Dispositivo analisa diferentes ondas elétricas e a frequência desses impulsos. Intenção é utilizá-lo como parte do processo de identificação do TDAH
Os Estados Unidos aprovaram na última segunda-feira o primeiro dispositivo para diagnóstico com base em ondas cerebrais para o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Liberado para uso pelo FDA, agência sanitária americana, o dispositivo funciona analisando as diferentes ondas elétricas emitidas pelos neurônios e a frequência desses impulsos. O aparelho deverá ser usado como parte do diagnóstico (que inclui exames e avaliações psicológicas), para aprimorar e confirmar a opinião médica.
Produzido pela empresa NEBA Health, o aparelho NEBA System (Sistema NEBA, em tradução livre) reconhece as diferentes ondas cerebrais por meio de eletroencefalografia (EEG). Em seguida, ele calcula a proporção entre as frequências de dois tipos de ondas cerebrais: theta e beta. De acordo com estudos prévios, a frequência dessas ondas é mais alta em crianças e adolescentes com TDAH. O teste não é invasivo e dura entre 15 e 20 minutos.
“Diagnosticar o TDAH é um processo de muitas etapas, que se baseia em um exame médico e psiquiátrico completo”, afirma Christy Foreman, diretor do Escritório de Avaliação de Dispositivos do FDA. “O Sistema NEBA, em conjunto com outras informações clínicas, pode ajudar os médicos a determinar de forma mais precisa se o TDAH é a causa de um problema de comportamento”, explica.
Estudo clínico — O dispositivo foi testado em 275 crianças e adolescentes de 6 a 17 anos, que apresentavam problemas de atenção e comportamento. Todos os participantes foram avaliados com o NEBA e também pelos métodos de diagnóstico padrão — como os critérios do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), questionários de comportamento, testes de QI e exames físicos.
Um grupo independente de especialistas revisou os dados obtidos e chegou a um consenso sobre o diagnóstico dos participantes. Os resultados mostraram que o uso do NEBA ajudou os médicos a tomar uma decisão mais precisa, em comparação aos casos em que apenas a avaliação clínica foi realizada.
Epidemia — O TDAH é uma das desordens neurocomportamentais mais comuns na infância. Segundo dados dos Estados Unidos, divulgados em abril pelo Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC, sigla em inglês), órgão federal de saúde do país, 11% das crianças em idade escolar foram diagnosticadas com TDAH. Crianças com esse transtorno podem apresentar dificuldades em prestar atenção, hiperatividade, impulsividade e problemas de comportamento.
O constante aumento no número de casos da doença tem preocupado especialistas. Ainda de acordo com o CDC, o número de crianças com TDAH aumentou 41% na última década, nos Estados Unidos.
Fonte: Revista VEJA
Disponível em:<http://veja.abril.com.br/
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