Apesar de as causas do autismo ainda não estarem totalmente esclarecidas, diversas pesquisas indicam que hormônios sexuais podem contribuir para sua ocorrência, já que o distúrbio é quatro vezes mais comum em meninos. Agora, um estudo publicado pelo PLoS ONE mostra que interações genéticas ajudam a entender alguns dos principais sintomas e explicar essa discrepante prevalência em crianças do sexo masculino.
A bióloga Valerie Hu, do Centro Médico da Universidade George Washington, e sua equipe descobriram que o gene retinoic acid-related orphan receptor-alpha (Rora, na sigla em inglês), que controla a produção de aromatase – uma enzima pouco presente em pessoas com autismo –, interage com o estrogênio e com a testosterona encontrados no cérebro.
Após analisar células neurais de doadores autistas já falecidos, os pesquisadores descobriram que quanto mais testosterona havia, menos ativo era o Rora – o que leva à diminuição de aromatase, responsável por converter testosterona em estrogênio. Em geral, o equilíbrio entre os hormônios sexuais regula a atividade do Rora e mantém os níveis de produção enzimática estáveis, mas uma pequena alteração pode desarticular todo o circuito. Pesquisas mostram também que camundongos desprovidos desse gene se fixam demoradamente em objetos e apresentam comportamento explorador limitado, como a maioria dos autistas.
Os autores do trabalho sugerem que esse desequilíbrio em cadeia possa ser uma das causas do distúrbio e que altos níveis do hormônio feminino estrogênio poderiam evitar o transtorno. “Eu não creio que um único gene responda a todas as questões, mas entender mais sobre o Rora sem dúvida pode ser um caminho”, reforça Valerie.
Fonte: Revista Mente e Cérebro
Disponível em: <http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/genetica_ajuda_a_entender_por_que_autismo_e_mais_comum_em_meninos.html>. Acesso em: 14 set. 2011
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