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quinta-feira, 3 de maio de 2012

Encare as Adversidades:


A tendência do cérebro é sempre buscar a rotina, pois ele é naturalmente configurado para gerar uma série de repetições. Por conta disso, em algumas situações de mudança, os medos são inevitáveis, como buscar um emprego, iniciar um relacionamento ou enfrentar um novo desafio na empresa em que já atuamos. Como, então, encarar essas sensações que surgem no cotidiano sem receios? Antes de tudo, precisamos entender que toda novidade traz sempre três sensações básicas negativas: inadequação, ridículo e desvalorização. Provavelmente você já passou por uma situação em que ficou exposto a essas sensações.
Mudar de emprego ou obter uma posição melhor na empresa é o objetivo de muitos, mas quantos realmente se dispõem a alcançar essa meta? Existem pessoas que, antes mesmo de tentar, focam nas dificuldades e duvidam da própria capacidade, ou seja, limitam a visão aos pontos negativos e desistem de antemão. Afinal, a atual situação transmite a sensação de maior estabilidade, pois não exige esforço necessário para romper barreiras de verdades aceitas.
A sensação de inadequação, por exemplo, é muito comum nos tímidos, que por medo da exposição e de se sentirem desvalorizados diante de outras pessoas, alimentam a postura reservada. É o mesmo caso daquele funcionário que se destaca por seus bons resultados, porém em uma reunião externa some. O medo de ser questionado, como “O que você acha disso?” ou “Quais são suas sugestões para que façamos isso?”, imediatamente faz o indivíduo ter a sensação de uma possível rejeição. Para evitar isso, por mais que domine o assunto, ele configura o seu pensamento para ficar invisível em situações consideradas de grande exposição. Afinal de contas, pensa, “é melhor passar despercebido do que ser exposto, pois o que importa são as metas batidas”.
 
Outra consequência da inadequação é o receio frequente do abandono. Dentro da memória inconsciente encontramos traumas do passado, experiências dolorosas e limitadoras, feridas não cicatrizadas que precisamos trazer à consciência, cuidar e curar, às vezes, com a ajuda de um profissional especializado, pois são capazes de sugar nossa energia vital necessária para as mudanças. É como passar por um relacionamento que não deu certo e carregar apenas as lembranças ruins. Com esse cenário em mente, a pessoa cria barreiras que vão matando a intensidade do amor, até que ele deixe de existir. A trajetória faz você destruir aquilo que deseja por trazer à tona apenas os pontos negativos do relacionamento anterior.
A sensação é inevitável e involuntária. O importante é criar ferramentas que ajudarão a enfrentar as situações de frente, pois quando a pessoa não mantém o foco no objetivo, ela gera a desmotivação e esfria o ímpeto de atingir o resultado. Com isso, sem que perceba, aos poucos o compromisso com o sonho cai no esquecimento e deixa de ser uma prioridade. Quem opta por seguir esse caminho geralmente não evolui, pois não consegue interpretar o cenário e acaba por escolher apenas pelos padrões conhecidos, que o condiciona a encontrar aquilo que está habituado a enxergar, como, em muitos casos, as possibilidades de fracasso e sofrimento. Para mudar não há fórmulas mágicas, mas precisamos utilizar ao máximo a nossa vontade consciente, direcionar a nossa atenção para o novo comportamento e ter uma prática mental e física persistente, constante e repetitiva para deixar novos traços permanentes em nosso cérebro. Muitas vezes, fazemos poucas e fracas tentativas e, logo em seguida, desistimos.
Com atenção direcionada e intenção consciente criamos uma representação interna, uma imagem mental, daquilo que queremos, tão real que começamos a formar no nosso cérebro novas conexões, que serão depois arquivadas como lembranças e que ficam à disposição para ser utilizadas quando necessário. Nesse momento, a mudança visualizada na mente está fisicamente presente no cérebro. Do imaginar, passamos ao fazer e aos exercícios de atos voluntários que vão dirigir a pessoa ao início do caminho que quer realmente percorrer. E, finalmente, alcançar com mais naturalidade a transformação desejada. Como podemos ver, trata-se de um processo de transformação e não apenas uma mudança rápida e brusca de atitude.
A nossa memória inconsciente nos “obriga”, muitas vezes, a pensar e agir de forma automática. Por isso, não é fácil mudar. É importante estar disposto a se conhecer, desmontar a sensação de repetição que estamos condicionados e manter a motivação. Focar nos objetivos com a predisposição de enfrentar o desconhecido de forma positiva é o primeiro passo. Exercitando a nossa mente, focando a atenção nos pensamentos e nas imagens mentais que queremos, sentindo a emoção envolvida, modelamos e reorganizamos as nossas células cerebrais como se estivéssemos fazendo realmente aquelas ações. Invista mais no inesperado se quiser resultados diferentes para questões antigas, a resposta do que fazer estará sempre em você.
 
Fonte: Revista Psique Ciência e Vida
 
Disponível em:<http://psiquecienciaevida.uol.com.br/ESPS/Edicoes/76/encare-as-adversidades-estimule-a-mente-e-crie-novas-256301-1.asp>. Acesso em: 02 maio 2012.

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