Uma camada densa de células muito compactadas atua no cérebro como se formasse um regimento militar com a função de impedir a aproximação de invasores: trata-se da barreira hematoencefálica. Seu objetivo é proteger a estrutura cerebral de qualquer agente químico potencialmente nocivo. De fato, o sistema é eficiente, já que evita o desenvolvimento de doenças que podem ser fatais. O problema é que a barreira mantém longe também a maioria dos medicamentos que, em determinadas circunstâncias, seriam úteis ao cérebro. Os cientistas passaram décadas à procura de um modo seguro de romper essa couraça para tornar possível o acesso de fármacos contra Alzheimer, Parkinson e câncer. Agora, finalmente, parece haver um caminho para atingir esse objetivo.O novo método utiliza microbolhas de gás natural, revestidas por uma rígida célula adiposa. Cientistas da Universidade Harvard, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, em Columbia, e de outras instituições estão desenvolvendo alternativas que permitam injetar essas bolhas na corrente sanguínea e guiá-las até a barreira hematoencefálica por meio de ultrassom. Elas funcionam como uma alavanca, que abre a barreira em pontos específicos, alvejados pelo feixe ultrassônico. Feito isso, os cientistas introduzem no paciente nanopartículas magneticamente carregadas, cobertas com medicamentos, e as guiam até o local em que melhor serão aproveitadas. Estudos com roedores demonstraram que o método propicia absorção até 20% mais eficaz de drogas contra Alzheimer e de anticancerígenos. O desafio dos pesquisadores agora é encontrar uma maneira de aumentar a intensidade do ultrassom de forma que possa ser aplicado em humanos, mas sem provocar lesões nos tecidos.
Fonte: Revista Mente e Cerébro
Disponível em: <http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/as_bolhas_que_combatem_alzheimer_parkinson_e_cancer.html >. Acesso em: 20 jul.2011

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