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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Seja Seu Melhor Amigo: analisar os próprios erros com generosidade, mas sem poupar críticas, pode trazer benefícios terapêuticos

Refletir sobre os próprios problemas equilibrando crítica e gentileza – como se estivéssemos ajudando um amigo a pesar perdas e ganhos de uma situação ruim – tem poder terapêutico, afirmam pesquisadores da Universidade da Califórnia. O grupo, que estuda os efeitos da autocompaixão, relatou na Psychological Science os resultados positivos de um estudo com homens recém-divorciados que foram incentivados a falar consigo mesmos como se conversassem com alguém de quem realmente gostavam e que passava por algo difícil.

“Não se trata de ter pena ou ser complacente. Compaixão é tentar entender a dor do outro e ajudá-lo a enxergar atitudes que contribuem para o sofrimento”, define a psicóloga Kristin Neff, professora da Universidade do Texas, especialista no tema, que acompanhou o trabalho do grupo. Estudos anteriores mostram que pessoas com autocompaixão evitam críticas duras e generalizações negativas sobre si e sobre os outros. “Elas têm maior tendência a encarar os erros como aprendizado”, diz a psicóloga, ressaltando que isso não significa serem condescendentes com o que desaprovam.

Várias pesquisas revelam que pessoas excessivamente críticas e as que revelam autocompaixão têm, em média, desempenho acadêmico e profissional semelhante – com a diferença de que as últimas reagem melhor quando não conseguem atingir algum objetivo. Segundo Kristin, isso ocorre porque elas não associam o sentimento de valor pessoal ao sucesso.

Em outro estudo da Universidade da Califórnia, voluntários disseram se sentir melhor depois de escrever cartas de apoio a pessoas que viveram experiências traumáticas, como machucar alguém em um acidente de trânsito. “Como muitos de nós descobrem intuitivamente, aproveitar oportunidades de ajudar os outros desvia o foco de problemas pessoais e, muitas vezes, revela que algo que antes considerávamos uma tragédia na verdade não é”, explica uma das autoras da pesquisa, Juliana Breines. E cultivar a autocompaixão, segundo Kristin, pode ser mais simples do que parece. Ela menciona um experimento que mostra que envolver os braços ao redor do próprio corpo, em um generoso “autoabraço”, nos deixa mais propensos a agir gentilmente.

Fonte: Revista Mente e Cérebro

A Força da Ioga na Luta Contra o Câncer: práticas de contemplação favorecem a redução de sintomas de depressão e mal-estar causados pela quimioterapia


O câncer é uma das principais causas de morte no mundo. Além dos graves sintomas e efeitos colaterais do tratamento (como dor, fadiga e náuseas), os pacientes costumam enfrentar ansiedade, insegurança, desânimo, medo e estresse – que provocam impacto substancial na qualidade de vida. O diagnóstico associado ao desafio psicológico é caracterizado por muitos desafios. A pessoa precisa dar conta de vários ajustes em sua rotina, já que há interrupção da atual situação de vida, sendo necessário reavaliar as direções e decisões a serem tomadas e ter tolerância para suportar constantes incertezas dessa fase. Muitos pacientes passam a apresentar sintomas de depressão – o que, para alguns especialistas, é considerado uma resposta normal à ameaça existencial, e não um processo psicopatológico. Há casos, porém, em que esse estado surge de forma mais severa e duradoura.

Nesse sentido, técnicas que favoreçam o fortalecimento emocional e imunológico podem ser importantes não só para a melhoria da qualidade de vida do paciente, mas também para a eficácia da terapêutica. É o caso da ioga, antiga disciplina oriental e uma das mais utilizadas intervenções dentro das chamadas terapias mente-corpo (mind-body interventions) que tem por base a prática de posturas físicas específicas, respiração, relaxamento e meditação. Essas técnicas vêm sendo investigadas há anos devido à sua eficácia no tratamento dos transtornos mentais associados ao câncer (estresse, depressão, ansiedade etc.) e como determinantes no controle de sintomas da doença, uma vez que favorecem o fortalecimento do sistema imunológico dos pacientes.  

Recentemente, pesquisadores notaram que a meditação é capaz de reforçar o sistema imunológico tanto de pessoas saudáveis quanto de doentes. Quando trazemos à mente algo ruim, o pensamento gerado no córtex pré-frontal (área responsável pelo planejamento de ações e pela tomada de decisões, uma espécie de maestro do nosso cérebro) rapidamente se projeta para o sistema límbico, envolvido no processamento das emoções. O hipotálamo é então ativado pelo chamado eixo hipotalâmico--pituitário-adrenal (HPA) e o cortisol (hormônio do estresse) é sintetizado. Se essa situação for recorrente – como nas ocasiões em que enfrentamos situações difíceis –, o sistema imune acaba se enfraquecendo. 

Mas, se com a prática de técnicas contemplativas específicas esses estados mentais forem substituídos por bons pensamentos, o impacto positivo no sistema imune muitas vezes se torna evidente. Durante a contemplação, o cérebro parece desencadear uma cascata de reações benéficas que acabam produzindo um efeito ansiolítico poderoso, capaz de alterar o funcionamento do sistema imunológico e toda a dinâmica emocional do paciente. Entre as modificações neuroquímicas estão, por um lado, o aumento da atividade parassimpática, gabaérgica e serotonérgica, dos níveis de endorfina e a diminuição da síntese de norepinefrina; e, por outro, a diminuição dos níveis de cortisol. Essas mudanças experimentadas durante a ioga podem se transformar em traços, levando – a longo prazo – à consolidação da prática e aumentando as chances de prevenção de futuros episódios de ansiedade, depressão, estresse e doenças psicossomáticas – algo que parece determinante no tratamento de indivíduos com câncer.
 
Fonte: Revista mente e Cérebro
 

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Denúncia Reacende Debate Sobre Internação de Usuários de Drogas


As recentes denúncias sobre o tratamento inadequado de crianças e adolescentes usuários de drogas, em quatro abrigos do Rio de Janeiro, reacenderam a antiga polêmica em torno do modelo ideal de tratamento. De um lado, alguns especialistas temem o retorno do modelo manicomial para usuários de drogas. De outro, psiquiatras e representantes do governo justificam a necessidade da internação involuntária. 
Para alguns especialistas, o tratamento involuntário de crianças e adolescentes usuários de drogas como do crack é uma alternativa legal necessária. O psiquiatra Marcelo Ribeiro, professor do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), acredita que a internação involuntária é a saída para situações em que o usuário perde o discernimento e a capacidade de decisão. 
"O que existe é uma parcela de pessoas que tem problema agudo com a droga. Nesses casos a internação, compulsória ou voluntária, salva vidas", disse ele, acrescentando que a medida é "um dispositivo de saúde publica importante, mas tem diferenciação". Ribeiro, especialista em psiquiatria pela Universidade de Londres, ressalta ainda a importância da convivência. "É um espaço de internação baseada no convívio, muitas vezes com viés espiritual. Este modelo também salva vidas para alguns pacientes. Às vezes, viver um período em uma comunidade com estrutura e regras é importante", explicou. 
O professor critica, no entanto, o tempo e as condições em que a alternativa tem se aplicado. Ribeiro afirma que o tempo de internação não pode se prolongar por meses, como o que foi constatado nas unidades no Rio. "No Rio de Janeiro as crianças ficam meses internadas. Em relação a isso, sou contrário", disse. 
A medida foi adotada no Rio de Janeiro em maio de 2011, sob fortes críticas de movimentos ligados aos direitos da infância e aos direitos humanos. Na época, representantes do governo da capital fluminense argumentaram que a ação do Poder Público tinha como objetivo garantir a integridade física dos jovens. A justificativa foi respaldada, inclusive, em artigos do Estatuto da Criança e Adolescente (ECA). Para o governo local, seria inadmissível permitir que crianças e adolescentes usuários de crack continuassem nas ruas, vulneráveis à prostituição e outros crimes. 
A internação compulsória está presente também em Belo Horizonte e em São Paulo, uma vez que, segundo o presidente da Comissão de Segurança Pública da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP), Arles Gonçalves Júnior, esta opção é prevista em lei nacional Decreto 891, de 1938 e independe da decisão dos governos locais. No entanto, é preciso ter capacidade para isso. 
"O país não tem condições de oferecer este serviço hoje. A saúde pública precisa se estruturar para atender, de forma digna, estas pessoas. Não posso pactuar com esta postura de pegar as pessoas à força e internar onde não vai ter o tratamento correto", disse, destacando a falta de vagas para atendimento. 
A alternativa apontada pelo advogado para que o Estado ofereça condições adequadas de tratamento seriam parcerias com a iniciativa privada. "E tem que fiscalizar para que não haja desvio de dinheiro e para que o tratamento aconteça realmente. O problema é que apesar de estar nas leis, os órgãos não fiscalizam", conclui.


Fonte: Site TERRA via Associaçã Brasileira de Psiquiatria

Disponível em:<http://abp.org.br/2011/medicos/imprensa/clipping-2>. Acesso em: 29 ago. 2012.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

II - Fórum de Psicanálise e Cinema - 2012 /Salvador

Filme: Para Poucos: Ame quem você quiser
Data: 03/09/2012 - Segunda-feira
Horário: 19:30
Local: Saladearte Cine Vivo
Contato: (71) 3347-8777
  
Fonte: Residência em Psicologia Clinica e Saúde Mental

Comer Nada... Comprar Tudo... Uma Clínica da Posição Feminina


Fonte: Residência em Psicologia Clinica e Saúde Mental (Hosp. Juliano Moreira)

O Primeiro Museu de História do Brasil: Museu Histórico Nacional, no Rio, completa 90 anos neste mês de agosto e comemora com uma mostra sobre a sua trajetória quase centenária


Agosto de 1922. Entre os eventos previstos para celebrar o centenário da Independência do Brasil, foi inaugurado no Rio de Janeiro o Museu Histórico Nacional (MHN), o primeiro do gênero no país. Neste mês, a instituição celebra seus 90 anos com uma mostra que conta sua trajetória, da exposição internacional inaugural lançada pelo presidente Epitácio Pessoa até os dias de hoje.


Tendo Gustavo Barroso como diretor pelos primeiros 35 anos, o MHN constituiu sua coleção – formada por moedas, condecorações, medalhas, uniformes militares, pinturas históricas, documentos e louças brasonadas – seguindo uma lógica de glorificação da história do Brasil por meio da exaltação de feitos militares e heróis.



Ao longo dos anos, a coleção foi se diversificando, incluindo temas e objetos voltados para o cotidiano da sociedade. O prédio onde funciona o MHN foi construído em 1762 e conserva suas características originais.
Fonte: Revista História Viva

Internações Hospitalares Afetam Saúde Mental de Idosos: estudo diz que nível de declínio cognitivo de pacientes mais velhos aumenta após estada no hospital


Internações em hospitais podem trazer mais riscos de problemas cognitivos em idosos como confusão mental, desorientação e alucinação. O motivo pode estar associado à doença que os levou ao hospital ou aos tratamentos recebidos durante o período de internação.
Essa foi a conclusão de um estudo publicado na revista Neurology e em artigo no New York Times realizado pelo professor de ciências neurológicas e comportamentais do Centro Médico Universitário Rusy, em Chicago, EUA.
Foram avaliadas 1.355 pessoas, com 65 anos ou mais, participantes do Projeto Saúde e Envelhecimento. O estudo, realizado sobre doenças crônicas foi desenvolvido em três áreas de Chicago com população bastante distinta. Todos os pacientes foram hospitalizados em algum momento entre janeiro de 1993 e dezembro de 2007.
Entrevistas e testes de avaliação do estado mental desses pacientes foram realizados a cada três anos, sendo que uma entrevista ocorria antes de uma hospitalização e duas depois, para permitir a comparação. Foi constatado que o nível de declínio cognitivo de muitos dos pacientes mais velhos aumentou após uma estada no hospital, afetando seu raciocínio e memória.
Pacientes portadores de doenças mais graves, que necessitaram de longos períodos de internação, começaram a apresentar problemas de memória e raciocínio já antes de serem internados. E a temporada no hospital ajudou a revelar ou intensificar esses problemas que podem ser prevenidos e requerem maior paciência e cuidado dos familiares.
 
Fonte: O Estado de São Paulo via Associação Brasileira de Psiquiatria

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

II Congresso Internacional de Saúde Mental e Reabilitação Psicossocial


Realizado pela Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), o congresso tem como tema Saúde mental na atenção primária à saúde, em sintonia com as propostas do Ministério da Saúde e de organismos internacionais, como as organizações Mundial e Pan-Americana da Saúde. Entre os temas das palestras, paineis e mesas-redondas estão: Saúde mental na atenção primária no contexto mundial, Política pública de saúde mental,Humanização, educação permanente e controle social, Apoio institucional como dispositivo de sustentabilidade, Judicialização da saúde e o cuidado e Saúde mental e direitos humanos.

Data 3 a 5 de outubro
Local Centro de Eventos Plaza San Rafael, Porto Alegre, RS

Informações
www.ulbra.br/saude-mental
saudemental@officemarketing.com.br
(51) 21083111

Ciclo de Debates EBP - A voz da mulher no cinema de Almodovar

Fonte:  Redidência em Psicologia Clinica e Saúde Mental (Hosp. Juliano Moreira)


Quando o Amor é Doença - Parte 4

Ao longo desta semana, estamos apresentando uma série sobre amor patológico, um transtorno do comportamento que afeta a vida de milhares de homens e mulheres. Serão cinco posts, um por dia, com depoimentos de quem vive ou já viveu esse drama e explicações de especialistas. Os nomes apresentados na matéria foram trocados.


“Quando me sinto rejeitada, é como se eu sofresse um apagão. Não sei quem eu sou, nem o que é realidade. Bato, destruo, machuco. Sinto um vazio no peito, uma dor, que parece que eu vou morrer de um ataque do coração. Depois, muitas vezes, percebo que foi um sentimento por algo que não era de verdade, mas inventado pela minha cabeça. O problema é que depois eu faço tudo de novo.”
A cruzada de pernas de Kátia não passaria despercebida por nenhum homem. Professora de Educação Física, moradora do Niterói, Estado do Rio, ela gosta de usar roupas curtas, justas, decotadas, que mostram sua ótima forma aos 35 anos. Casou-se aos 25 com um colega de faculdade. O casamento ficou morno e, depois de sete anos, decidiram, de comum acordo, pela separação. Seis meses depois, ela começou a sair com um homem trinta anos mais velho e de uma classe social inferior.
“Ele era chefe da oficina mecânica onde eu costumava levar meu carro. Durante anos, sempre foi amável e brincalhão. Eu estava sozinha e ele me chamou pra sair. Fui. E me apaixonei. Eu sei que as pessoas nos olhavam na rua e pensavam como é que eu estava com um cara como aquele: mais velho, magro, feio e mais baixo do que eu. Mas ele me agradava, tinha um jeito quietinho, doce, que me conquistou. Vivi meses de lua-de-mel. Até que um dia ele começou a me rejeitar. Eu ligava e ele estava sempre ocupado. Eu marcava de sair e, na última hora, ele dava uma desculpa.”
Kátia deixou o bronzeado de lado. De manhã, antes do trabalho, em vez de pegar a praia de costume, ficava em seu carro, na rua da oficina, observando o namorado. Ele raramente saía de lá. Dali mesmo ela telefonava para ele. Se, na terceira tentativa, ele não atendesse, ela já invadia o local aos berros. Virou a atração da oficina mecânica. No começo, era alvo de risadas: um mulherão armando o barraco dia sim, dia não, era uma bela quebra na rotina. Mas, depois que destruiu dois cones da entrada, atropelados por seu carro, passou a ser temida no trabalho do namorado.
“Todos os dias, eu pensava: como é que esse cara não está nem aí pra mim? Ele devia dar graças a Deus por ter uma mulher como eu! Mas era uma falsa autoestima. Se eu me achasse realmente maravilhosa, não daria tanto vexame, não desceria tão baixo. Só que eu não conseguia mais ficar sem ele. Era uma adrenalina quando ele não me atendia. Eu queria quebrar tudo, sofria e chorava. Faltava ao trabalho toda hora.”
Kátia descobriu que o namorado não a atendia quando estava no trabalho porque era lá que ele a traía – com a moça do cafezinho. A informação foi passada por um outro mecânico, com quem ela fez amizade. Foi à oficina e espancou o namorado com sua bolsa, que tinha pedaços de metal. O homem, ferido, deu queixa na polícia. Dias depois, Kátia foi intimada a comparecer a uma delegacia.
“Ainda me lembro da cara da escrivã, me olhando. A dúvida estava no rosto dela: como é que essa mulher jovem e bonita fez isso? Eu me senti humilhada. Chorei dias seguidos. Decidi que nunca mais ia procurá-lo, mas não conseguia me desprender dele. Continuei sabendo tudo sobre ele através do mecânico que tinha ficado meu amigo – e a quem de vez em quando eu dava uns trocados. Cheguei a ligar várias vezes pro meu ex, de orelhão, só pra ouvir a voz dele. No meu sonho, ele adivinhava que era eu e dizia que me amava e que queria voltar. Eu queria a minha vida de volta, mas não conseguia.”
Há dois anos, aconselhada por uma amiga, Kátia procurou o Mada. Depois que começou, nunca largou o grupo. Estimulada pelas conversas, começou a ler sobre Psicologia e Amor Patológico. Descobriu que, com o namorado, repetia os mesmos padrões de namoros anteriores – necessidade de controle e atenção, pavor de ser rejeitada, impulsividade.
“Talvez meu ex-marido tenha sido a exceção justamente porque sempre foi dedicado e atencioso. Com ele, eu não sentia ciúmes, não tinha medo da perda. Ele me dava mais atenção do que eu a ele. Talvez nós, mulheres que amam demais, sejamos assim: as pessoas que nos amam de verdade não têm muita graça. Será que somos atraídas pela rejeição que tanto tememos?”
Coordenadora dos grupos de Amor Patológico da Santa Casa, a psicóloga Daniela Faertes fez a triagem dos inscritos e se impressionou com o número de interessados: mais de cem em apenas dois meses. Uma em cada quatro pessoas, no entanto, estava bem longe de sofrer do transtorno. “Sofrer por causa de um término de relacionamento não é doença. Ao contrário, é mais do que normal. O transtorno começa a partir do que se faz com esta dor, as ações, as reações, o padrão repetitivo”, afirma.
Recentemente, a Associação Americana de Psiquiatria, que tem sido a referência mundial na área, tem recebido críticas de que, ao incluir novas doenças em seu Manual, estaria forçando a medicalização de atitudes que não são doenças mentais, reduzindo a “normalidade”. Há um consenso, porém, de que a linha divisória entre o saudável e o normal está no dia-a-dia. Quando um transtorno ou uma mania começam a prejudicar a vida, começa aí a patologia. Ser ansioso é normal; ter crise de ansiedade a ponto de não conseguir sair de casa é doença. Gostar de limpeza é normal; lavar as mãos a cada cinco minutos é doença e se desesperar quando não há água por perto é outra. Apaixonar-se é saudável; acreditar que sem aquela pessoa o mundo acabou é Amor Patológico.
Um dos perigos dos transtornos de comportamento é o acúmulo ou a rotatividade de tipos de dependência. Para se afastar da bebida, vai-se ao jogo. Para afastar-se do jogo, vai-se à ao exagero alimentar. Para curar da comida, toma-se anfetamina. Tudo para preencher o vazio.
 
Fonte: Revista ÉPOCA
 
Disponível em:<http://colunas.revistaepoca.globo.com/mulher7por7/2012/08/23/quando-o-amor-e-doenca-parte-4/>. Acesso em: 24 ago. 2012.

Exército Americano Desenvolve Spray Nasal Anti-suicídio: com substâncias antidepressivas em sua composição, fórmula pretende diminuir as altas taxas de mortes entre soldados


Sprays nasais costumam ser usados em pacientes com gripe e nariz "entupido". Mas em breve, um novo tipo de spray pretende atender a uma outra demanda: pessoas depressivas com tendências suicidas. Segundo o site do canal americano CNN, a ideia dos "sprays anti-suicídio" surgiu das Forças Armadas dos Estados Unidos que, diante das altas taxas de suicídio observadas em 2012, decidiu recorrer à medicina. Quem está supervisionando o desenvolvimento do novo “remédio” é o professor de medicina Dr. Michael Kubek, da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos. Kubek e sua equipe de pesquisa terão três anos para comprovar a eficácia e segurança do produto, que visa diminuir pensamentos suicidas nos militares.

Em 2009, foram 242 mortes. Em 2010, 305. No ano passado, 283 soldados tiraram suas vidas. Só em julho de 2012, cerca de 40 soldados cometeram suicídio. Segundo a reportagem, foi o mês com mais incidentes dos últimos dois anos. Houve mortes tanto entre soldados aposentados como em atividade. Para impedir que esse fenômeno cresça ainda mais,  o spray anti-suicídio deve conter em sua fórmula hormônios antidepressivos, como o TRH - liberador de tireotrofina. Diferente dos medicamentos antidepressivos comuns, o spray nasal promete um efeito mais rápido e fácil de ser ministrado. 
O governo americano gasta mais de US$ 2 bilhões por ano em tratamentos para a saúde mental de seus soldados. Os Estados Unidos confiam que a solução para a "epidemia de suicídios" possa caber em um pequeno frasco.
 
Fonte: Revista Época
 
Disponível em:<http://revistaepoca.globo.com/Saude-e-bem-estar/noticia/2012/08/exercito-americano-desenvolve-spray-nasal-anti-suicidio.html>. Acesso em: 24 ago. 2012.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Quando o Amor é Doença - Parte 3


“Falar sobre isso é quase tão dolorido quanto a própria dor. Só estou me tratando porque não conseguiria lidar com a perda da minha mulher. Preciso aprender a controlar meus pensamentos e a perceber que nem tudo que eu imagino é real. Depois que eu dou meus ataques e a raiva passa, tenho muita vergonha. Minha autoestima está no fundo do poço e ninguém vai me amar desse jeito.”

O administrador de empresas paulistano Walter, 33 anos, está casado há quatro. Admite que sempre foi “dependente” de suas namoradas. Não aceitava que a atenção integral de início de namoro diminuísse com o tempo. Rapidamente se sentia rejeitado. Se telefonava e elas não podiam falar, ia até onde elas estavam, tirava satisfações, dava vexame. Achou que, com o casamento, isso diminuiria. Mas o compromisso, em vez de aliviar seus estresse, só o aumentou. O dia-a-dia a dois aumentou as cobranças – e as brigas, cada vez mais violentas.
“Ela sai de casa e eu começo a pensar uma coisa ruim, que ela está me traindo ou fazendo alguma coisa sem que eu saiba. Daí em diante não consigo mais me controlar nem me concentrar em qualquer outra coisa. Quem me olha, pensa que estou calmo, trabalhando, mas, por dentro, tem um monstro em ação.”
Há um ano, numa briga – depois que o celular da mulher estava sem bateria e ele não conseguiu falar com ela – Walter a agrediu. A mulher foi para a casa da irmã. Só voltou depois de uma semana, após a promessa do marido de frequentar um psicólogo. Foi lá que Walter ouviu falar, pela primeira vez, que sofria de amor patológico. E que, muitas vezes, esta não é uma doença de um ator só – mas uma via de mão dupla. Admitir tudo isso é  tão difícil para ele, e o medo de partilhar, tão arraigado, que Walter só concordou em dar entrevista por telefone e se recusou a tirar foto, mesmo sem identificação.
“A psicóloga me fez perceber que muito do que minha mulher fazia estimulava o meu transtorno, a minha necessidade de controle, de perseguição. Ela sabia que ela era mais poderosa quando me ignorava um pouco, fazia doce ou não atendia meus telefonemas. Ela deixava eu crescer na minha raiva e explodir. Depois eu ficava mal, ela grande e eu pequeno, fraco, por tudo que eu tinha feito. No meu tratamento, estou tentando colocar o centro da minha vida em mim mesmo. Não é fácil, porque eu sou inseguro e tenho medo de ficar sozinho. Mas quero conseguir. Só assim vou poder ter um amor saudável um dia.”
Autora de best-sellers como Mentes inquietas e Mentes perigosas: o psicopata mora ao lado, a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa prepara um livro sobre a Personalidade Borderline. Ainda pouco conhecido, este tipo de transtorno é caracterizado pela ausência de ligação com a realidade e a dificuldade de conexão real com o outro. Não chegam a ser psicopatas – que não têm empatia com o outro -, mas têm mais do que uma neurose, além de uma alta tendência à impulsividade. E é justamente nas relações afetivas que os problemas aparecem. “O Amor Patológico é totalmente ligado à Personalidade Borderline. São pessoas com senso de identidade quase nulo, daí precisarem de outros para dar validade a elas. Elas não amam alguém, elas  na verdade precisam de quem construa um lugar no mundo para elas”, diz. Quando rejeitada ou temerosa de perder esse alguém, elas enlouquecem. Porque é como perder a própria vida.
O Amor Patológico, afirma Ana Beatriz, necessita de parceria: para cada border, há alguém com outro transtorno, mesmo que leve. Há casos em que, do outro lado, está um obsessivo compulsivo, que jamais rompe o vínculo pela obstinação em corrigir a situação. Na maior parte das vezes, porém, o par da Personalidade Border é o narcisista – ou mesmo o psicopata. O “amor louco”do outro enaltece a vaidade do narcisista, vira sua forma de ter segurança e viver. No caso do psicopata, sua falta de empatia faz com que ele trate a situação com frieza, isso quando não se diverte e tem prazer. “São esses pares complementares que geram os casais tão improváveis que muitas vezes conhecemos e nos fazem pensar: como é que isso funciona?”, diz.
 
Fonte: Revista Época
 
Disponível em: <http://colunas.revistaepoca.globo.com/mulher7por7/2012/08/22/quando-o-amor-e-doenca-parte-3/>. Acesso em 22 ago. 2012.

Quando o Amor é Doença - Parte 2


Todas as noites, quando chegava em casa, eu passava a mão na parte de cima do armário para ter certeza de que a arma estava lá. Só quando meus dedos encontravam aquele objeto frio, eu me dava por satisfeita. Então eu tomava banho, jantava e me deitava para voltar a pensar em um jeito de matar o meu ex-marido. Até hoje eu nunca soube se teria mesmo coragem de fazer isso. Mas durante muito tempo, eu tinha certeza que sim.”
A funcionária pública mineira Neuza, 53 anos, casou-se aos 18. Era virgem e não tinha terminado seus estudos. Com poucos meses de união, descobriu que era traída. Não fez nada. Soube mais duas, três, quatro vezes – sempre com mulheres diferentes, que às vezes até ligavam para sua casa. Apaixonada – ela repete -, nunca reclamou.
Ao longo dos anos, na rotina do casal, ela ficava em casa com os filhos pequenos e ele ia à vida. Um dia, César, seu marido, comprou um carro novo, conversível. Era seu sonho de consumo. Neuza imaginou que ele levaria a família para um passeio, no primeiro sábado. Mas ele disse que sairia sem eles – porque tinha companhia melhor. Ela arranhou todo o seu carro. E ganhou um olho roxo – mas não o abandonou.
“Eu era tão apaixonada que tinha certeza de que ele ia mudar. Meu amor não poderia ser em vão. Quanto mais ele me destratava, mais eu era louca por ele. Criei uma rede de informantes – na vizinhança, no trabalho dele, no clube onde eu sabia que ele ia – para controlar tudo que ele fazia. Sabia das mentiras, das amantes, me jogava na cama e chorava, chorava. Mas não pensava em ir embora. Na verdade, saber de tudo sobre ele me dava certa sensação de poder, mesmo que ele me traísse.”
Neuza não pensava em separação, mas um dia ela chegou – pelas mãos do marido. Estava envolvido com a secretária de sua empresa. Neuza voltou para a casa dos pais depois de dez anos. Mas o marido, agora ex, continuou sendo o foco de sua vida. Soube das viagens ao exterior que ele fez com a nova mulher e do apartamento novo para onde se mudaram. Fez questão de ir até lá, para xingá-los na porta do edifício. Tomava remédios para dormir, não se alimentava. No emprego, que arrumara para ajudar os pais, passou mal inúmeras vezes.
“Era muito estresse, tristeza, revolta. O único jeito de eu voltar a viver era ele não existir mais. Então eu achei que só seria feliz se ele morresse. Foi aí que comprei a arma, ajudada por uma vizinha que tinha um irmão policial. Passei a pensar uma estratégia. Era melhor na saída do prédio ou do trabalho? Era melhor eu mesma ou alguém contratado? No meu íntimo, eu queria que ele me visse apertando o gatilho. Ele tinha que saber que era eu. Mas o plano ficava só na minha cabeça.”
Deprimida, Neuza começou a beber. Sofreu um acidente de carro, perdeu o fígado. Passou a sentir fraquezas, desmaiou na rua várias vezes. Foram anos assim, sempre doente, entocada em casa, sem amigos, sem diversão. E continuou seu plano de morte – que jamais compartilhou com alguém da família.
Um dia, o filho, já adulto, descobriu a arma. Quis saber o motivo. Neuza virou bicho. Era como se seu mundo estivesse sendo invadido. Agrediu o filho. Só neste momento veio a ideia de que ela precisava de ajuda psicológica urgente. Foi quando ela viu, num jornal, uma pequena matéria sobre o Grupo Mada – Mulheres que Amam Demais Anônimas.
“Quando li os relatos, parecia que falavam de mim, dos meus sentimentos das minhas dores. Só a ideia de que eu não estava sozinha já me ajudou. Participo das reuniões há oito anos. Esqueci o meu ex-marido. Mas arrumei um novo namorado e – adivinha – tive o mesmo tipo de problema: paixão, rejeição, descontrole. Acho que vou ter que me tratar a vida inteira.”
Todas as semanas, 45 grupos espalhados em 14 capitais brasileiras – além de um em Portugal e três na Venezuela – falam do Amor Patológico, suas dores e ações em nome dele cometidas. Surgido há cerca de dez anos, o Mada espalhou-se pelo país rapidamente, com o mesmo conceito dos Alcoólicos Anônimos: auto-ajuda, discussão, acolhimento e a certeza de que ninguém nunca se cura de uma compulsão – ela é apenas controlada, um dia após o outro.
Somos uma irmandade, repetem as mulheres que frequentam as reuniões. Começam sempre com uma prece. A ideia de uma força maior é primordial para a superação. Depois falam de seus problemas, relatam os últimos dias. Opinam nas histórias umas das outras.
“O Mada faz um trabalho fantástico, cotidiano. Mas é importante, na maioria dos casos, que haja também um tratamento psicológico ou psiquiátrico”, afirma Eglacy Sophia, supervisora do setor de Amor Patológico do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP. Hoje eles atendem 25 pessoas. Uma das referências do Mada é o SLAA – Sex and Love Addicts Anonymous (Viciados em Amor e Sexo Anônimos). Já são 113 grupos espalhados pelos Estados Unidos.
Como no Brasil, além dos grupos de auto-ajuda, também se multiplicam os centros de atendimento médico para o Amor Patológico. No Tennessee, um centro existente há 20 anos, The Ranch, referência no tratamento de álcool de drogas, criou, há dois anos, um espaço especial para tratamento da área de relacionamentos afetivos, já com dois grupos anuais de 20 pessoas, entre homens e mulheres. Em Los Angeles, o Center of Healthy Sex já tem 50 pacientes de Amor Patológico, com apoio de psicólogos e psiquiatras.
Segundo Eglacy, a maior parte das pessoas que busca ajuda é do sexo feminino – não à toa o Mada cresceu apenas com mulheres. Mas será que elas sofrem mais com o Amor Patológico? “É da natureza feminina buscar mais ajuda e mulheres têm mais facilidade para expor seus problemas”, diz.
Analice Gigliotti, da Santa Casa, acredita que mulheres são maioria porque, por uma questão cultural, sempre deram mais importância aos relacionamentos afetivos. “Se a pessoa tem aquele aspecto da vida como prioritário para sua felicidade, e se ele não vai bem, a vida toda está ruim”, diz. Mas isso não quer dizer que homens não desenvolvam este tipo de transtorno – e com grande sofrimento.
 
Fonte: Revista Época
 

Uma Questão de Potência: as vivências sexuais pré-genitais na infância, acrescidas das experiências socioculturais, constituem a base da identidade sexual masculina e ajudam a compor o imaginário em torno do pênis


Símbolo de poder, domínio e virilidade, o pênis sempre ocupou posição de relevância  na cultura de praticamente todas as civilizações, sendo inegável o fascínio que exerce sobre a humanidade desde os tempos mais remotos. As diversas representações sobre o órgão sexual masculino formaram um imaginário tão poderoso que ultrapassou o senso comum e tornou-se objeto de estudo da ciência. Elemento fundamental na construção da identidade masculina, a forma como o pênis é visto no contexto sociofamiliar e a percepção que o homem tem do valor atribuído a sua posse determinam o desenvolvimento de sua estrutura psicossexual. Para o jornalista americano David M. Friedman, o pênis é o órgão definidor do sexo masculino, pois constitui a mais evidente diferença física entre homens e mulheres. É a presença ou ausência dessa parte do corpo que, ainda no período da gestação, define não apenas o sexo, mas também como todos os demais passarão a interagir com a criança que está por vir. No caso do menino, grande atenção é dada a seus genitais desde a confirmação do sexo. Tal referência lança as sementes para que, no futuro, ele perceba que tem algo de muito valor: seu pênis. Já quando se trata de uma menina, não há interesse algum por seus genitais; ao contrário, seu sexo é identificado pela ausência do pênis. Segundo a teoria psicanalítica, o desenvolvimento sexual infantil ocorre em três fases: oral, anal e fálica. Antes de atingir a fase adulta ou genital, a criança passa por um período de latência, que se estende até a puberdade. Nas fases oral e anal não existe qualquer diferenciação no desenvolvimento de meninos e meninas, enquanto na fálica, por volta dos 3 anos de idade, há um direcionamento da libido para os genitais.

Nessa etapa as diferenças entre os sexos chamam muito a atenção das crianças e é fácil compreender por que, para elas, pode parecer natural que à menina falte algo em vez de ter um corpo diferente, pois, se o pênis é um órgão externo, de fácil visualização, a vagina caracteriza-se como uma parte interna e, consequentemente, não pode ser vista. De acordo com a teoria freudiana, a compreensão infantil é de que o homem tem algo que falta à mulher, sendo natural a associação de certa superioridade dele sobre ela. Ter pênis é entendido como atributo de valor dos meninos e elemento fundamental da identidade masculina. É na fase fálica que os modelos de relação entre homens e mulheres são organizados, e o menino (no caso, o futuro heterossexual, objeto deste artigo) tem no sexo oposto a obtenção de satisfação de seus desejos. O fato de a mãe ser responsável pela sobrevivência do filho e atender não apenas a suas necessidades fisiológicas, mas também afetivas, leva o menino a elegê-la como objeto de seu desejo. É por meio do contato com ela que o garoto tem as primeiras vivências afetivo-sexuais, alicerces para futuras relações com a figura feminina. É muito comum ouvirmos um filho dizendo ser o namorado da mamãe, concretizando, nessa fala, o desejo de ter a mãe só para si. Mas há um impedimento para a realização dessa fantasia infantil, pois essa mulher já tem outro em sua vida: o pai, como figura de autoridade, que impede o menino de ter a mãe como sua. Ao mesmo tempo que é amado e tido como modelo no qual o filho pode se espelhar, é também o grande rival, gerando sentimentos contraditórios de amor e ódio. O garoto deseja a mãe e quer eliminar seu rival, mas teme ser punido com a castração, configurando o que Freud denominou de complexo de Édipo, em referência à peça Édipo rei , de Sófocles (496-405 a.C.). Segundo a teoria psicanalítica, ao temer a castração, o menino reprime a atração sentida pela mãe, o que encerra, assim, a etapa fálica da sexualidade infantil.
Nesse caso, o garoto poderá identificar-se com a figura paterna e, no futuro, buscar para si uma mulher para amar, desejar e, quem sabe, constituir a própria família. No entanto, se essa etapa for assimilada de maneira negativa, o menino talvez se sinta castrado em sua masculinidade e inseguro quanto a sua capacidade de realizações no campo afetivo-sexual. 
Todas as experiências sexuais infantis deixarão profundas marcas na memória, algumas conscientes, porém a maioria, inconscientes. 

Fonte: Revista Mente e Cerebro
 

Por Que Crianças Têm Dificuldade de Compartilhar: estudo sugere que o ambiente onde os pequenos vivem e a educação que recebem são decisivos para aperfeiçoar a sociabilidade


A recusa em emprestar brinquedos ou dividir alimentos pode resultar de conexões neurais imaturas. Um estudo publicado na revista Neuron revela que a interação de centros de controle de impulsos é mais frágil em crianças pequenas e tende a se intensificar com o passar dos anos, na mesma medida em que elas aprendem e colocam em prática estratégias sociais.
Cientistas do Instituto Max Planck de Ciências Cognitivas e do Cérebro, na Alemanha, observaram crianças de 6 a 10 anos e pré-adolescentes tomando decisões simples durante um jogo. Eles deviam dividir fichas que valiam pontos (e prêmios) com um receptor anônimo em duas situações: escolher aleatoriamente quanto ceder sem nenhuma consequência e correr o risco de ter sua oferta recusada se a outra criança a achasse injusta – nesse caso, nenhuma das duas ganharia nada. Ou seja, a segunda tarefa exigia maior habilidade social.
Todos os participantes se comportaram de forma semelhante na primeira situação. Na segunda, porém, os mais jovens fizeram ofertas piores e se revelaram mais propensos a aceitar poucas fichas mesmo percebendo que era injusto. Neuroimagens captadas durante o experimento revelaram menor atividade no córtex pré-frontal, centro de tomada de decisões e autocontrole, das crianças mais novas. Estudos anteriores apontaram que menor atividade nessa região está associada a habilidades sociais menos aprimoradas.
Os autores do estudo sugerem que o ambiente onde a criança vive e a educação que recebe podem ser decisivos para aperfeiçoar a sociabilidade e o controle de impulsos nesse período de amadurecimento neural. 
Fonte: Revista Mente e Cérebro

Tempestades do Corpo e da Alma: crises de depressão e de euforia provocam desequilíbrios químicos que podem danificar as células e acelerar o envelhecimento do corpo


Desde 2009 o psiquiatra Rodrigo Bressan e outros pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) acompanham um grupo de adolescentes com alto risco de desenvolver doenças mentais graves como o transtorno bipolar e a esquizofrenia. Eles querem descobrir o momento adequado para agir antes que os problemas se manifestem e, assim, tentar evitar que se instalem. Ao mesmo tempo, procuram ensinar os adolescentes e seus familiares a lidar com situações estressantes que podem disparar as crises. Assim que possível, Bressan e os psiquiatras Elisa Brietzke e Ary Araripe Neto querem ver se compostos anti-inflamatórios, antioxidantes ou neurotróficos poderiam proteger as células cerebrais e, quem sabe, reduzir o risco de desenvolver essas doenças mentais.
A estratégia de tentar proteger o cérebro com esses e outros compostos se baseia na hipótese de que os neurônios e outras células cerebrais sofrem danos gradativos a partir do primeiro episódio mais intenso da doença – há quem suspeite de que os danos podem começar até mesmo antes. Estudos recentes indicam que nesses distúrbios o cérebro produz certos compostos em níveis nocivos que atrapalham o funcionamento das células e podem causar danos irreparáveis à medida que se sucedem, levando à deterioração das capacidades de raciocínio, planejamento e aprendizagem e até a uma alteração leve e definitiva do humor. Simultaneamente ao aumento na concentração dessas substâncias, haveria também uma diminuição nos de compostos neuroprotetores naturalmente produzidos pelo organismo.
Um dos pesquisadores que ajudou a desenvolver essa hipótese é o psiquiatra Flávio Kapc-zinski, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Medicina Translacional. Ele está convencido de que a evolução dramática dos casos graves de transtorno bipolar e de depressão é consequência de alterações fisiológicas causadas pelas crises recorrentes.
As crises que de tempos em tempos atormentam a mente também intoxicam o corpo, acredita Kapc-zinski. Elas seriam como tempestades químicas que desfazem o equilíbrio das células cerebrais e liberam compostos que, carregados pelo sangue, inundariam o organismo – às vezes levando a um grau de intoxicação quase tão grave como o enfrentado por quem desenvolve uma infecção generalizada (sepse). Repetidas ao longo de anos ou décadas, essas avalanches tóxicas precipitadas por surtos de depressão ou de mania produziriam um desgaste lento e progressivo do cérebro e de todo o corpo, reduzindo a capacidade de recuperação e acelerando o processo de envelhecimento.
Fonte: Revista PESQUISA FAPESP

Quando o Amor é Doença - Parte 1


Ao longo desta semana, vamos apresentar uma série sobre amor patológico, um transtorno do comportamento que afeta a vida de milhares de homens e mulheres. Serão cinco posts, um por dia, com depoimentos de quem vive ou já viveu esse drama e explicações de especialistas. Os nomes apresentados na matéria foram trocados.
 
Quando meu amante não me quis mais, senti mais dor do que na morte da minha mãe. Logo minha mãe, que foi tão boa pra mim. Ele foi mau. Me fez  sentir a mulher mais maravilhosa do mundo, depois deixou de me amar. Eu o persegui, xinguei e agredi. Minha vida se tornou ingovernável.”
O relato de Tânia, carioca, 41 anos, é interrompido pelas lágrimas inúmeras vezes. Professora, casada e mãe de um adolescente, ela se tornou viciada – no jogo e no amor. O alcoolismo do marido e a independência do filho crescido a jogaram num vazio. Há cinco anos, nas tardes livres, começou a freqüentar um bingo. Era apenas um passatempo. Até que ela conheceu Paulo, solteiro e mais jovem do que ela. Em uma semana, estavam apaixonados. Uma nova rotina se fez: eles passavam as tardes apostando – quase sempre com o dinheiro dela – e, antes que ela voltasse para a família, passavam algumas horas no apartamento dele, ali perto.
“Era muita adrenalina. Da roleta à cama dele, eu me sentia numa aventura, num filme. Depois de um mês, ele disse que queria ser meu noivo. Sabia muito bem que eu era casada, mas ali no bingo, a gente vivia um mundo paralelo. Ele fez o anúncio na frente de todo o pessoal que jogava e me deu um anel, ajoelhado no chão. Eu nunca me senti tão poderosa.
Depois de um ano, tudo começou a mudar. Paulo sumia várias tardes. Dizia que havia conseguido um trabalho, que não queria mais ser sustentado pelos pais. Tânia passou a persegui-lo. Durante dias seguidos, passava horas no estacionamento onde ele guardava o carro, para ver se ele chegava com alguém. Sua vida era saber de todos os seus passos. Subornou um porteiro. Tentou contratar um amigo para segui-lo. No bingo, quando Paulo aparecia, ela não permitia que ele conversasse com nenhuma outra mulher. Tiveram brigas públicas. Ela já não ligava para o olhar dos outros. Passaram a se agredir fisicamente.
Eu não ligava pro meu filho, minha casa, nada. Eu vivia em função dele. Um dia, ele disse que não queria mais, que eu levava a vida dele para o fundo do poço. Falou que eu era louca. Foi pouco antes de um Natal. Na ceia, com meu marido, meu filho e o resto da família, chorei sem parar. Ninguém sabia o que eu tinha. A quem perguntava, eu dizia que estava deprimida.”
No dia seguinte, Tânia foi à casa de Paulo. A mãe atendeu a porta e ela invadiu. Começou a gritar e quebrar tudo pela frente. Agrediu o ex-namorado com socos e pontapés. Chamaram dois porteiros para tirá-la de lá. Mas ela não parou. Continuou seguindo o ex-namorado. Contentava-se em vê-lo passar na rua. Teve distúrbios de ansiedade, insônia, desmaios. A família nunca soube o motivo. Hoje, ela tem apoio psiquiátrico e participa de um grupo de apoio. Ainda pensa no ex – e sofre –, mas tem conseguido se controlar.
“Até quando, não sei. Mas esse amor ainda dói muito.”
O que Tânia chama de amor pode ser, na verdade, uma doença. Dentro das classificações psiquiátricas, ela se insere nos chamados Transtornos Impulsivos do Comportamento – junto com o vício no jogo, nas compras, na comida. Nos meios médicos, é chamado de Amor Patológico – e tem sido cada vez mais reconhecido como doença. No Rio, a Santa Casa, referência em Psiquiatria, iniciou este ano o tratamento específico deste tipo de transtorno. Doze pacientes começaram a ter sessões individuais e trabalhos em grupo. Há cinco anos, um núcleo da Universidade de São Paulo (USP) também mantém um ambulatório especializado, além de estudar o Amor Patológico.  “A ideia dessa dependência afetiva é bastante nova. Esse reconhecimento é muito importante, porque é algo que causa enorme sofrimento a muitas pessoas”, diz a psiquiatra Analice Gigliotti, chefe do Setor de Dependência Química e Outros Transtornos do Impulso da Santa Casa.
O Amor Patológico ainda não é, oficialmente, uma doença mental. As dependências comportamentais estão entrando, progressivamente, no Manual de Estatística e Diagnóstico das Doenças Mentais, a DSM. Trata-se da bíblia dos transtornos mentais, reelaborada periodicamente pela Associação Americana de Psiquiatria. Na próxima edição, que sairá ainda este ano, a compulsão por jogos será registrada. “Aos poucos, a coleção de registros e a existência de um padrão farão com que os transtornos sejam incluídos no Manual”, diz Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria.
 Desde a década de 80, a psicologia e medicina estão percebendo que, da mesma forma que há dependências químicas, de substâncias, há a dependência de determinados comportamentos. A novidade é medicalização do transtorno. O reconhecimento do problema – que tem um padrão, daí ganhar um tratamento específico – é o primeiro passo para o processo de controle de atitudes que podem prejudicar vidas.
No fundo de tudo, a busca do prazer. O vício não é no jogo, na droga ou na pessoa – é no prazer. A explicação é neuroquímica: a paixão, como a droga, libera a dopamina no cérebro. É essa substância que causa a sensação de prazer, de conforto, de felicidade e bem-estar. Depois de experimentá-la, como viver sem ela? No caso do Amor Patológico, essa sensação é personificada. Como viver sem aquele alguém ou com a ideia de que ele não nos ama como gostaríamos?
Quem sofre do Amor Patológico não consegue ter um relacionamento amoroso saudável. Seu foco obsessivo é o parceiro, a relação. Aceita um relacionamento destrutivo, tolera humilhações. Sofre com a falta de atenção do ser amado – real ou imaginária. Reage de forma desesperada à rejeição. Tem necessidade de controle do outro – mesmo quando este já virou ex. Às vezes por toda a vida.

Fonte: Revista Época

Atenção Às Armadilhas Mentais na Gravidez


Cerca de 20% das gestantes podem ser acometidas com algum tipo de transtorno, segundo psiquiatra.
A gravidez é considerada uma fase "mágica" na vida da mulher. E é também o momento em que ela está mais vulnerável não só às boas emoções desta fase, mas também a uma série de inseguranças e transtornos mentais que podem acarretar em depressão, ansiedade pós-parto, entre outros problemas. Segundo a psiquiatra Paula Borba, cerca de 20% das gestantes podem ser acometidas com algum tipo de transtorno que pode afetar não só a mulher, mas também o desenvolvimento do bebê. Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que 450 milhões de pessoas sofrem de algum transtorno mental e que uma em cada quatro será afetada pelo problema em alguma fase da vida. Nesse grupo, também enquadram-se mulheres grávidas e há evidências de que, durante a gestação, esses transtornos possam atingir níveis elevados.
Estudos apontam que as mulheres ficam mais suscetíveis a transtorno mentais e psicológicos devido às oscilações hormonais que acontecem durante seu ciclo reprodutivo,principalmente durante e após a gestação. Paula Borba explica que as preocupações decorrentes das exigências sociais, emocionais e psicológicas de cuidar de um bebê e a situação conjugal da gestante são alguns dos fatores que influenciam a prevalência de transtornos depressivos ou psicóticos nesta fase. Para a psiquiatra, o ponto principal da questão é que a nova mamãe tenha consciência das alterações em seu organismo e observe quando as emoções ultrapassam a normalidade e passam a interferir no seu dia a dia. Neste momento, é hora de procurar a ajuda de um profissional de saúde mental para entender melhor o que está acontecendo e se prevenir de um problema psicológico mais grave no futuro. 
A psiquiatra, com larga experiência no acompanhamento de gestantes e novas mamães, esclarece que o período da gestação por si já engloba fragilidade, expectativas, fatores psicológicos, físicos e sociais que acabam interferindo na saúde mental da mulher. Paula Borba ressalta que a medicina vem aumentando a atenção quanto a esse período na vida da mulher, quando ela fica mais vulnerável a desenvolver ansiedade, pânico ou depressão. Se há predisposição genética, a gestante tem ainda mais chances de desencadear um transtorno, principalmente após o parto, no período de 15 dias a um ano do nascimento do bebê.


Fonte: Diário de Natal via Associação Brasileira de Psiquiatria

Disponível em:<http://abp.org.br/2011/medicos/imprensa/clipping-2>. Acesso em: 21 ago. 2012.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Padecer no Paraíso: conheça alguns transtornos psíquicos na gestação e no pós-parto que comumente acometem as mulheres, como amenizar o sofrimento e até evitá-los


A gestação é um momento muito especial e peculiar na vida da mulher e de toda a sua família. É um período de mudanças, tanto físicas quanto psíquicas, com o propósito de gerar uma vida. Essas modificações e novidades criam uma grande expectativa e, infelizmente, neste período em que muitos imaginam que seja apenas de felicidade e tranquilidade, por vezes, pode servir como palco para o surgimento ou agravamento de diversos transtornos psíquicos.
Sabe-se que a saúde mental materna é fundamental não só para o bem-estar da própria mãe, mas também do bebê e da sua família, além de ser um dos fatores determinantes para uma gestação e puerpério sem intercorrências. Na última década, tem-se dado cada vez mais importância ao tema pelos profissionais da área da saúde e pela mídia. A disseminação dos conceitos de transtornos psíquicos perinatais reduz o estigma e permite que as mulheres reconheçam que estão doentes e procurem ajuda. "A depressão perinatal é definida como a presença de um episódio de depressão maior que ocorre durante a gestação ou até 12 meses após o parto."
Estima-se que a prevalência de depressão perinatal seja em torno de 12%¹ na população geral, mas esses valores podem chegar a 43% em mulheres com transtorno depressivo prévio e a alcançar 68% em mulheres que optaram por descontinuar o tratamento de manutenção com psicofármacos.²
Similarmente, altas taxas de transtornos ansiosos, incluindo transtorno de pânico, transtorno obsessivo- compulsivo e transtorno do estresse pós-traumático também são encontradas³. O medo de que o bebê morra no berço pode ser patológico, assim como a aversão associada a trabalhos de parto prévios dolorosos e à recorrência de tensão, pesadelos e memórias negativas que se mantêm até o próximo trabalho de parto.
 
 
Fonte: Revista Psique Ciência e Vida

Coisas de Mulher: Síndrome pré-menstrual e transtorno disfórico pré-Menstrual ganham aqui uma a


A menstruação costuma chegar na vida da mulher entre 10 a 13 anos de idade e encerra-se em média aos 50 anos. Descontando um a dois anos sem menstruação, em quem tem 1 ou 2 filhos, é nítido que ela acompanha a mulher durante um longo período da sua vida e pode causar repercussões em seu dia a dia, recebendo atualmente maior destaque em discussões na área médica, da Psicologia e até forense.
Algumas mulheres vivenciam todo o ciclo reprodutivo sem qualquer intercorrência, porém muitas apresentam sintomas emocionais e físicos relacionados ao ciclo menstrual. Apesar do questionamento sobre essas queixas serem resultantes da estressante vida moderna, Semonides (2600 a.C.) e Hipócrates (600 a.C.) já descreviam alterações de comportamento, ideias de morte e delírios resultantes da retenção do fluxo menstrual, mas foi em 1931 que Robert Frank denominou de "tensão pré-menstrual" o conjunto de sintomas que aparecem alguns dias antes da menstruação e desaparecem com a mesma1. Posteriormente, Katherine Dalton, em 1953, modificou o termo "tensão" por "síndrome", composta por múltiplas facetas físico-psíquicas e comportamentais2.
Em 1987, denominaram transtorno disfórico da fase lútea tardia na edição revisada do III Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, da Associação Psiquiátrica Americana, no qual a entidade aparece inclusa em "categorias propostas necessitando estudos adicionais", devido à grande polêmica entre grupos feministas que se embatiam, considerando, de um lado, o avanço via reconhecimento de sofrimentos gêneros específicos e, por outra parte, o receio da classificação desse transtorno como doença servir para discriminação feminina na sociedade, no trabalho e até nos seguros de saúde1.
Em 1994, houve revisão e nova denominação no Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, que passou a ser nomeado Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM), como um subtipo de transtorno afetivo. "Apesar de critérios diagnósticos definidos, na prática muitos apresentam dificuldade em diferenciar o TDPM da Síndrome Pré Menstrual (SPM)3".
SPM x TDPM
A SPM é caracterizada pelo conjunto de sintomas físicos (cefaleia, mastalgia, alterações de apetite, edema) e psíquicos (tristeza, irritabilidade e sintomas depressivos), inicia de 1 a 15 dias antes da menstruação e classifica-se segundo a intensidade dos sintomas em leve, moderada ou severa4. (veja quadro)
O TDPM acomete geralmente mulheres entre 25 a 35 anos e se caracteriza pela recorrência cíclica, durante a fase lútea, de sintomas somáticos, comportamentais e de humor em primeira instância, sendo ansiedade, labilidade afetiva, sintomas depressivos, irritabilidade, distúrbios do apetite e do sono os mais frequentes3,5. Tais sintomas são tão severos que prejudicam o funcionamento social, ocupacional, escolar e familiar4.
Além disso, estão relacionados diretamente às fases do ciclo pré-menstrual e podem durar, tipicamente, de cinco a quinze dias. Em geral, pioram com a proximidade da menstruação e cessam de forma imediata ou logo a seguir ao início do fluxo menstrual3,4,5. "É importante frisar que estes sintomas não devem ser apenas exacerbação de outra doença".

Diversas teorias já foram propostas para explicar a causa do TDPM, porém ainda não está totalmente esclarecida. A principal hipótese vigente é que algumas mulheres são mais sujeitas a alterações de humor no período pré-menstrual, por uma sensibilidade cerebral às flutuações hormonais presentes no ciclo menstrual feminino, ou seja, um mecanismo psiconeuroendócrino desencadeado pelo ciclo ovariano normal6. Essas mulheres, mesmo com níveis adequados dos hormônios gonadais, teriam maior propensão a alterações no sistema nervoso central, principalmente na via serotoninérgica, com as oscilações hormonais.
Sabe-se que a Psicoterapia pode auxiliar essas mulheres a enfrentarem e lidarem com as disfunções nas esferas sociais, afetivas e ocupacionais que os sintomas do TDPM podem ocasionar. O equilíbrio psicológico da mulher depende do modo como ela encara sua feminilidade desde jovem. A primeira menstruação significa que a menina adquiriu sua maturidade biológica, que é mulher e está capacitada para ser mãe. O conhecimento e a aceitação da menstruação são de fundamental importância para a mulher, pois se trata de um fenômeno que irá acompanhá-la por grande parte de sua vida, podendo até interferir na sua menopausa.

Fonte: Revista Psique Ciência e Vida