Por Paulo Carneiro
Acadêmico de Jornalismo do CEULP/ULBRA
Acadêmico de Jornalismo do CEULP/ULBRA
Trabalhar sob pressão é cada vez mais comum em um mercado tão competitivo. Pressionados, vários profissionais acabam acumulando funções e se desdobrando para cumprir a carga horaria em ambientes muitas vezes hostis e com alto grau de cobrança, o que pode acabar afetando a saúde mental. Um estudo da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) mostrou que esta é a terceira razão de afastamento de trabalhadores pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
A professora Elvina Gomes, que trabalhou 20 anos em sala de aula, está afastada há cinco, por causa de problemas enfrentados depois de uma tripla jornada de trabalho. Ela chegou a trabalhar 60 horas por semana acumulando aulas de ensino fundamental em uma escola pública e o trabalho em uma universidade, com aulas das 7h até às 22h. ”Após seis anos com essa jornada de trabalho, comecei a sentir sinais de estresse muito alto”, conta.
Ela diz ainda que o fato de levar os trabalhos dos alunos para corrigir em casa fazia com que com que continuasse ligada as suas atividades diárias, não tendo tempo para o descanso necessário. E depois de tantos anos agindo da mesma forma o corpo deu o alerta. “Estava estudando tarde da noite com o objetivo de me preparar para a seleção de mestrado, daí deu uma ‘pane’ nos meus órgãos do sentido, do nada não conseguia juntar as letras na leitura, e fui ler em voz alta para ver se saia a fala, não consegui articular as palavras”, disse Elvina. Ela avisou os colegas que a levaram direto para o hospital.
Depois de uma conversa veio o diagnóstico, ela deveria diminuir imediatamente a jornada de trabalho, caso contrário poderia ter um Acidente Vascular Cerebral – AVC a qualquer momento.
Para a psicóloga Christina Tarabay não é possível falar sobre estresse e pressão no trabalho sem mencionar a síndrome de Burnout. “A dedicação exagerada à atividade profissional é uma característica marcante de Burnout, mas não a única. O desejo de ser o melhor e sempre demonstrar alto grau de desempenho é outra fase importante da síndrome: o portador de Burnout mede a autoestima pela capacidade de realização e sucesso profissional”, afirma a psicóloga.
Tarabay diz que o estresse é como um nó apertado que, caso não seja tradado, aperta cada vez mais. “E com tratamento médico é possível ir afrouxando esse ‘nó’ e dando melhor condição de vida para quem passa por esse tipo de problema. Por isso é preciso que o paciente identifique alguns sinais que o corpo vai dando antes de desencadear algum transtorno mental”.
Fique atento aos seguintes sintomas:
1- Sinais de cansaço constante, dores musculares, dores de cabeça e resfriados, além da pressão alterada. Problemas gastrointestinais, distúrbio do sono ou qualquer distúrbio ou incômodo que persista por um período mais longo do que quatro a cinco dias. Atenção também ao estado mental e emocional!
2- Ficar atento ao o nível de tolerância, ânimo e atenção. Irritabilidade, desânimo e falta de concentração.
2- Ficar atento ao o nível de tolerância, ânimo e atenção. Irritabilidade, desânimo e falta de concentração.
3- Notar que os pensamentos estão confusos, que anda esquecendo as coisas simples e cotidianas, e se o estado emocional está oscilando.
“Caso seja afirmativa a maioria destas questões, é hora de assumir que precisa cuidar e prestar mais atenção em você mesmo” alerta a psicóloga.
Fonte: (EN)CENA
Disponível em: http://ulbra-to.br/encena/
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