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sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Prefeitura do RJ Anuncia Internação Obrigatória Para Usuários de Crack: Medida entra em vigor a partir do início de 2014 e já causa polêmica. Críticos temem o desrespeito à lei.


A prefeitura do Rio de Janeiro anunciou uma medida contra o consumo de crack, que é um problema comum, hoje, no Brasil inteiro. A decisão vai provocar muito debate. A partir do início de 2014, os dependentes da droga vão ser internados, queiram ou não.
Para as autoridades de saúde, o crack já é uma epidemia. Algumas estimativas dão conta de que mais de 1 milhão de brasileiros consomem a droga. No Rio de Janeiro, com a recente ocupação da favela do Jacarezinho, que abrigava a maior cracolândia da cidade, os usuários da droga passaram a ocupar outros bairros.
Agora o prefeito, Eduardo Paes, pretende tornar obrigatória a internação de adultos dependentes de crack. Ele anunciou a criação, em caráter emergencial, de 600 vagas para internação.
“A gente vai partir para internação compulsória de adultos também. A pessoa que é dependente de crack tem uma situação que ela não consegue tomar decisão”, afirmou.
Atualmente, apenas crianças e adolescentes usuários de crack, flagrados em situação de risco, são internados contra a vontade.
A medida causa polêmica. Há quem defenda, lembrando que uma lei federal autoriza a internação obrigatória de dependentes químicos adultos em situações extremas, desde que se comprove que ele oferece risco de vida a si próprio ou para outros. Já os críticos temem o desrespeito à lei.
“Não se pode imaginar que essas pessoas simplesmente serão retiradas das ruas para que elas fiquem mais bonitas. É necessária a preocupação com a atenção sobre essas pessoas”, defendeu o presidente da Associação de Magistrados do Rio de Janeiro, Cláudio Luis Dell´Orto.
Em Maceió, já existe um programa de internação involuntária, mas é preciso consentimento da família e autorização da Justiça.
Nesta terça-feira (23), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, comentou o projeto em estudo no Rio.
“Quero conhecer qual é a proposta, mas temos parâmetros legais para que isso aconteça, o Ministério da Saúde sempre busca seguir a lei”, disse.
A especialista em dependentes químicos Analice Gigliotti disse não ser contra a medida, mas lembra que é preciso qualidade no atendimento.
“Para cada 15 pessoas, dois a três psicólogos, um médico de plantão por dia, no mínimo dois enfermeiros para cada 15 pacientes. Isso é o mínimo para ter um bom tratamento”, apontou a psiquiatra.
A prefeitura de São Paulo informou que faz a internação involuntária de dependentes químicos, se tiver indicação médica.
 
Fonte: Jornal Nacional
 

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