nós, enquanto psicólogos, não os acompanhamos em consultório”, lamentou Sónia Quintão, apontando como explicação o facto de os idosos estarem desacompanhados e não terem um acesso tão fácil aos serviços.

Também muitas vezes os sintomas que apresentam não são tomados em consideração como uma depressão, sendo associados à idade e, por isso, desvalorizados.

O tempo de internamento médio dos inquiridos no lar era de 4,33 anos e recebiam em média sete visitas por mês, tendo a maioria (64%) sido institucionalizada por iniciativa própria.

A maioria dos participantes não institucionalizados vive com cônjuge (40%) ou sozinho (37%).

Muitas vezes a permanência num lar é associada à redução da actividade e das relações sociais, mas parece que esta realidade está a mudar como “numerosos lares” a realizarem actividades de lazer com alguma frequência e a promover o contacto social.

“Também se tem assistido a um maior isolamento da família dos idosos que se mantêm em casa, o que parece equilibrar as percepções de solidão e abandono entre as duas situações”, acrescenta o estudo.

Fonte: RCM Pharma via Associação Brasileira Psiquiatria

Disponível em: <http://www.abp.org.br/portal/imprensa/clipping-2>. Acesso em: 01 mar. 2013.



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