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quarta-feira, 1 de julho de 2015

Grupoterapia contra depressão

Participar de atividades pode ser decisivo para evitar ou amenizar sintomas depressivos


É provável que você se lembre de algumas manhãs em que teve dificuldade para sair da cama. E não só porque estava com sono ou frio, mas talvez porque levantar-se significava entrar em contato com lembranças desagradáveis, como da nota baixa na prova, da festa para qual não recebeu convite, do trabalho que não conseguiu ou de algum ressentimento guardado. Para quem sofre de depressão, todos os dias podem parecer cansativos demais ou até assustadores – e sair do conforto dos lençóis, uma espécie de pesadelo. Nesses momentos, as coisas antes prazerosas deixam de ter o mesmo sabor. Falta, por exemplo, vontade de se exercitar, ler ou mesmo se encontrar com uma pessoa próxima – ainda que situações possam ajudar a aliviar o sofrimento.
A depressão é hoje a principal causa de incapacidade no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Cerca de 20% das pessoas passam por pelo menos um episódio durante a vida. O risco é ainda maior para mulheres, jovens adultos e aqueles que vivem em países desenvolvimento e principalmente em comunidades carentes. Com consequências sociais e econômicas, o transtorno não afeta apenas o paciente, mas também os que estão ao redor.
E não é fácil tratá-lo. Medicamentos antidepressivos podem provocar efeitos colaterais como sonolência, problemas sexuais e ganho de peso, o que leva muitos pacientes a interromper o uso. Quase um terço não responde ao tratamento inicial. Um em cada cinco que sentem alívio dos sintomas volta a apresentar o quadro depressivo mais tarde. Em média, os pacientes têm quatro recaídas ao longo da vida.
Por todas essas razões, cada vez mais profissionais da área da saúde reconhecem que em muitos casos o simples uso da medicação não é o caminho mais adequado. A psicoterapia tem papel fundamental no tratamento, mas ainda assim parece necessário desenvolver novas estratégias terapêuticas. Várias evidências sugerem que uma abordagem simples e de baixo custo pode favorecer muito o tratamento: fazer parte de um ou mais grupos pode tanto prevenir como curar a depressão.
Os autores:  Tegan Cruwys é doutora em psicologia clínica. S. Alexander Haslam é doutor em psicologia social. Genevieve A. Dingle é doutora em psicologia clínica. Os três são professores da Universidade de Queensland, na Austrália.

Fonte: Scientific American Mente Cérebro

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