Tratar ou não um transtorno psiquiátrico durante a gravidez não é uma decisão fácil. Se por um lado não há medicações psiquiátricas 100% seguras na gestação, de outro há um risco maior ainda na retirada abrupta dos remédios, sem orientação médica. Nem mesmo o Ministério da Saúde tem diretrizes gerais definidas sobre o assunto, uma vez que as recomendações são diferentes para cada paciente.
O dilema da gestante com transtornos psiquiátricos foi discutido neste mês no 8º Congresso Brasileiro de Cérebro, Comportamento e Emoções, em São Paulo. Mulheres são, justamente, as mais afetadas por doenças desse tipo: correm um risco 50% maior que os homens de ter depressão, por exemplo, o distúrbio psiquiátrico mais comum. O Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) tem até um ambulatório específico para gestantes, comandado pela psiquiatra Vera Tess.
“Por total falta de informação, a maioria para de tomar o remédio por conta própria ou por pressão da família quando se descobre grávida”, diz Vera. A psiquiatra conta que as mulheres não imaginam que a própria doença pode trazer sérios riscos para a gestação. “Quando uma paciente com depressão abandona os remédios sem orientação, ela pode piorar, pois a gravidez já é um momento de maior vulnerabilidade para a eclosão de problemas psiquiátricos”.
Nos casos de depressão, a adesão ao pré-natal também é menor entre aquelas que não se tratam, o que leva a um mau prognóstico para o bebê. “Também é frequente que essas mulheres fumem mais, bebam mais e usem drogas”, completa. Ela cita, ainda, o risco de crises após o parto. E observa que a depressão da mãe, nesse período, pode provocar falhas no desenvolvimento cognitivo e emocional do bebê. As informações são do Jornal da Tarde.
Fonte: Revista VEJA
Disponível em:<http://veja.abril.com.br/
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