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segunda-feira, 14 de maio de 2012

Terapia Baseada no Comportamento de Animais Ajuda a Tratar Crises de Pânico

Baseada no comportamento dos bichos em situação de perigo, a terapia de experiência somática ajuda os seres humanos a saírem do estado de choque e partirem para a autodefesa



Os pais de José Bento*, hoje com 31 anos, se separaram quando ele tinha 7. Daí em diante, o procurador passou a ter uma relação conflituosa com o pai, com brigas contínuas que duraram até ele completar 22 anos — quando fizeram as pazes. Essa situação foi uma das primeiras a marcar a vida do procurador, que, na época da faculdade, bebia quase todos os dias e, ao longo do tempo, se tornou uma pessoa cada vez mais ansiosa e tensa, que se sentia perseguida. Para completar, mais recentemente, o suicídio de um colega de trabalho próximo a ele o assustou, fazendo-o se questionar se a vida tinha sentido. “Eu ficava muito ligado a qualquer notícia sobre morte, achava que todo mundo estava morrendo e isso me apavorava. Fui ao psiquiatra, que identificou em mim um quadro de ansiedade intensa, mas, após certo período, fui diagnosticado com estresse pós-traumático”, relata. José Bento é um exemplo clássico de como fatores diversos levam uma pessoa a desenvolver transtornos do trauma, que afetam tanto o psicológico quanto o organismo do indivíduo. Felizmente, um tratamento chamado experiência somática (SE, na sigla em inglês) vem o ajudando a se recuperar desse problema.

A terapia foi desenvolvida pelo biofísico Peter Levine, diretor do Instituto de Experiência Somática do Trauma, nos Estados Unidos. Ele explica ao Correio que os transtornos do trauma apresentam vários sintomas, inclusive físicos. “A pessoa pode sentir dores de cabeça constantes sem nenhum motivo aparente, desenvolver tiques nervosos, ter paralisia facial, sofrer provisoriamente a atrofia de algum membro, ter cólicas intensas, irritação, ansiedade, medo, insegurança, explosões de raiva, depressão e incapacidade para lidar com as frustrações do dia a dia”, enumera. Todas essas sensações, contudo, geralmente são reprimidas pela própria pessoa, com medo de parecer emocionalmente vulnerável.
Fonte: Correio Brasiliense
 
Acesso em: 14 maio 2012.

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