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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Depressão Infantil


Recente levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) demonstra que, em todo o planeta, 20% das crianças e dos adolescentes apresentam sintomas de depressão, como irritabilidade ou apatia e desânimo. Os dados referentes ao Brasil sugerem que esse tipo de distúrbio se faz presente entre 8% e 12% da população infantojuvenil.
É um número preocupante. Saber lidar com essa problemática, que jamais esteve restrita a adultos e idosos, é providência urgente para pais e educadores.
O programa “Educação em Debate”, da Boa Vontade TV (canal 23 da SKY), que discute os principais assuntos da educação pela ótica da Espiritualidade Ecumênica, entrevistou o dr. Gustavo Lima, psiquiatra da Infância e da Adolescência, que nos aponta algumas causas da depressão nas fases iniciais da vida e como notá-las: “Primeira coisa — uma investigação clínica pormenorizada. Segunda coisa — é muito importante lembrar que os transtornos afetivos na infância e na adolescência são de causa multifatorial, ou seja, diversos fatores podem causar a depressão: genéticos, ambientais, entre outros. Entretanto, na nossa prática clínica, o que aumenta muito a chance de uma criança ficar deprimida são os ambientes familiar e escolar desfavoráveis”.
Diferença comportamental
O que dificulta, de certa maneira, pais e educadores perceberem que o filho ou o educando está deprimido é o comportamento dessa patologia entre as faixas etárias: “Diferentemente dos adultos, as crianças não ficam deprimidas o tempo inteiro. Às vezes, os pais deixam de levar o filho para uma avaliação porque em algum momento do dia ele se divertiu. E isso não significa que não esteja deprimido”, esclareceu o especialista.
E alertou ainda: “É preciso, também, muito cuidado com os sintomas de ideação de morte, quando vêm à mente ideias suicidas. Quando você está diante de uma criança deprimida com esses sintomas, é muito importante uma avaliação médica e um tratamento com psicólogo. Em alguns casos, dependendo da gravidade, recorrer a tratamento farmacológico”.
Prevenção
Para o dr. Gustavo Lima — que é membro do Programa de Atendimento a Transtornos Afetivos do Serviço de Psiquiatria da Infância e Adolescência, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP — existem algumas atitudes que podem ajudar a prevenir a depressão nas crianças: “Além de um acompanhamento pediátrico, cuidar das horas de sono e da alimentação, um ambiente familiar estruturado é fundamental. Outra coisa importante é uma escola que favoreça o desenvolvimento da criança, que consiga identificar as reais potencialidades dela. Então, saúde, bem-estar, ambientes familiar e escolar favoráveis, prestar atenção também em questões genéticas contribuem, e muito, para se prevenir a depressão infantil”.
Atentemos, pois, às elucidativas recomendações do dr. Gustavo Lima. E não descuidemos de proporcionar aos pequenos e aos jovens um espaço sadio, enriquecido por uma Espiritualidade Ecumênica orientada pelos melhores princípios éticos. Desde cedo, devemos ter consciência de que a prece, a meditação, a confiança em Deus ou nas forças da Natureza são eficientes recursos ao equilíbrio bio-psíquico-espiritual.
 
Fonte: Jornal Agora MS
 
Disponível em:<http://www.agorams.com.br/jornal/2012/09/depressao-infantil/>. Acesso em: 27 set. 2012.

Pessoas com depressão têm mais dificuldade em diferenciar emoções. Estudo pode contribuir para o desenvolvimento de novas terapias


Na pesquisa, as pessoas tinham de responder como estavam se sentindo de um total de sete sensações negativas e de quatro positivas 
Algumas pessoas são incapazes de diferenciar as sensações negativas que experimentam, como raiva, ansiedade e culpa, por exemplo. Pelo menos é o que afirma uma pesquisa que será publicada no Psychological Science, periódico da Association for Psychological Science, organização dos Estados Unidos voltada para o avanço da psicologia como ciência. Coordenado por Emre Demiralp, da Universidade de Michigan, o estudo concluiu que indivíduos que sofrem de depressão não conseguem distinguir diferentes tipos de emoções negativas. Essas pessoas, de acordo com Demiralp, têm dificuldades em identificar se estão se sentindo culpados ou com raiva, por exemplo.
"Nós queríamos investigar se as pessoas clinicamente em depressão conseguem identificar emoções com o mesmo nível de precisão e diferenciação que as pessoas saudáveis", diz Demiralp. Para checar a hipótese, o pesquisador recrutou 106 participantes entre 18 e 40 anos, sendo metade diagnosticada com depressão clínica. Consultados oito vezes ao dia durante uma semana, eles tinham de marcar em um dispositivo portátil diferentes emoções, de um leque de opções disponibilizado pelo aparelho. Dessa forma, eles deveriam dizer em qual nível, de um a quatro, se sentiam tristes, ansiosos, bravos, frustrados, envergonhados, indignados ou culpados (sentimentos negativos); ou felizes, entusiasmados, alertas ou ativos (positivos). Em alguns momentos no dia, o intervalo de tempo entre uma pergunta e outra aos participantes era de apenas dois minutos. 
Entre as pessoas com depressão, os pesquisadores observaram um tendência de acusar múltiplas sensações (como frustrado e culpado), com igual nota, em intervalos de tempo muito estreitos. No critério da pesquisa, quanto mais uma pessoa indicava duas emoções ao mesmo tempo, menos ela conseguia distingui-las. Não foi encontrado o mesmo comportamento quando as pessoas diziam sentir emoções positivas.      
Seja específico — Para Demiralp e a equipe que levou o estudo adiante, o resultado obtido será importante para estudar a experiência emocional de pessoas clinicamente diagnosticadas com depressão, o que abriria o caminho para o desenvolvimento de mais tipos de terapia no futuro. No artigo, ele escreve que um sexto dos norte-americanos sofre, pelo menos uma vez na vida, de depressão nervosa. 
"Nossos resultados sugerem que ser específico sobre suas emoções negativas pode ser bom", diz Demiralp. "Pode ser melhor que você não pense que está se sentindo mal e desconfortável de forma genérica. Seja específico. É raiva, vergonha, culpa, ou alguma outra emoção? Isso pode fazer com que você melhore sua vida. Nosso objetivo é investigar abordagens para facilitar esse tipo de inteligência emocional em larga escala na população."
 
Fonte: Revista VEJA
 
Disponivel em:<http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/pessoas-com-depressao-tem-mais-dificuldade-em-diferenciar-emocoes>. Acesso em: 26 set. 2012.

VIII Forum Psicologia


quarta-feira, 26 de setembro de 2012

II Congresso Internacional de Saúde Mental e Reabilitação Psicossocial


Realizado pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), o congresso tem como tema Saúde mental na atenção primária à saúde, em sintonia com as propostas do Ministério da Saúde e de organismos internacionais, como as organizações Mundial e Pan-Americana da Saúde. Entre os temas das palestras, painéis e mesas-redondas estão: Saúde mental na atenção primária no contexto mundial, Política pública de saúde mental,Humanização, educação permanente e controle social, Apoio institucional como dispositivo de sustentabilidade,Judicialização da saúde e o cuidado e Saúde mental e direitos humanos.
 
Data 3 a 5 de outubro
Local Centro de Eventos Plaza San Rafael, Porto Alegre, RS

Informações
www.ulbra.br/saude-mental
saudemental@officemarketing.com.br
(51) 21083111

CAPs - Novos Procedimentos


Em razão das alterações recentes nos procedimentos informados pelos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) e dos instrumentos para registro destas informações, área técnica de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas (Dapes/SAS), do Ministério da Saúde, elaborou uma nota que tem por objetivo esclarecer possíveis dúvidas e facilitar o preenchimento dos novos instrumentos.

Fonte: Ministério da Saúde (Brasil)

Crack: personalidade antissocial é tônica entre usuários


"É urgente e necessária a valorização da pesquisa clínica e das ações realizadas pelos centros de referência no combate ao crackEm especial, é importante o estabelecimento de pontes entre a comunidade e os locais de tratamento", alertou o pesquisador do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) Francisco Inácio Bastos, durante a mesa final do I Seminário de Experiências da Atenção Primária em Saúde com População de Rua e I Oficina Crack e outras Drogas: Crack é o Problema?. Felix Kessler, do Hospital das Clínicas de Porto Alegre, lembrou ainda que usuários de crack apresentam alto índice de transtornos de conduta e transtorno de personalidade antissocial.
 Francisco Inácio Bastos trouxe para o debate suas impressões sobre a pesquisa nacional sobre crack, cujo principal objetivo é conhecer o perfil dos usuários da droga no Brasil. Este estudo, do qual ele é integrante, é desenvolvido pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) em parceria com a Fiocruz. A pesquisa está analisando os 26 estados do país e o Distrito Federal para traçar o perfil dos usuários e a situação de disseminação da droga nas cidades de médio e pequeno porte e na zona rural. Segundo ele, ao contrário do que dizem, não existe no Brasil como um todo o fenômeno da cracolândia. 
 “Esta estrutura macro de centenas de pessoas em aglomerados urbanos é uma estrutura característica de locais específicos. Isso ocorre basicamente por duas razões: primeiro, por causa do adensamento urbano que existe em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, por exemplo, mas também por uma questão de fluxo. Essa segunda característica não é muito discutida, mas uma cracolândia exige uma grande logística de distribuição. O aporte de produtos e a regularidade de suprimentos são o que propicia esse tipo de aglomerado a existir”, explicou Francisco Inácio. 
Com a pesquisa, explicou Bastos, foi possível perceber que o mercado do crack é varejista, o crime é bem menos organizado do que se supõe, e o Estado e as lideranças não estão ausentes, mas precisam ser recuperados. “As pessoas falam muito em ausência do Estado, quando, na verdade, o que existe é ausência de instâncias do Estado que sirvam de suporte social. Por isso, acredito que este modelo atual utilizado pelo Teias-Escola Manguinhos e por algumas outras iniciativas parecidas seja a única forma viável de repensar o território."
 O palestrante disse ainda que, no que diz respeito à área da saúde, para mudar esta situação é necessário valorizar a pesquisa clínica e as ações de centros de referência, mas, principalmente, estabelecer pontes entre comunidade e locais de tratamento. “Ficar parado dentro dos locais de tratamento é ruim para os profissionais e nada bom para os usuários.” 
 Christiane Sampaio, médica do Teias-Escola Manguinhos, falou sobre sua relação com os territórios analisados e mostrou dados da Análise do contexto sociocultural dos usuários de crack no município do Rio de Janeiro, pesquisa etnográfica realizada pelo Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/Uerj), da qual participou. Christiane ressaltou que a etnografia só ocorre quando, de fato, se estabelece uma relação de proximidade com os usuários e cria-se um sentimento de pertencimento ao grupo. 
 A pesquisa também abordou o tipo de relação que os usuários de crack estabeleceram durante a vida, como seus laços familiares, com a escola, trabalho e outros. Além disso, também foram levantados dados sobre suas práticas de uso, frequência e gastos. Em relação à saúde, o estudo buscou informações sobre o acesso aos serviços de saúde, psicológicos e de assistência social e sobre a oferta e procura de serviços especializados para tratamento relacionado ao uso de drogas. A partir dessas análises, Christiane explicou que a história de vida dessas pessoas normalmente está associada à perda de vínculos e laços familiares: quase a totalidade dos entrevistados relatou ausência ou desconhecimento da figura paterna.
 Na maioria dos casos, comentou ela, a perda de vínculos vem antes da entrada no crack. “Eles já apresentavam problemas de relacionamento antes de se tornarem usuários da droga. Portanto, é preciso desmistificar a ideia de que foi o crack que jogou esses jovens na rua. A droga foi apenas mais um agravo, mais uma vulnerabilidade que entrou em suas vidas. Além disso, contrariando o senso comum, os usuários de crack entrevistados se mostraram acessíveis, sedentos de atenção e carinho e não demonstram agressividade”, compartilhou ela. 
 Outra questão relevante se refere à evasão escolar. Christiane apresentou que o abandono escolar pelos usuários de drogas está diretamente ligado à intolerância e ao preconceito tanto dos profissionais da educação como dos amigos da turma. “Esses jovens tinham vergonha de frequentar esses lugares, pois eram alvo de comentários, deboches e repressões. Pela voz dos usuários, a entidade escola demonstrou grande dificuldade e falta de preparo para lidar com a adversidade. A falta de diálogo foi uma tônica nos discursos.” 
 O médico e diretor do Centro de Pesquisas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e chefe da Unidade de Psiquiatria de Adição do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Feliz Kessler, abordou questões clínicas vinculadas à psiquiatria e a outras áreas articuladas a ela. Na psiquiatria, explicou, costuma-se falar que as doenças mentais normalmente têm fundo biopsicossocial, umas mais voltadas para um lado, outras para outro. Porém, os problemas psicossociais afetam extremamente tanto a parte biológica como a parte psíquica. “Temos visto que a grande questão dos usuários do crack é que são pacientes com problemas psíquicos e sociais graves. Com o uso das drogas, desenvolvem também problemas biológicos graves. Então, é uma doença grave nas três esferas, o que complica o trabalho do profissional de saúde.” 
 Ele ressaltou que estamos engatinhando no tratamento dessa doença crônica grave, que é o crack. Também mostrou dados de um estudo realizado em quatro capitais que envolveu 750 pacientes de ambulatório e de internações. “Entre os principais dados, principalmente do ponto de vista psiquiátrico, percebemos que, quando comparado aos usuários de cocaína, álcool e maconha, os usuários de crack apresentam um alto índice de transtornos de conduta e de personalidade antissocial. Numa comparação entre 293 usuários decrack, 126 de cocaína e 319 de álcool e maconha, vimos que a idade entre os usuários decrack estava entre 30 e 31 anos, dos quais a maioria era do sexo masculino. Já os alcoolistas apresentam idade média de 42 anos. A porcentagem de usuários de crack que apresentam transtornos psiquiátricos e sintomas associados ao uso da droga comparada aos outros usuários estudados também diz algo: 47% apresentaram episódios depressivos; 47%, episódios de risco de suicídio; e 30%, episódios maníacos”, mostrou Felix. 
 Para finalizar, Felix alertou que estes índices são muito altos. E o mais grave deles se refere ao transtorno de personalidade antissocial e de conduta antes dos 15 anos e antes do uso do crack. “Portanto, o problema de conduta está extremamente associado ao crack. O número fica em 25% de usuários desta droga comparado com 9% dos outros grupos. Já na população em geral, o índice gira em torno de 1 a 2% deste tipo de transtorno. Isso mostra que estes usuários são pessoas que sofreram muito na infância, tiveram problemas sociais e, com isso, acabam desenvolvendo problemas de conduta que refletem na busca por uma droga que já se sabe que tem alto poder destrutivo”.
 A psicóloga e diretora do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas Mané Garrincha (Caps-AD), Marise Ramôa, última palestrante da mesa <i>Usuários de crack: perfil, estudos e cuidados</i> fez um relato sobre a sua experiência nesta área e analisou que as políticas de governo não são resolutivas, pois são pautadas na guerra antidrogas, na ‘limpeza’ urbana com a retirada desses usuários das ruas e na violência com os próprios usuários. Segundo ela, essas políticas não tem, de fato, a dimensão do cuidado. 
 “Temos vivido uma direção muito mais repressora, com o recolhimento compulsória de crianças, adolescentes e adultos, a destruição de bens dessas pessoas, como documentos e roupas, entre outros. O grande risco dessas políticas repressoras é que não temos como colocar a substância como inimiga. Isso vai gerar uma direção para os usuários, levando a violência a eles”.
 
Fonte: Informe ENSP
 

Revista Faz Análise Sobre Violência e Seu Impacto na Saúde


A revista Ciência & Saúde Coletiva  (v.17, n.9) apresenta uma série de estudos e análises sobre violência e seu impacto na saúde, a partir do Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (Viva). As causas externas, acidentes e violências constituem um importante problema de saúde pública e resultam em lesões físicas, mortes, transtornos psicológicos e sequelas, além de elevados custos sociais e econômicos. A edição temática é organizada pelas pesquisadoras Deborah Carvalho Malta e Marta Maria Alves da Silva.
 O novo número da revista apresenta um panorama das violências no país, sobretudo as domésticas, que passaram a ser reveladas a partir da notificação compulsória de violência, que integra o Viva, implantado em 2006 pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. O Viva tornou-se um importante instrumento para conhecer a magnitude, a distribuição e a tendência desses eventos. Os dados analisados na revista advêm dos dois componentes: Viva Inquérito, realizado periodicamente nas portas de entrada de emergências e Viva Contínuo, realizado por meio da notificação das violências doméstica, sexual e outras interpessoais ou autoprovocadas em serviços de saúde e registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Os artigos apresentados mostram análises sobre atendimentos relacionados às violências e acidentes com crianças, adolescentes, adultos e idosos, além de análises sobre mortalidade.
 
Leia os artigos disponiveis: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_issuetoc&pid=1413-812320120009&lng=pt&nrm=iso
 
Fonte: INFORME ENSP
 
Disponível em: <http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/informe/site/materia/detalhe/31004>. Acesso em: 25 set. 2012.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Saiba Diferenciar Tristeza de Depressão


Perda de apetite, sentimento de impotência, expectativa baixa, insônia, melancolia e dificuldade em realizar atividades do dia-a-dia são sintomas de tristeza ou de depressão? 
A principal diferença entre os dois estados é que a tristeza pode ser momentânea, já a depressão é algo que requer acompanhamento médico. 
“O sentimento de tristeza é inerente à condição humana, e a depressão é uma doença que precisa ser levada a sério e devidamente tratada, para que não se cronifique e fique mais grave”, explica o psiquiatra Deyvis Rocha.
Segundo ele, a depressão pode ser diagnosticada quando a tristeza se estende por muito tempo. Trata-se de um transtorno afetivo com evolução clínica, que resulta em períodos de humor triste. Depressão não é o mesmo que desânimo, mau humor, estresse ou preguiça.
“A depressão pode afetar pessoas de todas as idades, desde a infância à terceira idade, e, se não for tratada, pode conduzir ao suicídio. Caso a pessoa apresente os sintomas por mais de duas semanas consecutivas, ela deve procurar ajuda médica”, alerta Deyvis Rocha.
Já a tristeza é um estado desconfortável que pode ser causado pela perda de um parente querido, por lembranças de momentos difíceis, pelo fim de um relacionamento, caracterizando-se como uma dor psíquica ou moral.
Pode provocar vontade de chorar, sentimento de impotência, desmotivação e angústia. No entanto, esse sentimento tende a ser passageiro. Aos poucos, as pessoas vão conseguindo se alegrar com situações corriqueiras do dia-a-dia, até que os sintomas vão diminuindo, e, com o tempo, elas retomam sua rotina normal.
“A tristeza é uma condição humana e não impede que o indivíduo viva outras emoções quando o contexto se altera, já a depressão provoca sentimentos de conotação mais negativa, o que dificulta que a pessoa recupere a alegria e o prazer”, afirma o psiquiatra. 

Sintomas

Para entender melhor o que é tristeza e o que é depressão, deve-se observar os seguintes sintomas e como estes se apresentam:
-- Insônia
É um sintoma comum de depressão. Uma vez que o sono não é reparador, a pessoa com depressão pode dormir por longas horas. Em muitos casos, pode acontecer de acordar no meio da noite ou bem antes do que estava acostumada a acordar e não conseguir dormir mais.
-- Distúrbios Alimentares
A perda de apetite pode ocorrer quando o indivíduo está com depressão. No entanto, pessoas com depressão também podem sentir aumento do apetite. Dessa forma, a depender do caso, pode haver tanto perda como aumento de peso, na ordem de 5% do peso normal.
-- Dificuldade de aceitar o “não”
Esse sintoma está relacionado à tristeza. O problema em aceitar uma realidade gera desmotivação e interfere na autoestima. A rejeição e a incapacidade de encarar alguns obstáculos provocam angústia e tristeza profunda.
-- Fragilidade
A tristeza  pode ocorrer quando o indivíduo se depara com a fragilidade e a ausência de satisfação social.
-- Alteração de humor
É sintoma de depressão. A pessoa deprimida sofre de alterações de humor na maior parte do dia, sentimento de melancolia, vazio, normalmente, sem nenhuma causa aparente. Nos casos em que uma causa é identificada, esta é desproporcional ao estado de humor da pessoa.

Prevenção

O psiquiatra Deyvis Rocha apresenta algumas dicas tanto para espantar a tristeza como para combater a depressão.
“Organizar o dia-a-dia evita a síndrome de ficar de pijamas em casa o dia todo. Conseguir manter uma rotina equilibrada, seja com hábitos saudáveis, seja com atividades físicas e desportivas, servirá de incentivo para superar os problemas e os estresses cotidianos", aconselha o médico.
1) Respeitar os limites
A depressão pode estar relacionada a uma série de fatores; entre os mais comuns, estão o estresse e a opressão. É importante que a pessoa encare a doença de forma positiva e conheça seus limites, para não se comprometer com atividades nas quais não conseguirá obter um bom desempenho.
2) Praticar exercícios físicos
Caminhar por 30 minutos, pelo menos três dias da semana, além de fazer bem à saúde, melhora o humor.
3) Manter distância das drogas e do álcool
Se a pessoa está passando por uma situação estressante e se sente desconfortável no dia-a-dia, ela pode recorrer ao álcool ou a outras drogas, para relaxar e buscar alívio. No entanto, esse meio de tentar resolver o problema não funciona. 
4) Tentar dormir bem
Apesar de a insônia ser um dos fatores que mais chama atenção nas alterações de humor, é possível manter o sono em dia. Dormir em horários regulares evita que a pessoa acorde no meio da madrugada. 
 
Fonte: Jornal Tribuna da Bahia
 
Disponível em:<http://www.tribunadabahia.com.br/2012/09/23/saiba-diferenciar-tristeza-de-depressao>. Acesso em: 24 set. 2012.

Cientistas Criam Técnica Que Apaga Memórias de Medo


Um estudo da Universidade de Uppsala, na Suécia, descobriu uma técnica que impede a consolidação de novas memórias emocionais, evitando que as pessoas associem eventos negativos com o sentimento de medo.
O medo é formado quando nós associamos as coisas com uma forte resposta emocional negativa. 
Quando o cérebro aprende algo novo (bom ou ruim), uma memória é criada através de um processo chamado de consolidação: no começo, a memória é instável; depois, proteínas se formam no cérebro para fixá-la. 
O que os pesquisadores fizeram foi interromper esse processo (criando rupturas no caminho que ele percorre) para afetar o conteúdo da memória. Dessa maneira, eles conseguiram apagar memórias emocionais, interrompendo sua consolidação no cérebro.

O estudo

Os participantes viram imagens neutras, de paisagens, objetos do cotidiano, etc, enquanto os pesquisadores simultaneamente administraram choques elétricos neles.
Basicamente, os cientistas criaram uma “memória de medo” nos voluntários, fazendo-os associar o conteúdo da imagem com a dor. Como o esperado, mais tarde, quando eles viram as fotos novamente, apresentaram algum nível de medo.
Na segunda parte da pesquisa, a equipe tentou interromper a fase de consolidação dessa memória em metade dos participantes, mostrando-lhes imagens repetidamente, sem dar qualquer choque durante o período de tempo o qual o cérebro fixa a memória no lugar. 
Quando eles viram as mesmas imagens mais tarde, o grupo cujo processo de consolidação da memória foi interrompido não sentiu medo, o que demonstrou que os cientistas foram capazes de " apagar" a memória do medo. A informação foi corroborada quando os pesquisadores usaram um scanner no cérebro dos participantes e observaram que os vestígios da memória desapareceram da parte do cérebro que normalmente armazena as memórias de medo, o grupo nuclear da amígdala no lobo temporal.
“Em outras palavras, pode-se dizer que eles não se lembravam do que aconteceu originalmente, mas sim do que aconteceu da última vez que eles pensaram sobre o que aconteceu”, explicam os pesquisadores.
A descoberta é muito interessante, embora não seja prática ainda. Porém, o próximo passo dos pesquisadores é desenvolver o conhecimento para que ele pode ser aplicado no tratamento de problemas de ansiedade como fobias, estresse pós-traumático e ataques de pânico.
Considerando que essa não é a primeira vez que um estudo do tipo é realizado (muitos parecidos já foram feitos), uma "pílula do esquecimento" não deve mesmo demorar para chegar ao mercado.
 
Fonte: Site Hipesciense
 
Disponível em: <http://hypescience.com/cientistas-criam-tecnica-que-apaga-memorias-de-medo/>. Acesso em: 24 set. 2012.

Via Internet, Psicólogos Atendem Brasileiros no Exterior


Moradores de áreas afetadas por desastres naturais no Japão e na Itália ou vítimas da solidão, brasileiros que vivem no exterior têm encontrado conforto na terapia. 
O divã, porém, distante milhares de quilômetros, é aproximado graças à internet. 
Via e-mail, Skype e MSN, psicólogos brasileiros atendem conterrâneos residentes em outros países que precisam de apoio psicológico. 
Solidão, dificuldade de adaptação com a língua e até com o clima frio estão entre as razões. A orientação psicológica on-line é regulamentada no Brasil desde 2005. 
Pioneiro da psicologia on-line no país, o NPPI (Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática), da PUC de São Paulo, detectou o interesse pelo serviço há quatro anos --atualmente, a média é de uma procura por mês, diz a coordenadora, Rosa Maria Farah. 
Para alguns profissionais, o perfil mais comum é de mulheres, que já tendem a buscar mais cedo ajuda, e jovens familiarizados com a internet. Outros, porém, dizem que o público é variado. 
Há psicólogos que buscam grupos específicos. Após o tsunami de 2011 no Japão, Lilian Nagahiro, de Maringá (PR), decidiu atender principalmente brasileiros naquele país. 
"Eles sofrem para se adaptar a uma cultura rígida. Trabalham em vários turnos, não têm tempo de buscar ajuda." 
A psicóloga Ivana Rocha, de Belo Horizonte, tem clientes nos Estados Unidos e Canadá. Entre os conflitos que ouviu, estava o de quem passou a se sentir inútil depois de largar sua vida no Brasil para acompanhar o cônjuge. 
Para a psicóloga Jane Bitencourt, de Santo André, que também tem pacientes no exterior, há uma grande idealização sobre a vida em outro país. 
"Mas, com o choque de realidade, muitos se frustram", afirma. 

SERVIÇO 
O NPPI, da PUC, é um núcleo de psicólogos que atende apenas via e-mail, no Brasil ou no exterior. O serviço é gratuito. 
O e-mail demora em média 15 dias para ser respondido. Não há um padrão de texto, e o paciente é livre para expor qual é a sua necessidade. O endereço é nppi@pucsp.br
 
Fonte: Jornal Folha de São Paulo
 
Disponível em:<http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/ribeiraopreto/1157808-via-internet-psicologos-atendem-brasileiros-no-exterior.shtml>. Acesso em: 24 set. 2012.

6ª PRIMAVERA DOS MUSEUS



Entre 21 e 30 de setembro, unidades vinculadas à Diretoria de Museus do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia e instituições parceiras promovem a 6ª Primavera dos Museus com o intuito de sensibilizar a sociedade para a função social destes espaços, tema do evento para o ano de 2012. Durante nove dias, públicos de todas as idades terão a sua disposição uma vasta programação gratuita que inclui apresentações de corais, de dança, música, teatro e teatro de fantoches, exibição de documentários e vídeos infantis, visitas mediadas, exposições, fórum de discussão, mesas redondas, palestras, contação de histórias e oficinas de reciclagem, dança e construção de instrumentos musicais. A programação completa está disponível no blog dimusbahia.wordpress.com.

  
Serviço:
O que: 6ª Primavera dos Museus
Onde: Museus vinculados ao IPAC, Museu Eugênio Teixeira Leal e Museu Arqueológico da Embasa.
Quando: 21 a 30 de setembro
Gratuito
Informações: 3117-6013

Fonte: Articulação Territorial de Museus

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Rotina Desgastante Pode Levar a Quadros Depressivos, Indica Estudo


Cantora Rosa Passos sofreu de um quadro depressivo por causa da rotina

Desde que o estresse passou a ser uma constante na vida de milhares de pessoas no mundo, principalmente das que vivem em grandes centros urbanos, médicos, psiquiatras e psicólogos começaram a notar que a tensão recorrente do dia a dia poderia ter uma relação direta com quadros depressivos. Entretanto, se a ligação entre os dois era relativamente fácil de ser observada, as causas biológicas e químicas por trás do fenômeno continuavam uma incógnita com muitas hipóteses. Um estudo publicado hoje na revista científica Nature apresenta uma nova explicação de por que rotinas estressantes podem causar depressão em alguns casos. A ideia é que, no futuro, a descoberta possa resultar em um tratamentos mais eficientes para o problema.
O ponto principal da pesquisa, desenvolvida na Universidade de Washington, nos Estados Unidos, está no mecanismo de liberação de um hormônio cerebral chamado fator liberador de corticotrofina (CRF, na sigla em inglês). Paul Phillips, autor do artigo, explica que, normalmente, em situações nas quais o indivíduo é submetido a estímulos estressores, o cérebro produz mais CRF, como uma forma de combater os efeitos negativos causados pela situação adversa. Isso ocorre porque o hormônio é responsável por liberar dopamina no cérebro, substância que provoca sensação de prazer e motivação necessária para apaziguar as tensões.
O que a equipe de Phillips conseguiu entender, no entanto, é que há uma situação limite em que essa resposta fisiológica se inverte completamente. Em vez de produzir mais CRF e dopamina para lutar contra o estresse, o cérebro passa a ser aversivo à substância e para de responder aos estímulos ambientais. É como se o corpo entregasse os pontos e desistisse do combate, tamanha sua fadiga frente a tantas e tão fortes situações de tensão. É nesse momento que a depressão toma conta.
Para chegar a essa constatação, os pesquisadores americanos realizaram experimentos em ratos de laboratório. A partir de estudos anatômicos, foi possível modular a quantidade de dopamina e CRF no cérebro dos animais e comparar a diferença de quantidade das substâncias após as cobaias serem submetidas a um quadro de estresse induzido. O resultado: depois de jogados na água e forçados a nadar por alguns minutos durante dois dias seguidos, os ratos produziram volumes menores dessas substâncias. Uma posterior análise do comportamento dos animais mostrou ainda que eles estavam em depressão, pois quase não se movimentavam mais.
“Nós estudamos dopamina por um longo período e sabemos que ela desempenha um importante papel na ativação de resposta a estímulos ambientais. Estudos anteriores do laboratório de Kent Berridge, na Universidade de Michigan, nos deram a pista de que o CRF poderia ser responsável por regular a dopamina. Nós então testamos essa hipótese”, esclarece Phillips. Segundo o cientista, a metodologia que seu grupo utilizou de depressão por indução do estresse é considerado um dos melhores modelos animais disponíveis para estudar essa condição humana.
Apesar de o cérebro humano ser muito mais complexo do que o de ratos, a médica Eliana Melhado, membro da Academia Brasileira de Neurologia, pondera que a resposta hormonal dos roedores é muito parecida com a dos humanos. Dessa forma, o modelo animal possibilitaria uma boa aproximação de como ocorrem os processos químicos desencadeados pelo estresse nas pessoas. “Mas para extrapolar os resultados de forma segura, os pesquisadores terão de replicar a experiência em humanos, respeitando, é claro, os preceitos éticos”, defende.
Remédios
Segundo ela, os remédios atuais de controle da depressão focam muito mais na serotonina, entretanto, se testado em humanos, o novo estudo pode revelar que, na verdade, a disfunção na liberação da dopamina é mais preponderante para o surgimento do transtorno. “O estudo é muito interessante porque, a partir de seus resultados, pode-se cogitar a produção de remédios duais, que atuam tanto na serotonina quanto na dopamina. Hoje, não existe nenhum fármaco antidepressivo que aja na dopamina”, explica Melhado. A médica reforça ainda a necessidade de mais estudos que busquem responder, por exemplo, por que existem pessoas que, mesmo submetidas frequentemente ao estresse, não entram em depressão.
Segundo Raphael Boechat, psiquiatra do Hospital Santa Lúcia, até pouco tempo tempo atrás havia muitas explicações simplistas para o distúrbio. “Hoje sabemos que a depressão é muito mais complexa. Não é só uma questão de serotonina e neurotransmissores. O RNA do neurônio e até o tamanho do cérebro podem estar envolvidos.” Boechat afirma ainda que o estímulo do estresse é necessário para a manutenção da espécie e instinto de sobrevivência, o problema surge quando ele se torna crônico.
A psicóloga comportamental Kelly Gennari divide a mesma opinião de Boechat. “O estresse tem uma certa utilidade na nossa vida. É ele que faz a gente se levantar cedo, se dedicar ao trabalho e aos estudos. Para nós terapeutas, o conceito de depressão surge não com o estresse em si, mas quando há uma ausência de reforçadores, ou seja, daquilo que faz com que nos sintamos recompensados apesar das dificuldades”, diz. Segundo ela, esse é o caso, por exemplo, das pessoas que trabalham muito, mas que, mesmo assim, ganham pouco ou nunca têm um retorno positivo do chefe ou outra forma de reconhecimento por tanta dedicação.

Ação da Saúde Contra Crack Tem Pouca Adesão: Ministério já abriu terceiro edital de R$ 100 milhões para firmar parceria com comunidades terapêuticas. Entidades reclamam das exigências.


Apresentada como uma das principais estratégias do programa Crack, é Possível Vencer, a participação das comunidades terapêuticas no tratamento de dependentes está parada no Ministério da Saúde. Dos recursos reservados para a ação, nada ainda foi usado. Diante do impasse, o governo estuda migrar o projeto para outras pastas, onde as exigências para liberação de verbas sejam mais flexíveis.
A queda de braço começou em abril, quando uma linha de financiamento de R$ 100 milhões para entidades foi colocada à disposição. Os recursos seriam usados para financiar pelo menos 920 projetos de reinserção de dependentes na comunidade. A apresentação de propostas, no entanto, foi pífia. Em dois editais, apenas 42 comunidades se candidataram para receber recursos, que podiam variar entre R$ 45 mil e R$ 108 mil. Só cinco foram aprovadas.
De acordo com o coordenador adjunto de Saúde Mental do ministério, Leon Garcia, 985 vagas em comunidades terapêuticas são financiadas no momento, dentro de um projeto anunciado em 2010. "Recursos novos por enquanto não foram usados para criar mais vagas de acolhimento", explica. O sucesso do projeto depende da adesão dos municípios, que, segundo Garcia, devem estar estruturando a rede antes de pedir recursos.
A avaliação dos dirigentes das comunidades terapêuticas destoa da opinião de Garcia. "Foi um fracasso", resume Wellington Vieira, presidente da Federação de Comunidades Terapêuticas Evangélicas do Brasil (Feteb). Ele afirma que, das 400 entidades filiadas, poucas apresentaram projetos para reinserção social nas duas versões do edital. "As exigências eram inúmeras. Além disso, não concordávamos com o formato sugerido."
Reclamação. A principal queixa era a necessidade de as comunidades se reportarem aos Centros de Atenção de Apoio Psicossocial (CAPs). "Perderíamos nossa identidade", diz Juliano da Silva Marfim, coordenador da Federação Brasileira de Comunidades Terapêuticas (Febract).
Diante do resultado ruim, uma reunião foi feita com gestores dos Ministérios da Justiça e da Casa Civil e representantes das comunidades, para que uma solução fosse encontrada. Em nota, a Secretaria Nacional de Política sobre Drogas do Ministério da Justiça (Senad) informou estudar formas de apoio às comunidades. Um terceiro edital, porém, para seleção de novos projetos foi lançado pela Saúde - desta vez, com a promessa de maior participação das entidades. O resultado sairá em outubro.
Garcia, do Ministério da Saúde, reconhece que as comunidades terapêuticas ficaram descontentes com o formato do programa. Ele argumenta que as moradias têm de ser consideradas como um dos pontos de uma rede de atendimento. "É preciso ter centros de atenção psicossocial, leitos de retaguarda, para casos de emergência." Ele diz que as exigências estão previstas em regras gerais e devem ser seguidas.
Resistência. Para o coordenador da Comissão Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Pedro Paulo Bicalho, a estratégia adotada pelas comunidades era esperada. "A baixa participação nos editais não é à toa. Poucas são as comunidades que atendem às condições para participar de um programa de saúde."
Bicalho cita como exemplo os resultados de inspeção feita no ano passado pelo CFP em 68 locais de internação para usuários de drogas. "Foram inúmeras irregularidades: crianças sem ir à escola, alojamentos sem condições adequadas, proibição de contato com familiares." Bicalho está preocupado com a saída encontrada. "É uma gambiarra: o atendimento será o mesmo que é oferecido agora, com menos fiscalização."
 Fonte: Jornal Estado de São Paulo via Associação Brasileira de Psiquiatria
 
Disponível em: <http://www.abp.org.br/portal/imprensa/clipping-2>. Acesso em: 22 set. 2012.

Vizinhança Pode Afetar Saúde Mental de Famílias de Baixa Renda: pesquisa mostra que famílias pobres que se mudaram para vizinhanças menos degradadas apresentaram melhoras no bem-estar, mesmo que não tenham aumentado seus ganhos


Voluntários que se mudaram para vizinhanças menos pobres se disseram mais felizes do que aqueles que permaneceram em suas moradias originais
Uma nova pesquisa mostra que a mudança para uma vizinhança menos degradada pode ter enormes impactos na saúde mental de famílias pobres. Os cientistas da Universidade de Chicago analisaram voluntários de baixa renda que se mudaram para vizinhanças mais ricas, e constataram um aumento no bem-estar em relação àqueles que permaneceram em seus bairros originais. O estudo foi publicado nesta quinta-feira na revista Science
Os pesquisadores compararam os dados de 4.604 famílias de baixa renda nos Estados Unidos. Dessas, 2.134 ganharam subsídios governamentais para se mudar para vizinhanças menos degradadas. A mudança não afetou a renda familiar — tanto as famílias que se mudaram quanto as que ficaram nas antigas vizinhanças recebiam 20.000 dólares anuais na época da pesquisa. Mesmo assim, a mudança para ambientes 13% menos pobres afetou o bem-estar dos voluntários de modo parecido com um aumento de 13.000 dólares na renda anual.
Os voluntários mostraram melhora em índices de sofrimento psíquico, depressão, desordens de ansiedade, calma e sono. Também se disseram mais felizes. "Essas descobertas sugerem a importância de focar nossos esforços na melhoria do bem-estar das famílias pobres, em vez de apenas buscar melhorar sua renda. As intervenções se mostram importantes para atingir esse fim", diz Jens Ludwig, pesquisador da Universidade de Chicago e um dos autores do estudo.
O estudo usou os dados de famílias inscritas no programa Moving to Opportunity, um experimento social do governo americano realizado nos anos 90 que sorteou subsídios para uma parcela dos voluntários se mudarem para áreas menos pobres. As famílias eram todas de baixa-renda, e em sua maioria lideradas por mulheres negras ou hispânicas. Entre as principais razões para querer trocar de bairro, elas citaram problemas com gangues e tráfico de drogas e a busca de melhores escolas para os filhos.
Segundo os cientistas, uma das implicações da pesquisa é mostrar que estudos que só levam em conta a renda para analisar a desigualdade podem subestimar os efeitos negativos que a questão residencial tem nas famílias mais pobres. "Focar as análises somente na diferença de renda ao longo do tempo, enquanto se ignora os efeitos dessa diferença, subestima a tendência atual de uma maior desigualdade no bem-estar", diz Ludwig. 
 
Fonte: Revista VEJA 
 
Disponível em:<http://veja.abril.com.br/noticia/saude/vizinhanca-pode-afetar-saude-mental-de-familias-de-baixa-renda>. Acesso em: 21 set. 2012.

Estudo descobre porque antidepressivos funcionam melhor para uns do que para outros

A depressão é um grande problema globalmente: segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), a condição afeta cerca de 20% das pessoas em algum momento de suas vidas.
São 121 milhões de pessoas com depressão no mundo, 17 milhões só no Brasil, dos quais 75% nunca receberam tratamento adequado. Até 2020, a depressão irá rivalizar com as doenças cardíacas como o distúrbio de saúde com maior carga global de doenças, e passará de 4ª para a 2ª colocada entre as principais causas de incapacidade para o trabalho no mundo.
Parte do problema em tratar a doença vem do fato de que, hoje, os remédios são prescritos com base na “tentativa e erro”, muitas vezes a única forma de pacientes depressivos encontrarem o tratamento mais eficaz para si.
Agora, cientistas britânicos do Instituto de Psiquiatria do King’s College em Londres sugeriram que marcadores biológicos no sangue podem ajudar os médicos a determinar o melhor tipo de tratamento para a depressão para cada paciente, sem precisar submetê-los a vários “testes” de remédios.
“O estudo mostra que nós poderíamos usar um teste de sangue para personalizar o tratamento da depressão”, disse a principal autora do estudo, Carmine Pariante.

A pesquisa

Embora existam muitos antidepressivos no mercado – como os famosos Prozac e Seroxat -, é amplamente aceito que muitos deles funcionam em apenas metade dos pacientes em metade do tempo.
O que os cientistas descobriram foi que os níveis elevados de inflamação – que aparecem em marcadores biológicos no sangue – são parte do mecanismo que leva à depressão, especialmente a determinadas formas da condição de que não respondem bem aos antidepressivos leves ou de baixa dose.
Em células humanas, a informação a partir de genes é transcrita no “RNA mensageiro”, ou mRNA, antes de se tornar visível como um sinal físico e bioquímico. Assim, a equipe monitorou o mRNA dos pacientes antes e depois de terem sido tratados com um de dois antidepressivos: escitalopram ou nortriptilina.
Escitalopram, vendido sob várias marcas como Lexapro, Seroplex, Cipralex e feito por fabricantes de genéricos, é um inibidor da recaptação da serotonina (ISRS). Nortriptilina, vendido sob os nomes Aventyl, Sensoval e outros, é um antigo tipo de antidepressivo conhecido como tricíclico. Ambos são comumente prescritos como tratamentos de “primeira linha” para depressão na Grã-Bretanha e outros países.
Após 8 semanas de tratamento, os pesquisadores perceberam que os pacientes que não melhoraram foram aqueles que tinham níveis significativamente mais elevados de três marcadores de inflamação antes do início do tratamento.
Isso sugere que estes três marcadores podem ser usados para identificar pacientes que são menos propensos a responder a antidepressivos comumente usados, permitindo que os médicos considerem uma abordagem mais adaptada ou “personalizada” para o tratamento do paciente desde o início.
“Este é um pequeno estudo, mas os resultados são promissores”, disseram os pesquisadores. “Os tratamentos personalizados para depressão podem ajudar a evitar a atual forma de ‘tentativa e erro’ de prescrever medicação antidepressiva”, concluem.
 
Fonte: Site Hipescience
 
Disponível em:<http://hypescience.com/estudo-descobre-porque-antidepressivos-funcionam-melhor-para-uns-do-que-para-outros/ >. Acesso em: 20 set. 2012.

Mães se preocupam muito com a saúde e pouco com a socialização dos filhos. Dimensão ética e de valores não deve ser colocada em segundo plano, alerta especialista


Somente 8% das mães acreditam na importância da socialização com outras crianças

Para as mães de crianças menores de três anos, cuidar da saúde do filho é muito mais importante do que dar carinho, brincar ou conversar com ele. Esse é o resultado de uma pesquisa realizada pelo Ibope que ouviu mais de 2 mil pessoas em 18 capitais brasileiras.
Quando perguntadas sobre o que é importante para o desenvolvimento da criança de zero a três anos, 51% delas responderam que a principal contribuição é levar ao pediatra regularmente e dar as vacinas. O porcentual de quem acredita na importância de brincar, passear e conversar cai para 19% e fica menor ainda se forem considerados os que defendem a necessidade da socialização com outras crianças: 8%.
— Isso mostra como a questão da saúde está bem resolvida - e é muito bom que esteja -, mas ainda precisamos avançar muito em relação aos fatores emocionais e comportamentais. Os pais ainda desconhecem a importância de estabelecer os vínculos afetivos e, consequentemente, os danos que podem haver quando se ignora o potencial de aprendizagem da primeira infância — diz Saul Cypel, neuropediatra e consultor da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal (FMCSV).
A fundação apresentou a pesquisa em um simpósio internacional sobre a primeira infância que promoveu em São Paulo. Os números mostram o desconhecimento dos pais: grande parte dos entrevistados acha que sentar, falar e andar são sinais mais claros do desenvolvimento infantil do que a criança ser capaz de interagir ou estranhar pessoas distantes; mais de 50% dos entrevistados acreditam que o bebê só tem capacidade de aprender a partir dos 6 meses.
— Precisamos de uma campanha que diga: "nasceu, começou a aprender". Sem isso, corremos o risco de perpetuar um cuidado instintivo que se preocupa com a sobrevivência, mas se esquece da dimensão ética, dos valores — diz Yves de La Taille, da Faculdade de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP).
Trabalho integrado
O caminho para essa conscientização passa pela criação de políticas públicas que unam as Secretarias de Saúde, Educação e Assistência Social, diz Eduardo Marino, gerente de avaliação da fundação.
Desde 2009, a fundação tem trabalhado com seis municípios na implementação de ações simples, porém eficazes. O trabalho abrange a criação de espaços lúdicos nos quais as crianças possam brincar e interagir com seus pais e cuidadores, encontros de reflexão interativa com a família e um pré-natal que inclua não só questões biológicas, mas também outros aspectos relevantes do desenvolvimento infantil e — muito importante a partir dos resultados desta pesquisa —, a ampliação do tempo da consulta pediátrica.
— Já que 79% das mães recorrem ao pediatra nos momentos de dúvida, é importante que esses profissionais assumam um papel que vá além do diagnóstico físico. Com uma consulta estendida, ele pode orientar sobre a importância dos momentos de lazer, do afeto — resume Cypel. 
Por enquanto, os pais têm sido norteados por um censo comum que não difere escolaridade nem classe social: 55% das mães e gestantes acreditam que deixar as crianças assistirem a desenhos ou a programas infantis ajuda no desenvolvimento.
— A gente propõe, nessa etapa, atividades em que a criança se movimente, interaja, brinque, faça atividades artísticas, ao ar livre. Isso tem um papel muito mais importante. Ainda que a TV seja uma possibilidade cotidiana, o uso tem de ser muito cauteloso no sentido do tempo gasto e do que é proposto — diz a diretora da Escola Santi, Adriana Cury.
Pais ausentes
A figura paterna deixa a desejar na criação dos filhos pequenos. Na parte qualitativa da pesquisa, realizada com mães e gestantes, o papel do pai é muito valorizado, tanto na gestação (94%) quanto na criação dos filhos (92%).
Porém, na prática é muito diferente. Apenas 41% dessas mulheres afirmaram que os pais participam ou participaram ativamente da gestação e 51% das grávidas vão sozinhas às consultas. Somente 47% dos pais atuam efetivamente na criação dos filhos, nos cuidados, nas consultas ao pediatra e nas vacinas. Além disso, o tradicional papel de impor limites não é cumprido. Menos da metade (43%) assume essa responsabilidade.
— Se não é pelo instinto que move as mulheres, ao menos pela importância da questão ética os pais precisam participar — pondera Yves de La Taille, da Faculdade de Psicologia da USP. 
Mesmo sem a ajuda do marido e tendo de trabalhar (55% das entrevistas estão empregadas), a creche não é vista com bons olhos: 57% acham que a casa é o melhor lugar para a criança se desenvolver.
 
Fonte: Jornal Zero Hora
 
Disponível em:<http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/bem-estar/noticia/2012/09/maes-se-preocupam-muito-com-a-saude-e-pouco-com-a-socializacao-dos-filhos-3885691.html>. Acesso em: 19 set. 2012.