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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

A eficiência do Timor-Leste na Saúde Mental e a Reforma Psiquiátrica no Brasil



Por Odenice Rocha
Acadêmica de Jornalismo do CEULP/ULBRA
 

Pesquisas realizadas no mundo inteiro na área de psiquiatria revelam que cerca de 40% dos suicidas procuram os serviços de saúde dias ou semanas antes de tirar a própria vida e esse pode ser o último pedido de socorro. Através dessa pesquisa surge a necessidade de preparar profissionais para enfrentar as condições de identificar o problema, ouvir a pessoa, encaminhá-la para uma terapia adequada e tentar evitar que o suicídio ocorra.
 No caso do Timor-Leste, após passar por uma forte crise no ano de 1999, o país sofreu com a violência acarretada pela oposição à independência, o que gerou grande revolta principalmente na capital Díli. O incidente matou cerca de 1.400 pessoas, diante dessa situação famílias foram destruídas, muitas delas ficaram somente filhos, ou pais, ou somente mães. Com essa situação, a saúde mental da população que sofreu direta ou indiretamente esses ataques ficou fragilizada.
 Quando amenizou esse longo período de crise humanitária, Timor-Leste foi capaz de criar uma estrutura de atendimento psicológico e elaborar uma estratégia em longo prazo. Com a completa ausência de serviços de saúde mental e que era mais do que necessária, foi criado um sistema abrangente de base comunitária, sistema esse que hoje é referência no mundo.
A Estratégia Nacional de Saúde Mental de Timor-Leste faz parte do plano do Ministério de Tutela, com enfermeiros treinados na especialidade. Os profissionais estão disponíveis em cerca de um quarto de 65 centros comunitários de saúde do país. Antes da emergência o país não possuía nenhum.  Eles têm a tarefa de prestar apoio psicológico à população após um episódio de desastre, ao defender que têm sido perdidas várias oportunidades de fortalecimento dos sistemas de saúde mental em longo prazo.
O atual sistema de Timor-Leste apresenta três níveis de cuidados, com os enfermeiros, a nível primário, a gerir a maioria dos casos. A seguir, por funcionários distritais de saúde podem dar seguimento aos casos. No mais alto níveis estão os psiquiatras com a responsabilidade por casos clínicos mais complexos, além de líder consultas de clínica geral especializada, quando necessário. Entre os casos por eles tratados está o transtorno de stress pós-traumático.
 No Brasil, o surgimento das primeiras reformas psiquiátricas foi pós a Segunda Guerra Mundial.  Neste momento, a sociedade passou a notar o tratamento que era oferecido aos pacientes que se encontravam internados em hospitais psiquiátricos sob condições de vida desumanas. Um episódio de destaque ocorreu no dia 3 de maio de 1989 em Santos,  São Paulo, onde foram constatadas situações deploráveis incluindo óbitos na Casa de Saúde Anchieta, que resultou no fechamento. 
Neste momento, o processo de reforma psiquiátrica ganha repercussão nacional. São criadas condições para implantação dos serviços substitutivos ao modelo manicomial: Os Núcleos de Atenção Psicossocial, associações cooperativas, instituições de moradia residencial. Nestes serviços, então foram possibilitadas redefinições dos espaços dos antigos manicômios em inúmeros trabalhos e parcerias com os municípios. A partir de então, considera-se este momento um marco no período de reforma psiquiátrica no Brasil.

Fonte: (EN)Cena

Disponível em: <http://ulbra-to.br/encena/2013/09/01/A-eficiencia-do-Timor-Leste-na-Saude-Mental-e-a-Reforma-Psiquiatrica-no-Brasil> . Acesso em: 04 set. 2013

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