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quinta-feira, 23 de julho de 2015

REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL

Exibindo 2015 - Debate Maioridade Penal-01.jpg

XI Enecult | 2015

Relato de experiência: Dissidências sexuais e de gênero: ativismos em arte e comunicação

O relato de experiência Dissidências sexuais e de gênero: ativismos em arte e comunicação vai debater a possibilidade de outras formas de ativismos – menos institucionalizadas e mais independentes – que fogem e/ou desconstroem ideais sobre as sexualidades e os gêneros. Imergindo nas dimensões da arte e da comunicação, a sessão vai ressaltar o caráter político que essas duas formas de atuação adquirem no fomento de outras maneiras de fazer conhecimento e no combate à produção de subalternidades.
Com Jota Mombaça (Monstrx Erratik), também escritorx, articuladorx e artista da performance, e Sofia Favero Ricardo, administradora da página “Travesti Reflexiva” no Facebook.
A sessão será coordenada e mediada por Leandro Colling, professor do IHAC e do Pós-Cultura da UFBA e coordenador do grupo de pesquisa Cultura e Sexualidade (CuS).
Mais detalhes sobre o relato de experiência AQUI.
Clique aqui para se inscrever.
Confira toda a programação no nosso site.

Demência vascular é mais comum que Alzheimer e pode ser prevenida

Demência vascular
Médicos da USP descobriram que a demência vascular é mais comum entre os idosos brasileiros do que a doença de Alzheimer.
A descoberta é importante porque a demência vascular pode ser prevenida, estando geralmente associada a fatores de risco cardiovascular, como hipertensão e diabetes.
Até agora, acreditava-se que a principal causa de demência entre os idosos brasileiros era a doença de Alzheimer, a exemplo do que tem sido verificado em estudos realizados no exterior.
O estudo nacional, que envolveu a análise do cérebro de pessoas que faleceram com diagnóstico de demência, identificou um grande número de alterações decorrentes de lesões cerebrais causadas por problemas da circulação sanguínea, compatíveis com o quadro de demência vascular.
Prevenção da demência
Os resultados da pesquisa demonstraram que grande parte dos casos de demências poderia ter sido prevenida se os fatores de risco cardiovasculares, como pressão arterial, colesterol e obesidade, tivessem sido tratados adequadamente.
"Não existe tratamento para a demência, mas é possível evitar ou retardar seu aparecimento quando a causa é um problema da circulação sanguínea", ressalta a professora Lea Grinberg, coordenadora do estudo.
"Há consciência de que o controle de fatores de risco vasculares tem impacto positivo na saúde do coração. A pesquisa mostra que esse efeito pode se estender ao cérebro," completou.
Fonte: Diário da Saúde

segunda-feira, 20 de julho de 2015

OMS alerta que 10% da população global tem distúrbio de saúde mental

A Organização Mundial da Saúde, OMS, alerta que uma em cada 10 pessoas no mundo, 10% da população global, sofre de algum distúrbio de saúde mental. Isso representa aproximadamente 700 milhões de pessoas. No entanto, apenas 1% da força de trabalho mundial de saúde atua nesta área.
Segundo a OMS, quase metade da população global vive em países onde há menos de um psiquiatra para cada 100 mil pessoas.
Acesso Desigual
A agência destaca que existem "grandes desigualdades no acesso a serviços de saúde mental dependendo de onde as pessoas vivem". Em uma média global, há menos de um trabalhador de saúde mental para cada 10 mil pessoas. Os dados estão no Atlas de Saúde Mental 2014, da OMS, lançado nesta terça-feira. De acordo com o documento, em países de rendas baixa e média as taxas caem abaixo de um para cada 100 mil pessoas, enquanto em países de renda alta este índice é um para cada 2 mil pessoas.
Gastos
O relatório afirma que os gastos locais em saúde mental ainda são "muito reduzidos". Países de rendas baixa e média gastam menos de US$ 2 per capita por ano em saúde mental. Este valor é equivalente a R$ 6,30. Em países de renda alta, esses gastos chegam a mais de US$ 50. A maior parte do dinheiro vai para hospitais psiquiátricos, que servem a uma pequena parcela dos que precisam de cuidados. Os países ricos ainda têm um número muito maior de leitos em hospitais psiquiátricos e de taxas de internação.
Treinamento
Segundo a agência, o treinamento de equipes de atenção primária em saúde mental é "fundamental" para capacitação ao reconhecimento e tratamento de pessoas com distúrbios mentais graves e comuns. Desde 2011, o número de enfermeiras trabalhando em saúde mental aumentou 35%, mas ainda há escassez em todas as áreas, particularmente em países mais pobres.
Políticas
De acordo com o Atlas, as nações continuam progredindo na criação de políticas, planos e leis para saúde mental, que fornecem uma base para boa governança e desenvolvimento de serviços. A agência afirmou que dois terços dos países têm uma política ou plano e metade deles tem uma lei de saúde mental independente. No entanto, a maioria das políticas e das leis não estão em plena conformidade com os instrumentos internacionais de direitos humanos. A implementação é, muitas vezes, fraca e pessoas com transtornos mentais e seus familiares têm frequentemente envolvimento limitado em seu desenvolvimento.
Plano de Ação
O relatório lançado nesta terça-feira é a quarta e mais nova edição da iniciativa da OMS de medir os progressos em saúde mental em todo o mundo.
Em 2013, a agência da ONU lançou o Plano de Ação Abrangente sobre Saúde Mental 2013-2020. O documento estabeleceu quatro objetivos, incluindo o fortalecimento de liderança e governança para saúde mental e o fornecimento de serviços sociais e de saúde mental abrangentes em ambientes comunitários. A OMS quer também a implementação de estratégias para promover a saúde mental e o fortalecimento de sistemas de informação e pesquisa.
*Apresentação: Edgard Jr.
Fonte: EBC
Palavras Chave: 

Fonte: UNA-SUS

O legado do biógrafo de Freud

A obra de Peter Gay, além de apresentar o criador da psicanálise de maneira autêntica e rigorosa, restitui o personagem a seu lugar no pensamento ocidental

No momento em que a psicanálise redescobre o interesse pela sua própria história, chega com pesar a notícia do falecimento do historiador alemão Peter Gay, em 12 de maio. Graças ao seu monumental trabalho Freud: uma vida para o nosso tempo (Companhia das Letras, 1989), o autor se consagra mundialmente como o “biógrafo de Freud”. Porém reduzi-lo a esse título é dizer muito pouco, principalmente por dois motivos. Primeiro, porque escrever uma biografia do fundador da psicanálise não foi exclusividade de Gay. É fato que ele toma distância da história oficial de Freud, promovida por Ernest Jones nos três volumes de A vida e a obra de Sigmund Freud (Imago, 1989). Psicanalista, Jones apresenta uma escrita excessivamente contaminada pelo tom hagiográfico, privilegiando a conduta inabalável de Freud, possivelmente devido à sua proximidade com ele. Justiça seja feita, outros também se distanciaram da história oficial para uma escrita criativa e livre, como no singularíssimo exemplo latino-americano de Sigmund Freud – Século da psicanálise – 1895-1995 (Escuta, três volumes, 1995), biografia escrita pelo “argentino-baiano” Emilio Rodrigué.

Mas Peter Gay foi um dos grandes desbravadores na missão de aproximar a história oficial da psicanálise e a historiografia erudita – embasada em arquivos, com a devida consideração de documentos, textos e verdades factuais – sem “oficialismos”. Ele estabelece a narrativa sobre Freud não para exaltar sua figura lendária, mas sim – e sobretudo – para elevá-la à dignidade de seu invento. Isso equivale a dizer que, para além de Freud, a psicanálise se origina do solo histórico que lhe dá ensejo e, inversamente, que a compreensão da modernidade informa sobre o gênio criador de Freud. Em vez de delegar a tarefa de narrar o percurso de vida do criador da psicanálise exclusivamente a psicanalistas ou a jornalistas mais ou menos curiosos, Gay faz da biografia um trabalho histórico autêntico e rigoroso, ao mesmo tempo que restitui Freud a seu devido lugar no pensamento ocidental.
Em segundo lugar, porque Freud, para Peter Gay, é bem mais do que um simples objeto de estudo: ele é, em praticamente todos os momentos de sua obra, um verdadeiro interlocutor. Seu memorável trabalho Freud para historiadores (Paz e Terra, 1989), inexplicavelmente pouco lido e comentado no Brasil, é uma exploração de cruzamentos metodológicos da experiência intelectual freudiana com as teses da história da psicologia, herdada da mais profícua tradição historiográfica da Escola dos Annales. Nos cinco volumes de A experiência burguesa (Companhia das Letras, 1989), Peter Gay busca compreender as profundas transformações dos modos de vida da era vitoriana até, justamente, o destaque conferido à sexualidade pela doutrina freudiana.
Uma característica de suas teses sobre o Iluminismo e o Modernismo é a recepção da estética no campo das ideias: o atravessamento da literatura de Baudelaire e de Kafka, da música de Mozart a Schoenberg e Stravinsky, do teatro beckettiano e das pinturas da secessão vienense costuma compor o cenário dos livros do historiador, do mesmo modo que também não escapam aos seus olhos atentos os arquivos de diários íntimos, cartas de família, relatórios médicos e panfletos religiosos e políticos. Esse vasto conjunto de elementos faz de Peter Gay um historiador social da cultura e das ideias da mais alta envergadura na compreensão da experiência da modernidade. Seria impossível elencar tais elementos aqui exaustivamente pela extensão da obra, mas cabe sublinhar que, além dos textos propriamente ditos, suas valiosíssimas notas de rodapé são fontes generosas de uma inesgotável bibliografia percorrida por esse insaciável pesquisador.
Além de ter se dedicado ao ensino e à pesquisa nas universidades de Columbia e Yale, Peter Gay também era psicanalista, tendo realizado sua formação no Western New England Institute for Psychoanalysis e se tornado membro honorário da Associação Americana de Psicanálise, em 1985. Os Estados Unidos que o abrigariam ainda na infância fugido do nazismo, em que ele passa a sua vida, será, curiosamente, o mesmo país que acolherá anos depois uma grande parte dos arquivos pessoais de Freud, sob a tutela da Livraria do Congresso, em Washington. Imagino que, estando ele devidamente abrigado nos documentos de Freud, não deve ter sido nada fácil para um historiador honesto presenciar o florescimento de certa escola revisionista americana que (ainda) insiste em criticar ou vilipendiar Freud e a psicanálise por meio de uma historiografia caluniosa e inverossímil.
Se há hoje na história da psicanálise uma verdadeira batalha contra o revisionismo antifreudiano e contra um biografismo reduzido a mera coleção de notas e curiosidades do percurso da vida do biografado, o pensamento e a obra de Gay são uma verdadeira lição de método de como se posicionar de maneira honrosa nesse tipo de contenda. Peter Gay pôde ser o biógrafo que foi graças ao historiador que era: um intelectual digno desse nome. Ele nos deixa com a tarefa de levar adiante o legado da historiografia erudita da psicanálise – um legado para o nosso tempo.

Rafael Alves Lima é psicanalista, mestre em psicologia clínica pela Universidade de São Paulo (USP), autor de Por uma historiografia foucaultiana para a psicanálise: o poder como método (Via Lettera, no prelo) e organizador de Clinicidade: A Psicanálise entre Gerações (Juruá, no prelo).

Fonte: Scientific American Mente Cérebro

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Meditação para usar na escola

Quando aplicada na sala de aula, a técnica contribui para uma maior capacidade de concentração e facilidade de aprendizagem

Vários estudos científicos têm comprovado que a meditação favorece a capacidade de aprendizagem, concentração, além de ajudar a perceber melhor as próprias emoções e a lidar com elas. Acessível a qualquer pessoa, a prática usada há centenas de anos por religiosos favorece a sensação de bem-estar geral e tem se mostrado uma poderosa ferramenta no combate de depressão, ansiedade, hiperatividade, dor crônica, inflamações e até mesmo do envelhecimento das células.

Na prática, as técnicas de respiração e concentração comprovadas pela ciência têm trazido benefícios para pessoas de variadas idades. Em São Paulo, desde 2006 voluntários da Fundação Lama Gangchen para a Cultura de Paz (http://www.napaz.org.br/) oferecem aulas, palestras workshops e treinamentos para crianças, jovens e adultos sobre técnicas de respiração e concentração. A instituição tem trabalhado com escolas públicas e particulares, empresas e ONGs. Na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Angelina Maffei Vitta, zona norte, por exemplo, há três anos são acompanhados semanalmente 50 professores, que multiplicam os exercícios de relaxamento na sala de aula. O resultado entre os profissionais e a coordenação pedagógica é a diminuição do estresse, maior tranquilidade para lidar com provocações dos alunos e com a bagunça na classe. Para os estudantes, os ganhos também são visíveis: maior capacidade de concentração e facilidade de aprendizagem. “O caminho, porém, é longo, há muito a ser feito”, reconhece o diretor-presidente fundação, Daniel Calmanowitz. Chama atenção do estudioso e praticante de meditação a dificuldade que crianças e adolescentes têm para simplesmente relaxar. Mas ele reconhece os progressos: “Depois que experimentam os benefícios, os próprios alunos, em especial os mais novinhos, de primeiro e segundo anos, pedem que os professores os orientem a fazer na sala de aula”, conta.  Sem conotação religiosa, a fundação tem a proposta mais abrangente de propagar a cultura de paz, propondo formas de solução de conflito e círculos restaurativos. E a respiração é uma ferramenta fundamental nesse caminho. 

Inspira, expira...

Um dos pontos mais interessantes em relação à meditação é a simplicidade de sua proposta, uma vez que parte do princípio básico de voltar a atenção para a própria respiração, centrando-se no aqui e no agora – a priori, algo acessível a praticamente qualquer um. O que parece tão óbvio, porém, requer empenho. Em um das práticas básicas mais usados, é preciso sentar-se em uma postura confortável, com a coluna reta e os olhos semiabertos ou fechados e prestar atenção em cada inspiração e espiração pelo nariz, acompanhando o trajeto do ar até três dedos abaixo do umbigo, percebendo sua entrada e sua saída. Em algum momento, os pensamentos vão voar, mas o segredo é não segui-los ou julgá-los – apenas deixá-los passar como se fossem nuvens. E voltar a atenção à respiração.

Fonte: Scientific American Mente Cérebro

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Cigarro pode aumentar risco de esquizofrenia, aponta pesquisa

Cigarro

Parar de fumar te parece quase impossível? Aqui está mais um motivo para banir o cigarro da sua vida. Um novo estudo sugere que fumar pode aumentar o risco de desenvolver esquizofrenia. A descoberta foi publicada na Lancet Psychiatry, uma das revistas científicas mais prestigiadas do mundo.
A ligação entre o cigarro e a esquizofrenia não é nova. Pesquisas anteriores apontavam que o índice de tabagismo entre os esquizofrênicos é maior que entre a população geral. Porém, acreditava-se que os esquizofrênicos simplesmente recorriam mais ao cigarro para tentar lidar com o estresse causado pela doença. Agora, pesquisadores da Kings College London apontam que pode haver uma relação de causalidade entre o cigarro e a esquizofrenia.
O dobro da chance
Após analisarem 61 estudos, com um total de 290 mil participantes, os pesquisadores descobriram que pessoas que fumam diariamente têm o dobro de chance de ter esquizofrenia.
Além disso, fumantes tendem a desenvolver a doença um ano antes dos não-fumantes. A explicação mais provável é que a nicotina altera os níveis de dopamina - neurotransmissor associado à sensação de euforia -- no cérebro.
Nos últimos 50 anos, a explicação mais acolhida pela comunidade científica para a causa da esquizofrenia é a "hipótese da dopamina". Segundo esta corrente, a esquizofrenia decorre do excesso de dopamina no lobo temporal, região responsável pela percepção e pela memória, e de sua falta no lobo frontal, região ligada ao pensamento.
Hoje, mais de 21 milhões de pessoas sofrem de esquizofrenia ao redor do mundo.
Fonte: Superinteressante

Psicoterapia é fundamental no tratamento da fibromialgia

O alívio para a dor causada pela síndrome envolve uma combinação de cuidados

A fibromialgia é uma síndrome de dor crônica sem causa aparente, que atinge principalmente articulações e músculos. As principais vítimas são mulheres entre 35 e 50 anos. Embora não tenha cura, o problema pode ser controlado de forma eficiente com uma combinação de cuidados. É recomendado que a pessoa evite carregar peso, desenvolva rotinas para manter a qualidade de sono e procure preservar-se ao máximo de situações que aumentem o estresse. Mas, na base dessas providências, um dos maiores desafios do paciente com a síndrome é aprender a cuidar de si mesmo, sem permitir que a síndrome se torne o centro de sua existência. O apoio de vários profissionais é importante, mas para que seja possível a articulação entre as várias experiências, terapêuticas e pessoais, é indispensável que a pessoa tenha um espaço seguro que lhe permita elaborações e construção de sentidos em relação ao que vive. No processo psicoterápico, deve haver espaço não apenas para tratar da dor, propriamente dita, mas também de conteúdos – medos, angústias, desejos e fantasias – que estão além e aquém dela.

Fonte: Scientific American Mente Cérebro

Psiquiatria Forense: A Lei de Talião

Ainda que possa parecer brutal e desumana, essa lei foi uma das maiores revoluções morais nas relações entre os homens

Imagem: Shutterstock

A lei de talião (talis, e, latim: tal, igual) é uma evolução enorme na história do Direito, uma vez que o castigo alcança apenas o autor do delito, e institui a proporcionalidade entre ofensa e débito, o que não se verificava na fase anterior a essa lei, quando, muitas vezes, não só quem praticou o ato pagava, mas também outros membros da sua família. A lei de talião foi edificada por Hammurabi, rei da Babilônia, senhor da Mesopotâmia, cujo reinado iniciou-se em 1792 a.C. e faleceu em 1750 a.C. Registre-se que durante o seu longo reinado uma das primeiras preocupações foi captar a confiança dos povos vencidos e, para isso, implantou a ordem e os preceitos legais, erigindo o sistema de leis que hoje é conhecido como Código de Hammurabi, com 282 parágrafos, entre os quais está o citado jus talionis, exposto assim, no parágrafo 196: "Se um homem livre destruiu o olho de outro homem livre, destruirão o seu olho"; e no parágrafo 200: "Se um homem livre arrancou um dente de outro homem livre igual a ele, arrancarão o seu dente". Há outras passagens semelhantes como esta: "Se um médico fez em um homem livre operação difícil com escalpelo de bronze e causou a morte desse homem livre, cortarão a sua mão". Outra disposição muito interessante do Código de Hammurabi está no parágrafo 278, que é a primeira junção psiquiátrico-forense da história da humanidade, ao disciplinar disposição legal sobre um mal neuropsiquiátrico, epilepsia (a doença mais antiga que o homem conhece), dando-se, portanto, o primeiro encontro de assuntos da Psiquiatria com assuntos do Direito: "Se um homem livre comprou um escravo (ou uma escrava) e, antes de completar um mês, foi acometido de epilepsia, ele o conduzirá ao seu vendedor e o comprador receberá a prata que tiver pesado".

Nessa fase, já vai se esboçando o castigo como remédio e meio de correção de culpado, à medida que se pressupõe distribuição de justiça. Aí também está embutido o temor, que tem papel crucial na pedagogia da humanidade.

A bem ver, a pena, para ser eficaz, precisa ter, no mínimo, dois atributos fundamentais. Primeiro é ser temida, pois quem teme evita. Então perguntará o leitor: nada mais impõe temor do que a morte; assim, pena de morte não seria ótimo exemplo?

Resposta: não, pois é antieducativa, e educar é o segundo atributo fundamental que a pena precisa ter. Ou seja: temor e educação são requisitos primários da pena. Para terminar, os motivos de a pena de morte, que causa temor, não educar é simples: educa-se, também, pelo bom exemplo e é péssimo combater a morte com a morte. É um mal exemplo o pai- -Estado matar oficialmente e querer que os seus filhos-cidadãos não matem.

Nessa ordem de ideias, à ponderação de que somente seriam executados criminosos que cometeram crimes gravíssimos e são irrecuperáveis, portanto a punição capital funcionando como medida de higiene social, contrapõe-se melhor solução, qual seja: prisão perpétua.

Mas isso é assunto longo, que certamente será abordado outras vezes nesta coluna.
Arquivo pessoal

Guido Arturo Palomba é psiquiatra forense e membro emérito da Academia de Medicina de São Paulo
 
Fonte: Revista psique

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Pesquisadores isolam efeitos nocivos da cannabis de seu efeito analgésico

Pesquisadores da Espanha conseguiram dissociar os efeitos prejudiciais da maconha, como a perda de memória, de suas propriedades analgésicas, o que abre um novo caminho para desenvolver fármacos com a cannabis.

Pesquisadores da Espanha conseguiram dissociar os efeitos prejudiciais da maconha, como a perda de memória, de suas propriedades analgésicas, o que abre um novo caminho para desenvolver fármacos com a cannabis.

A pesquisa, dirigida pelo chefe do Laboratório de Neurofarmacologia do Departamento de Ciências Experimentais e da Saúde (CEXS) da Universidade Pompeu Fabra (UPF), Rafael Maldonado, com participação da pesquisadora do Instituto Hospital do Mar de Pesquisas Médicas (IMIM), Patricia Robledo, foi publicada nesta quarta-feira (8) pela revista "PLoS Biology".

Maldonado explicou que o potencial terapêutico dos compostos derivados da Cannabis sativa são de grande interesse para o tratamento de diversas doenças, mas seus efeitos psicoativos, especialmente as alterações que estas substâncias produzem em nível cognitivo, limitam o desenvolvimento de novos remédios baseados na planta.
Esta pesquisa mostrou em um ensaio com ratos que é possível dissociar determinados efeitos terapêuticos dos canabinóides de seus principais efeitos indesejáveis, e identificou novas terapêuticas no sistema nervoso central que permitirão projetar novos remédios.

Interesse terapêutico
O estudo revelou ainda que em determinadas estruturas cerebrais as moléculas responsáveis pelos efeitos psicoativos dos canabinóides, os receptores CB1, formam heterômeros (unidades de dois receptores diferentes) com receptores de tipo serotonérgicos 5HT2A, que são também alvo de grande interesse terapêutico.

"Estes heterômeros são responsáveis por alguns dos efeitos psicoativos dos canabinóides e, mais concretamente, das alterações cognitivas, da ansiedade e dos efeitos relacionados à conduta social induzida por estas substâncias psicoativas", detalhou Maldonado.

"A interação entre os dois sistemas de receptores já estava descrita, mas o mecanismo não era conhecido", especificou Patricia Robledo.

Segundo a pesquisadora, o mecanismo "se baseia no fato de que os dois receptores estão nas mesmas estruturas do cérebro, a ativação do receptor de serotonina 5HT2A libera um tipo de endocanabinóide, e a perda do receptor CB1 em ratos interrompe a atividade relacionada à serotonina no córtex pré-frontal do cérebro".

Por outro lado, os receptores CB1 monoméricos, sem acoplarem os receptores serotonérgicos, são os responsáveis por algumas ações terapêuticas induzidas pelos canabinóides, como seus efeitos analgésicos.

Evitar efeitos indesejados
Assim, os pesquisadores demonstraram que é possível obter respostas analgésicas dos canabinóides e, ao mesmo tempo, evitar os efeitos indesejados sobre a memória mediante o uso de peptídeos bloqueadores que atuam interferindo e dissociando os receptores CB1 dos heterodímeros.

Segundo Robledo, "um dos efeitos do principal ingrediente psicoativo da maconha é a deterioração da memória, o que limita o uso médico desta substância para a dor, as náuseas e a ansiedade".

Maldonado concluiu que "a descoberta destes heterodímeros e o benefício de evitar sua formação abre novas possibilidades para desenhar ferramentas farmacológicas que permitam desenvolver um uso terapêutico dos canabinóides sem os principais efeitos adversos psicoativos destas substâncias".


Fonte: Clipping - ABP - Associação Brasileira de Psquiatria
Disponível em: http://www.abp.org.br/portal/imprensa/clipping-2/. Acesso em: 13 jul. 2015

Testes de memória por computador são fáceis de enganar

Testes de memória por computador são fáceis de enganar
"Se esse tipo de tecnologia será capaz de capturar a verdade sobre a memória em todos os contextos... eu acho que é improvável."[Imagem: Stanford Memory Laboratory]

Memórias verdadeiras e fantasias
Recentemente os cientistas descobriram que uma das ferramentas que eles mais usam nos estudos de neurociências, a ressonância magnética funcional (fMRI), possui um problemaque pode ter inserido erros involuntários na maioria desses estudos.
Agora, Anthony Wagner e seus colegas da Universidade de Stanford (EUA) demonstraram que, com um pouco de concentração, qualquer pessoa pode enganar os testes de memória feitos com o mesmo equipamento.
Esses estudos de memória acoplam o rastreamento em tempo real do cérebro feito pela ressonância magnética funcional com um algoritmo de aprendizado de máquina - um programa de computador que aprende conforme analisa mais dados - para revelar se uma pessoa realmente se lembra de um determinado objeto.
O problema é que agora se descobriu que, com um pouco de concentração, qualquer voluntário pode não apenas esconder suas memórias reais das máquinas, como também criar fantasias e mentiras que aparecem nos exames como memórias reais.
A equipe salienta que isto mostra que será necessário trabalhar muito antes de colocar essa tecnologia em aplicações reais - já se fala em seu uso em provas forenses, além de medicina, estudos e avaliações de comportamento e pesquisas de marketing.
Quando a tecnologia falha
A equipe explorou justamente o aspecto forense da técnica, trabalhando com voluntários que tentavam reconhecer rostos vistos anteriormente. Mas bastou que eles se concentrassem em aspectos dos rostos já conhecidos, mas nos quais eles não haviam prestado atenção antes, para conseguirem enganar a máquina e negarem já ter visto rostos conhecidos sem serem flagrados pelo programa de computador.
"Da mesma forma, se você ver um rosto novo, pensar em uma pessoa parecida e tentar gerar os detalhes mais ricos que você puder sobre aquele rosto, isto fará com que seu cérebro fique em um estado similar ao de uma recordação [verdadeira]," explicou Wagner.
Com os voluntários sabendo dessas técnicas, a "eficiência" da máquina caiu a zero, dando resultados equivalentes a jogar uma moeda para cima.
"Se esse tipo de tecnologia será capaz de capturar a verdade sobre a memória em todos os contextos... eu acho que é improvável. De fato, nossos novos dados demonstram apenas uma instância na qual a tecnologia falha," concluiu o pesquisador.
Fonte: Diário da Saúde

Cigarro poderia favorecer distúrbios psiquiátricos, diz estudo

(Arquivo) Conhecido por causar câncer e doenças cardiovasculares, o cigarro também poderia aumentar o risco de transtornos psiquiátricos graves, como psicoses como a esquizofrenia, diz estudo
Conhecido por causar câncer e doenças cardiovasculares, o cigarro também poderia aumentar o risco de transtornos psiquiátricos graves, como psicoses como a esquizofrenia, diz estudo

Conhecido por causar câncer e doenças cardiovasculares, o cigarro também poderia aumentar o risco de transtornos psiquiátricos graves, como psicoses como a esquizofrenia - segundo um estudo publicado nesta sexta-feira na revista Lancet Psychiatry.
Uma "associação" estatística entre o fumo e as psicoses, em especial a esquizofrenia, foi descoberta em estudos anteriores, lembram os investigadores europeus que assinam o trabalho.
Foi observado que as pessoas com transtornos psiquiátricos graves eram significativamente mais propensas a fumar, com taxas de tabagismo entre os psicóticos três vezes maior do que na população geral.
Mas "as razões pelas quais as pessoas com psicose são mais propensos a fumar do que o resto da população permanecem obscuras", escreveram eles em seu artigo.
É a doença e/ou os tratamentos psiquiátricos usados para combatê-las que encorajam o tabagismo? Várias teorias nesse sentido têm sido propostas, em particular o fato de que o cigarro ajudaria a compensar os efeitos das drogas sobre a regulamentação da dopamina, um neurotransmissor associado ao mecanismo de recompensa.
Mas alguns pesquisadores se concentraram na ideia de que o próprio cigarro "poderia aumentar o risco da ocorrência destas doenças".
Este estudo procurou especificamente testar esta hipótese e determinar se a psicose é declarado mais cedo em fumantes do que entre os não-fumantes.
Deste trabalho de "meta-análise" epidemiológica (que consiste na análise de vários estudos realizados anteriormente, envolvendo um total de 14.555 fumantes e 273.162 não-fumantes), foi extraído um resultado bastante claro.
"O consumo diário está associado a um risco aumentado de psicose e ao início mais precoce dos transtornos psicóticos", escreveram os autores do artigo, Pedro Gurillo (hospital de Torrevieja, no leste da Espanha) e Sameer Jauhar (King's College de Londres). No início da doença, os psicóticos são três vezes mais propensos a serem fumantes do que o resto da população.
"Embora seja sempre difícil determinar a causalidade, nossos resultados mostram que o tabagismo deve ser seriamente considerado como um possível fator de risco no desenvolvimento de psicoses e não é considerado como uma simples consequência da doença", explicou James MacCabe (King's College), também autor do estudo.
Um "nexo de causalidade" ainda precisaria ser plenamente demonstrado, mas os pesquisadores apontam para uma possível explicação: a dopamina.
"É possível que a exposição a nicotina aumente a liberação de dopamina, o que resulta no desenvolvimento de psicoses", já que o excesso de dopamina no corpo é uma das hipóteses para explicar a esquizofrenia, afirmou Robin Murray, da King's College.
Este estudo e outro trabalho sueco publicado recentemente sobre tabagismo e esquizofrenia, "argumentam fortemente em favor de uma relação causal entre tabagismo e esquizofrenia", avaliou o psiquiatra Michael Owen (Universidade de Cardiff).
Mas para Michael Bloomfield (University College London), "ainda há muito trabalho a ser feito antes que os cientistas possam declarar com certeza que fumar realmente aumenta o risco de esquizofrenia".
Fonte: AFP

Esta cor dos olhos está relacionada com o alcoolismo

Esta cor de olhos também está relacionada com a baixa tolerância à dor e elevada competitividade.
Uma mera coincidência, ou será que as pessoas de olhos azuis têm realmente um risco maior de se tornarem alcoólatras? Um novo estudo da universidade de Vermont sugere que esta ligação não só existe, como parece ser genética.
Em um relatório publicado no Jornal Americano de Medicina Genética Parte B: Genética Neuropsiquiátrica, pesquisadores descobriram que entre os euro-americanos, aqueles com olhos de cor clara — descritos como sendo verdes, cinza ou castanhos — têm uma maior taxa de dependência ao álcool do que os euro-americanos com olhos castanho-escuros; e esta ligação é mais pronunciada nas pessoas com olhos azuis.
“Ainda não sabemos a razão,” disse o pesquisador Dawei Li no comunicado a imprensa na Universidade de Vermont, mas eles sabem que os mesmos genes que determinam a cor dos olhos estão situados ao longo do mesmo cromossoma que os genes conhecidos por estarem associados à dependência do álcool.
Não é a primeira vez que se descobre uma associação entre a cor dos olhos e o consumo de álcool: um estudo de 2000 chegou a uma conclusão semelhante, mostrando que numa amostra de mulheres, as possuidoras de olhos escuros consumiram uma média de 4,91 bebidas alcoólicas no mês anterior ao da pesquisa, enquanto que a média para as mulheres com olhos de cor clara foi de 5.78.
Os olhos azuis também estão relacionados com outros atributos, incluindo baixa tolerância à dor e elevada competividade, relata o Medical Daily. “Isto sugere uma possibilidade muito interessante — de que a cor dos olhos pode ser útil para diagnosticar a dependência do álcool” diz o principal pesquisador, Arvis Sulovari. Os pesquisadores dizem que estas descobertas podem nos ajudar a ter uma melhor compreensão das raízes, não só do alcoolismo, mas também de outras doenças psiquiátricas. (Veja quantos americanos são considerados como tendo um problema com a bebida)

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Genes comandados pelo pensamento

Cientistas suíços desenvolvem dispositivo que procura programar atividades biológicas

Já é possível controlar com a mente próteses, programas de computador e até mesmo protótipos de helicóptero por meio de interface neural direta (IND) ou, seja, cérebro-computador. E se pudéssemos aproveitar essa tecnologia para programar o que acontece em nosso próprio corpo? Uma equipe de bioengenheiros suíços deu o primeiro passo em direção a uma configuração cibernética que combina IND e um implante biológico sintético, permitindo que a atividade cerebral controle um interruptor genético. É a primeira interface cérebro-gene do mundo.
O grupo usou uma IND típica, uma touca coberta por eletrodos que registra a atividade cerebral e transmite os sinais para outro dispositivo eletrônico – nesse caso, um gerador de campo eletromagnético, que pode variar em intensidade de acordo com os diferentes tipos de funcionamento neural. O passo seguinte, porém, foi totalmente novo: os pesquisadores usaram o fluxo elétrico e magnético para favorecer a produção de proteínas dentro das células humanas em um implante em ratos.
O enxerto usa uma tecnologia de ponta conhecida como optogenética. Os cientistas introduziram genes bacterianos em células renais humanas, levando-as a produzir proteínas sensíveis à luz. Em seguida, manipularam essas unidades estruturais para que a estimulação provocada pela luminosidade desencadeasse diversas reações moleculares que, por sua vez, produziriam uma proteína chamada fosfatase alcalina segregada (ALP), facilmente detectável. Então, colocaram as células humanas juntamente com uma luz LED em pequenas bolsas de plástico e as inseriram sob a pele de alguns camundongos.
Voluntários humanos que usavam uma touca coberta de eletrodos enquanto jogavam Minecraft ou meditavam geraram, respectivamente, moderadas ou grandes esferas eletromagnéticas, a partir da plataforma onde os animais estavam. Esse campo ativa o LED infravermelho do implante, que desencadeia a produção da ALP. Em seguida, a proteína se difunde, através das membranas do implante, na corrente sanguínea dos ratos.
Jogar Minecraft produziu níveis moderados da ALP no sangue dos camundongos. Já a meditação gerou altas quantidades da proteína. Em um terceiro tipo de controle mental, conhecido como biofeedback, os participantes observavam a luz, que podia ser vista através da pele dos animais, e aprenderam a ligar ou desligar a LED de maneira consciente, interrompendo ou favorecendo a produção da ALP.
“A combinação de uma interface neural direta com um interruptor optogenético parece uma ideia aparentemente simples”, diz o biólogo molecular Martin Fussenegger, do Instituto Federal Suíço de Tecnologia, em Zurique, principal autor do estudo. “Mas controlar genes dessa forma é algo completamente novo.” O dispositivo implantado comanda a ação optogenética sem a necessidade de alterar geneticamente as células do usuário. Fussenegger e seus colegas planejam desenvolver implantes terapêuticos capazes de favorecer a produção de substâncias químicas que ajudem a corrigir vários problemas: neurotransmissores para regular o humor e a ansiedade; analgésicos naturais contra a dor crônica ou aguda; fatores de coagulação do sangue para os hemofílicos, e assim por diante. Alguns pacientes poderiam se beneficiar de ter o controle consciente sobre a dosagem intravenosa em vez de confiar em sensores, principalmente nos casos de dor (exceto para a pessoa que sofre, é difícil saber quanto incomoda). Isso poderia ajudar também pessoas com a síndrome do encarceramento ou outras que, embora estejam conscientes, não conseguem se comunicar.

Fonte: Scientific American Mente Cérebro

Pai que participa da criação dos filhos gera filhos mais educados e felizes, diz estudo.

Por Jéssica Rodrigues Lima 
Acadêmica de Jornalismo do CEULP/ULBRA


Um relatório recém-divulgado por uma organização ativista defende a ideia de que filhos se tornam mais educados e felizes quando seus pais participam ativamente da criação das crianças. A interação do pai também é importante para o desenvolvimento da empatia e as habilidades sociais.
O relatório ("O Estado dos Pais do Mundo", em tradução livre) foi o primeiro publicado pelos ativistas da MenCare e tem 288 páginas, analisando quase 700 estudos de vários países onde este tipo de informação está disponível.
De acordo com a pesquisa, “quando os homens assumem um papel de 'cuidador', pesquisas mostram que o envolvimento do pai afeta a criança da mesma forma que o envolvimento da mãe. O envolvimento dos pais foi ligado a um maior desenvolvimento cognitivo e melhor desempenho na escola, mais saúde mental para meninos e meninas e taxas menores de delinquência entre os filhos.”
O relatório ainda afirma que os próprios pais são beneficiados quando se envolvem na educação de seus filhos, com melhoras na saúde física e mental.
"Homens que têm um envolvimento profundo com os filhos relatam que este relacionamento é uma das mais importantes fontes de bem-estar e felicidade. (...) Pais que relatam conexões próximas e não violentas com os filhos vivem mais, têm menos problemas de saúde mental ou física, são menos propensos ao abuso de drogas, mais produtivos no trabalho e relatam ser mais felizes do que os pais que não relatam esta conexão com os filhos"afirma o relatório.
Ilustração: Álbum Pé de Pai. Autor(es) Isabel Martins, Bernardo Carvalho (Ilustrador). Editora Planeta Tangerina. S. Pedro do Estoril, 2006.

O Assistente de Compras Pedro Garcia, pai da Cecília de 12 anos e do João Pedro de 3 anos, afirma ter uma ligação muito forte com seus dois filhos, apesar de morar apenas com o filho mais novo.
“Convivo diariamente com o menino. (...) Participo de qualquer decisão relacionada a sua criação. Tenho uma ligação muito intensa com ele. Brincamos, assistimos TV, saímos a rua, dou banho, comida, bronca. Mesmo que eu não tenha com a Cecília o contato diário que tenho com o João Pedro, consigo manter o mesmo respeito, admiração e carinho. Além de ter construído ao longo dos anos uma excelente relação, falo com ela diariamente, somos amigos e confidentes”.
Ainda segundo Pedro, é preciso pique para acompanhar o ritmo das crianças, por isso os pais acabam sendo beneficiados também, física e mentalmente.
“Lidar com as crianças demanda energia e disposição. Eles nunca se cansam! Direta ou indiretamente você acaba se exercitando. Os benefícios mentais são tantos! Sinto muito mais os benefícios mentais que os físicos”.
Outro dado relevante abordado pelo estudo é que pais mais envolvidos permitem que mulheres e meninas consigam atingir seus potenciais completos, no presente e para as futuras gerações.
"Globalmente, as mulheres ganham, em média 24% menos do que os homens, em grande parte devido à carga maior no trabalho de cuidadoras. Ao dividir o (trabalho) de cuidadores e o trabalho doméstico, homens dão apoio à participação das mulheres na força de trabalho e à igualdade das mulheres em geral."
Segundo o relatório, o maior envolvimento dos pais nas tarefas domésticas e cuidado com os filhos influencia gerações futuras, levando as filhas a escolherem mais carreiras consideradas masculinas e que pagam melhores salários e os filhos a encararem com mais naturalidade trabalhos domésticos.
Fonte: (EN)Cena
Disponível em: <https://snt152.mail.live.com/?page=Compose>. Acesso em: 10 jul. 2015

Parkinson pode começar no intestino e migrar para o cérebro

Parkinson pode começar no intestino e migrar para o cérebro
Com base na análise de 14.883 pacientes, a professora Elisabeth Svensson concluiu que a doença de Parkinson pode se originar no trato gastrointestinal e migrar para o cérebro pelo nervo vago.
Origem do Parkinson
Embora o Mal de Parkinson seja uma das mais graves doenças neurodegenerativas, ela pode não se originar no cérebro, mas no trato gastrointestinal.
A conclusão é fruto de um grande levantamento epidemiológico feito por pesquisadores da Universidade Aarhus (Dinamarca).
Esta conclusão dá suporte a um estudo feito por pesquisadores suecos no ano passado, igualmente afirmando que o mal de Parkinson pode se originar no intestino, embora os pesquisadores dinamarqueses sugiram uma outra rota de migração da doença.
Partindo do trato gastrointestinal, sugerem eles, a doença de Parkinson chegaria ao cérebro por meio do nervo vago.
Nervo vago
"Nós fizemos um estudo dos registros médicos de quase 15.000 pacientes que tiveram seu nervo vago interrompido no estômago - entre 1970 e 1995 esse procedimento era um tratamento comum de úlceras," explica a pesquisadora Elisabeth Svensson, coordenadora do estudo.
"Se realmente é correto que a doença de Parkinson começa no intestino e se espalha através do nervo vago, então esses pacientes de vagotomia devem, naturalmente, estar protegidos contra o desenvolvimento da doença," prossegue ela.
E a hipótese se mostrou fortemente válida, com os pacientes sem a conexão do nervo vago apresentando apenas metade da chance de terem Parkinson no período de 20 anos após a cirurgia. Essa proteção não ocorreu nos pacientes com dano parcial no nervo vago.
"Pacientes com doença de Parkinson frequentemente ficam constipadas muitos anos antes que recebam o diagnóstico [da doença neurodegenerativa], o que pode ser um indicador precoce da ligação entre a patologia gastrointestinal e a patologia neurológica relacionada com o nervo vago," justifica a pesquisadora.
Mesmo caminho do Alzheimer
Curiosamente, o mesmo processo vem-se dando com outra importante doença crônica neurodegenerativa, o Mal de Alzheimer.
Algumas novas hipóteses apontam que as placas amiloides típicas do Alzheimer podem nascer no fígado, enquanto outros pesquisadores acreditam queAlzheimer e diabetes são a mesma doença.
Outra hipótese já largamente aceita é que as placas de beta-amiloide podem ser consequência, e não causa do Alzheimer.
Fonte: Diário da Saúde

segunda-feira, 6 de julho de 2015

EESP promove Sessão Temática sobre o cuidado ao usuário de substâncias psicoativas

Escola Estadual de Saúde Pública - EESP realiza Sessão Temática tendo como foco: “O cuidado ao usuário de substâncias psicoativas: que caminhos temos percorrido?”.

O encontro ocorrerá no dia 15 de julho, das 08:30 às 12h, no auditório da Escola de Formação Técnica em Saúde - EFTS. O horário das 08:30 às 9h será destinado ao credenciamento dos participantes.

A apresentação ficará a cargo do médico psiquiatra Antônio Nery Filho, Professor e associado do Grupo Interdisciplinar de Estudos Sobre Substâncias Psicoativas, Mestre em Medicina e Saúde pela Universidade Federal da Bahia - UFBA, Doutor em Sociologie et Sciences Sociales - Universite Lumiere Lyon 2 - França, Fundador e Coordenador Geral do Centro de Estudos e Terapia do Abuso de Drogas - CETAD. O evento também contará com a Psicóloga Patrícia Flach, Coordenadora do Projeto "Ponto de Cidadania” (parceria entre CETAD e Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos) e Doutoranda em Saúde Coletiva - ISC/UFBA.

Após a palestra haverá espaço para o debate com a plenária, onde também poderão ser trocadas experiências e saberes no contexto da pauta.

Estudantes, profissionais, trabalhadores, professores e gestores da Saúde são o público-alvo desta sessão e/ou aqueles que porventura se interessem pelo tema proposto.
Os interessados deverão inscrever-se exclusivamente no local, no horário já citado. Os primeiros inscritos terão prioridade de acordo com a capacidade física do espaço em que será realizado o evento. Todos os participantes serão certificados. 

Aguardamos sua participação para debatermos tão importante pauta!
O auditório da EFTS fica localizado à Avenida Cardeal da Silva, nº 1339, Federação, após a Universidade Católica de Salvador (sentido Rio Vermelho) e próximo à Escola Gurilândia.

Ressaltamos que não há disponibilidade de estacionamento nas dependências da unidade.

Fonte: Escola Estadual de ´Saúde Pública - EESP