Apesar de haver mais de 35 milhões de pessoas com Alzheimer no mundo segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), os cientistas ainda não sabem com certeza as causas da doença. Recentemente, porém, um estudo conduzido pelo neurocientista Thomas Arendt, da Universidade de Leipzig, na Alemanha, apontou um caminho para novas descobertas: os neurônios hiperploides, que têm pares de cromossomos em excesso. Em organismos saudáveis, os neurônios apresentam apenas um composto de cromossomos duplos. Quando, por algum motivo, esse número aumenta, as células tendem a entrar em processo de apoptose (morte programada), provavelmente porque o cérebro tolera apenas certa quantidade de neurônios alterados. Um limite que, segundo Arendt detectou, não parece ser respeitado no cérebro de pessoas com Alzheimer. A equipe do neurocientista analisou o cérebro de pessoas falecidas que, durante a vida, apresentaram o distúrbio. Observou-se que neurônios atípicos já se acumulavam mesmo no início da doença. Em estágios avançados, a quantidade de células hiperploides voltava a cair – provavelmente porque parte delas havia morrido. Essa descoberta ainda não oferece perspectivas para o tratamento, pois o hiperploidismo, ao que tudo indica, é irreversível. Mas os pesquisadores pretendem investigar se a anomalia cromossômica está associada ao surgimento do Alzheimer e se influências durante a gestação podem estar relacionadas ao distúrbio.
Fonte: Revista Mente e Cerébro
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