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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Conexão Entre Corpo e Mente


Shakespeare foi um entendedor excepcional da ligação corpo-mente, o que pode ajudar os médicos se lembrarem que os sintomas físicos podem ter causas psicológicas.

Há poucos dias, o jornalista Moisés de Freitas virou hit nas redes sociais com um texto que critica a visão da ciência tradicional, que encara o homem como um animal humano, sem espírito.
Agora foi a vez de um médico britânico sugerir que ler Shakespeare pode ajudar os médicos a entenderem melhor a conexão entre a mente e o corpo.
O estudo, publicado no periódico científico Medical Humanities, destaca que Shakespeare foi um mestre na descrição do fundo emocional dos sintomas físicos de seus personagens, o que pode ajudar os médicos atuais.
"Eles poderiam aprender a ser médicos melhores estudando Shakespeare. Isto é importante porque os chamados sintomas funcionais são a principal causa de consultas aos clínicos gerais e dos encaminhamentos a especialistas," afirma o Dr. Kenneth Heaton.
Do psíquico ao fisiológico
O Dr. Heaton, que é médico, mas também profundamente versado em literatura, estudou não apenas toda a obra de Shakespeare, como também o trabalho de 46 outros autores da mesma época.
"A percepção de Shakespeare de que o torpor e as sensações intensas podem ter uma origem psicológica parece não ter sido compartilhada por seus contemporâneos, nenhum dos quais incluiu estes fenômenos nos trabalhos examinados", escreveu o Dr. Heaton.
Ele conclui que Shakespeare foi um entendedor excepcional da ligação corpo-mente, o que pode ajudar os médicos se lembrarem que os sintomas físicos podem ter causas psicológicas.
"Muitos médicos relutam em explicar os sintomas físicos por distúrbios emocionais, e isso resulta em diagnósticos tardios, exames em excesso e tratamentos inadequados," afirma.
O psicólogo Shakespeare
Ao contrário de seus contemporâneos, Shakespeare foi um mestre em vincular os sintomas físicos com os problemas emocionais.
Vertigem e tontura são observadas em cinco personagens em "A Megera Domada", "Romeu e Julieta", "Henrique VI", "Cimbelino", e "Troilo e Créssida".
Há onze episódios de falta de ar associada com emoções extremas em "Os dois cavalheiros de Verona", "O estupro de Lucrécia", "Vênus and Adônis" e "Troilo e Créssida".
Fadiga e cansaço como resultado de mágoa ou angústia aparecem em "Hamlet", "O Mercador de Veneza", "Do jeito que você gosta", "Ricardo II" e "Henrique IV".
Distúrbios de audição em períodos emoções intensas aparecem em "Rei Lear", "Ricardo II" e "Vida e morte do Rei João".

Fonte: Diário da Saúde

Disponível em:< http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=medico-devem-ler-shakespeare-conexao-mente-corpo&id=7172>. Acesso em: 25 nov. 2011

Saiba Como Surge o Sentimento de Culpa e o Que Ele Pode Causar

As cenas em que a mulher devora um pote de sorvete após terminar o namoro ou em que o homem entra em um bar e sai de lá carregado depois de levar um fora não estão à toa nos roteiros de cinema. Geralmente, os personagens se sentem culpados e buscam meios de fuga para aliviar o sentimento. A culpa é vista como um arrependimento por uma atitude tomada. Segundo a psicóloga Olga Inês Tessari, ela surge do anseio à perfeição. "Quanto melhor uma pessoa querer ser, menos ela admitirá erros", disse. Olga afirma que a culpa está ligada ao contexto cultural em que "surgiu" a raça humana. Ela dá como exemplo a história religiosa de que Eva mordeu a maçã proibida e, por isso, todos pagam por culpa dela, quando na verdade o ser humano é imperfeito, erra e não deveria se culpar. Entretanto, o psicólogo e psicanalista Julio Cesar Walz enxerga o sentimento de uma forma diferente. Segundo ele, a culpa é um "delírio de grandeza". Walz explica que a culpa faz com que a pessoa acredite que pode controlar a vida e, quando algo sai de uma forma inesperada, este indivíduo busca respostas para aquela situação e, então, acredita que algo que fez causou o acontecimento ruim. "A culpa surge como uma forma de a pessoa tentar superar ou dissimular a sua insignificância pela condição de ser humano", disse Walz. De acordo com psicólogo, a culpa é o cultivo e manutenção da sensação de que tudo depende da pessoa e é ocasionado por ela. "A vida acontece de forma independente", concluiu.
O psicanalista e psiquiatra Paulo Sérgio Guedes acompanha Walz na definição do sentimento de culpa. Segundo ele, o sentimento é a causa de uma série de problemas e não consequência de algo feito. Eles acreditam que uma pessoa não se sente culpada porque fez algo e que esta é uma sensação ilusória de poder, de autovalorização, para tentar superar a real condição de insignificância do ser humano. No livro O Sentimento de Culpa, escrito pelos psicanalistas, o sentimento é abordado como a não aceitação dos defeitos, erros e falta de importância que tem cada indivíduo. "A pessoa não quer ir à academia, se sente mal por isso, mas é a culpa que a coloca como importante e perfeita demais para não poder deixar de ter vontade de fazer exercícios naquele dia", exemplifica Walz. "Este sentimento de grandeza nem faz a pessoa ir à academia, nem ficar em casa sossegada, ela fica sofrendo remorso", explica.
De acordo com Guedes, o sentimento de culpa torna a pessoa prisioneira de uma ideia fixa. "Ela deixa de ser quem é para se tornar o crítico desta pessoa", explicou. A motivação pode ser concreta ou imaginária, segundo ele. Os problemas surgem quando o remorso é guardado. A culpa é a única causa de doenças mentais de origem emocional, de acordo com Julio Cesar Walz e Paulo Sérgio Guedes. "Trata-se de uma dívida impagável", define Walz. As consequências de guardar o sentimento vão desde tratar mal os outros, viver encontrando culpados para tudo, reclamar sempre; como depressão, alcoolismo, vício em drogas e isolamento, segundo profissionais.
Como lidar
Para o psiquiatra Paulo Sérgio Guedes, o primeiro passo para enfrentar o problema é identificar o sentimento de grandeza. Depois, a pessoa deve saber que a vida não é controlável e que o ser humano pode errar. Segundo ele, é preciso entender a diferença entre responsabilidade e culpa. Culpa é o sentimento originado da ideia de que as coisas têm que acontecer como a pessoa quer, responsabilidade é assumir que você é responsável por suas atitudes, explicou.
De acordo com a psicóloga Olga Inês Tessari, é preciso aprender com o erro, para não cometê-lo de novo. "Depois de colocar a raiva para fora, aprende e entende que os erros acontecem", aconselhou ela. Confira na galeria de fotos o que guardar o sentimento de culpa pode causar.

Fonte: Jornal O dia

Disponível em:<http://odia.ig.com.br/portal/mulher/html/2011/8/saiba_como_surge_o_sentimento_de_culpa_e_o_que_ele_pode_causar_188956.html>. Acesso em: 25 nov. 2011

Governo Lança Programa Para Atendimento Médico em Casa

Brasília - O governo federal lançou nesta terça-feira (22. 11) o Programa Melhor em Casa, com o objetivo de ampliar o atendimento domiciliar do Sistema Único de Saúde (SUS). A meta é que, até 2014, o programa tenha mil equipes de atenção domiciliar e 400 de apoio atuando em todo o país. As equipes multidisciplinares, formadas prioritariamente por médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem e fisioterapeutas, vão levar atendimento em casa a pessoas com necessidade de reabilitação motora, idosos, pacientes crônicos sem agravamento ou em situação pós-cirúrgica.
Cada equipe poderá atender, em média, a 60 pacientes, 12 horas por dia, de segunda a sexta-feira, e em regime de plantão nos fins de semana.
A expectativa é que o atendimento domiciliar do programa ajude a reduzir as filas nas emergências dos hospitais da rede pública e desocupar os leitos de quem pode se recuperar em casa. “A medicina aprendeu que esse tipo de atenção domiciliar reduz a necessidade de internação, reduz infecção hospitalar e humaniza o atendimento”, disse e ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
O ministro informou que já foram cadastradas 110 equipes em todo o país. A presidenta Dilma Rousseff também participou da cerimônia de lançamento do programa, no Palácio do Planalto.
O Ministério da Saúde vai investir R$ 1 bilhão para custear o atendimento domiciliar. Esses recursos também poderão ser usados na manutenção dos serviços, como na compra de equipamentos e remédios.
O programa será executado em parceria do Ministério da Saúde com estados e municípios. Para aderir, a condição é que as cidades tenham, no mínimo, 40 mil habitantes. Caberá aos gestores estaduais e municipais contratar as equipes de atenção domiciliar. Este ano, o ministério deve repassar a estados e municípios R$ 8,6 milhões para implantação e manutenção do serviço de atendimento domiciliar.
Atualmente, o Programa Saúde da Família atua no atendimento domiciliar de prevenção de doenças e manutenção da saúde.
Na mesma cerimônia, foi lançado o Programa SOS

Fonte: Jornal O dia

Disponível  em:<http://odia.ig.com.br/portal/cienciaesaude/html/2011/11/governo_lanca_programa_para_atendimento_medico_em_casa_204942.html>. Acesso em: 25 nov. 2011

O Valor Simbólico do Alimento: mais que nutrir, comer e beber são formas de interação social; as refeições estão vinculadas a percepções primordiais de amor e aceitação

Há muito se sabe que comer não é apenas um modo de se manter vivo e aplacar a fome, mas também um meio de comunicação e forma de obter prazer. Muitos conflitos emocionais, porém, revelam-se na forma de sintomas vinculados aos hábitos alimentares. Experiências da infância associadas à alimentação costumam deixar fortes marcas, tanto que a maior parte das pessoas fica ligada a sabores e alimentos aos quais foi habituada.
Além disso, os ritos à mesa favorecem a coesão social e por isso mesmo as diferenças culturais são tão evidentes e significativas nesse campo. É difícil encontrar, por exemplo, um italiano que queira comer pasticcio de rim, um prato comum entre os ingleses. Já os chineses são loucos por pés de frango, a parte da ave menos valorizada pelos brasileiros. Para os americanos, os mexilhões são moluscos repugnantes. Essas e outras preferências são resultado de aprendizagens precoces embasadas na imitação. A primeira fonte de informação é a família, mas assim que vão para a escola as crianças começam também a observar como os colegas se alimentam. Agir como os outros – comer e beber como eles – significa integrar-se ao grupo – empenhar-se para não ser excluído.
Já nas primeiras horas de vida o mundo entra pela boca. Junto com o leite, o bebê recebe o calor, o toque e o cheiro de quem o alimenta. Sente, ainda que de forma sutil, a presença – ou a falta – do afeto. E, depois das primeiras mamadas, a fome jamais será apenas de alimento. Ao longo da existência, as relações continuam permeadas pelos significados simbólicos que a comida assume na vida de cada um. A criança, por exemplo, sabe, mesmo que intuitivamente, que o alimento é um ponto delicado, é capaz de perceber o valor que o pai e a mãe dão às refeições. Assim, recusá-las é um modo de exercitar a chantagem afetiva. As técnicas usadas pelas crianças são conhecidas: há quem não toque na comida; quem a segure na boca por muito tempo cuspindo-a depois; quem só coma fora dos horários das refeições.
No entanto, nem sempre a iniciativa parte dos pequenos. Às vezes os pais insistem para que as crianças comam alimentos de que não gostam, não levando em consideração que os gostos na infância são diferentes dos que se estabelecem mais tarde. Ou então as estimulam a comer mais que o necessário, o que favorece a confusão entre alimento, prazer e afeto.
A equação alimento = amor e aceitação está tão consolidada que, quando os filhos não comem muito, certos pais sentem-se culpados por achar que não estão cumprindo seu papel. Preocupam-se quando percebem que a criança come menos, sem considerar que o processo de desenvolvimento não mantém sempre o mesmo ritmo: há momentos de crescimento intenso – como os dois primeiros anos de vida ou o início da adolescência – e há também fases mais atenuadas, em que a necessidade de alimento é menor. Se a criança ou o adolescente são saudáveis, deveriam ser capazes de autorregular-se com base nos sinais de fome e saciedade que vêm do organismo.
Se forem muito estimulados, poderão enjoar da comida, tornar-se resistentes aos sinais do estômago ou comer mais que o necessário e entrar na espiral da polifagia ou da bulimia. Nesse caso, o risco consiste em associar as sensações de estômago e intestino estufados à condição psicológica de saciedade e bem-estar. Sob o estímulo de um reflexo condicionado, comer em excesso pode se transformar em uma maneira rápida, imatura e inconsciente de buscar consolo, de enfrentar frustrações e decepções, de combater o tédio ou de preencher um vazio afetivo, com todas as consequências que isso acarreta para o próprio desenvolvimento físico e psicológico.

Fonte: Revista Mente e Cérebro

Disponível em:<http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/o_valor_simbolico_do_alimento.html>. Acesso em: 25 nov. 2011

O Mercado de Trabalho Tornou-se Um Foco de Doenças Como Depressão e Estresse

As concessões de auxílio-doença acidentário --que têm relação com o trabalho-- para casos de transtornos mentais e comportamentais cresceram 19,6% no primeiro semestre de 2011 em relação ao mesmo período do ano passado.
Esse aumento foi quatro vezes o da expansão no número total de novos afastamentos autorizados pelo INSS.
Nenhum outro grupo de doença provocou crescimento tão forte na quantidade de benefícios de auxílio-doença concedidos entre janeiro e junho deste ano.
"Há ondas de doenças de trabalho. A onda atual é a da saúde mental", diz Thiago Pavin, psicólogo do Fleury.
Mudanças adotadas pelo Ministério da Previdência Social em 2007 facilitaram o diagnóstico de doenças causadas pelo ambiente de trabalho. Isso levou a um forte aumento nas concessões de benefícios acidentários para todos os tipos de doença em 2007 e 2008.
Os afastamentos provocados por casos de transtornos mentais e comportamentais, por exemplo, saltaram de apenas 612 em 2006 para 12.818 em 2008. Mas, depois desse ajuste inicial, tinham subido apenas 5% em 2009 e recuado 10% em 2010.


Fonte: Folha de São paulo

Disponível em:<http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1011732-afastamentos-por-doencas-mentais-disparam-no-pais.shtml>. Acesso em: 25 nov. 2011

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

100 anos de Mário Lago

Chega de Prozac-coma iorgute: nosso intestino tem uma rede de 100 milhões de neurônios. Ao cuidar bem dele, podemos curar males como ansiedade e depressão


Não é à toa que o intestino vem sendo chamado por médicos e cientistas de nosso segundo cérebro. Em suas paredes, há uma rede de 100 milhões de neurônios e os mesmos neurotransmissores que são encontrados na cabeça, como a serotonina, reguladora do humor. Essa imensa rede nervosa se comunica diretamente com nossa mente. Assim, cuidar bem de nosso intestino poderia ser bom para a cabeça, inclusive para o tratamento de doenças psíquicas. “Uma grande parte de nossas emoções é provavelmente influenciada pelos neurônios em nosso intestino”, afirma Emeran Mayer, professor da escola de Medicina da Universidade da Califórnia.
A grande aposta na área atualmente são os chamados probióticos, micro-organismos que inibem a proliferação de bactérias intestinais nocivas. Eles estão presentes em alguns leites fermentados e iogurtes — em geral, com indicação no rótulo — e também são vendidos como suplementos alimentares em farmácias e lojas. Sua ingestão estimularia no cérebro a produção de neurotransmissores responsáveis pela sensação de bem-estar. Pesquisas vêm mostrando, ainda em cobaias, que esses bichinhos em nosso aparelho digestivo poderiam ajudar a dar fim a problemas que vão de ansiedade à depressão. Conheça ao lado alguns dos principais estudos de acordo com o sintoma.

 ACABA COM OS SINTOMAS
Confira pesquisas científicas que mostram que comer probióticos pode melhorar a mente — além da pele
IRRITABILIDADE > Pesquisadores do Departamento de Psicologia da Universidade da Virgínia, EUA, demonstraram que as bactérias causadoras de infecções gastrointestinais fazem com que o nervo vago (que conecta o intestino ao cérebro) transmita sinais que ativam as regiões cerebrais que processam sensações como medo e ansiedade. Ao inibir a proliferação dessas bactérias, os probióticos ajudariam a regular o humor.
DEPRESSÃO > Ratos tratados com o probiótico Bifidobacterium infantis tiveram os níveis de triptofano, um precursor da serotonina, elevados em duas áreas cerebrais associadas com o humor e as emoções. Os resultados são de um estudo da Universidade College Cork, na Irlanda. A conclusão é de que esse tipo de probiótico pode ter propriedades antidepressivas.
ANSIEDADE > Em um estudo feito por pesquisadores da Universidade de McMaster, no Canadá, cobaias infectadas de propósito com o parasita Trichuris muris desenvolveram, além de inflamação no intestino, sintomas de ansiedade. Ao serem tratadas com o probiótico B. longum, os sintomas foram revertidos.
PROBLEMAS DERMATOLÓGICOS > Lactobacilos vivos melhoraram inflamações de pele e perda de pelo em ratos estressados. O resultado é de um estudo feito no Hospital Universitário Charité, de Berlim, e levaram os pesquisadores a crer que a ingestão do probiótico Lactobacillus reuteri ajudaria a melhorar problemas dermatológicos decorrentes do estresse.

Fonte: Revista Galileu

Disponível em:<http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI269837-17933,00-CHEGA+DE+PROZAC+COMA+IOGURTE.html>. Acesso em:23 nov. 2011

Estudo Questiona Tratamento Compulsório para Anorexia: sensação de que a doença está separada do 'eu interno' do paciente pode alterar a maneira como o paciente reage à terapia

Tratamento: distinção entre "eu" autênico e não-autêntico pode influir no tratamento da anorexia nervosa
Tratamento: distinção entre "eu" autênico e não-autêntico pode influir no tratamento da anorexia nervosa

Tratamento: distinção entre "eu" autênico e não-autêntico pode influir no tratamento da anorexia nervosa (Thinkstock)
A anorexia nervosa leva o paciente a enfrentar questões sobre sua personalidade: quem realmente são, sua autenticidade e se sua doença é algo separado ou integrado à personalidade. Esses conflitos têm, no entanto, implicações diretas no tratamento compulsório. Segundo um estudo conduzido pelo The Hastings Center, dos Estados Unidos, explorar essas ideias sobre autenticidade pode ajudar os médicos a formular abordagens terapêuticas, além de fornecer insights sobre se o tratamento compulsório pode ser justificado.
Durante o estudo, foram entrevistadas 29 mulheres que estavam em tratamento para a anorexia nervosa em clínicas localizadas ao sul da Inglaterra. Todas tiveram de responder questões sobre como enxergavam sua própria doença, como se sentiam sobre o tratamento compulsório e o que pensavam sobre o impacto da doença na tomada de decisões. Embora os pesquisadores não tenham perguntado sobre autenticidade ou identidade, quase todos as participantes falaram em termos de um “eu autêntico” - para quase todas, a relação entre anorexia nervosa e o eu autêntico era uma questão importante.
As participantes caracterizaram essa relação de diversas maneiras. Muitas viram a anorexia nervosa como algo separado do seu verdadeiro eu. Algumas expressaram a ideia de uma luta de poder entre seu eu verdadeiro e seu eu não-autêntico. Outras disseram ainda que outras pessoas poderiam ser fonte de apoio, permitindo, assim, que o eu autêntico ganhasse força dentro da luta. Essa noção da doença como algo externo, separado de seu verdadeiro, foi interpretada com um sinal de esperança. “Conceituar o comportamento anoréxico como uma parte não autêntica de si pode ser uma estratégia válida para superar o problema”, disseram os autores.
Tratamento - Segundo os pesquisadores, essa distinção entre um eu autêntico e um não-autêntico não é necessariamente o mesmo que uma falta de capacidade de tomada de decisão. Ela não pode justificar ainda a recusa do paciente ao tratamento. “Algumas autoridades argumentam que o tratamento compulsório não deveria nunca ser usado para a anorexia nervosa”, disseram. “Nós acreditamos, entretanto, que devemos levar a sério a possibilidade de que a pessoa no auge da anorexia nervosa pode estar experimentando conflitos internos substanciais, mesmo que ela não esteja expressando isso no momento.”
Os autores concluem que os clínicos precisam monitorar os pontos de vista do pacientes ao longo do tempo e que, se os conflitos internos persistirem, isso poderia sugerir uma falta de capacidade de tomada de decisão - e, portanto, um risco de dano significativo. Uma questão ainda não respondida é se os pacientes que consideram a anorexia nervosa como uma parte inautêntica do seu eu são mais suscetíveis a responderem ao tratamento.

Bullying em Mensagens de Texto se Torna Mais Comum, Diz Estudo

Bullying em mensagens de texto se torna mais comum, diz estudo
Bullying em mensagens de texto se torna mais comum, diz estudo
Cada vez mais crianças norte-americanas afirmam ter sido alvo de ofensas via mensagens de texto, o que inclui ameaças e boatos sobre elas espalhados para terceiros, de acordo com um estudo.
Dos mais de 1,5 mil alunos dos ensinos fundamental e médio pesquisados em 2008, 24% disseram ter sido "atormentados" por mensagens de texto --ante 14% em pesquisa com o mesmo grupo de estudantes um ano antes, de acordo com constatações publicadas pela revista Pediatrics esta semana.

Bullying em mensagens de texto se torna mais comum, diz estudo
No estudo, ser "atormentado" significa que colegas espalharam boatos sobre eles, fizeram comentários "rudes ou malévolos" ou os ameaçaram.
O bullying propriamente dito, definido como repetidas agressões morais, subiu a 8% dos estudantes pesquisados, ante 6% um ano antes.
Os pesquisadores, liderados por Michele Ybarra, da Internet Solutions for Kids, de San Clemente, Califórnia, disseram à Reuters Health que as constatações sugerem que é preciso dedicar mais atenção às mensagens de texto das crianças, mas que os pais não precisam se alarmar.
"Não é motivo para que eles se sintam incomodados ou decidam tirar os celulares de seus filhos. A maioria das crianças parece estar navegando de modo bastante saudável por essas novas tecnologias", disse ela.
O estudo inclui 1.588 crianças dos 10 aos 15 anos, pesquisadas online inicialmente em 2006. A pesquisa foi repetida em 2007 e 2008, e cerca de três quartos dos participantes originais participaram dos três levantamentos.
O trabalho publicado não informa por que os dados sobre a pesquisa concluída em 2008 só foram divulgados agora.
No que tange a agressões via internet, em contraste com as agressões via mensagem de texto, não houve tanta mudança ao longo do período. Em 2008, 39% dos pesquisados disseram ter sido "atormentados" on-line, e a maioria afirmou que isso aconteceu algumas vezes. Menos de 15% disseram ter sofrido bullying via internet.
Os estudantes agredidos parecem ter conduzido a situação no geral de maneira positiva, o que os pesquisadores dizem ser bom sinal.
Dos estudantes que disseram ter sido ofendidos on-line, 20% disseram ter ficado "muito ou extremamente incomodados" com o mais sério incidente do tipo, o que representa um total inferior aos 25% de 2006.

Fonte: Jornal Folha de São Paulo

Disponível em:<http://www1.folha.uol.com.br/tec/1010188-bullying-em-mensagens-de-texto-se-torna-mais-comum-diz-estudo.shtml>. Acesso em: 23 nov. 2011

Nostalgia e Depressão: evocar momentos felizes pode agravar o distúrbio

A nostalgia revelou-se, em vários estudos recentes, um recurso para levantar o ânimo. Por isso, é natural que se suponha que pessoas deprimidas também possam tirar proveito desse efeito. Porém, estudo da psicóloga Jutta Joorman, da Universidade de Miami em Coral Gables, na Flórida, demonstrou em 2007 que pacientes com depressão grave, diferentemente das pessoas saudáveis, não ficaram mais alegres – e até mesmo se tornaram mais tristes – ao se lembrar de momentos felizes do tempo de escola.
Pesquisadores da Universidade Cardiff , no País de Gales, desenvolveram recentemente um sistema para explicar essa descoberta: o modelo de congruência de humor em comparação temporal. Segundo ele, as pessoas depressivas notam pouca identificação entre características pessoais positivas do “eu” de suas lembranças e a percepção de si mesmas no presente. Essa discrepância é acompanhada do sentimento de que o “eu positivo” está em um passado infinitamente longínquo. E concluem: “Em comparação com a pessoa que eu era naquele tempo, hoje sou um fracassado”. Assim, pensamentos nostálgicos poderiam agravar o estado de pessoas com distúrbios depressivos.
Na opinião dos psicólogos Constantine Sedikides e Jochen Gebauer, entretanto, a nostalgia também poderia melhorar o estado de espírito de pessoas que sofrem de depressão. Eles ressaltam que a “saudade de antigamente” se diferencia de memórias felizes em três pontos essenciais:
1. Lembranças nostálgicas são mais multifacetadas e complexas do que as recordações positivas. Além disso, frequentemente incluem uma sequência de superação, o que poderia animar as pessoas. E se uma vez algo já terminou bem, isso pode acontecer de novo;
2. Memórias que despertam saudade são percebidas de forma especialmente nítida, afetiva e rica em detalhes. Revividas com frequência, em comparação com outras memórias, são mais vívidas, fazendo com que o episódio seja sentido como temporalmente muito próximo, o que o torna mais “real”;
3. Como a nostalgia forma uma espécie de ponte entre o passado e o presente, gera sentimento de autocontinuidade. Assim, a maioria dos participantes dos estudos de nostalgia de 2008 concordou com avaliações como: “tenho a sensação de que o ontem e o hoje se misturam”, ou “mantenho várias das minhas antigas características positivas”. Uma identificação tão intensa superaria em nossa percepção a distância temporal entre a lembrança e o momento atual, abrindo perspectivas para tirar a pessoa depressiva da apatia e imobilidade emocional.
Para comprovar as impressões de Sedikides e Gebauer, entretanto, são necessárias mais pesquisas.

Fonte: Revista Mente e Cérebro

Disponível em:<http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/nostalgia_depressao.html>. Acesso em: 23 nov. 2011

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

História dos Antidepressivos: no decorrer dos séculos, médicos já receitaram ópio, anfetaminas e cocaína para tratar transtornos do humor

A lista das substâncias que deveriam vencer as depressões, mas sempre ajudavam apenas alguns afetados, é muito longa. No decorrer dos séculos, os médicos testaram quase tudo o que influenciava o cérebro de alguma forma. O ópio já era considerado na antiga China um meio eficaz contra doenças do ânimo. Nos tempos modernos, os médicos europeus sistematizaram o tratamento: o britânico Thomas Sydenham (1624-1689) o misturou com álcool, produzindo láudano (do latim laudare = louvar). O “tratamento com ópio” devia curar a angústia e a melancolia. Mais tarde, as pessoas desistiram da droga devido ao grande risco de vício.

Com o álcool ocorreu algo semelhante. Em 1802, um médico londrino recomendava um pesado Borgonha, um bom vinho branco ou mesmo brandy contra a melancolia. A Cannabis e a cocaína também eram comumente utilizadas no século 19 como medicamento. A melancólica escritora britânica Virginia Woolf (1882-1941) usava o sonífero e calmante Veronal, um barbitúrico. Nos anos 50, entraram em voga as anfetaminas estimulantes. Em todas essas substâncias, o potencial viciante é extremamente alto.

Em 1953, causou sensação uma notícia que dizia que o medicamento utilizado para tuberculose, a iproniazida, também tinha efeito antidepressivo. Alguns anos mais tarde, porém, ele foi tirado do mercado, pois pode causar icterícia. Substâncias bastante semelhantes, denominadas inibidores MAO, até hoje fazem parte do arsenal terapêutico contra a depressão. Eles inibem uma oxidase (daí vem o “O”) – uma enzima que decompõe diversos mensageiros do cérebro do grupo da monoamina (daí o “MA”). Entre eles, encontram-se os transmissores serotonina, dopamina e noradrenalina.

Inibidores MAO fazem com que os neurotransmissores fiquem disponíveis por mais tempo nas sinapses das células nervosas. Infelizmente, eles também cruzam o caminho de outras oxidases, que, por exemplo, decompõem componentes nutricionais. As consequências podem ser dores de cabeça ou pressão sanguínea extremamente alta. Por isso, o consumo de queijo é tabu para pacientes tratados com inibidores MAO.

Ainda nos anos 50, a indústria farmacêutica suíça Geigy sintetizou uma série de substâncias semelhantes à clorpromazina, o primeiro medicamento contra esquizofrenia, e pediu a clínicos que as testassem. O médico Roland Kuhn experimentou a variante G22355 em 150 pacientes com diferentes doenças mentais. Por fim, ele obteve sucesso com depressivos em 1957.

A Geigy denominou a substância de imipramina e a ofereceu ainda no mesmo ano sob o nome comercial de trofanil. Esse foi o nascimento dos tricíclicos, que têm esse nome porque possuem três anéis de carbono. Eles representam, ao lado dos SSRIs, até hoje os antidepressivos mais importantes. Tricíclicos são eficazes, mas têm efeitos colaterais relevantes como obstipação e ressecamento das mucosas.

A mais nova geração de antidepressivos, os SSRIs, prometem principalmente menos efeitos colaterais. No entanto, segundo o farmacêutico Gerd Glaeske, ele apenas tem outros efeitos – por exemplo, problemas estomacais, falta de apetite ou perda da libido. Em 2008, um anúncio de que os SSRIs poderiam estimular o suicídio em crianças e jovens causou grande comoção. Desde então, há avisos a esse respeito nas embalagens dos remédios.

Fonte: Revista Mente e Cérebro

Disponível em: <http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/historia_dos_antidepressivos.html>. Acesso em: 22 nov. 2011

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O Preço da Longevidade: aumento da expectativa de vida faz surgir novos problemas nas pessoas com deficiência mental

As pessoas com deficiência intelectual, que há 40 anos morriam na adolescência, hoje podem viver mais de 60 anos. Como estão vivendo mais, outros problemas orgânicos estão surgindo. Reunidos durante dois dias em agosto na Associação de Paes e Amigos dos Excepcionais (Apae) de São Paulo, médicos e pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da Universidade de São Paulo (USP), psicólogos, terapeutas, advogados, assistentes sociais e outros profissionais da saúde reconheceram um dos graves problemas emergentes, a possibilidade de envelhecimento precoce.
Em um levantamento preliminar feito em 2009 em seis instituições da cidade de São Paulo, de um grupo de 373 pessoas com deficiência intelectual (ou DI; a expressão deficiência mental não é mais recomendada) e mais de 30 anos de idade, 192 apresentavam pelo menos três sinais de provável envelhecimento precoce, de acordo com um questionário que avaliava eventuais perdas de memória, de autonomia nas tarefas do dia a dia, de interesse por atividades ou de visão e audição. Para dimensionar esse problema, está sendo preparado um levantamento mais abrangente e detalhado, com cerca de 500 pessoas com DI e idade entre 30 e 59 anos da Grande São Paulo.
Os estudos em andamento são essenciais para “vermos o que pode ser feito, em termos de atendimento médico e de políticas públicas”, diz Regina Leondarides, coordenadora do grupo de estudo de envelhecimento precoce das pessoas com deficiência intelectual, que reúne 10 instituições de atendimento. “Temos muitas políticas de saúde voltadas para a criança, mas as políticas para o envelhecimento estão começando a ser construídas”, comenta Esper Cavalheiro, professor da Unifesp e presidente do conselho científico do Instituto Apae de São Paulo. “Estamos atrasados, em vista do envelhecimento acelerado da população brasileira.”
Um estudo da Espanha publicado em 2008 indicou que as pessoas com DI envelhecem prematuramente – as com síndrome de Down, de modo mais intenso. Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores acompanharam a saúde de 238 pessoas com DI e mais de 40 anos de idade durante cinco anos. Não se trata, aparentemente, de um fenômeno inevitável. O envelhecimento precoce das pessoas com DI leve e moderada resulta da falta de programas de promoção de saúde e do acesso reduzido a serviços médicos e sociais. As pessoas com DI se mostraram com maior tendência à obesidade (apenas 25% tinham peso considerado normal), à hipertensão arterial (25% do total) e a distúrbios metabólicos, como diabetes e hipotireoidismo (10% do total).
“O envelhecimento precoce, se confirmado, pode ter causas genéticas ou ambientais, independentemente da deficiência intelectual”, comenta Dalci Santos, gerente do Instituto Apae de São Paulo. Matemática de formação, com doutorado em andamento na Unifesp, ela acrescenta: “Não conseguiremos avançar muito até esclarecermos melhor a origem das deficiências intelectuais”. As causas podem ser genéticas, como na síndrome de Down, ou ambientais (causas não genéticas), incluindo infecções, baixa oxigenação do cérebro do feto, alcoolismo, radiação, intoxicação por chumbo durante a gravidez ou prematuridade – muitas vezes, vários fatores em conjunto.
Causas ambientais ou genéticas
Em um artigo no primeiro número da Revista de Deficiência Intelectual DI, publicação do Instituto Apae lançada em outubro, João Monteiro de Pina-Neto, médico geneticista da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, apresenta os resultados de um estudo sobre as causas da deficiência intelectual em 200 pessoas atendidas nas Apaes de Altinópolis e Serrana, dois municípios da região de Ribeirão Preto. Esse estudo faz parte de um levantamento maior, com cerca de  mil pessoas com DI atendidas em quatro Apaes, que Pina-Neto e sua equipe pretendem concluir em meados de 2012. Os resultados obtidos até agora indicam o predomínio de causas ambientais (42,5% do total), seguidas pelas genéticas (29%) e indeterminadas (20%).
Um estudo similar feito com 10 mil pessoas na Carolina do Sul, Estados Unidos, apresentou o mesmo percentual de causas genéticas, mas apenas 18% de causas ambientais e 56% de causas desconhecidas. Alguns contrastes chamam a atenção. Enquanto a deficiência intelectual causada por falta de oxigenação cerebral responde por 5% do total das causas de DI nos Estados Unidos, em São Paulo é 16,5%; a prematuridade, de 5% nos Estados Unidos, foi de 14,5% no estudo paulista; o efeito das infecções, de 5%, é quase o dobro aqui, 9%.

 
A conclusão que emerge dessa comparação é que o número de nascimentos de bebês com DI poderia ser reduzido por meio de algumas medidas preventivas. “Melhorar o atendimento pré-natal e a qualidade do parto são uma prioridade”, ressalta Pina-Neto. “Ainda temos casos de deficiência causada por sífilis, rubéola ou toxoplasmose contraída durante a gestação e meningites pós-natais”, lamenta. Segundo ele, outro problema que pode ser controlado é o alcoolismo. “De 20% a 30% das mulheres da região de Ribeirão Preto consomem bebida alcoólica em excesso e, como resultado, de cada 100 gravidezes, nasce uma criança com DI causada por síndrome alcoólica fetal”, diz ele. “Não fazemos ainda a adequada prevenção das causas da deficiência intelectual.”
As causas genéticas podem ser controladas, já que o risco de uma criança nascer com síndrome de Down aumenta muito com a idade dos pais. “As mulheres estão tendo filhos após os 35 anos de idade, portanto mais propen­sas a terem filhos com Down, e os homens estão se casando várias vezes, tendo filhos em cada ca­samento”, diz Pina-Neto. Segundo ele, homens estéreis que procuram as clínicas de reprodução deveriam ser mais informados sobre a possibilidade de terem alterações genéticas que podem ser transmitidas aos filhos caso se tornem férteis.
As pessoas com DI apresentam capacidade de raciocínio bastante abaixo da média e limitações para aprender, se cuidar ou se comunicar com outras, mas atualmente são muito mais integradas socialmente, autônomas e produtivas, com mais oportunidades para expressar a criatividade do que há algumas décadas. Frequentam escolas regulares, com outras crianças e adultos, participam de competições esportivas e conquistam mais postos de mercado de trabalho. Crianças e adultos com DI não vão mais à Apae de São Paulo para aprender todo dia, mas aparecem algumas vezes por semana para atendimento educacional especializado ou para consultas médicas. O serviço de apoio ao envelhecimento atende 132 pessoas com idade entre 30 e 67 anos.
Ainda há muitas dúvidas sobre como lidar com os novos problemas. Crianças e adultos com de­­­­ficiência precisam de hábitos e horários para se sentir calmos e confortáveis. Ao mesmo tempo, hábitos imutáveis podem favorecer o surgimento da doença de Alzheimer, doença neurológi­ca que se agrava com o envelhecimento. Vem daí um impasse: manter a rotina inalterada poderia alimentar a propensão ao Alzheimer, mas quebrar a rotina pode ser perturbador.
Propensão ao alzheimer
O cérebro das pessoas com Down pode exibir um dos sinais típicos do Alzheimer: o acúmulo de placas amiloides, que dificultam o funcionamento adequado dos neurônios. Uma equipe da Universidade da Califórnia em Los Angeles, Estados Unidos, encontrou placas amiloides em quantidade mais elevada no cérebro de pessoas com Down do que em pessoas com Alzheimer já diagnosticado e em pessoas normais.
“Os sinais biológicos de Alzheimer podem surgir antes dos sinais clínicos”, observa Orestes Forlenza, professor da Faculdade de Medicina da USP. “Ter amiloide não significa ter demência futura. Qual a melhor intervenção futura? Não sabemos. Talvez via nutrição ou atividade física seja mais seguro do que por medicamentos.” Ira Lott e sua equipe da Universidade da Califórnia em Irvine fizeram um estudo duplo-cego durante dois anos com 53 pessoas com síndrome de Down para ver se a complementação da dieta com compostos antioxidantes poderia melhorar o funcionamento mental ou estabilizar a perda da capacidade cognitiva. Os resultados, publicados em agosto na American Journal of Medical Genetics, indicaram que não.
Esper Cavalheiro apresentou três perguntas ainda sem resposta. De que modo as alterações próprias do envelhecimento, como as doenças cardiovasculares, diabetes e câncer, se apresentam nas pessoas com DI? Como alterações frequentes nessas pessoas, a exemplo de demências e osteoporose, se comportam no envelhecimento? Os medicamentos usados para tratar hipertensão, diabetes e outras doenças típicas do envelhecimento funcionam nas pessoas com DI do mesmo modo que em outros indivíduos?
Outra dúvida: as estratégias de controle dos fatores de risco de doenças cardiovasculares recomendadas para pessoas normais, como o estímulo a atividades físicas, têm o mesmo impacto sobre a saúde das pessoas com e sem deficiência intelectual? “Supomos que sim, mas não sabemos ao certo”, diz Ricardo Nitrini, da USP.
Segundo Cavalheiro, as pessoas com DI com 65 anos ou mais correspondiam a 4% da população total no Censo de 2000; hoje respondem por 5,5% da população total. “Não podemos nos contentar apenas com estatísticas e diagnósticos”, alerta. “Temos de enfrentar esse problema com rapidez. Quanto mais gente dialogando e pensando nesses problemas, melhor.”

Fonte: Pesquisa FAPESP Online

Disponível em:<http://revistapesquisa.fapesp.br/?art=4549&bd=1&pg=2&lg=>. Acesso em: 21 nov. 2011

Lobotomia: quando a ciência se torna bárbara e grotesca

Você duvidaria de uma descoberta científica que ganhasse o Prêmio Nobel de Medicina?
Você se recusaria a passar por uma cirurgia que médicos de todo o mundo afirmassem ser a mais indicada para o seu caso, mesmo não sabendo exatamente no que consiste a cirurgia?
Esta é a triste história da lobotomia, ou leucotomia.
Lobotomia
Em 1935, o neurologista português Egas Moniz descobriu uma solução quase milagrosa para os comportamentos obsessivos e depressivos: cortar as conexões entre os lobos frontais e o resto do cérebro.
Isso diminuía os comportamentos violentos observados em pacientes de hospitais psiquiátricos. Se o paciente ficava apático e "tranquilo", isso era visto como um sucesso.
Moniz relatou ter observado melhorias dramáticas nos vinte primeiros pacientes tratados.
Foi tanto entusiasmo que a prática se alastrou por todo o globo, logo saindo dos hospitais psiquiátricos e passando a ser recomendada, por exemplo, para mulheres com depressão pós-parto.
Apesar da oposição de alguns profissionais, a cirurgia tornou-se prática comum, recomendada para tratar transtornos compulsivos, esquizofrenia e depressão.
Em 1949, Moniz ganhou o Prêmio Nobel de Medicina pela invenção da lobotomia. A cirurgia alcançou então o pico de sua popularidade.
Medicina bárbara
Hoje a lobotomia é vista como uma prática bárbara: são feitos dois furos, um de cada lado do cérebro.
Uma ferramenta simples de metal, com um cabo de madeira, é passada de um lado para o outro, rompendo as conexões nervosas dos lobos frontais com o restante do cérebro.
O efeito para o paciente é devastador: ele é mentalmente mutilado, praticamente deixando de existir como pessoa.
E os argumentos dos muitos cirurgiões que ganharam fama com a prática pareceram bem sólidos na época: segundo eles, o encarceramento em hospitais psiquiátricos parecia ser uma alternativa pior.
Anular o paciente enquanto pessoa parecia então uma alternativa razoável, já que ela já estava de fato anulada, e ainda sofria violências de todos os tipos.
Felizmente, na década de 1950, a lobotomia caiu rapidamente em desuso.
Em primeiro lugar, pelo grande número de cirurgias fracassadas. E, em segundo, pelo desenvolvimento de drogas psiquiátricas que também "desligavam" os pacientes violentos sem a necessidade da cirurgia.
Aprendemos a lição?
Será que o mundo aprendeu a lição?
O Prêmio Nobel de Medicina Egas Moniz acreditava que os comportamentos obsessivos eram gerados por circuitos defeituosos no cérebro.
Quantas pesquisas atuais não tentam explicar inúmeras condições por "genes defeituosos"?
Até mesmo comportamentos como simpatia, sociabilidade e altruísmo já foram devidamente "explicados" pela ativação ou desativação de algum gene.
Você não é capaz de saber se outra pessoa é simpática no primeiro contato? Pois uma pesquisa ganhou recentemente as manchetes afirmando não que os humanos sentem a simpatia, mas que eles "detectam o gene da sociabilidade em 20 segundos".
E isto deve continuar por muito tempo, conforme mais e mais universidades compram equipamentos caros de sequenciamento genético, que devem ser usados por mais e mais alunos de doutoramento e pós-doutoramento, que continuarão emitindo explicações e dando resultados baseados no mesmo pressuposto.
E qual é esse pressuposto? O de que o homem, fisiológica e psicologicamente, é aquilo que seus genes dizem que ele é.
Há uma grande corrente que prefere a epigenética, que seria mais razoável, admitindo que pode ser a simpatia que ativa o gene, e não o contrário, mas esta corrente ainda está longe de ser predominante.
Ciência bárbara
Hoje a lobotomia é considerada uma prática bárbara, bizarra e grotesca.
Será que não há tratamentos hoje recomendados que foram desenvolvidos com base em pressupostos "científicos" igualmente bárbaros, bizarros e grotescos?
O pressuposto básico da chamada "ciência oficial" é a de que o ser humano é um animal cuja mente, cuja consciência, ou como se queira chamar o que a filosofia historicamente chama de "espírito humano", é um produto inteiramente gerado pela sua fisiologia.
Em uma comparação com o mundo da tecnologia, o software do homem emana do seu hardware. Logo, qualquer correção, de qualquer defeito, deve ser feita no hardware.
É claro que há inúmeros cientistas que discordam disso. Mas eles não podem publicar isto em seus artigos científicos porque isso não seria considerado ciência. E isto realimenta o processo, uma vez que o pressuposto básico do "homem-unicamente-animal" não encontra oposição.
Na época da lobotomia, inúmeros cientistas também se apresentaram como opositores da cirurgia, mas o argumento de que a alternativa era pior venceu.
Esse argumento da "alternativa pior" continua sendo usado hoje em muitos casos.
Mesmo quando travestido ele pode ser identificado, por exemplo, quando protocolos médicos recomendam determinados exames preventivos em determinada idade e os interesses comerciais começam a reduzir essa idade cada vez mais, apenas para vender mais exames - "Você quer se arriscar a ter câncer?", ameaçam os "vendedores".
E os medicamentos que vieram ajudar a eliminar a lobotomia hoje são prescritos também para crianças que apresentam apenas um comportamento agitado na escola, graças à onda da medicalização de quase todos os comportamentos.
Ciência humana
Os fatos indicam que ainda não estamos isentos de novos barbarismos. Para limitar sua ocorrência, só mesmo o surgimento de uma ciência verdadeiramente humana.
No caso da Medicina, de uma ciência médica que nunca se esqueça de que seu pressuposto básico é que ela estará sempre tratando de seres humanos, que têm corpo e espírito, e não de animais humanos, animais aos quais sempre se negou uma alma.

Fonte: Diário da Saúde

Disponível em:<http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=lobotomia-ciencia-barbara-grotesca&id=7152>. Acesso em: 21 nov. 2011

Feto Consegue Sentir Estado Psicológico da Mãe

Conforme o feto cresce, ele está constantemente recebendo mensagens de sua mãe.
E não se trata só de ouvir seus batimentos cardíacos e ou de as músicas que a mãe canta para seu bebê, mas também sinais químicos através da placenta.
Cientistas agora confirmaram que essa comunicação química inclui sinais sobre o estado mental da mãe.
Se a mãe está deprimida, isto vai afetar a forma como o bebê se desenvolve depois que ele já tiver nascido, inclusive fisiologicamente.
Ambiente estável
Curt A. Sandman e seus colegas da Universidade da Califórnia (EUA) agora descobriram algo inusitada: o que importa para os bebês é se o ambiente é consistente antes e após o nascimento.
Ou seja, os bebês que se saíram melhor são aqueles que, ou tinham mães que eram saudáveis antes e após seu nascimento, ou mães que estavam deprimidas antes do nascimento e que permaneceram deprimidas depois.
Condições variáveis retardaram o desenvolvimento dos bebês - uma mãe que passou da depressão antes do nascimento para um estado saudável depois do parto, ou uma mãe saudável antes do parto que passou a estar deprimida depois.
"Temos que admitir, a dureza desta descoberta nos surpreendeu", disse Sandman.
Participante ativo
"Agora, a interpretação cínica dos nossos resultados seria que, se a mãe está deprimida antes do nascimento, você deve deixá-la dessa forma para o bem-estar da criança," comenta o pesquisador.
"Mas uma abordagem bem mais razoável seria tratar as mulheres que apresentam depressão pré-natal," Sandman diz.
No longo prazo, ter uma mãe deprimida pode levar a problemas neurológicos e distúrbios psiquiátricos, diz o pesquisador.
Em outro estudo, sua equipe descobriu que as crianças mais velhas cujas mães apresentaram ansiedade durante a gravidez, o que muitas vezes vem junto com a depressão, apresentam diferenças em determinadas estruturas cerebrais.
"Nós acreditamos que o feto humano é um participante ativo no seu próprio desenvolvimento e está coletando informações para a vida após o nascimento," comenta Sandman. "Ele está se preparando para a vida com base nas mensagens que a mãe está lhe oferecendo."

Fonte: Diário da Saúde

Disponível em:<http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=feto-sente-estado-psicologico-mae&id=7148>. Acesso em: 18 nov. 2011

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Abertura e Conferência do VII Seminário Nacional de Psicologia e Direitos Humanos Terá Transmissão Online

 Quem não puder estar presente no VII Seminário Nacional de Psicologia e Direitos Humanos – Drogas: Direitos Humanos e Laço Social, poderá acompanhar a abertura e o lançamento da Campanha Nacional de Direitos Humanos: “Em nome da proteção e do Cuidado, que formas de sofrimento e exclusão temos produzido?” a partir das 10h da manhã do dia 17 de novembro pela página http://www.pol.org.br/.
A abertura será feita pelo presidente do Conselho Federal de Psicologia, Humberto Verona, e o lançamento da campanha pelo coordenador da Comissão Nacional de Direitos Humanos do CFP, Pedro Paulo Bicalho. O coordenador de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas do Ministério da Saúde, Roberto Tykanori, a subprocuradora-geral da República do Ministério Público Federal, Ela Wiecko de Castilho e a Procuradora Federal dos Direitos do Cidadão, Gilda Carvalho também participam da mesa de abertura.
A Conferência Direitos Humanos, laço social e drogas: por uma política solidária com o sofrimento humano, proferida pela conferencista Maria Lúcia Karan – membro da diretoria da Law Enforcement Against Prohibition (Leap) e do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais e do Instituto Carioca de Criminologia -, também terá transmissão online às 11h da manhã do dia 17 de novembro pela página http://www.pol.org.br/
Serviço
VII Seminário Nacional de Psicologia e Direitos Humanos – Drogas: Direitos Humanos e Laço Social
Data: 17 e 18 de novembro
Local: Conselho Federal de Psicologia – SAF SUL (Setor de Administração Federal Sul), Quadra 2, Bloco B, Edifício Via Office, Térreo. Brasília – DF.
Mais informações: http://direitoshumanos.cfp.org.br/

Fonte: Comissão Pró- Associação de Profissionais de Saúde Mental da Bahia.

Pouca Atividade Física e Muita Televisão Aumentam Risco de Depressão em Mulheres: estudo revelou que as mais sedentárias podem ter 20% mais chances de enfrentar quadros depressivos

Atividade física e pouca televisão: hábitos como esses foram relacionados com menos incidência de depressão em mulheres
Atividade física e pouca televisão: hábitos como esses foram relacionados com menos incidência de depressão em mulheres

Mulheres que se exercitam mais e assistem menos televisão são aquelas com menor riscos de serem diagnosticadas com depressão. É isso que diz um estudo feito por pesquisadores da Escola de Saúde Pública de Harvard, nos Estados Unidos, e publicado no American Journal of Epidemiology.
A pesquisa aplicou um questionário a quase 50 mil mulheres, com perguntas sobre saúde e estilo de vida, as quais elas responderam a cada dois anos no período entre 1992 e 2006. No início do estudo, nenhuma dessas mulheres apresentava depressão. Após esses 14 anos, 6.500 voluntárias haviam sido diagnosticadas com o problema.
Resultados — O estudo observou que o fator mais impactante relacionado aos quadros depressivos foi a prática de atividade física. As mulheres que revelaram se exercitar durante 90 minutos ou mais por dia tinham 20% menos chances de desenvolver depressão do que aquelas que se exercitavam por 10 minutos ou menos diariamente.
"Atividade física praticada por mais tempo pode aumentar a autoestima, o senso de controle e os níveis de endorfina no sangue da mulher", explica Michel Lucas, coordenador do estudo.
Assistir televisão foi identificado como hábito relacionado à depressão. Segundo a pesquisa, as mulheres que passavam mais tempo em frente ao aparelho apresentaram 13% mais riscos de ter depressão do que aquelas que raramente ligavam a TV. Segundo Lucas, uma possível explicação para essas duas relações está no fato de que muitas mulheres substituem o tempo em que poderiam praticar alguma atividade física por ficar em frente à televisão.
Embora o estudo tenha colocado a depressão como consequência de não praticar atividade física, os pesquisadores também consideram a hipótese de que, em certos casos, a mulher possa ter experimentado alguns sintomas da depressão antes de ser diagnosticada formalmente com o problema. Assim, deixou de se exercitar após ser acometida pelo problema, e não antes.
 
Saúde e televisão
Vários estudos já apontaram para os prejuízos que o hábito de assistir muita TV pode causar. Conheça alguns:

Piora na alimentação — Um estudo feito na Universidade de Loughborough, do Reino Unido, concluiu que quanto mais tempo uma pessoa passa em frente à televisão, pior é a qualidade daquilo que come. Assistir TV está associado com o consumo de lanches, bebidas e fast foods com maior quantidade de calorias e baixa ingestão de frutas e legumes.
Menor aprendizagem — Segundo recomendações lançadas neste ano pela Academia Americana de Pediatria (APP), as crianças aprendem e desenvolvem mais o cérebro brincando do que assistindo TV. Um estudo feito pela Universidade de Montreal, no Canadá, indicou que, a cada hora que uma criança passa em frente à televisão, há uma declínio de 6% em seu desempenho matemático e 7% de sua participação em sala de aula.
Hipertensão — Uma pesquisa publicada no periódico Archives of Pediatrics & Adolescent relacionou tempo demais em frente à televisão e ao computador com o aumento da pressão sanguínea das crianças.
Problemas psicológicos — Hiperatividade, dificuldades nos relacionamentos sociais e problemas emocionais foram alguns dos problemas observados por estudo publicado no periódico Pediatrics em crianças que passavam duas ou mais horas em frente à TV ou ao computador ao dia. 

Fonte: Revista VEJA

Disponível em: <http://veja.abril.com.br/noticia/saude/pouca-atividade-fisica-e-muita-televisao-aumentam-risco-de-depressao-em-mulheres>. Acesso em: 17 nov. 2011

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Novidades na Pinacoteca: um dos museus mais importantes de São Paulo renova sua exposição permanente, colocando em cartaz obras brasileiras de todos os períodos

Em 1998, quando o prédio da Pinacoteca do Estado de São Paulo foi restaurado, uma exposição de obras do acervo ocupou todo o segundo andar do prédio. Ela ficou em cartaz até dezembro de 2010 e agora está sendo substituída por uma nova. “Arte no Brasil: uma história na Pinacoteca São Paulo” é o nome da mostra de longa duração de um dos museus de arte mais visitados do país e o mais antigo da cidade de São Paulo.
São aproximadamente 500 obras, entre pinturas, esculturas, desenhos, gravuras e fotografias. Elas constituem um panorama da arte brasileira, do período colonial aos anos 1930. Onze salas do prédio serão ocupadas por obras de artistas fundamentais para a história da arte no Brasil, como Debret, Taunay, Facchinetti, Almeida Junior, Eliseu Visconti, Pedro Alexandrino, Candido Portinari e Lasar Segall.

Fonte: História Viva

Disponível em: < http://www2.uol.com.br/historiaviva/noticias/pinacoteca_sao_paulo_nova_exposicao_arte_brasileira.html>. Acesso em: 16 nov. 2011

Privação de Sono Prejudica Desempenho Mental: dormir pouco interfere na nossa capacidade de escolher

O senso comum afirma que não há nada como uma noite bem dormida para ajudar a relaxar e a resolver problemas. Um estudo publicado pelo periódico científico Sleep mostra que a privação de sono prejudica o desempenho mental. O psicólogo Todd Maddox, da Universidade do Texas, reuniu voluntários privados de sono e solicitou que observassem um questionário com imagens de animais fictícios. Eles deveriam classificar os bichos como “A” ou “não A”, de acordo com características oferecidas pelo pesquisador. Em seguida, tinham de decidir se os desenhos eram “A” ou “B” – desta vez considerando um novo critério explicado por Maddox.

Ao comparar os resultados, o psicólogo percebeu que os participantes tiveram pior desempenho no primeiro teste, apesar de ele parecer mais simples. “Quando passamos mais tempo sem dormir, alguns sistemas de aprendizagem do cérebro funcionam melhor que outros”, explica Maddox. Estudos anteriores sugerem que tarefas sem restrição exigem maior concentração da atenção do que aquelas que oferecem escolhas claras. “Definir se a ilustração é 'A' ou 'B', mesmo considerando pré-requisitos imaginários, é uma atividade menos afetada pelos lapsos de atenção, que são consequência da privação de sono”, diz o psicólogo.

Fonte: Revista Mente e Cérebro

Disponível em:<http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/privacao_de_sono_prejudica_desempenho_mental.html>. Acesso em:16 nov. 2011

O Custo da Depressão: os antidepressivos geram lucro de mais de US$ 20 bilhões para as companhias farmacêuticas; o problema é cada vez mais frequente e começa a aparecer mais cedo

Em 2008, os antidepressivos foram o oitavo tipo de droga mais prescrito no mundo, gerando um lucro de mais de US$ 20 bilhões para as companhias farmacêuticas. Nos Estados Unidos, o tratamento de uma única pessoa com depressão custa, em média, US$ 5 mil anuais, e surgem 10 milhões de novos casos por ano. Se, aparentemente, há mais gastos com medicamentos que “corrigem” o desequilíbrio químico, por que a depressão é dez vezes mais frequente do que na década de 60 e começa a aparecer cada vez mais cedo?

Para o psicólogo Martin Seligman, diretor do Centro de Psicologia Positiva da Universidade da Pensilvânia, o crescente volume de prescrições de medicamentos sugere a ideia equivocada de que o transtorno tem causa fundamentalmente biológica. “É impossível que em 40 anos nossos genes e hormônios tenham mudado o suficiente para resultar em um índice de depressão dez vezes maior. O problema está associado a mudanças sociais”, analisa.

O transtorno é mais frequente em pessoas com mais de 65 anos, que corresponderão a 10% da população mundial em duas décadas, segundo a OMS. Estudos epidemiológicos têm mostrado que 20% delas apresentam sintomas depressivos. Porém, entre idosos que vivem em asilos ou internados em hospitais para tratamento clínico, o transtorno tem incidência de 80%. “É um problema de saúde pública associado às mudanças no perfil populacional de muitos países, pois o número de pessoas que passam os últimos anos de vida sem o apoio da família, muitas delas vivendo sozinhas, é proporcional ao aumento da expectativa de vida”, observa o psiquiatra Henry Brodaty, do Departamento de Psiquiatria para a Terceira Idade da Universidade de New South Wales, na Austrália. Segundo ele, para elaborar uma política de saúde pública com estratégias de prevenção são necessárias informações sobre a frequência e a distribuição dos transtornos depressivos. “Os estudos epidemiológicos sobre depressão em vários países, por exemplo, têm identificado maior incidência do transtorno depressivo maior (MDE) em mulheres com baixo nível de escolaridade e de renda, o que muda a percepção equivocada de que esta seria uma epidemia de 'nações ricas'. Identificar 'grupos de risco' pode tornar as abordagens preventivas mais eficientes, reduzindo a morbidade e o alto custo individual e social da doença”, diz.

Fonte: Revista Mente e Cérebro

Disponível em:<http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/o_preco_da_depressao.html>. Acesso em: 16 nov. 2011

Como Usar o Tempo Livre: pesquisa mostra que a maioria das pessoas não sabe lidar com as horas ociosas. Saiba o que fazer para valorizar esses períodos

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A universitária Ana Carolina Emellick não consegue administrar suas horas livres

Ter tempo livre e não saber o que fazer com ele. Esse dilema pode parecer paradoxal numa sociedade tão acostumada a se queixar da falta de horas ociosas. Para muitas pessoas, no entanto, é isso o que acontece. Pesquisa de duas universidades americanas, a University of Cincinnati e a Baylor University, feita com 1.329 jovens concluiu que entrevistados com mais tempo livre se mostraram mais infelizes. A prática em consultório leva especialistas a lamentar que as pessoas não saibam como aproveitar os momentos sem a pressão do trabalho ou do estudo. Um deles, o psicanalista paulista Viktor Salis registrou esse fenômeno moderno no livro “As Orelhas do Rei Midas”. Segundo ele, essa é a causa de muitos casos de ansiedade e depressão que chegam ao seu consultório. O problema se agrava quando, mesmo com todo o tempo do mundo, os projetos pessoais não são tocados. “É comum os indivíduos gastarem suas horas livres com atividades secundárias, e isso gera muita frustração”, aponta o psicólogo paranaense Flávio Pereira. Nessas circunstâncias, o tempo ocioso, antes tão ansiado, vira fator de angústia.
O primeiro passo para aprender a usar o tempo livre é achar o equilíbrio entre estar muito ocupado e ter tempo de sobra. “Vivemos em uma sociedade em que o tempo é essencial e a percepção da falta dele está associada a níveis baixos de felicidade”, diz o relatório da pesquisa das universidades Cincinnati e Baylor. Os resultados do trabalho mostram que essas horas de sobra não são obrigatoriamente uma alavanca para o bem-estar. “Viver com quantidade equilibrada de tempo é o ideal.” Encontrar esse caminho não é nada fácil, e a cada dia surgem novos obstáculos. O professor de filosofia Eduardo Chaves, do Centro Universitário Salesiano, em São Paulo, diz que essa falta de habilidade em lidar com o tempo livre é muito comum. “Por isso, adolescentes em férias reclamam de tédio, apesar de antes terem contado os minutos até o fim das aulas”, exemplifica. O problema é mais grave quando acomete adultos, que elegem suas prioridades e não conseguem cumpri-las. Nesses casos, segundo Chaves, a solução se resume a uma palavra, vista por muitos como antipática: disciplina. “É preciso entender que disciplinar nossa rotina não é algo opressor, mas uma forma de exercer plenamente a liberdade”, afirma.
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OCUPAÇÃO
A chef Célia Pessoa arruma atividades até nos feriados, como plantar mudas na varanda

É o que falta à universitária carioca Ana Carolina Emellick, 20 anos. Até um mês atrás, ela tinha o dia completamente tomado e sonhava com o momento em que poderia se dedicar a seus interesses. Atualmente, mantém como único compromisso fixo a faculdade, apenas na parte da manhã, e não consegue tirar proveito das horas livres. “Num dia deixo de ir à academia porque fico mais do que deveria na internet, no outro não vou fazer compras porque dormi além da conta”, diz a jovem, que se confessa frustrada por não aproveitar o tempo como gostaria.
Férias e aposentadoria são dois gatilhos para a angústia que ataca quem não sabe mais viver fora da pressão. Como Roberto Guilheiro, 58 anos, que quase foi à loucura com a ociosidade depois de vender a loja de automóveis na qual trabalhou por 15 anos, na zona sul do Rio de Janeiro. “Tento ocupar meu tempo com entretenimento e lazer, mas fico achando que estou perdendo alguma coisa”, conta ele, que pensa em abrir um novo negócio para resolver a questão. Dona de um bufê, a chef Célia Pessoa é outra que não relaxa nas horas de folga. Nos fins de semana e feriados, mesmo quando não tem nenhum evento para organizar, não fica parada. “Nem lembro a última vez que passei muito tempo sentada, apenas refletindo”, diz ela. No último feriado, em vez de descansar, plantou mudas no jardim de sua varanda. Também é comum organizar reuniões em casa em que põe a mão na massa e cuida da comida. “Fui como convidada ao aniversário de um amigo e abandonei os conhecidos para me juntar ao pessoal da cozinha”, lembra. O professor Eduardo Chaves diz que é preciso dar valor ao ócio. “Até para voltar ao trabalho renovado, com mais energia.” O psicanalista Viktor Salis critica o fato de que o período de ócio tenha deixado de ser encarado como processo criador. “É nesse espaço que você constrói sua personalidade e reflete sobre o mundo”, ensina..
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“É preciso entender que disciplinar nossa rotina não é algo opressor, mas uma forma de exercer plenamente a liberdade”
Eduardo Chaves, professor de filosofia

A tecnologia poderia ser um grande aliado na otimização dos dias livres, mas gera um efeito contrário. “Com os apelos dos tablets, smartphones e outros aparelhos, as pessoas tenderão nos próximos anos a ter ainda mais dificuldade para gastar seu tempo de maneira proveitosa”, acredita o psicólogo Flávio Pereira. Por via das dúvidas, ele próprio tomou suas providências para não cair na armadilha. “Tenho um novo smartphone cheio de recursos e já descartei vários aplicativos que poderiam me fazer perder tempo à toa.” Evitar ceder às tentações tecnológicas é uma providência fundamental para valorizar o próprio tempo.
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Fonte: Revista Isto é

Disponível em:http://www.istoe.com.br/reportagens/176146_COMO+USAR+O+TEMPO+LIVRE?pathImagens=&path=&actualArea=internalPage. Acesso em: 16 nov. 2011

Origens da Esquizofrenia: estudo com gêmeos sugere que alterações em genes associados ao distúrbio podem ter causas ambientais

Um estudo do Instituto de Psiquiatria do King's College London mostrou que apesar da hereditariedade exercer forte influência em casos de esquizofrenia e bipolaridade, nem sempre os distúrbios se manifestam em gêmeos idênticos, o que indica que outros fatores, além dos genéticos, talvez estejam envolvidos nos transtornos. Para chegar a essa conclusão, o psiquiatra Jonathan Mill analisou o DNA de 22 pares de gêmeos univitelinos, o que descarta interferências genéticas, sendo que um de cada dupla apresentava esquizofrenia ou transtorno bipolar, e comparou com o DNA cerebral de pessoas saudáveis e com o de outros voluntários que tinham algum tipo de psicose. O objetivo da pesquisa era investigar o impacto das mudanças epigenéticas – alterações que não influem na sequência do DNA, porém deixam marcas químicas.

Embora o pesquisador não tenha encontrado modificações no conteúdo total da metilação do DNA – um forte indicador de alteração epigenética –, entre os irmãos, foram observadas diferenças associadas aos distúrbios em locais específicos do genoma. Além de reforçar a ideia de que essas mudanças podem estar envolvidas num largo espectro de transtornos psiquiátricos, a descoberta corrobora publicações anteriores que mostram que as alterações estão associadas a uma série de processos biológicos e cognitivos, incluindo dependência química e neurodegeneração.

Mill acredita que os resultados são animadores: “Nosso estudo sugere que não só as alterações genéticas são importantes. As diferenças epigenéticas que observamos podem revelar mais sobre as causas da esquizofrenia e do transtorno bipolar, uma vez que algumas alterações eram específicas de cada doença. Além disso, esses processos são potencialmente reversíveis, o que pode significar um avanço no desenvolvimento de futuros medicamentos”.

Fonte: Revista Mente e Cérebro

Disponível em:<http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/origens_da_esquizofrenia.html>. Acesso em: 11 nov. 2011

Lê Pra Mim?

O projeto “Lê Pra Mim?” chega à Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro. Nos finais de semana de novembro, artistas e personalidades brasileiras como Alcione, Fatima Bernardes, Geovanna Tominaga, Luciana Gimenez, Sergio Loroza, Sheron Menezes e Ziraldo, estarão na sede da Biblioteca Nacional para participar projeto sócio-cultural  que tem como objetivo incentivando a leitura. Cada encontro contará ainda com interpretação em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) simultânea às leituras.
Diferentemente das outras edições, os eventos na Biblioteca Nacional ocorrerão também às sextas-feiras, às 14h, exclusivamente para crianças de escolas públicas, que no próximo dia 4 terá a participação da atriz Sophie Charlotte. Neste sábado, é a vez do ator Rafael Zulu e, no domingo, do ator Rodrigo Simas, ambos às 16h. Em todos os encontros literários haverá visita guiada para as crianças conhecerem os espaços da biblioteca.
O projeto teve início em janeiro de 2010 no Centro Cultural Correios (RJ) e já passou por Salvador, no Pelourinho, e em São Paulo, no Museu da Língua Portuguesa. No Rio de Janeiro, as edições foram no Forte de Copacabana, nas Lonas Culturais, em instituições de ajuda e amparo a crianças e no Espaço Cultural Eletrobras Furnas.
Idealizado pela atriz e produtora Sônia de Paula, o “Lê Pra Mim?” conta com a parceria do escritor e cenógrafo Marcelo Aouila, produtor e realizador do evento. Ao longo das oito edições, participaram 90 personalidades da mídia, entre atores, cantores e jornalistas. Mais de cinco mil crianças compareceram aos encontros literários e três mil livros infantis foram doados para que as crianças levassem e multiplicassem a proposta do “Lê Pra Mim?”: formar novos leitores e incentivar a prática entre as crianças.
A entrada é franca e o espaço de cada apresentação na Biblioteca Nacional comporta 50 crianças de 4 a 10 anos, e 50 acompanhantes. Todos ficam acomodados em almofadas em formato de livros. Serão distribuídas senhas com uma hora de antecedência. Ao final de cada leitura, as crianças levam para casa um livro infantil, diferente daquele lido pelos artistas, multiplicando-se assim a proposta do projeto “Lê Pra Mim?”
Os livros que serão lidos na Biblioteca Nacional:
Recado Da Chuva - Célia Cris Silva
Borboletinha (Tudo É Possivel) - Hellen Palacio E Mario Lucio De Freitas
A Princesa Que Tudo Sabia...Menos Uma Coisa - Rosane Pamplona e Dino Bernardi Junior
O Principe Sem Sonhos - Marcio Vassallo
A Princesa Que Salvava Príncipes - Claudia Souza
Voce Não Tem Como Saber - Julia Alba
Menina Nina – Ziraldo
Tita, a abelhinha – Silvia Cardoso Buccaletti
Marcelo, marmelo, martelo – Ruth Rocha
Até as princesas soltam pum – Ilan Brenman
Serviço
Fundação Biblioteca Nacional
Av. Rio Branco, 219 - Centro, Rio de Janeiro - (0xx)21 3095-3879
Sextas-feiras às 14h – Apenas para escolas públicas agendadas
Sábados e domingos às 16h – Distribuição de 50 senhas com 1h de antecedência

Fonte: Biblioteca Nacional

Construção Social dos Sexos: mesmo antes do nascimento, fatores externos influenciam a formação do modo de ser da menina ou do menino

Desde muito cedo, até mesmo antes de nascer, a identidade de gênero vai se delineando segundo expectativas manifestadas de acordo com o sexo do bebê. Os ditados e as crenças populares são exemplos de como os comportamentos e sinais da mãe são a ele associados: se a face da mãe estiver rosada, nascerá um menino; se estiver pálida, menina; se o bebê estiver agitado e der muitos pontapés, certamente será menino, se estiver mais calmo e a mãe com muito sono, menina.

É clara a construção social das diferenças entre os sexos até mesmo antes do nascimento. A socióloga Dulce Whitaker chamou a esse fenômeno “didática da gravidez”, ou seja, a maior valorização do bebê do sexo masculino e a diminuição de autoestima da menina, atribuídas às crianças no útero materno. Ao nascerem, a menina e o menino já têm sua educação, de certa forma, direcionada: pais e mães delineiam mentalmente o modelo a seguir. Crianças ainda pequenas construirão um corpo, mas não assexuado; um corpo, um modo de andar, de falar ou de agir masculino ou feminino.

O corpo de meninas e meninos também passa, desde muito cedo, por um processo de feminilização e masculinização, responsável por torná-los “mocinhas” ou “capetas”. Esse minucioso processo se repete até que a violência e a agressividade da menina desapareçam, até que ela comece a se comportar como uma “verdadeira” menina, delicada, organizada e quieta, reprimindo sua agressividade e ressaltando sua meiguice e obediência.

Já para o menino, esse processo se dá ao contrário: na atribuição de tarefas dinâmicas e extrovertidas e, em especial, com a privação da afetividade, não lhe sendo permitido, por exemplo, expressar-se pelo choro. A masculinidade está calcada no trabalho, na perseverança, na competitividade e no sucesso, elementos entendidos como os mais importantes para sua constituição considerada hegemônica: a coragem, diretamente relacionada à força física, à energia, à ousadia, à virilidade.

Crianças de ambos os sexos são agressivas, mas nesse processo a agressão, no sentido de satisfazer necessidades, é estimulada para apenas um dos sexos, restando ao outro a passividade.

Fonte: Revista Mente e Cérebro

Disponível em:<http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/construcao_social_dos_sexos.html>. Acesso em: 10 nov. 2011

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

2º Seminário Nacional da Psicologia em Emergências e Desastres


Entre 23 e 25 de novembro o Conselho Federal de Psicologia (CFP) promoverá o 2º Seminário Nacional da Psicologia em Emergências e Desastres, em Brasília.
O evento, que conta com o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), tem como proposta avaliar o processo de organização e configuração do trabalho dos psicólogos e psicólogas sobre emergências e desastres.
Para isso, o encontro tem como objetivo possibilitar a expressão das produções e dos profissionais; produzir uma avaliação da conjuntura nacional e internacional sobre o tema de emergências e desastres; discutir a relação do tema com as políticas públicas; e estimular a integração latino-americana através da articulação da Rede Latino-Americana de Psicologia em Emergências e Desastres.
A programação inclui mesas redondas, pôsteres, sessões de comunicação e discussões temáticas.

Informações: emergenciasedesastres.cfp.org.br

Fonte: Revista Mente e Cérebro

Peça de Teatro: espetáculo discute mortalidade e mostra a relação entre uma psiquiatra alienada e paciente cega


Crítica ao diagnóstico das enfermidades mentais:
olhos vendados são referência à alienação teórica

De cabelos brancos e compridos e expressão irônica, a Morte ronda uma psiquiatra adepta das inovações tecnológicas e dos manuais diagnósticos, porém alheia à vida que se desenvolve fora do consultório, e uma paciente cega. As personagens fazem parte da peça As cegas, do grupo Teatro do Tempo, que discute a mortalidade, mesclando vídeo, dança e cenas que transitam entre as consultas médicas e as alucinações da paciente, causadas pelo excesso de antidepressivos.
No texto da dramaturga Cláudia Maria de Vasconcelos, Ceguinha, a psiquiatra e a própria Morte usam vendas nos olhos, levando o espetáculo adiante na escuridão, que sugere a alienação da médica, cujo tom ponderado e profissional cede espaço, aos poucos, a seu intenso desamparo. Segundo Cláudia, para elaborar o roteiro, marcado por momentos de humor e interferências pontuais da Morte, o grupo estudou durante um ano o que pensavam os filósofos da Grécia antiga, os artistas renascentistas e Martin Heidegger sobre a efemeridade da vida. O pensador alemão definia o homem como “o ser que caminha para a morte”.
As cegas. Viga Espaço Cênico. Rua Capote Valente, 1323, Pinheiros, São Paulo. Informações: (11) 3801-1843. Quartas e quintas, às 21h. R$ 30,00. Até 17 de novembro.

Fonte: Revista Mente e Cérebro

Disponível em:<http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/peca_de_teatro.html>. Acesso em: 09 nov. 2011

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Fundamentos da Experiência Psicanalítica: inscrições até 1/12

Estão abertas, até 1º de dezembro, as inscrições para o Curso de Atualização Fundamentos da Experiência Psicanalítica, coordenado pela pesquisadora da ENSP Clarice Gatto, do Centro de Estudos em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh). O objetivo dessa atualização é contribuir para uma perspectiva crítica entre a teoria e a prática, dilema muito frequente atribuído aos percalços do trabalho em ambulatório. Além disso, o curso pretende propiciar aos participantes a reflexão sobre os conceitos fundamentais na abordagem do trabalho da psicanálise e fornecer referências teóricas que orientem as ações na Atenção à Saúde, em especial na saúde dos trabalhadores em ambulatórios da rede pública de saúde.
A proposta do curso é baseada em teorias de respeitados psicanalistas, como Sigmund Freud e Jacques Lacan. O curso de atualização mantém um eixo básico de estudos e uma cadeira variável de temas e conceitos fundamentais, tendo como propósito promover a articulação da práxis da psicanálise. No eixo básico, encontram-se os seminários de leitura sobre a direção do tratamento e as questões do sujeito do inconsciente e os seminários clínicos. A cadeia variável de conceitos e temas consiste em desdobrar algumas questões do curso do ano anterior, tomando sempre por referência o eixo básico.
A atualização é voltada para profissionais de nível superior que articulem o exercício de seu trabalho (clínico) ao saber da psicanálise, especialmente médicos, psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais, enfermeiros e terapeutas ocupacionais. Os interessados em participar do curso devem efetuar sua inscrição (http://www.sigals.fiocruz.br/pub/curso.do?CodM=7) na página eletrônica da Plataforma Siga.

Fonte: Informe ENSP

Diponível em: <http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/informe/materia/?origem=1&matid=28068 > Acesso em: 08 nov. 2011

Desafios do SUS Para a Saúde Mental

Apresentando as dificuldades da superação dos antigos modelos de tratamento para pacientes de saúde mental e destacando a importância de novas políticas para a área, o pesquisador da ENSP e coordenador do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção Psicossocial da Escola, Paulo Amarante, ministrou, no dia 4 de novembro, a palestra Questões contemporâneas no campo da saúde mental. A exposição foi mais uma das atividades realizadas no âmbito dos Ciclos Temáticos de 2011: Território, Desenvolvimento e Saúde - organizados pela equipe de pesquisadores do Plano de Monitoramento Epidemiológico da Área de Influência do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (LabMep/Comperj), coordenado pela ENSP.
Amarante traçou um panorama de como a medicina se desenvolvia no final do século XVIII, quando o foco era a centralização da medicalização, e os hospitais se tornavam laboratórios para uma nova forma do saber médico. "Com isso, há o nascimento da clínica. Os hospitais tornaram-se máquinas de conhecimento", destacou. Na exposição, o pesquisador abordou desde o trabalho, no passado, de Jean-Martin Charcot e a produção da histeria, em que, ao se pesquisar uma doença, se produz na pessoa pesquisada seus sintomas, até os dias atuais, com Marcia Angell e suas críticas aos laboratórios farmacêuticos, que não permitem que os resultados sejam publicados quando não são favoráveis aos medicamentos que produzem.


O pesquisador criticou ainda as pesquisas publicadas em revistas e/ou jornais com perguntas que levam as pessoas a acreditarem que possuem algum problema de saúde, fazendo com que ela se torne alguém doente na sociedade. "Além disso, as pesquisas epidemiológicas podem ter muito mais um significado de produção de comportamentos patológicos do que de identificação de doenças", explicou Amarante, citando como fonte um de seus trabalhos, Muito prazer, fulano de tal, bipolar: identidade e produção de doenças, disponível para leitura na publicação Determinação Social da Saúde e Reforma Sanitária, do Centro Brasileiro de Estudos da Saúde (Cebes).
Especificamente sobre o campo da saúde mental, Paulo Amarante ressaltou que as políticas para a área não devem ser reduzidas a processos de reorganização ou reorientação do modelo assistencial, assim como o conceito de reforma psiquiátrica deve ser entendido como um processo social complexo, de construção de outro lugar social para os sujeitos em sofrimento. "Atualmente, no Brasil, há uma baixa articulação entre a rede de saúde mental e a Estratégia de Saúde da Família, causando a fragilização da área", disse. O pesquisador encerrou destacando os novos conceitos de tratamento, que envolvem a cultura e a diversidade cultural, educação, lazer, redes sociais, em prol da garantia de direitos para os usuários do sistema de saúde mental.

Fonte: Informe ENSP

Disponivel em: <http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/informe/materia/?origem=1&matid=28067>. Acesso em: 08 nov. 2011