O fascínio pelos malucos em geral, sobretudo os que zanzam pelas ruas à procura de algo que talvez nem eles mesmo saibam, tema aqui neste espaço na semana passada, estende-se também para o campo científico.
Daí estar sempre de olho nas "novidades" que surgem a respeito dos transtornos --e são nada menos que 208 disfunções psiquiátricas catalogadas pelo DAS, sigla em inglês para o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais .
Daí ter descoberto que uma comunicação feita no 29º Congresso Brasileiro de Psiquiatria, realizado no começo do mês no Rio, aponta que 66% dos portadores brasileiros de transtorno bipolar recebem diagnóstico errado para a doença. Em geral, essas pessoas são apontadas como (e recebem tratamento para) portadores apenas de depressão.
Mais surpreendente do que isso, pelo menos para quem acompanha esse tipo de tema, foi saber, por meio de declarações da psiquiatra Laura Helena Andrade, pesquisadora da Faculdade de Medicina da USP, que hoje em dia estima-se que 6% da população brasileira (e não mais 2,5% como se supunha) são portadores de transtorno bipolar.
Isso significa que algo em torno de 11,4 milhões de brasileiros sofrem de um problema que os faz alternar sucessivamente estado de espírito depressivo com eufórico (maníaco), naquilo que já foi chamado no passado de PMD (psicose maníaco-depressiva) e hoje recebe a atenuante de transtorno maníaco-depressivo ou transtorno bipolar.
O que não diminui, ao contrário, o problema da maioria dos portadores desse distúrbio, que recebe tratamento apenas com antidepressivos. Trata-se, digamos assim, de atacar apenas metade do problema, jogando o paciente no outro extremo, que é o da mania, do comportamento sem limites, em que o cidadão desconhece perigos e incapacitações, colocando sua vida e muitas vezes a de outros em risco.
Ao receber medicação somente para o lado "down", vive-se permanentemente "up", com tudo de ruim que pode advir disso...
No entanto, não há como não deixar de se espantar com os tais 6%, porque é gente demais: dados que circulavam até agora davam conta de que 12% dos brasileiros sofrem de algum tipo de transtorno mental --pelo menos isso é o que divulgou a Associação Brasileira de Psiquiatria no ano passado.
Então quer dizer que metade desse contingente teria transtorno bipolar!
Portanto, não se espante se uma em cada 20 pessoas que você conhece comporta-se como se a vida fosse uma montanha russa, ou seja, agora age como se estivesse nos píncaros da glória, com fortes emoções à flor da pele, para daqui a pouco recolher-se tristemente como se um abismos negro e pantanoso se abrisse aos seus pés...
Daí estar sempre de olho nas "novidades" que surgem a respeito dos transtornos --e são nada menos que 208 disfunções psiquiátricas catalogadas pelo DAS, sigla em inglês para o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais .
Daí ter descoberto que uma comunicação feita no 29º Congresso Brasileiro de Psiquiatria, realizado no começo do mês no Rio, aponta que 66% dos portadores brasileiros de transtorno bipolar recebem diagnóstico errado para a doença. Em geral, essas pessoas são apontadas como (e recebem tratamento para) portadores apenas de depressão.
Mais surpreendente do que isso, pelo menos para quem acompanha esse tipo de tema, foi saber, por meio de declarações da psiquiatra Laura Helena Andrade, pesquisadora da Faculdade de Medicina da USP, que hoje em dia estima-se que 6% da população brasileira (e não mais 2,5% como se supunha) são portadores de transtorno bipolar.
Isso significa que algo em torno de 11,4 milhões de brasileiros sofrem de um problema que os faz alternar sucessivamente estado de espírito depressivo com eufórico (maníaco), naquilo que já foi chamado no passado de PMD (psicose maníaco-depressiva) e hoje recebe a atenuante de transtorno maníaco-depressivo ou transtorno bipolar.
O que não diminui, ao contrário, o problema da maioria dos portadores desse distúrbio, que recebe tratamento apenas com antidepressivos. Trata-se, digamos assim, de atacar apenas metade do problema, jogando o paciente no outro extremo, que é o da mania, do comportamento sem limites, em que o cidadão desconhece perigos e incapacitações, colocando sua vida e muitas vezes a de outros em risco.
Ao receber medicação somente para o lado "down", vive-se permanentemente "up", com tudo de ruim que pode advir disso...
No entanto, não há como não deixar de se espantar com os tais 6%, porque é gente demais: dados que circulavam até agora davam conta de que 12% dos brasileiros sofrem de algum tipo de transtorno mental --pelo menos isso é o que divulgou a Associação Brasileira de Psiquiatria no ano passado.
Então quer dizer que metade desse contingente teria transtorno bipolar!
Portanto, não se espante se uma em cada 20 pessoas que você conhece comporta-se como se a vida fosse uma montanha russa, ou seja, agora age como se estivesse nos píncaros da glória, com fortes emoções à flor da pele, para daqui a pouco recolher-se tristemente como se um abismos negro e pantanoso se abrisse aos seus pés...
Fonte: Folha de São Paulo
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luizcaversan/1005824-onze-milhoes-de-transtornados.shtml>. Acesso em: 01 dez. 2011
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