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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Transtorno Mental: São Paulo lidera as estatísticas mundiais

Cerca de 30% dos paulistas apresentam algum distúrbio mental, de acordo com um estudo realizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 24 países. A prevalência é a maior em relação a pesquisas semelhantes feitas em outros lugares do mundo. 

O estudo foi coordenado pelo sociólogo Ronald Kessler, da Universidade Harvard e publicado na revista PLoS One em fevereiro, no artigo São Paulo Megacity Mental Health Survey e aqui no Brasil realizado no âmbito do Projeto Temático “Estudos epidemiológicos dos transtornos psiquiátricos na região metropolitana de São Paulo: prevalências, fatores de risco e sobrecarga social e econômica”, financiado pela FAPESP e encerrado em 2009. Entre os autores do artigo está Laura Helena Andrade, professora do Departamento e Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina (FM) da Universidade de São Paulo (USP).

O pesquisadores se concentraram em estimar a prevalência, severidade e tratamento, de acordo com o DSM-IV. Foram examinados correlatos sócio-demográficos, aspectos da vida urbana como a migração interna, exposição à violência e privação social nos últimos 12 meses. Eles descobriram que os transtornos de ansiedade foram os mais frequentes, acometendo cerca de 20% das pessoas, seguido do transtorno de humor (11%), impulsividade (4,3%) e uso de substâncias (3,6%).

É previsto que o crescimento da população mundial se concentre nas grandes cidades, especialmente nos países em desenvolvimento. São Paulo fornece um aviso prévio sobre a carga de transtornos mentais associados ao aumento de desigualdades sociais, econômicas, estressores ligados à rápida urbanização e deterioração da saúde. 

Localizada no sudeste do Brasil, a cidade detém mais de 10% da população brasileira e é a quinta maior área metropolitana do mundo, com cerca de 20 milhões de habitantes. É considerado um importante centro industrial e comercial na América Latina. Entre 1997 e 2007, o processo de urbanização aumentou a população em 10% na cidade e 25% em áreas periféricas e municípios à sua volta. Este crescimento é em parte uma conseqüência da migração rural-urbana mobilidade e dos migrantes de regiões pobres do Brasil, que buscam oportunidades de emprego, educação, assistência médica e melhores condições de vida. Como em outras áreas metropolitanas, essas mudanças levam à ocupação desordenada, falta de habitação e ampla crescimento de trabalho informal. 

Esse contexto facilita o isolamento social e a dissolução das relações familiares primárias. O empobrecimento associado a essa situação produz violência, aumenta as taxas de homicídio, insegurança, tornando propício o desenvolvimento de transtornos mentais.

Ao cruzar as variáveis, os pesquisadores concluiram que as mulheres que vivem em regiões de alta privação, são as que mais sofrem de transtorno de humor, enquanto que homens migrantes têm mais transtornos de ansiedade. “É necessário que haja rápida expansão no sistema brasileiro de saúde do setor primário e trabalho focado na promoção da saúde mental. Essa estratégia pode se tornar um modelo diante de poucos recursos em uma área altamente habitada como São Paulo”, diz Kessler.

Para Laura, não é possível ter um serviço especializado em todas as unidades, por isso é preciso equipar a rede com pacotes de diagnóstico e de conduta a serem utilizados pelos profissionais de cuidados primários. É preciso capacitar não só os médicos, mas também os agentes comunitários, que devem ser orientados para identificar casos não tão comuns como os quadros psicóticos, levando em conta os fatores de risco associados aos transtornos mentais.

Fonte: Revista Mente e Cérebro

Treinamento Destinado a Pais de Crianças Autistas Aumenta Eficácia dos Remédios: embora somente medicação ajude em problemas comportamentais, conscientização dos familiares sobre o transtorno favorece o tratamento


Conhecimento dos pais sobre problemas de comportamento de 
crianças autista pode ser, junto ao remédio, um aliado no tratamento

Pesquisadores da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, observaram que crianças com autismo respondem melhor ao tratamento com medicação quando ele é associado a um treinamento dado aos pais para lidarem com os problemas dos filhos. O estudo está presente na edição deste mês do periódico Journal of the American Academy of Child & Adolescent Psychiatry.
 
De acordo com o estudo, crianças com autismo costumam enfrentar problemas comportamentais graves, como dificuldade de interação social e de adaptação e comunicação atrasada. Os pesquisadores mostraram que a medicação sozinha já é capaz de ajudar a amenizar esses sintomas. Porém, ela poderia surtir efeitos melhores se, junto a ela, os pais desses jovens entendessem melhor sobre o problema dos filhos. A pesquisa se refere a um treinamento no qual os pais fazem visitas regulares a uma clínica onde há profissionais que respondem a dúvidas sobre o problema das crianças e qual a melhor maneira de lidar com essas dificuldades.
 
A pesquisa — Participaram da pesquisa 124 crianças de 4 a 13 anos que tinham autismo e enfrentavam outros problemas de comportamento, como múltiplos e prolongados acessos de raiva e agressividade. Todos os participantes receberam tratamento com medicação, mas somente os pais de alguns deles fizeram parte do programa de treinamento para pais de crianças autistas. Os jovens foram acompanhados por seis meses.
Os pesquisadores observaram que, embora os dois grupos tenham demonstrado melhora na inteiração social e na comunicação funcional dos jovens, o tratamento que associou medicação e treinamento dos pais foi mais eficiente para ajudar tais problemas.
"Problemas graves de comportamento interferem diretamente na vida cotidiana das crianças e na de suas famílias. Diminuir as consequências dessas dificuldades pode facilitar o dia-a-dia desses jovens e melhorar sua qualidade de vida", afirma Lawrence Scahill, coordenador do estudo.
A partir desses resultados, a equipe que realizou o estudo vai desenvolver outra pesquisa para observar como o tratamento feito apenas com o treinamento dos pais, e sem medicação, ajuda crianças autistas. Os pesquisadores também pretendem publicar um manual de treinamento de pais de jovens com autismo a fim de compartilhar esses conhecimentos com o público em geral.
 
Fonte: Revista VEJA
 
Disponível em:<http://veja.abril.com.br/noticia/saude/treinamento-destinado-a-pais-de-criancas-autistas-aumenta-eficacia-dos-remedios>. Acesso em: 28.02.2012.

Projeto Prevê Dados de IDH em Hospitais


A Câmara analisa o projeto de lei do deputado Romero Rodrigues (PSDB-PB) que torna obrigatória a divulgação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em estabelecimentos públicos de saúde. Pela proposta, o painel com o IDH do país, do Estado e dos municípios deverá ser fixado na entrada principal dos estabelecimentos.

De acordo com o projeto, o responsável pelo estabelecimento de saúde que deixar de fixar o painel estará sujeito a pagar multa, que será cobrada em dobro em caso de reincidência.

O IDH é calculado a partir da combinação de dados de expectativa de vida ao nascer, educação e Produto Interno Bruto (PIB) per capita da localidade. O autor argumenta que a medida tem como objetivo esclarecer a população.

Fonte: Associação Brasileira de Psiquiatria

Disponível em:<http://abp.org.br/2011/medicos/imprensa/clipping-2>. Acesso em: 28 fev. 2012.

Crianças: mau comportamento é fruto da educação dada pelos pais desde o berço


As práticas educativas parentais desde o nascimento dos filhos são responsáveis, em noventa por cento dos casos, por comportamentos inadequados como o bullying e a indisciplina escolar, defende em livro o investigador e psicólogo Luís Maia, avança a agência Lusa.

“E Tudo começa no Berço”, é o título do livro a ser lançado esta segunda-feira, no qual o autor defende que é desde o nascimento da criança que se desenvolvem grande parte das suas características, positivas ou negativas.
“Perdoem-me pais, mas a culpa de muitos de nós não termos controlo sobre o comportamento dos nossos filhos, estou convencido, não é dos filhos, nem da sociedade: é nossa”, escreve o autor alertando para a necessidade de os pais estarem mais presentes na vida dos filhos.

Partindo de exemplos práticos, Luís Maia pretende demonstrar como a desresponsabilização dos membros familiares e educadores próximos das crianças e adolescentes apenas contribui para a acomodação a uma sociedade desumanizada.
Então haverá ou não uma relação entre o comportamento das crianças e a forma como são educadas desde bebés? Na opinião do psicólogo, baseada em 20 anos de prática clínica, essa relação é bem evidente e manifesta-se em 90 por cento dos casos.

“Na minha opinião cerca de 90% da responsabilidade do comportamento inadequado das crianças e adolescentes está sedeado nas práticas educativas nos primeiros dias e anos da criança”, disse em declarações à Lusa, adiantando que na maioria dos casos são os pais que precisam de ajuda para se reorientarem na educação dos seus filhos.

Luís Maia explica que nos milhares de casos que já atendeu, quando começa a investigar as causas dos comportamentos inadequados das crianças quer sejam de indisciplina escolar, de violência contra os pares ou de outras atitudes anti-sociais, na maioria das vezes os pais foram orientados percebendo que eram as suas práticas educativas que deveriam ser alteradas.
A má prática educativa, explicou, ocorre em todas classes socioeconómicas e mesmo em ambientes familiares normais quando por exemplo os pais se desautorizam em frente à criança, quando quebram rotinas ou quando delegam competências.

A sociedade, defende o autor em declarações à agência Lusa, desaprendeu a arte de educar os filhos e a comportarem-se em sociedade, delegando nas estruturas essa responsabilidade. Uma aposta que considera errada.
A educação desde o nascimento, diz, determina efectivamente o percurso de uma criança, porque "tudo começa no berço” à excepção de uma pequena minoria em que há de facto problemas no desenvolvimento ou distúrbios psicopatológicos.

O livro é baseado em vivências e casos reais, fruto da experiência do autor no acompanhamento de jovens e famílias.
Trata-se de um guia com informações dedicadas à boa aplicação da prática educativa, para pais, educadores, cuidadores, educadores de infância, professores dos mais variados níveis de ensino, psicopedagogos, psicólogos, técnicos de saúde mental, entre outros.

Fonte: Associação Brasileira de Psiquiatria
 
Disponível em:<http://abp.org.br/2011/medicos/imprensa/clipping-2>. Acesso em: 28 fev. 2012.

Afastamentos Por Uso de Drogas Preocupam INSS: problemas decorrentes do uso de drogas proibidas, como crack, bateram às portas do INSS. Em 2011, a Previdência concedeu 124.947 auxílios-doença e dependentes químicos, a um custo de R$107,5 milhões.


Essa conta está entre os grandes desafios que temos pela frente porque tende a aumentar", disse o ministro Garibaldi Alves
Auxílio-doença a drogados já preocupa a Previdência 
Afastamento por uso de drogas gerou prejuízo de R$ 107, 5 milhões em 2011
Em 2 anos, Previdência liberou mais de 350 mil benefícios; as drogas ilícitas afastam mais do que álcool e cigarro
Problemas decorrentes do uso de drogas já bateram às portas do INSS e começam a preocupar o governo. No ano passado, a Previdência concedeu 124.947 auxílios-doença a dependentes químicos.
O afastamento pelo uso de drogas proibidas, como crack, cocaína, anfetaminas e maconha chega a ser oito vezes maior do que pelo consumo de álcool e cigarro. Os dados foram levantados pelo Ministério da Previdência a pedido da Folha.
A conta para o governo com essa despesa foi de, no mínimo, R$ 107,5 milhões em 2011. A Previdência tem dificuldades para calcular o valor exato devido à complexidade desses pagamentos.
O auxílio-doença varia de um salário mínimo a R$ 3.916. O valor médio pago aos dependentes é de R$ 861.
O número é crescente. De 2009 para cá, a Previdência concedeu mais de 350 mil auxílios a pessoas que precisaram se afastar do trabalho por uso de drogas.
"Essa conta já está chegando para a Previdência e está hoje entre os grandes desafios que temos pela frente porque tende a aumentar. São pessoas em idade produtiva consumidas pelas drogas. Ao invés de estarem contribuindo para a Previdência, as estamos perdendo", disse o ministro Garibaldi Alves.
SEM CONTROLE
O auxílio-doença é pago a pedido do segurado, mediante laudo médico. Não há exigência de que comprove o uso do dinheiro para tratamento. "Há o risco de o usuário ir receber [o dinheiro] e continuar [a usar droga], inclusive, com o dinheiro do governo. Mas como vamos fiscalizar? A Previdência não pode isoladamente fazer alguma coisa se não contar com a mobilização do governo e da sociedade", afirmou.
O uso de drogas psicoativas -como crack e cocaína- respondeu por mais de 70 mil pedidos de afastamento do trabalho nos últimos três anos de um total de 350 mil. Só em 2011, foram concedidos 27.714 benefícios especificamente por causa disso.
São Paulo é o Estado que teve o maior número de contribuintes afastados.
EXPLOSÃO
O número de atendimentos aos usuários de drogas explodiu na rede pública. Nos últimos oito anos, o SUS (Sistema Único de Saúde) registrou um aumento de 900% nesse tipo de procedimento.
Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2003, foram realizados 299.786 atendimentos a dependentes químicos no SUS. No ano passado, mais de 3 milhões.
 
Fonte: Associação Brasileira de Psiquiatria 
 
Disponível em: <http://abp.org.br/2011/medicos/imprensa/clipping-2>. Acesso em: 28 fev. 2012.

Ansiedade é o Transtorno Mais Comum na Grande São Paulo

Uma pesquisa que mapeou a frequência de doenças mentais na Grande São Paulo mostra que os transtornos de ansiedade, como estresse pós-traumático, fobias e síndrome de pânico, lideram e estão presentes em 20% da população. 
Depois vêm os transtornos de humor, como depressão (11%), de controle de impulsos (4,3%) e por consumo de drogas (3,6%). 
Os dados são do projeto São Paulo Megacity, um estudo realizado pelo IPq (Instituto de Psiquiatria) do Hospital das Clínicas de São Paulo com 5.037 residentes dos 39 municípios da região. 

A amostra é representativa das cidades, e as entrevistas foram feitas pessoalmente entre 2005 e 2007. 
Dados preliminares já haviam sido apresentados em 2009, mas agora a pesquisa completa, que faz parte de um grande estudo mundial, foi publicada na revista científica "PLoS ONE". 
Segundo a psiquiatra Laura Helena Andrade, coordenadora do estudo, a pesquisa procura entender o contexto relacionado a essa prevalência maior. 
A violência urbana ajuda a explicar a forte presença dos transtornos mentais na população --54% dos entrevistados relataram ter vivido uma experiência ligada a crimes, como ser vítima ou testemunha de assaltos e sequestros. 
Pessoas que vivem em áreas mais pobres e periféricas da cidade também tiveram maior risco de desenvolver os transtornos. 
"Cada fator inerente à vida na metrópole, como transporte, violência e acesso a serviços de saúde, tem uma parcela de participação nesse resultado", afirma Paulo Rossi Menezes, professor associado da USP e epidemiologista psiquiátrico que não participou do estudo. 
GRAVIDADE 
A pesquisa mostrou que 10% da população em São Paulo tem doenças psiquiátricas graves. Esse índice está acima da média de outros 14 países, segundo a Organização Mundial da Saúde. Nos EUA, a prevalência é de 5,7%. 
Só um terço dos brasileiros com transtornos graves recebeu tratamento nos 12 meses anteriores às entrevistas. 
"Os transtornos mentais são frequentes, mas pouco reconhecidos e tratados. A sociedade sabe pouco a respeito e há um estigma ligado às doenças", diz Menezes. 
 
Fonte: Folha de São Paulo
 
Disponível em:<http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1053547-ansiedade-e-transtorno-mais-comum-na-grande-sao-paulo.shtml>. Acesso em: 28 fev. 2012.

Curso de Formação em Psicoterapia Familiar, Casal e Individual




Fonte: Comissão Pró- Associação de Profissionais de Saúde Mental da Bahia.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Boas Práticas: um documento em prol da ética


Para tentar melhorar o comprometimento dos pesquisadores da área médica com as boas práticas em ciência, o grupo que representa as instituições de ensino superior do Reino Unido, Universidades do Reino Unido (UUK), prepara um documento sobre a integridade da pesquisa. O objetivo é promover a integridade da investigação e deixar claro as responsabilidades das instituições, organismos de fomento e pesquisadores, além de fornecer exemplos de boas práticas. O documento está sendo feito junto com as agências de financiamento e deverá ficar pronto em abril.

A preocupação cresceu depois de um levantamento do periódico inglês British Medical Journal(BMJ), divulgado em janeiro durante um congresso em Londres, mostrar que a comunidade científica britânica tem sido falha ao lidar com a má conduta em pesquisa médica. O BMJentrevistou 2.782 médicos e acadêmicos e constatou que 13% deles demonstraram conhecer casos de alteração ou fabricação de dados feita de forma deliberada por pesquisadores. Outros 6% afirmaram saber de má conduta ocorrida em suas instituições que não havia sido devidamente investigada.

De acordo com a revista Nature, os participantes do encontro pediram ações mais enérgicas.“É o reconhecimento de que temos um problema”, disse Fiona Godlee, editora chefe do BMJ. A questão não é nova para os britânicos. No ano passado, um comitê de ciência e tecnologia do Parlamento inglês já havia concluído que a “integridade da pesquisa no Reino Unido é insatisfatória”. E em 2000 a Lancet – outra importante revista de ciências médicas – criticava os erros de conduta e lamentava por nada estar sendo feito.

O comunicado final do congresso recomendou um reforço nos mecanismos que deveriam assegurar a boa conduta em pesquisa. No Reino Unido não 
há um organismo oficial nacional que lide com problemas éticos em pesquisa com poderes legais ou regulatórios. O mais próximo disso é o UK Integrity Research Office, organização privada que fornece consultoria e orientação sobre questões relativas à integridade da pesquisa. É mantida por órgãos governamentais, agências de fomento, universidades e instituições privadas envolvidas com a pesquisa.


  Universidade pede anulação de artigos
A Universidade de Connecticut (UConn), nos Estados Unidos, notificou em janeiro 11 periódicos científicos que publicaram estudos sobre vinho tinto e longevidade pedindo a anulação de artigos já veiculados. O acusado é Dipak Das, cientista indiano que era diretor do Centro de Pesquisa Cardiovascular do Centro de Saúde da universidade. “Temos a responsabilidade de corrigir os registros científicos 
e informar pesquisadores de todo o país”, disse Philip Austin, vice-presidente para assuntos de saúde da instituição. Verbas federais no montante de US$ 890 mil 
para as pesquisas de Dipak Das foram recusadas pela UConn.

A investigação sobre o trabalho do cientista indiano começou em 2009 depois que o Office of Research Integrity – órgão federal de fiscalização de integridade de pesquisas em saúde – avisou a UConn sobre uma denúncia envolvendo um artigo publicado pelo laboratório de Das. Os problemas referem-se mais especificamente à manipulação de experimentos com os testes chamados western blots, que indicam a presença e quantidade de determinadas proteínas no sangue. Já a relação entre vinho e benefícios à saúde é objeto de estudo em todo o mundo, com resultados variados.
A investigação da UConn produziu um relatório de 60 mil páginas sobre 145 acusações de falsificação de informações publicadas em 23 artigos. Outros pesquisadores que trabalharam com Das poderão ser acusados de má conduta. Ele nega as acusações, diz que cientistas de outras instituições chegaram às mesmas conclusões que ele e reclama de discriminação por ser indiano. Além da investigação da UConn, o Office of Research Integrity abriu uma apuração própria sobre o caso.

Fonte: Pesquisa FAPESP Online
 
Disponível em:<http://revistapesquisa.fapesp.br/index.php?art=71896&bd=2&pg=1&lg=>. Acesso em: 27 fev. 2012.

1,2 Milhão de Downloads Por Dia: programa SciELO, da FAPESP, criou novo patamar de qualidade e difusão para publicações científicas


Um programa especial da FAPESP que elevou a qualidade de centenas de publicações científicas do país teve um impacto notável no aumento da visibilidade internacional da pesquisa brasileira nos últimos 14 anos. Lançado em 1997 com um conjunto de 10 revistas brasileiras, o programa Scientific Electronic Library Online (SciELO) alcançou, no final de 2011, 239 publicações de todos os campos do conhecimento que geraram uma média mensal de 36 milhões de artigos baixados da internet de forma livre e gratuita – 1,2 milhão por dia. Os periódicos só são admitidos na coleção depois de passarem por crivos que atestam sua qualidade, como a existência de um corpo editorial qualificado, a relevância em seu campo do conhecimento, a assiduidade da publicação e o cumprimento de uma série de normas técnicas que regem a comunicação científica internacional. “O programa criou um círculo virtuoso, no qual as revistas ganharam reconhecimento e passaram a se preocupar continuamente com sua qualidade”, diz Rogério Meneghini, coordenador científico da biblioteca. 

O sucesso desse modelo pode ser medido por dois de seus resultados. O primeiro está relacionado ao aumento da participação de revistas brasileiras em bases de dados internacionais. Ao estimular as publicações a seguir normas de qualidade, o programa SciELO ajudou muitas delas a se qualificar para integrar bases como a Web of Science (WoS), da empresa Thomson Reuters, e a Scopus, da editora Elsevier, utilizadas como parâmetro internacional sobre a produção científica dos países e seu impacto. O número de periódicos brasileiros na base WoS aumentou de 30 títulos em 2007 para 134 em 2011. Tal inclusão fez com que o Brasil saltasse da 15ª para a 13ª posição no ranking de produção científica mundial dos países em razão dos artigos indexados, que aumentarem nesse período. É certo que também teve um papel nesse salto o interesse das bases de dados em vender seus produtos a países emergentes como o nosso. A biblioteca SciELO compartilha, hoje, 94 de seus títulos com o WoS e 173 com a Scopus. 

O segundo resultado tem a ver com a propagação internacional do conceito da biblioteca, difundida em acesso aberto e gratuito, na contramão do mercado editorial científico dos países desenvolvidos, que cobra pela consulta aos artigos que publicam. Depois do Brasil, 12 países da América Latina e Caribe, além de Portugal, Espanha e África do Sul, criaram suas bibliotecas SciELO. A rede conta com duas coleções temáticas, em  saúde pública e ciências sociais, e prepara outra sobre biodiversidade. “O SciELO consolidou-se como o mais importante programa de publicação científica dos países em desenvolvimento e emergentes e é reconhecido internacionalmente como um dos mais destacados no movimento de acesso aberto”, diz Abel Packer, coordenador operacional do programa.

Ciência não indexada
A biblioteca surgiu em 1997 com o duplo objetivo de aperfeiçoar as revistas brasileiras e criar métodos de mensurar a importância e impacto dos artigos publicados por pesquisadores do país. Um dos desafios discutidos na época era resgatar a chamada “ciência perdida do Terceiro Mundo”, conceito proposto num artigo na revista Scientific American de 1995 de W. Wayt Gibbs. Ele se referia à ciência não indexada em bases de dados internacionais, mas de grande interesse regional, sobretudo em áreas como saúde pública, agricultura e educação.

O coordenador científico do SciELO Brasil, Rogério Meneghini, à época coordenador adjunto da Diretoria Científica da FAPESP, procurava um modo de criar um sistema de indicadores que ajudasse a Fundação a avaliar as publicações científicas brasileiras, que em sua maioria não eram indexadas em bases internacionais. Abel Packer, especialista em ciência da informação e executivo do Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme), discutia, na mesma época, meios para publicar periódicos científicos on-line e em acesso aberto. “Me lembro que fomos conversar sobre as nossas propostas num almoço intermediado pelo professor Lewis Greene, que era presidente da Associação Brasileira dos Editores Científicos (Abec). Vimos que as ideias se complementavam e preparamos um pré-projeto, que foi aprovado pela FAPESP”, lembra Packer. Meneghini diz que alguns editores de revistas que participaram do projeto piloto temiam perder a autonomia sobre as publicações, ante as exigências de qualidade e de metologia estabelecidas. “Mas isso logo se dissipou, pois eles entenderam o impacto positivo sobre as publicações.”


Fonte: Pesquisa FAPESP Online

Autismo Pode Ser Detectado no Cérebro aos Seis Meses de Idade



A nova técnica dá a esperança de que os tratamentos para o autismo sejam iniciados mais cedo, antes que os sintomas comportamentais apareçam. [Imagem: Jason Wolff/UNC]

As mudanças no desenvolvimento do cérebro que estão por trás do transtorno do espectro do autismo podem ser detectáveis em crianças a partir dos 6 meses de idade.
Enquanto os comportamentos básicos associados com o chamado autismo - comunicação social prejudicada e comportamentos repetitivos - tendem a ser identificados após o primeiro aniversário da criança, os cientistas encontraram diferenças claras nas vias de comunicação do cérebro aos seis meses de idade em crianças que receberam mais tarde um diagnóstico definitivo de autismo.
Risco de autismo
O Dr. Joe Piven e seus colegas da Universidade da Carolina do Norte (EUA) estudaram o cérebro e o desenvolvimento do comportamento de 92 crianças.
Essas crianças tinham irmãos mais velhos com o espectro do autismo e, portanto, tinham risco elevado de desenvolver a condição.
"Esses resultados nos dão a esperança de que possamos um dia ser capazes de identificar as crianças com risco de autismo antes que os sintomas comportamentais apareçam," disse a Dra. Geri Dawson, coautora do estudo.
"O objetivo," acrescenta ela, "é intervir o mais cedo possível para prevenir ou reduzir o aparecimento de sintomas incapacitantes."
Uma área promissora para o prosseguimento das pesquisas é a identificação de mecanismos genéticos e biológicos específicos por trás das diferenças observadas no desenvolvimento do cérebro entre crianças autistas e não-autistas.
Massa branca
Os pesquisadores usaram uma tecnologia de ressonância magnética, chamada imagens de tensores de difusão, para avaliar os cérebros de crianças de 6 meses, 1 ano e 2 anos de idade.
Isto permitiu criar imagens tridimensionais que mostram alterações ao longo do tempo na "massa branca" de cada criança.
A massa branca representa a parte do cérebro que é particularmente rica em fibras nervosas que formam as vias principais de informação entre diferentes regiões cerebrais.
Ela é um marcador cerebral que difere em crianças que passam a ser classificados com autismo.
Essas diferenças de desenvolvimento podem sugerir um desenvolvimento mais lento da substância branca durante a primeira infância, quando o cérebro está criando e fortalecendo conexões vitais.
 
Fonte: Diário da Saúde
 
Disponível em:<http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=autismo-detectado-cerebro-seis-meses-idade&id=7457>. Acesso em: 27 fev. 2012.

Transtornos Mentais Podem Atingir Até 30% dos Paulistanos


Você acredita que quase 30% dos habitantes da Região Metropolitana de São Paulo apresentam transtornos mentais?
Fica mais fácil compreender a estatística ao verificar que "transtornos mentais" incluem desde a ansiedade e os transtornos obsessivo-compulsivos até o abuso de substâncias químicas, legais ou não.
 
O resultado é parte da Pesquisa Mundial sobre Saúde Mental, iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) que integra e analisa pesquisas epidemiológicas sobre abuso de substâncias e distúrbios mentais e comportamentais.
O estudo, coordenado globalmente por Ronald Kessler, da Universidade Harvard (Estados Unidos), com participação de cientistas brasileiros, reuniu dados epidemiológicos de 24 países.
A prevalência de transtornos mentais na metrópole paulista foi a mais alta registrada em todas as áreas pesquisadas.
Vulnerabilidade mental
Segundo o estudo, 29,6% dos indivíduos na Região Metropolitana de São Paulo apresentaram transtornos mentais nos 12 meses anteriores à entrevista.
Os transtornos de ansiedade foram os mais comuns, afetando 19,9% dos entrevistados. Em seguida, aparecem transtornos de comportamento (11%), transtornos de controle de impulso (4,3%) e abuso de substâncias (3,6%).
"Dois grupos se mostraram especialmente vulneráveis: as mulheres que vivem em regiões consideradas de alta privação apresentaram grande vulnerabilidade para transtornos de humor, enquanto os homens migrantes que moram nessas regiões precárias mostraram alta vulnerabilidade ao transtorno de ansiedade", disse Laura Helena Andrade, da USP, que participa do trabalho juntamente com Maria Carmen Viana, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes)
A prevalência dos transtornos mentais, de quase 30%, é a mais alta entre os países pesquisados. Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar, com pouco menos de 25%.
A razão da alta prevalência, de acordo com a pesquisadora, pode ser explicada pelo cruzamento de duas variáveis incluídas no estudo: a alta urbanização e a privação social.
Transtornos mentais graves
Em relação às outras regiões estudadas, a Região Metropolitana de São Paulo também teve a mais alta proporção de casos de transtornos mentais considerados graves (10%), bem acima do estimado em outros 14 países avaliados.
Depois da metrópole paulista, os países com maior porcentagem de casos graves foram os Estados Unidos (5,7%) e Nova Zelândia (4,7%).
A exposição ao crime foi associada aos quatro tipos de transtornos mentais avaliados, segundo Laura.
A alta urbanicidade está associada especialmente ao transtorno de controle e impulso.
A privação social também tem impacto sobre o transtorno de abuso de substâncias e interfere na gravidade das doenças.
"As pessoas que moram em áreas precárias apresentam quadros mais graves e tendência ao abuso de substâncias. As que tiveram mais exposição à vida urbana têm mais transtornos de controle e impulso - em especial o transtorno explosivo intermitente, que é típico de situações de estresse no trânsito, por exemplo", apontou

Fonte: Diário da Saúde

Disponível em: <http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=transtornos-mentais-sao-paulo&id=7478>.  Acesso em: 27 fev. 2012.

Ter Pai Com Depressão Aumenta Chances da Criança Sofrer Com Problemas Emocionais e de Comportamento: embora influência da mãe seja maior, doença paterna é capaz de aumentar o risco de o filho ter problemas em seu desenvolvimento



Paternidade: pais com depressão podem aumentar, embora menos que as mães, o risco de o filho sofrer com problemas emocionais 

Não são somente mães com depressão que podem influenciar negativamente o desenvolvimento dos filhos, como já observaram diversas pesquisas. Uma criança cujo pai tenha sintomas depressivos também pode apresentar maiores riscos de desenvolver algum problema comportamental ou emocional, de acordo com um estudo realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Nova York, nos Estados Unidos. Os resultados, publicados nesta quinta-feira no periódico Maternal and Child Health Journal, também mostram que as chances são ainda maiores em filhos que têm pai e mãe depressivos.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores observaram uma amostra de 7.247 famílias. Eles analisaram características como saúde física e mental dos indivíduos, além de idade, raça e nível de escolaridade. Ao todo, 6% dos pais apresentaram sintomas depressivos.
Foi observado que 15% das crianças cujos pais tinham depressão apresentaram algum problema emocional ou comportamental. Esse índice foi de 6% entre aquelas que não tinham nem pai nem mãe com sintomas depressivos; 20% entre os filhos de mães com depressão; e 25% entre filhos tanto de pai quanto de mãe com depressão.
  
"Embora já tenha sido constatado que ter pai com depressão possa acarretar maior risco de distúrbios mentais no filho, essa é a primeira vez que fazemos um estudo em larga escala. "É preocupante esse resultado mostrando que uma em cada quatro crianças com pai e mãe com depressão apresenta problemas comportamentais e emocionais", afirma Michael Weitzman, coordenador do estudo. De acordo com o pesquisador, esses dados reforçam a necessidade de as políticas públicas reconhecerem a influência da saúde dos pais sobre o bem-estar dos filhos.
Outros fatores — O estudo também indicou que, além da depressão experimentada pelos pais, há outros fatores que aumentam as chances de a criança ter distúrbios mentais, como pobreza (aumenta em 1,5 vez), necessidades especiais de saúde da criança (aumenta em 1,4 vez), pouca saúde física do pai (aumenta em 3,31 vezes) e desemprego paterno (aumenta em 6,5 vezes). Para os autores do estudo, foi uma surpresa observar como o desemprego paterno aumenta bastante as chances de uma criança ter distúrbios mentais.

Fonte: Revista VEJA

O Livre-Arbítrio Não Existe, Dizem Neurocientistas: novas pesquisas sugerem que o que cremos ser escolhas conscientes são decisões automáticas tomadas pelo cérebro. O homem não seria, assim, mais do que um computador de carne



O todo-poderoso cérebro: neurocientistas defendem a tese de que o órgão toma as decisões antes mesmo de pensarmos nelas 

Saber se os homens são capazes de fazer escolhas e eleger o seu caminho, ou se não passam de joguetes de alguma força misteriosa, tem sido há séculos um dos grandes temas da filosofia e da religião. De certa maneira, a primeira tese saiu vencedora no mundo moderno. Vivemos no mundo de Cássio, um dos personagens da tragédia Júlio César, de William Shakespeare. No começo da peça, o nobre Brutus teme que o povo aceite César como rei, o que poria fim à República, o regime adotado por Roma desde tempos imemoriais. Ele hesita, não sabe o que fazer. É quando Cássio procura induzi-lo à ação. Seu discurso contém a mais célebre defesa do livre-arbítrio encontrada nos livros. "Há momentos", diz ele, "em que os homens são donos de seu fado. Não é dos astros, caro Brutus, a culpa, mas de nós mesmos, se nos rebaixamos ao papel de instrumentos."
Como nem sempre é o caso com os temas filosóficos, a crença no livre-arbítrio tem reflexos bastante concretos no "mundo real". A maneira como a lei atribui responsabilidade às pessoas ou pune criminosos, por exemplo, depende da ideia de que somos livres para tomar decisões, e portanto devemos responder por elas. Mas a vitória do livre-arbítrio nunca foi completa. Nunca deixaram de existir aqueles que acreditam que o destino está escrito nas estrelas, é ditado por Deus, pelos instintos, ou pelos condicionamentos sociais. Recentemente, o exército dos deterministas – para usar uma palavra que os engloba – ganhou um reforço de peso: o dos neurocientistas. Eles são enfáticos: o livre-arbítrio não é mais que uma ilusão. E dizem isso munidos de um vasto arsenal de dados, colhidos por meio de testes que monitoram o cérebro em tempo real. O que muda se de fato for assim?
Mais rápido que o pensamento — Experimentos que vêm sendo realizados por cientistas há anos conseguiram mapear a existência de atividade cerebral antes que a pessoa tivesse consciência do que iria fazer. Ou seja, o cérebro já sabia o que seria feito, mas a pessoa ainda não. Seríamos como computadores de carne - e noss consciência, não mais do que a tela do monitor. Um dos primeiros trabalhos que ajudaram a colocar o livre-arbítrio em suspensão foi realizado em 2008. O psicólogo Benjamin Libet, em um experimento hoje considerado clássico, mostrou que uma região do cérebro envolvida em coordenar a atividade motora apresentava atividade elétrica uma fração de segundos antes dos voluntários tomarem uma decisão – no caso, apertar um botão. Estudos posteriores corroboraram a tese de Libet, de que a atividade cerebral precede e determina uma escolha consciente.
Um deles foi publicado no periódico científico PLoS ONE, em junho de 2011, com resultados impactantes. O pesquisador Stefan Bode e sua equipe realizaram exames de ressonância magnética em 12 voluntários, todos entre 22 e 29 anos de idade. Assim como o experimento de Libet, a tarefa era apertar um botão, com a mão direita ou a esquerda. Resultado: os pesquisadores conseguiram prever qual seria a decisão tomada pelos voluntários sete segundos antes d eeles tomarem consciência do que faziam.
Nesses sete segundos entre o ato e a consciência dele, foi possível registrar atividade elétrica no córtex polo-frontal — área ainda pouco conhecida pela medicina, relacionada ao manejo de múltiplas tarefas. Em seguida, a atividade elétrica foi direcionada para o córtex parietal, uma região de integração sensorial. A pesquisa não foi a primeira a usar ressonância magnética para investigar o livre-arbítrio no cérebro. Nunca, no entanto, havia sido encontrada uma diferença tão grande entre a atividade cerebral e o ato consciente.

Patrick Haggard, pesquisador do Instituto de Neurociência Cognitiva e do Departamento de Psicologia da Universidade College London, na Inglaterra, cita experimentos que comprovam, segundo ele, que o sentimento de querer algo acontece após (e não antes) de uma atividade elétrica no cérebro.
"Neurocirurgiões usaram um eletrodo para estimular um determinado local da área motora do cérebro. Como consequência, o paciente manifestou em seguida o desejo de levantar a mão", disse Haggard em entrevista ao site de VEJA. "Isso evidencia que já existe atividade cerebral antes de qualquer decisão que a gente tome, seja ela motora ou sentimental."
O psicólogo Jonathan Haidt, da Universidade da Vírginia, nos Estados Unidos, demonstrou que grande parte dos julgamentos morais também é feito de maneira automática, com influência direta de fortes sentimentos associados a certo e errado. Não há racionalização. Segundo o pesquisador, certas escolhas morais – como a de rejeitar o incesto – foram selecionadas pela evolução, porque funcionou em diversas situações para evitar descendentes menos saudáveis pela expressão de genes recessivos. É algo inato e, por isso, comum e universal a todas as culturas. Para a neurociência, é mais um dos exemplos de como o cérebro traz à tona algo que aprendeu para conservar a espécie.


Leia matéria completa:  http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/o-livre-arbitrio-nao-existe-dizem-neurocientistas#clr2
Fonte: Revista VEJA

Evolução: subconsciente é sensível a detalhes estranhos


Estudo da Universidade de Tel Aviv publicada no Psychological Science mostra que o subconsciente capta facilmente aspectos incomuns que normalmente passam despercebidos para nosso consciente. Os voluntários deveriam tentar identificar formas geométricas esboçadas sobre fotografias. Eles reconheceram mais facilmente figuras que surgiam sobre cenas com detalhes pouco usuais, como uma melancia camuflada em meio a bolas de basquete em uma foto de jogo. Isso ocorre, segundo os autores do artigo, porque nosso cérebro aprendeu a distinguir situações, e até mesmo pessoas, que causam estranhamento – uma forma de se precaver contra possíveis ameaças.
  
Fonte: Revista Mente e Cérebro

Disponível em:<http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/evolucao.html>. Acesso em: 27 fev. 2012.

Cartão do SUS Será Obrigatório Para Todas as Pessoas a Partir de Março: medida do Ministério da Saúde inclui pacientes de planos particulares

O cartão do Sistema Único de Saúde (SUS) será obrigatório para todas as pessoas a partir de março. O objetivo da determinação é a criação de um banco de dados que identifique os usuários e gere um histórico de cada paciente, contendo diagnósticos, avaliações, planejamentos e programação das ações de saúde, que podem ser acessadas de qualquer parte do país. 
Segundo o Ministério da Saúde, essa medida faz parte de uma estratégia para oferecer um atendimento ao cidadão e acompanhar a qualidade do serviço prestado. O número do cartão deverá ser preenchido no registro de procedimentos ambulatoriais e hospitalares, mesmo daquelas pessoas que possuem plano de saúde ou são pacientes particulares.

Para fazer o cartão SUS é necessário ter em mãos a carteira de identidade ou a certidão de nascimento ou ainda a de casamento e comprovante de endereço. Menores de idade precisam apresentar a certidão de nascimento, comprovante de endereço e o documento de identidade da mãe.


Fonte: Jornal Correio da Bahia

Cientistas Criam Aplicativos Para Tratar Transtornos Sociais


Imagine ter no smartphone, ao lado de jogos conhecidos como Angry Birds ou Fruit Ninja, um aplicativo que facilite o tratamento de transtornos como fobia social. 

Essa é a ideia de cientistas que têm pesquisado terapias portáteis para celular como uma maneira de auxiliar os tratamentos convencionais. 


A lógica desses pesquisadores é simples. Assim como alguns aplicativos para celular podem desenvolver processos cognitivos e melhorar o aprendizado, eles também podem trabalhar áreas cerebrais ligadas a transtornos. 
O melhor é que a terapia cabe no bolso e pode ser levado para qualquer lugar. 
A discussão veio à tona quando um grupo de cientistas da Universidade da Austrália Ocidental apresentou recentemente um aplicativo para tratar fobia social. 
Pessoas com esse tipo de transtorno sentem uma ansiedade extrema ao serem "avaliadas" pelas outras. Além disso, quem tem fobia social relata sentir medo diante de expressões hostis (como ar de reprovação). 
Os cientistas australianos criaram um game em que o paciente fica diante de expressões faciais dispostas como cartas de baralho. Uma delas é hostil e outra neutra. 
Depois de aparecerem brevemente na tela, elas somem, e o usuário tem de identificar uma letra do alfabeto. Essa tarefa leva a pessoa a desviar sua atenção da área da tela na qual estava o rosto hostil e, em tese, minimiza sua reação a esse tipo de imagem. 
De acordo com os pesquisadores a favor dos aplicativos (apps), a proposta é trabalhar os jogos junto com tratamentos em consultório. Os apps podem até estimular o paciente a fazer a terapia convencional. 
Como os smartphones estão cada vez mais populares --jogos como o Angry Birds beiram os 30 milhões de usuários--, a expectativa é que os games terapêuticos também sejam bem aceitos. 
"Isso é o que torna a ideia tão promissora", explica o psicólogo Richard McNally, da Universidade Harvard. 
O laboratório dele concluiu recentemente um estudo com 338 pessoas que usaram um programa em smartphone para tratar fobias sociais. 
Os usuários acharam o jogo repetitivo. Mas a facilidade de poder usá-lo "até no metrô" foi um ponto positivo. 
A proposta da terapia portátil não é unanimidade entre os cientistas. "Sou cauteloso com esse tipo de tratamento", pondera Andrew Gerber, psiquiatra da Universidade Columbia, nos EUA 
Na Europa, há testes de apps até para usuários que bebem demais. A ideia é que eles afastem imagens de bebidas alcoólicas e deem zoom nos líquidos sem álcool. 
Ainda não se sabe quando --e se-- os apps estarão disponíveis para usuários. Mas há negociações em curso. 
O psicólogo Nader Amir, da Universidade Estadual de San Diego, por exemplo, está se encarregando de comercializar um app que ele criou para tratar ansiedade. 
 

Fonte: Folha de São Paulo

Disponível em:<http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1052311-cientistas-criam-aplicativos-para-tratar-transtornos-sociais.shtml>. Acesso em: 24 fev. 2012.

Ler Livros Pela Segunda Vez Pode Ser Terapêutico: a dica também vale para filmes assistidos mais de uma vez.



Quem lê o mesmo livro ou assiste ao mesmo filme mais de uma vez já tem uma desculpa para dar aos familiares e amigos. A mania não tem nada a ver com vício ou comportamento obsessivo, mas é um esforço consciente para encontrar camadas de significado mais profundas no material e refletir sobre o próprio amadurecimento. 
Esse é o resultado de uma pesquisa liderada por Cristel Russel, professor da American University, nos Estados Unidos. Ele entrevistou 23 pessoas para identificar as razões para o que chamou de “re-consumo” de um material e descobriu que o comportamento não é uma tentativa de reviver o passado, mas uma busca por significado, que pode ter grande valor emocional. 
 
O re-consumo pode, inclusive, servir como uma espécie de terapia, uma vez que permite que a pessoa analise como sua interpretação do livro ou filme mudou com o decorrer do tempo. Segundo os cientistas, isso pode servir de contraste entre o eu atual e o eu do passado. Eles citam como exemplo o caso de um participante do estudo. Pastor evangélico, ele releu a Bíblia inúmeras vezes. De acordo com sua idade, interpretava passagens de modo diferente – um sinal de crescimento. 
O resultado da pesquisa, publicada na revista Journal of Consumer Research, pode ser usado pelo mercado de livros. Segundo Russel, os vendedores sempre tentam trazer experiências novas e frescas, mas as velhas experiências também podem ser repetidas de modo a abrir novas perspectivas. 


Fonte: Revista Galileu

Pedidos de Internação de Usuários de Droga São 50% Maior em Ribeirão, SP: um terço de atendimentos da Defensoria são solicitações de tratamento.Este ano órgão recebeu 23 requerimentos de internação compulsória.


Um a cada três pedidos na área de saúde recebidos pela Defensoria Pública de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, são solicitações para internação e tratamento de dependentes químicos. Os defensores da área cível recebem por mês de 50 a 60 casos de todos os tipos.
Familiares que buscam a internação compulsória de usuários de droga – aquelas realizadas sem o consentimento do dependente – já são responsáveis por 23 pedidos este ano. O número 50% maior do que no mesmo período de 2011. “O mais grave é que o Poder Público não está preparado para receber essa demanda”, afirma o defensor Aluisio Iunes Monte Ruggeri Ré.
Para decidir pela internação o juiz, o defensor Vitor Hugo Albernaz Júnior explica que é analisado o laudo médico do paciente, e a renda familiar. “A Defensoria atende essas pessoas que não podem pagar um advogado, então é um perfil de família com até quatro salários mínimos de renda”, explicou.
Albernaz defende a implantação de um programa de reabilitação adequado. Segundo ele, hoje o que existe é somente um tratamento de emergência. “Um estudo nosso para, eventualmente, através de uma ação civil pública, exigir, tanto do município, quanto do Estado, uma atuação mais efetiva, criação de programas para cuidar dessas pessoas, locais, hospitais, clínicas, adequados para este tipo de tratamento”, afirmou.
Segundo dados da Coordenadoria de Saúde Mental de Ribeirão Preto, todos os dias de 15 a 20 dependentes aguardam vagas de internação na cidade. São 124 vagas em uma região de 1,2 milhão de pessoas distribuídas em 26 municípios.
A região conta com 80 vagas no Hospital Santa Tereza em Ribeirão Preto, 16 no Hospital estadual de Santa Rita do Passa Quatro e 28 no Hospital das Clínicas (HC) de Ribeirão Preto. No HC seis são para urgência, sete para enfermaria de internação breve e os outros 15 de leitos para longa duração.
Menores sem atendimento
O problema é mais grave no caso de crianças e adolescentes usuários de droga. A cidade não possui leitos para atender menores dependentes químicos. São apenas 20 leitos desse tipo em Descalvado.
 
Fonte:G1
 
Disponível em:<  http://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2012/02/pedidos-de-internacao-de-usuarios-de-droga-sao-50-maior-em-ribeirao-sp.html>. Acesso em: 24 fev. 2012.

Por Um Mundo Melhor: Lipovetsky e Serroy abordam os sintomas da desorientação da sociedade, vinculada à falência de valores fundamentais e à mudança radical de referências básicas


Em um mundo conectado por tantos fios não são apenas psicanalistas e sociólogos que se dedicam a pensar a vida em sociedade – a reflexão sobre os modos de vida contemporaneous tem mobilizado cada vez mais as pessoas. Há hoje uma profusão de intérpretes advindos das mais diferentes áreas e tendências, sejam representantes da ciência, da arte ou da religião. O fato é que muitos querem participar desse debate que não cessa de revelar novas e complexas facetas. A leitura de A cultura-mundo – Resposta a uma sociedade desorientada, de Gilles Lipovetsky e Jean Serroy, é uma excelente oportunidade para exercitar o espírito crítico e criar, a partir dele, visão própria de um mundo tão múltiplo.

Os autores são conhecidos por seu olhar crítico sobre as questões sociais. Filósofo e pesquisador, Lipovetsky tornou-se conhecido no Brasil por livros como A era do vazio e A felicidade paradoxal. Jean Serroy – assim como o seu parceiro nesta obra, professor da Universidade de Grenoble – dedicou-se ao estudo da literatura e do cinema e suas repercussões na cultura. Os dois estabelecem uma parceria bem-sucedida que nos oferece um conjunto afinado de reflexões e prognósticos, num ritmo que torna a leitura ágil e instigante. Em muitos momentos o leitor pode ser impelido a participar ativamente do debate proposto. A fluidez das ideias suscita indagações, embora as colocações não pareçam ter a pretensão de convencer ninguém mas, ao contrário, potencializar novas ideias e indagações.

Esse espírito começa com a nomeação do livro que, se por um lado marca a amplitude da proposta de pensar a sociedade interconectada não só em termos de lugares mas também de performances globais, por outro mostra como essa vastidão do mundo globalizado precisa ser compreendida também em suas expressões locais. Lipovetsky e Serroy propõem um modo de ver questões sociais pela óptica da cultura – uma via capaz de produzir e regular relações. Essa proposta nos leva a considerar vários sintomas daquilo que os autores chamam dedesorientação da sociedade, algo que não se deve apenas a uma falência dos valores fundamentais do humano, tampouco a um empobrecimento dos fundamentos que organizam as leis, o poder e o saber.

Para eles, tal desorientação se deve a uma espécie de mudança radical nas referências básicas, que surge com a nova ordem mundial. Quatro elementos, responsáveis pelo perfil dos tempos atuais, regem esse fenômeno: o hipercapitalismo (como força que sustenta a globalização financeira); a hipertecnicização (que embasa a difusão da técnica); ohiperindividualismo (que promove a ideia de superioridade do indivíduo sobre o coletivo) e ohiperconsumo (como fonte da busca incessante pelo prazer de comprar, possuir). Assim, segundo os autores, “esses princípios organizadores dominantes fizeram nascer uma cultura-mundo sem precedents na história, geradora de um novo mal-estar na civilização, de uma nova relação cultural”.

Eles reconhecem a existência de “uma cultura-mundo que não reflete o mundo, mas o constitui, o engendra, o modela, o faz evoluir, e isso de maneira planetária”. Os sofrimentos psíquicos visíveis no cotidiano revelam malefícios que esses princípios têm provocado. A fragilidade e a vulnerabilidade dos indivíduos causam aumento descontrolado do uso de drogas, depsicotrópicos e de cartões de crédito. Vivemos em um estado de “miséria subjetiva”, sem nos dar conta de que o consumo apenas apazigua temporariamente nossas verdadeiras faltas de afeto e reconhecimento de nossa própria presença no mundo. Embora as precárias condições de subjetivação sejam hoje patentes deflagradoras de degradação da dignidade pessoal, não se pode deixar de evidenciar o potencial humano para resistir e transformar adversidades. E é justamente para esse paradoxo que os autores chamam a atenção do leitor, assinalando que, embora a cultura-mundo expresse a universalização das experiências humanas, também há nela lugar para as singularidades culturais e suas potencialidades para as recriações das relações e expressões de afeto. Neste sentido, eles afirmam: “A lógica do hiperconsumo decerto é dominante, mas não onipotente. Evidentemente, esse processo não chega ao seu próprio fundo: criar, fazer melhor, progredir, tudo isso não foi de modo algum eliminado. Em primeiro lugar, por razões antropológicas: o homem não pode ser analisado independentemente dessa vontade de superação de si que Friedrich Nietzsche chamava de 'vontade de poder'”. 

Essa parece ser uma inflexão importante que pode reverter certa tendência que aponta o caos como destino inevitável para o futuro da humanidade. Na leitura feita por Lipovetsky e Serroy, é possível pensar em outra face dos fenômenos contemporaneous considerados nefastos. Contrapondo-se à noção de uma humanidade passiva, que autofagicamente consome aquilo que a destrói, os autores mostram que, embora a cultura do hedonismo prevaleça hoje, temos condições de barrá-la. E alertam: é preciso criar os contrapesos que nos permitam empreender a “cultura do futuro”.

Para isso, é fundamental levar em conta que, para além da globalização, há a subjetividade capaz de expressar contradições, ambivalências e paradoxos. Diante disso, não é possível escamotear tensões e sofrimentos psíquicos – apenas o enfrentamento nos permitirá buscar nova ordem para o mundo. Assim, da desorientação que nos aflige pode brotar um conjunto de movimentos capazes de viabilizar outra orientação. Uma sugestão deixada pelos autores é abrir se para diferentes frentes que tenham como diretrizes gerais a valorização das potencialidades dos indivíduos, a flexibilização e disponibilidade para o outro. Enfim, o cultivo de valores e referências que sustentem a reinvenção da vida, por meio do diálogo e da descoberta de si mesmo. Aí está nosso desafio...
 
Fonte: Revista Mente e Cérebro 
 
Disponível em:<http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/por_um_mundo_melhor.html>. Acesso em: 24 fev. 2012.