Tratamento: distinção entre "eu" autênico e não-autêntico pode influir no tratamento da anorexia nervosa
Tratamento: distinção entre "eu" autênico e não-autêntico pode influir no tratamento da anorexia nervosa (Thinkstock)
A anorexia nervosa leva o paciente a enfrentar questões sobre sua personalidade: quem realmente são, sua autenticidade e se sua doença é algo separado ou integrado à personalidade. Esses conflitos têm, no entanto, implicações diretas no tratamento compulsório. Segundo um estudo conduzido pelo The Hastings Center, dos Estados Unidos, explorar essas ideias sobre autenticidade pode ajudar os médicos a formular abordagens terapêuticas, além de fornecer insights sobre se o tratamento compulsório pode ser justificado.
Durante o estudo, foram entrevistadas 29 mulheres que estavam em tratamento para a anorexia nervosa em clínicas localizadas ao sul da Inglaterra. Todas tiveram de responder questões sobre como enxergavam sua própria doença, como se sentiam sobre o tratamento compulsório e o que pensavam sobre o impacto da doença na tomada de decisões. Embora os pesquisadores não tenham perguntado sobre autenticidade ou identidade, quase todos as participantes falaram em termos de um “eu autêntico” - para quase todas, a relação entre anorexia nervosa e o eu autêntico era uma questão importante.
As participantes caracterizaram essa relação de diversas maneiras. Muitas viram a anorexia nervosa como algo separado do seu verdadeiro eu. Algumas expressaram a ideia de uma luta de poder entre seu eu verdadeiro e seu eu não-autêntico. Outras disseram ainda que outras pessoas poderiam ser fonte de apoio, permitindo, assim, que o eu autêntico ganhasse força dentro da luta. Essa noção da doença como algo externo, separado de seu verdadeiro, foi interpretada com um sinal de esperança. “Conceituar o comportamento anoréxico como uma parte não autêntica de si pode ser uma estratégia válida para superar o problema”, disseram os autores.
Tratamento - Segundo os pesquisadores, essa distinção entre um eu autêntico e um não-autêntico não é necessariamente o mesmo que uma falta de capacidade de tomada de decisão. Ela não pode justificar ainda a recusa do paciente ao tratamento. “Algumas autoridades argumentam que o tratamento compulsório não deveria nunca ser usado para a anorexia nervosa”, disseram. “Nós acreditamos, entretanto, que devemos levar a sério a possibilidade de que a pessoa no auge da anorexia nervosa pode estar experimentando conflitos internos substanciais, mesmo que ela não esteja expressando isso no momento.”
Os autores concluem que os clínicos precisam monitorar os pontos de vista do pacientes ao longo do tempo e que, se os conflitos internos persistirem, isso poderia sugerir uma falta de capacidade de tomada de decisão - e, portanto, um risco de dano significativo. Uma questão ainda não respondida é se os pacientes que consideram a anorexia nervosa como uma parte inautêntica do seu eu são mais suscetíveis a responderem ao tratamento.
Durante o estudo, foram entrevistadas 29 mulheres que estavam em tratamento para a anorexia nervosa em clínicas localizadas ao sul da Inglaterra. Todas tiveram de responder questões sobre como enxergavam sua própria doença, como se sentiam sobre o tratamento compulsório e o que pensavam sobre o impacto da doença na tomada de decisões. Embora os pesquisadores não tenham perguntado sobre autenticidade ou identidade, quase todos as participantes falaram em termos de um “eu autêntico” - para quase todas, a relação entre anorexia nervosa e o eu autêntico era uma questão importante.
As participantes caracterizaram essa relação de diversas maneiras. Muitas viram a anorexia nervosa como algo separado do seu verdadeiro eu. Algumas expressaram a ideia de uma luta de poder entre seu eu verdadeiro e seu eu não-autêntico. Outras disseram ainda que outras pessoas poderiam ser fonte de apoio, permitindo, assim, que o eu autêntico ganhasse força dentro da luta. Essa noção da doença como algo externo, separado de seu verdadeiro, foi interpretada com um sinal de esperança. “Conceituar o comportamento anoréxico como uma parte não autêntica de si pode ser uma estratégia válida para superar o problema”, disseram os autores.
Tratamento - Segundo os pesquisadores, essa distinção entre um eu autêntico e um não-autêntico não é necessariamente o mesmo que uma falta de capacidade de tomada de decisão. Ela não pode justificar ainda a recusa do paciente ao tratamento. “Algumas autoridades argumentam que o tratamento compulsório não deveria nunca ser usado para a anorexia nervosa”, disseram. “Nós acreditamos, entretanto, que devemos levar a sério a possibilidade de que a pessoa no auge da anorexia nervosa pode estar experimentando conflitos internos substanciais, mesmo que ela não esteja expressando isso no momento.”
Os autores concluem que os clínicos precisam monitorar os pontos de vista do pacientes ao longo do tempo e que, se os conflitos internos persistirem, isso poderia sugerir uma falta de capacidade de tomada de decisão - e, portanto, um risco de dano significativo. Uma questão ainda não respondida é se os pacientes que consideram a anorexia nervosa como uma parte inautêntica do seu eu são mais suscetíveis a responderem ao tratamento.
Fonte: Revista VEJA
Disponível em:< http://veja.abril.com.br/noticia/saude/conflitos-sobre-%E2%80%9Cverdadeiro-eu%E2%80%9D-tem-implicacoes-no-tratamento-da-anorexia-nervosa>. Acesso em: 23 nov. 2011
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