Crítica ao diagnóstico das enfermidades mentais:
olhos vendados são referência à alienação teórica
De cabelos brancos e compridos e expressão irônica, a Morte ronda uma psiquiatra adepta das inovações tecnológicas e dos manuais diagnósticos, porém alheia à vida que se desenvolve fora do consultório, e uma paciente cega. As personagens fazem parte da peça As cegas, do grupo Teatro do Tempo, que discute a mortalidade, mesclando vídeo, dança e cenas que transitam entre as consultas médicas e as alucinações da paciente, causadas pelo excesso de antidepressivos.
No texto da dramaturga Cláudia Maria de Vasconcelos, Ceguinha, a psiquiatra e a própria Morte usam vendas nos olhos, levando o espetáculo adiante na escuridão, que sugere a alienação da médica, cujo tom ponderado e profissional cede espaço, aos poucos, a seu intenso desamparo. Segundo Cláudia, para elaborar o roteiro, marcado por momentos de humor e interferências pontuais da Morte, o grupo estudou durante um ano o que pensavam os filósofos da Grécia antiga, os artistas renascentistas e Martin Heidegger sobre a efemeridade da vida. O pensador alemão definia o homem como “o ser que caminha para a morte”.
As cegas. Viga Espaço Cênico. Rua Capote Valente, 1323, Pinheiros, São Paulo. Informações: (11) 3801-1843. Quartas e quintas, às 21h. R$ 30,00. Até 17 de novembro.
Fonte: Revista Mente e Cérebro
Disponível em:<http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/peca_de_teatro.html>. Acesso em: 09 nov. 2011
Fonte: Revista Mente e Cérebro
Disponível em:<http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/peca_de_teatro.html>. Acesso em: 09 nov. 2011
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