
Durante a 14ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em dezembro de 2011, em Brasília, mais de 3 mil participantes de todo o país apoiaram uma Carta Aberta à Sociedade Brasileira, em que priorizam um SUS descentralizado e estruturado no controle social. A diretriz de participação mais efetiva da população começa a ganhar representatividade nos fóruns de discussão.
Um dos pontos principais que fazem parte da pauta de reivindicações é que as políticas de promoção da saúde sejam organizadas com base no território, de forma regionalizada e tenham participação intersetorial, ou seja, articulem a vigilância em saúde com a Política Nacional de Atenção Básica e as mesmas sejam financiadas pelas três esferas do governo. Trocando em miúdos, há uma mobilização contra a possibilidade de privatização do sistema.
A sociedade civil defende uma gestão totalmente pública e que a participação dos cidadãos seja ampliada, principalmente no que tange aos segmentos mais excluídos – que são as populações indígenas, do campo e da floresta, a população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais (LGBT), para que se combatam racismos e discriminações e exclusão da cidadania.
A luta nada mais é do que exigir o que está determinado em lei: acesso à saúde e garantia de conseguir todos os serviços. Na lista de reivindicações, segundo Rita de Cássia, está a inclusão da violência doméstica e de gênero, que tem pouca visibilidade na saúde pública. “Além da delegacia, a mulher precisa ter assistência quanto à violência sexual, que inclui teste para detecção do HIV, a pílula do dia seguinte, entre outros serviços. Onde está essa rede de apoio permanente, que precisa de psicólogos, assistentes sociais, entre outros?”, questiona.
A violência institucionalizada, baseada em falta de condições adequadas nas unidades públicas de atendimento à mulher, também deve ser priorizada, de acordo com a especialista. “A taxa de mortalidade materna é altíssima no Brasil e estão aí os Objetivos do Desenvolvimento do Milênio (ODM), que reforçam esta questão, com diretriz de redução mundial (hoje, o Brasil registra 68 mortes para cada 100 mil nascidos vivos. A meta da ONU é cerca de 35 para cada 100 mil até 2015). A questão do parto e do aborto legal tem grande déficit também de rede de apoio no SUS. Por exemplo, a gestante faz o pré-natal, mas não tem garantia da vaga para fazer o parto natural.”
“Entre as lacunas, ainda está a saúde do homem (urologia). Existe um grande problema com relação à incidência de câncer de próstata. Outras áreas que precisam de melhor retaguarda são a saúde mental e a estratégia da saúde de família. Não adianta ter só o médico e a enfermeira disponíveis, se há chance de existir um problema mais grave que exigirá uma referência para onde encaminhar o paciente”, explica a especialista.
Leia matéria completa: http://sociologiacienciaevida.uol.com.br/ESSO/Edicoes/39/-a-area-da-saude-e-uma-das-mais-complexas-249933-1.asp
Fonte: Revista Psique Ciência e Vida
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Fonte: Revista Psique Ciência e Vida
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