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quinta-feira, 31 de maio de 2012

O Futuro da Informação: Em visita ao Brasil, o historiador Robert Darnton fala sobre o futuro do jornal com o avanço da internet. Além disso, anuncia que biblioteca virtual com 2 milhões de livros do acervo de Harvard será inaugurada em 2013


Em visita ao Brasil, o historiador norte-americano Robert Darnton conversou com jornalistas sobre o futuro do jornal e do livro com o avanço da internet. Diretor da biblioteca de Harvard e pesquisador da História Moderna, Darnton declarou que acredita na permanência dos grandes nomes da mídia mundial e que o atual desafio é descobrir formas de se financiar o trabalho do repórter na web.
Além disso, o pesquisador trouxe boas notícias: em 2013, Harvard, em parceria com empresas privadas dos Estados Unidos, vão inaugurar um portal online, que funcionará como uma grande biblioteca gratuita. O banco de dados vai poder ser acessado de todas as partes do mundo, abarcando um universo de 2 milhões de obras publicadas até 1923.
Em 2010, Darnton concedeu uma longa entrevista à Revista de História, na qual falou sobre os temas e ainda mencionou o perigo do monopólio do Google em relação ao controle da informação na rede. Confira a conversa abaixo:
 Robert Darnton não acredita na morte. Ao menos em certas circunstâncias. Na Festa Literária Internacional de Paraty deste ano, no meio de um dos debates dedicados ao mercado das obras virtuais, declarou: “Tivemos a morte dos autores, dos livros e das bibliotecas. Quero dizer aqui: eu não acredito na morte!” Foi assim, como a maré alta que percorre as ruas da velha Paraty, que esse renomado historiador americano, especialista na França do século XVIII e em temas ligados ao Iluminismo, dominou as atenções da Flip, fazendo ferver o debate sobre o Google e a expansão dos livros virtuais. Este é um tema caro a Darnton. Em 2007, ele assumiu a direção da Biblioteca da Universidade de Harvard e tomou para si a missão de digitalizar e tornar acessível a produção intelectual da famosa universidade.

Darnton nasceu em Nova York em 1939. Autor de O Grande Massacre de Gatos e outros livros de títulos estranhos (O Beijo de Lamourette, Os dentes falsos de George Washington), ele vem de uma família de jornalistas sem muito dinheiro. Com uma bolsa de estudo atrás da outra, graduou-se em Harvard, fez o doutorado em Oxford e virou professor em Princeton. “Hoje não me sinto mais à margem; faço parte de uma elite, mas me identifico com figuras intermediárias”, diz Darnton, citando outros pesos pesados que, como ele, transitaram entre esferas culturais diversas, como Rousseau e Diderot.

O escritor recebeu a equipe da RHBN durante a Festa Literária Internacional de Paraty e falou de sua trajetória acadêmica, dos novos desafios à frente da Biblioteca de Harvard, do perigoso monopólio do Google, da visita ao Brasil e do fascínio pelo conceito iluminista de República das Letras. Para ele, a missão do historiador seria informar sobre a condição humana tal como ela foi vivida no passado. E há um lema que o orienta nesse exercício, uma citação de Erving Goffman que pontua toda esta entrevista: “O que está acontecendo aqui”?

Leia entrevista completa: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/entrevista/o-futuro-na-rede
 
Fonte: Revista de História da Biblioteca Nacional

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