É nas relações fraternas que surgem as primeiras negociações. Esses exercícios se diferenciam de acordo com a posição que cada filho ocupa, segundo a ordem de chegada à família. Embora o primogênito precise dividir com o novo irmão o espaço conquistado diante dos pais, os trâmites certamente são diferentes daqueles enfrentados pelo mais novo, que encontra um quadro já ampliado de parcerias. Esse exercício traz implícita uma dimensão de rivalidade, própria às relações horizontais, nas quais o princípio da hierarquia não é preponderante e os indivíduos competem entre si. Pelo que competem os irmãos?
Segundo Freud, o objeto de desejo é o amor exclusivo da mãe e, depois, do pai. De qualquer modo, a experiência de lutar pelo afeto e as brigas e ciúmes daí decorrentes são vivências importantes para o desenvolvimento infantil. Em cada grupo e instituição em que nos inserimos ao longo da vida expressamos, de algum jeito, o aprendizado primário dessa negociação com os irmãos. De maneira geral, as pessoas com as quais no vinculamos – sobretudo nas relações amorosas adultas – são presas dessa trama construída desde os primeiros momentos de vida com aqueles que nos receberam.
Fonte: Revista Mente e Cérebro
Disponivel em: <http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/a_importancia_das_relacoes_fraternas.html>. Acesso em: 11 out. 2011
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