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quarta-feira, 9 de maio de 2012

Falta de Vagas Para Tratamento de Dependentes Eleva Preços: saúde tem estimativa que 9 mil pessoas usam o crack, mas possui apenas 62 leitos públicos.


Famílias de dependentes químicos apontam que a falta de leitos públicos para tratamento tem elevado o preço das clínicas particulares. Além disso, clínicas estariam exigindo pagamento adiantado e cheques pré-datados, segundo os familiares. O coordenador da Saúde Mental de Ribeirão Preto, Alexandre Souza Cruz, diz que denúncias já foram levadas até a coordenação. A estimativa é que pelo menos 9 mil pessoas usam crack em Ribeirão Preto. No total, são 62 leitos públicos oferecidos.
"Devo fazer uma reunião com o Procon esta semana exatamente para me informar como agir corretamente nesses casos", diz Cruz.
Segundo o coordenador, as clínicas se aproveitam do vácuo deixado pelo Estado na questão de falta leitos. Ribeirão conta com 26 leitos do Estado (HC e Santa Tereza), 16 do hospital de Santa Rita do Passa Quatro e 20 municipais, em comunidade terapêutica.
O secretário da Saúde, Stênio Miranda, aponta que a falta de leitos não é problema. Segundo ele, a internação não é o tratamento adequado.
O diretor regional do Procon de Ribeirão Preto, Paulo Garde explica que as pessoas que procuram por essas clínicas não devem assinar notas promissórias ou deixar cheques cauções, ou mesmo vários cheques já pré-datados. A presidente da Associação Parentes e Amigos de Dependentes Químicos de Ribeirão Preto, Marisa Alcântara, diz que falta iniciativa pública e não há vagas suficientes.
Uma mulher de 40 anos, que não quis se identificar, afirma que mal consegue pagar as mensalidades. "Minha mãe aposentada é quem me ajuda a pagar a mensalidade de R$ 1,5 mil mensal para manter meu filho", afirma.
Outro pai de 65 anos, que também pede para não ser identificado, diz que já pagou várias multas porque a filha já foi internada oito vezes e ainda não completou o tratamento.
A reportagem entrou em contato com duas clínicas citadas pelas famílias que afirmaram que os pagamentos devem ser feitos adiantados, porém, há possibilidade de parcelar ou pagar em cheque. Além disso, as duas clínicas dizem oferecer a opção de boleto bancário.
Secretário diz que internação não pode ser regra
O Secretário da Saúde de Ribeirão Preto, Stênio Miranda, afirma que o aumento de clínicas que pedem preços altos pelo tratamento ocorre pela disseminação da ideia de que a internação é o tratamento adequado.
"Não compartilho com essa ideia, que tem ficado cada vez mais arraigada e vem se alastrando. Os casos de internação de alguns pacientes são indicados por curtos períodos, em situação que fogem à regra, e para pacientes que estejam com intoxicação. Mas essas pessoas não devem ser retiradas do convívio da família", diz.
Atualmente a prefeitura mantém 20 vagas para internação com a comunidade terapêutica Rarev e reconhece que o número precisa aumentar, mas Stênio diz que não para atender todos os casos, pois a secretaria está aparelhada com as unidades básicas e os CAPS, além dos leitos do estado no HC e no Santa Tereza.
 
Fonte: Associação Brasileira de Psiquiatria
 
Disponível em:<http://abp.org.br/2011/medicos/imprensa/clipping-2>.Acesso em: 08 maio 2012.

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