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terça-feira, 3 de julho de 2012

"Droga da Obediência": consumo de medicamentos para tratar o déficit de atenção aumenta no Brasil


"Droga da obediência" prestes a se tornar epidemia: explode no Brasil o consumo de medicamentos para tratar o transtorno de deficit de atenção de hiperatividade. Em nove anos, a venda subiu de 71 mil caixas para 2 milhões.


Estão prestes a estourar no Brasil as sequelas de um surto mundial silencioso que, aqui, tem tido como principais alvos crianças e adolescentes de classe média. Adultos também integram o grupo. Apontadas por muitos como o veneno da atualidade, mas aceitas por outros como solução mais acertada para o tratamento do transtorno de deficit de atenção e hiperatividade (TDAH), as “drogas da obediência” — assim conhecidos os medicamentos que têm como princípio ativo o cloridrato de metilfenidato — têm sido consumidas em larga escala no Brasil, que tem o título de segundo maior consumidor mundial do psicotrópico e onde, só em 2009, cerca de 2 milhões de caixas das pílulas foram vendidos. A projeção feita por especialistas é de que, em 2012, esses números sejam muito mais altos.

Para piorar o cenário, não há consenso sobre o uso dos medicamentos. Há médicos que o defendem, garantindo que os remédios cumprem sua função para quem sofre do transtorno; do outro lado, gente que teme o pior ao comparar os efeitos das doses aos da cocaína, alertando que meninos e meninas que usam a droga correm risco de morte. Diante do quadro, em que muitos médicos preocupados com o futuro da nova geração chegam a duvidar até mesmo da existência do TDHA — distúrbio neurológico identificado, na maioria das vezes, na idade escolar, em crianças e adolescentes desatentos, agitados e com dificuldades de aprendizagem —, o Correio/Estado de Minas publica a partir de hoje uma série de reportagens sobre o uso desenfreado das medicações, conhecidas comercialmente como Concerta e Ritalina. 


Fonte: Associação Brasileira de Psiquiatria
Obs.: Reportagem do Correio Brasiliense
 
Disponível em: http://abp.org.br/2011/medicos/imprensa/clipping-2

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