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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Hipocondria, um transtorno que precisa de cuidados

Por Odenice Rocha 
Acadêmica de Jornalismo do CEULP/ULBRA

                                     
Um grande contingente de pessoas saudáveis do ponto de vista clínico e laboratorial recorre diariamente a hospitais, consultórios e prontos-socorros, sempre reclamando de doenças graves. Inconformados com médicos e exames que indicam a inexistência de qualquer problema de saúde, muitas dessas pessoas saem dali direto para a avaliação de outro profissional, na expectativa de encontrar o diagnóstico sobre o mal que supostamente as acomete. A procura será em vão e aí pode estar o indício de uma doença real, embora essa ainda não seja imaginada pelo paciente. Trata-se da hipocondria ou a ‘mania de doença’, como é mais conhecido o mal que se caracteriza pela supervalorização de sintomas corriqueiros e perfeitamente normais.
A hipocondria é caracterizada pelo medo crônico de ter alguma doença séria, um temor, geralmente causado pela má interpretação de funções normais do corpo.  A insegurança e preocupação desmedida com a saúde são intensas e aí, já viu, tudo vira um sintoma de uma doença terminal. Para os hipocondríacos não adianta nem mesmo ouvir de um médico ou fazer exames que comprovem que está tudo bem a expectativa pelo pior permanece.
Costuma vir associada a um medo irracional da morte, a uma obsessão com sintomas ou defeitos físicos irrelevantes, preocupação e auto-observação constante do corpo e até às vezes, à descrença nos diagnósticos médicos. Muitas vezes encarada como algo engraçado, a patologia é séria e prejudica a vida de pacientes e parentes.
Esse inchaço, o que será? O coração está batendo normalmente? E essa tosse? Minha cabeça que não pára de doer, e essa dor na minha coluna, acho que estou tendo um infarto, questionamentos feitos pela esteticista Valdilene de 32 anos, que ainda está em tratamento. "Percebi que sofria de hipocondria quando tudo pra mim eram motivos de doenças sérias, mas isso aconteceu depois que tive  meu primeiro filho. Tinha muito medo de morrer, ainda tenho, mas está bem mais ameno. Se escutava ou lia sobre alguma doença grave, ou se algum amigo morreu por isso, achava que poderia estar acontecendo o mesmo comigo e já sentia os sintomas, sofri muito, lembro- me que várias vezes fui para a emergência com dores no peito, achando que estava infartando, e os médicos faziam o eletrocardiograma e nunca deu nada, cheguei a fazer ultrassom do coração,mas estava perfeito". 
Valdilene conta que ia ao médico, ele receitava remédios, mas não tomava, pois tinha medo dos efeitos colaterais. "Morria de medo do que o remédio poderia causar em mim, de tanto escutar sobre erros médicos pensei que pudesse acontecer comigo."
Diferente do que a maioria acredita, o hipocondríaco não é exatamente aquele indivíduo que toma remédio para tudo e a toda hora, mas sim o que pensa frequentemente possuir algum quadro orgânico grave.Enquanto as pessoas comuns não ligam muito para pequenas dores, desconfortos ou marquinhas na pele, as pessoas que sofrem deste mal interpretam esses fenômenos habituais de maneira particular, geralmente exagerada.
Segundo a psicóloga Camila Siqueira, um risco nocivo ao paciente é viver em função da doença, deixando de fazer as atividades do dia a dia normalmente, como ter prazer ao lado da família e de amigos, trabalhar ou viajar. "Geralmente o tratamento para os hipocondríacos, só de dar ouvidos, se sentem melhor. Para quem convive com um, a indicação é ter paciência para ouvir as reclamações, sem se deixar levar. Não é preciso ir ao médico a toda hora, ajudem o indivíduo a procurar terapia profissional", pois em apenas 5% dos casos o temor dos pacientes de sofrer de uma doença grave é confirmado nos consultórios médicos, afirma a psicóloga.
Segundo especialistas, as doenças que os hipocondríacos mais temem é  estar num processo de infarto, sofrer de diabetes tipo 2, sofrer de doença cardiovascular ou de origem pulmonar, ter câncer de pulmão ou padecer de tuberculose. Todos os sintomas relativos levam ao pior.

Fonte: (EN)Cena
 
Disponível em: <http://ulbra-to.br/encena/2013/10/11/Hipocondria-um-transtorno-que-precisa-de-cuidados>Acesso em: 14 out.2013 

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