O físico Adenauer Casali criou um método para medir o nível de consciência de pessoas com dano cerebral
Edição 212 - Outubro de 2013

Ao término da escola conheceu o professor Marcello Massimini, da Universidade de Milão, que estava montando um laboratório de estimulação magnética transcraniana e eletroencefalograma e precisava de alguém para fazer a programação das ferramentas de processamento e análise de sinais. “Como tinha aprendido programação na faculdade, aceitei a proposta”, relata. Durante cerca de um ano ele desenvolveu programas para o laboratório e a partir de 2007 foi contratado como pesquisador. “Percebi o enorme potencial da técnica e decidi estudar fisiologia para, no início de 2009, submeter um projeto científico de doutorado na área.”
Em seu doutorado, defendido em janeiro de 2012 na Escola de Medicina da Universidade de Milão, Adenauer desenvolveu, em colaboração com Massimini, um novo método para medir o nível de consciência de pessoas com dano cerebral. “É uma medida objetiva que funciona como uma escala do nível de consciência”, diz.
Batizado de PCI (índice perturbacional de complexidade), o método ganhou a capa da revista Science Translational Medicine da edição de 14 de agosto. “A publicação chamou a atenção de grupos europeus e americanos para o uso da técnica na pesquisa clínica, não só para medir o nível de consciência, mas também para auxiliar no diagnóstico e prognóstico de outras condições em que áreas do cérebro podem estar alteradas, como na esquizofrenia e depressão”, relata. De volta ao Brasil em 2012, continuou colaborando com grupos estrangeiros, como o de Milão, a Universidade de Liège, na Bélgica, e a Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, já que a técnica não é empregada ainda em pesquisa clínica no Brasil. Desde julho deste ano, após ser convidado pela professora Maria Cláudia Irigoyen para trabalhar com processamento de sinais cardíacos, faz pós-doutorado no Instituto do Coração (InCor).
Para Adenauer, o que lhe permitiu transitar por universos tão distintos foi a flexibilidade que ganhou com sua formação nas ciências exatas. “Aprendi a lidar com dados de modo organizado, o que é comum a várias áreas do conhecimento.”
Fonte: Pesquisa Fapesp
Disponível em: <http://revistapesquisa.fapesp.br/2013/10/17/pelos-caminhos-do-conhecimento/ >. Acesso em: 12 nov. 2013
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