Powered By Blogger

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

A Importância do Diagnóstico Diferencial: a análise clínica baseada nos sintomas e na queixa do paciente é insuficiente para o fechamento de um diagnóstico adequado, o que leva a erros na conduta terapêutica.


É interessante notar como, atualmente, mais e mais casos de Déficit de Atenção, tanto em crianças quanto em adultos, vêm sendo diagnosticados na população não só brasileira, mas ao redor de todo o globo, indicando, juntamente com depressão e ansiedade, um fenômeno de escala mundial.

Como identificar, objetiva e claramente, o Déficit de Atenção? Quais estruturas cerebrais estão envolvidas nesse comprometimento? E, do ponto de vista clínico, como este pode – e deve – ser diferenciado de seus pares, o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), a Dislexia e a Anoxia, com os quais muitas vezes, se dependermos apenas e tão somente do exame clínico, é confundido, causando erros na conduta terapêutica a ser adotada em cada caso?
A resposta para essas perguntas é uma só: pela realização do exame funcional e eletroencefalográfico, podemos obter a informação neurofisiológica que nos permite identificar – e tratar – cada uma dessas condições adequadamente.
Antes de mais nada, como apontei em meu mais recente livro, Para que Medicação?(Campus-Elsevier, 2011), cada uma dessas condições apresenta uma assinatura eletroencefalográfica própria e bem distinta, que por si só já permitiria identificar e diferenciar, um em relação ao outro, cada um desses comprometimentos. A ilustração dessas assinaturas foge ao escopo do presente artigo, mas pode ser conferida no citado livro.
No entanto, e de maneira complementar, para que se possa ter a segurança e a certeza necessárias ao fechamento de um diagnóstico, é necessário cruzar a informação eletroencefalográfica com aquela fornecida pelos exames funcionais, em que diferentes estruturas cerebrais apresentam comprometimento, em cada caso.
Também no livro apresento o principal sistema neurológico envolvido tanto nos casos de Déficit de Atenção (DDA/ DDAH), quanto nos de TOC, o giro do cíngulo. Ali demonstro como, no Déficit de Atenção, rompimentos anômalos de conectividade funcional entre o córtex do cíngulo anterior e posterior, bem como entre outras estruturas da linha mediana do cérebro, tais como cúneus, precúneus, córtex frontal médio e córtex parietal lateral , estruturas estas ativamente participantes de uma ampla rede de processamento da função executiva de atenção, levam a essa desordem do desenvolvimento neurológico.
Mais ainda, verificou-se que, especificamente nos casos de DDA/DDAH, o cérebro desses pacientes parece incapaz de ativar, isto é, recrutar a porção cognitiva do córtex do cíngulo anterior. E, considerando que o córtex do cíngulo anterior mantém fortes conexões recíprocas com o córtex pré-frontal dorso-lateral, isso ajudaria a explicar a origem da assinatura eletroencefalográfica lentificada especialmente presente nessa região do hemisfério direito do cérebro. Essas baixas de acoplamento funcionam e levam a padrões alterados de eficiência local, representados por atrasos na transferência da informação, especificamente nas estruturas da linha mediana do cérebro, incluindo as áreas frontais, principalmente do hemisfério direito, que, no exame eletroencefalográ fico, acabam por apresentar a assinatura neurológica que caracteriza o DDA/DDAH.
 

Leia texto completo: 
http://psiquecienciaevida.uol.com.br/ESPS/Edicoes/80/a-importancia-do-diagnostico-diferencial-a-analise-clinica-baseada-266440-1.asp
 Fonte: Revista Psiquê Ciência e Vida

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.