Acadêmica de Jornalismo do CEULP/ULBRA
Muitas pessoas têm mania de pegar um fio de cabelo, enrolar e arrancar da cabeça, ou até mesmo da sobrancelha, ou outras partes do corpo, em momentos de ansiedade e nervosismo. Mas isso pode se tornar constante e acarretar sérios problemas de saúde. Nos casos mais graves, as pessoas ficam calvas ou com grandes falhas no couro cabeludo.
A Tricotilomania é um distúrbio caracterizado por arrancar cabelos sem fins estéticos. O distúrbio pode ser transitório, episódico ou contínuo e sua intensidade pode variar. A pessoa pode passar semanas ou meses sem apresentar este comportamento e, de repente, recomeçar. Existem diversos graus, desde pequenas falhas nos cabelos ou áreas de Alopécia até calvície total. Essa sensação de arrancar os cabelos é aliviada quando um fio de cabelo ou pelo é arrancado inconscientemente, causando prazer.
O primeiro passo para descobrir a tricotilomania é ir ao dermatologista. A doença só é diagnosticada depois do médico descartar três hipóteses - esquizofrenia, retardo mental e depressão associada a algum tipo de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC).
Depois do diagnóstico, o tratamento é feito por um médico terapeuta comportamental com medicamentos depressivos e ansiolíticos para os adultos e, no caso das crianças, com sessões de terapia.
Apesar de, no Brasil, 47% dos casos de tricotilomania são diagnosticados em mulheres. A doença pode iniciar desde criança e normalmente atinge a fase adulta até os 29 anos, os homens também têm esse tipo de transtorno.
P.L., 36 anos, que prefere não se identificar, disse que ficou assustado quando foi consultar um psicólogo. "Ele me disse que o que eu tinha não era simplesmente uma mania e sim, uma doença, um transtorno de falta de controle de impulsos. Eu já tinha perdido muitos fios no cabelo, sentia uma vontade constante em arrancá-los, e fui ficando careca, com pouco cabelo, até que raspei e uso boné pra tentar esconder. No início era mais complicado, como ia explicar para as pessoas, elas não entendem. Depois fui começando a tirar o boné, e hoje eu já consigo andar sem ele."
P.L., 36 anos, que prefere não se identificar, disse que ficou assustado quando foi consultar um psicólogo. "Ele me disse que o que eu tinha não era simplesmente uma mania e sim, uma doença, um transtorno de falta de controle de impulsos. Eu já tinha perdido muitos fios no cabelo, sentia uma vontade constante em arrancá-los, e fui ficando careca, com pouco cabelo, até que raspei e uso boné pra tentar esconder. No início era mais complicado, como ia explicar para as pessoas, elas não entendem. Depois fui começando a tirar o boné, e hoje eu já consigo andar sem ele."
Essas pessoas sabem perfeitamente que esse comportamento não é saudável mas não conseguem resistir ao impulso. Esse comportamento costuma começar ainda na infância ou adolescência e durar por toda a vida, levando-as a uma calvície precoce.
Quando a perda de cabelo fica visível e difícil de esconder, os indivíduos podem se isolar socialmente para não mostrar aos outros, agravando sua baixa auto-estima, depressão e ansiedade. Mesmo que não se isolem, críticas ao cabelo também tem efeito similar de agravar os fatores que desencadeiam o transtorno e assim aumentarem a frequência de arrancar cabelos ao invés de diminuir.
Segundo especialistas, a tricotilomania torna-se grave quando, além de arrancar os cabelos, a pessoa passa também a engolir os fios. Essa ação é chamada de 'tricofagia' e, dependendo do caso, pode gerar um "tricobezoar" - quando é formado um 'bolo' de cabelo no estômago. A tricofagia pode se manifestar principalmente em crianças e causa enjoo e perda de peso, vômito, náuseas. Nesse caso, é necessária uma cirurgia para retirar o novelo de cabelos que se acumula no estômago e até nos intestinos.
Outros transtornos de ansiedade também podem ser fatores desencadeantes da doença, assim como distimia, uma forma mais leve de depressão. Está associada a baixa auto-estima, impulsividade e insegurança. Existe uma tendência genética a esse transtorno, relacionada a serotonina, que causa vulnerabilidade a transtornos de humor e ansiosos.
O principal tratamento para a tricotilomania é um tipo de terapia comportamental chamado de treinamento de reversão de hábitos. Com esta abordagem, uma pessoa com tricotilomania primeiro aprende a identificar quando e porque ela tem o desejo de puxar os cabelos. Esta técnica também ensina formas mais saudáveis de relaxamento e outros comportamentos mais adequados para reduzir o estresse no momento de grande tensão. Esta nova atividade, chamada de resposta competitiva, pode ser tão simples como fazer um punho com a mão ou massagear as têmporas, não só para responder ao estresse como também para ocupar as mãos usadas para puxar o cabelo.
Remédios para a ansiedade podem ser utilizados como parte do tratamento. Uma vez recuperada dos traumas, há chances de os fios de cabelo voltarem a crescer. Contudo, o processo demora, em média, de dois a seis anos quando os cabelos foram arrancados pela raiz.
Especialistas recomendam o uso de chapéu, lenço ou boné para cobrir a área danificada ou raspar o cabelo para evitar desconforto social. O isolamento social pode agravar a depressão e ansiedade.
Fonte: (EN)Cena
Disponível em: http://ulbra-to.br/encena/
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