Powered By Blogger

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Compulsão alimentar: quando comer se torna um problema

Por Jéssica Rodrigues Lima 
Acadêmica de Jornalismo do CEULP/ULBRA

A compulsão alimentar é um distúrbio químico que acontece por um desequilíbrio nos mecanismos da fome e saciedade. O problema geralmente está associado a sentimentos de ansiedade e depressão. O indivíduo que apresenta esse problema demora a se sentir satisfeito ou sente necessidade de comer sempre, quase sem intervalo entre as refeições. Os compulsivos não ingerem apenas alimentos gordurosos e pesados, mas qualquer coisa em grande quantidade.
      
O transtorno atinge de 2% a 4% da população mundial, segundo dados da Associação Americana de Psiquiatria. Entre os obesos, esse índice sobe para 6% e pode alcançar até metade dos indivíduos mórbidos, com IMC acima de 40. A cada quatro pessoas com compulsão, três são obesas, porque consomem muito mais calorias do que o corpo precisa por dia.
A serotonina é o hormônio responsável pela sensação de bem-estar. Logo depois de comer, há uma liberação generalizada pelo corpo. A chegada dessa substância até o cérebro é um dos mecanismos da saciedade. O hipotálamo – estrutura no meio do cérebro que controla a fome, a sede e a temperatura – aumenta a saciedade e conclui que a pessoa já pode parar de comer.
      
Quando ocorre um desequilíbrio nesses mecanismos, o indivíduo apresenta sinais como perda do controle sobre o que é consumido; comer escondido, sem vontade ou até passar mal; mastigar e engolir rápido demais e sentir culpa depois. Como consequência, 75% das pessoas com esse distúrbio ganham muito peso, pois consomem mais calorias do que precisam por dia. Aquelas que não engordam é pelo fato de terem compensação calórica inconsciente ou um metabolismo muito bom.
Muitos indivíduos compulsivos também sofrem de depressão, ansiedade e outros transtornos. A compulsão pode ainda estar associada a um transtorno bipolar e a uma personalidade de excessos, como acontece com compras e drogas, por exemplo. Os episódios são mais frequentes no fim da tarde e à noite, quando a pessoa chega a consumir até 50% das calorias totais daquele dia. Um compulsivo pode chegar a consumir cerca de 15 mil calorias em 2 horas, quando um adulto normal precisa apenas de 2 mil calorias por dia para viver.
As complicações médicas da compulsão alimentar são várias e estão relacionadas diretamente com o aumento da ingestão calórica e suas repercussões. As principais são obesidade, infarto, pressão alta, aumento do colesterol, diabete, complicações cardíacas e problemas osteomusculares e articulares.
A estudante de Jornalismo, Anny Karoliny de Almeida Marques conta que a ansiedade foi o fator motivador para um quadro de compulsão alimentar, onde muitas vezes comia sem ter fome. “Eu estava acima do peso, por isso me sentia desconfortável. Desse modo, resolvi procurar um endocrinologista e nutricionista. Depois de algumas consultas e conversas, verificamos que em alguns momentos poderia estar me alimentando sem sentir fome, apenas por comer e em algumas vezes em grande quantidade e horários não indicados”, afirma. A estudante ainda relata que o tratamento se deu a partir de medicamentos para controlar a ansiedade e consequentemente diminuir a vontade de comer. Para ela, o tratamento é benéfico para a saúde física e psicológica, quando seguido corretamente. Ter hábitos saudáveis é uma escolha de vida que todos devem fazer.
No caso de doenças crônicas e psiquiátricas, como a compulsão alimentar, raramente se fala em cura, mas em tratamento. O tratamento é comportamental, com mudança de estilo de vida, reeducação alimentar e exercícios. Também se pode incluir o uso de antidepressivos e indutores de saciedade. O objetivo do tratamento é o controle dos episódios de comer compulsivo. O acompanhamento clínico é necessário devido os riscos clínicos da obesidade.

Fonte: (EN)Cena

Disponível em: <http://ulbra-to.br/encena/2013/11/13/Compulsao-alimentar-quando-comer-se-torna-um-problema>. Acesso em: 18 nov.2013

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.