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segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Cleptomania: doença psiquiátrica que gera compulsão em furtar

Por Odenice Rocha 
Acadêmica de Jornalismo do CEULP/ULBRA

A cleptomania é uma doença psiquiátrica crônica caracterizada pela necessidade impulsiva de furtar objetos. No DSM IV, classificação de doenças mentais norte americana, trata-se de um fracasso recorrente em resistir a impulsos de furtar objetos, embora esses sejam desnecessários para o uso pessoal ou por seu valor monetário. Em geral, os objetos furtados são coisas que o sujeito tem poder aquisitivo para obter, já que normalmente não se trata de objetos de grande valor comercial, justamente porque o prazer está no ato de furtar, e não em possuir o objeto que, na maioria das vezes, é dispensado. Em alguns casos, o objeto é jogado fora ou se torna presente para alguém. Há casos ainda em que o sujeito coleciona os objetos furtados, ou ainda os devolve ao local do furto sem levantar suspeitas.
               
diferenciada de atos comuns de roubo ou furtos em lojas. Estudos em lojas mostram que em menos de 5% dos roubos estavam envolvidos cleptomaníacos. O furto comum é planejado, deliberado e motivado pela utilidade do objeto ou por seu valor monetário. Há casos em que ladrões buscam se passar por doentes para justificar os assaltos que comete, mas já foi comprovado que a pessoa realmente doente rouba objetos sem valor sendo que em casos isolados roubam algo de valor. Portanto, em casos de roubos de alto valor deve-se estudar detalhadamente o histórico da pessoa para que um criminoso não seja confundido com um doente psiquiátrico.
Geralmente a compulsão começa no final da adolescência e continua por vários anos da vida adulta. 
A incidência da cleptomania no mundo todo é estimada em aproximadamente 6 casos por 1000. Dentro desses seis casos está uma cliente de Ana Paula, que prefere não expor o nome da sua loja.  "A cliente tinha um poder aquisitivo, tinha condições, constantemente estava em minha loja, pelo menos uma vez na semana, fazíamos lançamentos de coleção e ela sempre estava presente, mas nunca notamos nada, pois ela comprava várias peças de jóias. Certo dia em um lançamento, ocupada em receber novas clientes, ela sutilmente abriu uma bolsa pequena que carregava nas mãos  e discretamente pegou uma pulseira que estava em amostra na prateleira. No momento não vi, mas minha funcionária afirmou ter visto. Confesso que acreditei muito pouco, pois era uma das minha melhores clientes. Senti falta da peça, mas não acreditava. Então fiz um teste, certa manhã chegou em minha loja, toda arrumada, como sempre, com roupas caras. Perguntei se aceitava uma água e fui buscar pra ela. Enquanto saí, ela olhou para os lados para ver se ninguém via e pegou um relógio e colocou a bolsa, aí sim acreditei e percebi que era doença, uma compulsão, pois ela tinha como comprar".
Aparentemente, a pessoa portadora de cleptomania é completamente normal em todas as outras áreas psíquicas. Não há nenhum traço que identifique algum descontrole emocional em outras atividades psíquicas como em algumas outras doenças mentais, ou seja, não é possível identificar o cleptomaníaco se ele não furtar objetos. Acredita-se que cleptomaníacos possam ainda apresentar sinais de depressão, ansiedade, anorexia e outros transtornos associados. A maior dificuldade é iniciar o tratamento, porque grande parte dos cleptomaníacos não procura ajuda especializada, uma vez que tem vergonha ou não admite a seriedade de sua condição. 
O tratamento dos casos de cleptomania inclui acompanhamento psicológico e, em alguns casos, farmacológico, com medicamentos como antidepressivos e ansiolíticos. O tratamento psicológico consiste, na maioria das vezes, em utilizar técnicas como a Dessensibilização sucessiva, a Dessensibilização imaginária, ou ainda, em técnicas que buscam significar o furto, a ansiedade e o prazer dele decorrentes.

Fonte: (EN)Cena
 
Disponível em: <http://ulbra-to.br/encena/2013/11/15/Cleptomania-doenca-psiquiatrica-que-gera-compulsao-em-furtar>. Acesso em: 18 nov. 2013

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