É provável que a pele tenha sido a primeira “tela” de nossos ancestrais – antes mesmo que as paredes das cavernas fossem decoradas com cenas de caçadas, já que a ornamentação do corpo parece ter sido usada muito antes de qualquer outra forma de expressão gráfica. Bem antes do surgimento da linguagem era nas formas coloridas no corpo que se exprimiam desejos, crenças, conceitos, e era impressa a própria história. Usava-se a pintura em diversas ocasiões como a guerra, a caça e os rituais religiosos. Os índios brasileiros, séculos depois, adotaram práticas semelhantes, e continuamos fazendo isso ainda hoje, como expressão de arte ou como uma manifestação cultural.
Entre os indígenas, a pintura corporal tem sentidos diversos, não somente como expressão da vaidade, mas também para ressaltar valores e transmiti-los. É usada na preparação para a guerra e como forma de afastar os maus espíritos. Em muitas etnias indica a distinção e divisão hierárquica social – embora haja registros de grupos que a usam apenas segundo suas preferências. Para os povos primitivos há também a busca pela estética perfeita, daí a pintura ser tão presente em rituais de embelezamento e cerimônias que marcavam a formação de casais – nada muito diferente do que acontece hoje nas festas de casamento ou mesmo quando as mulheres se arrumam para agradar aos pretendentes. O mais interessante é que nos últimos anos a ciência tenha buscado comprovar o que nossos ascendentes sabiam há muito tempo: um pouco de cor pode deixar a vida mais interessante.
Fonte: Revista Mente e Cérebro
Disponível em:<http://www2.uol.com.br/
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