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segunda-feira, 30 de junho de 2014

Depois das Teorias X, Y e Z vem agora a Teoria Índigo?

Isto é, havia a crença do administrador de que os empregados seriam ou X ou Y, e por conseguinte haveria a necessidade de se direcionar atos e ações administrativas de controle sobre os empregados, seletivamente.

Esgotaram a ordem alfabética para classificarmos as Teorias do Comportamento Humano. Teoria X, Teoria Y e Teoria Z. As Teorias X e Y foram formuladas por Douglas McGregor (EUA, 1906-1964), economista, psicólogo e professor de Gestão Industrial, desenvolvidas nos anos 1950. A Teoria Z foi proposta por William Ouchi (EUA, 1943-), nos anos 1980, fez esgotar a ordem alfabética nestas últimas 3 teorias da motivação e do comportamento humano na empresa e na gestão dela.

McGregor com sua formação em psicologia experimental identificou aqueles dois perfis básicos dos administradores em relação aos empregados. Para ele o administrador inicialmente tinha por hábito atribuir aos empregados situações de hábitos e comportamento aos quais haveria necessidade de se implementar controle, segundo "medidas e contramedidas" aos perfis. E alguns empregados atuavam de fato dentro dos perfis X e Y classificados por McGregor.

Isto é, havia a crença do administrador de que os empregados seriam ou X ou Y, e por conseguinte haveria a necessidade de se direcionar atos e ações administrativas de controle sobre os empregados, seletivamente.

Ouchi já em sua Teoria Z identificou um "estado de espírito de ser" mais melhorado em relação ao da Teoria Y de McGregor.

Nas Teorias do Comportamento X e Y de Douglas MacGregor, sobre o behaviorismo na administração de um estado, ou de uma empresa, em que as pessoas, em função de características naturais, de criação, de formação e aculturação, são a "terra fértil" de determinados ideários pelo processo de afinidades e de auto-identificação com o conjunto de premissas e preceitos de tais ideários, nós vamos encontrar boa parte de explicações sobre o fracasso do comunismo no mundo.

Na Teoria X – o perfil modelo diz que as pessoas são recessivas, acomodadas e resistentes a mudanças:

1. São preguiçosas e indolentes;
2. Evitam trabalho;
3. Evitam responsabilidades e fim de se sentirem seguras;
4. Precisam ser controladas e dirigidas;
5. São ingênuas e sem iniciativas;
6. São fundamentalmente egocêntricas;
7. Seus objetivos pessoais opõem-se, em geral, aos objetivos da organização;
8. São resistentes a mudanças;
9. São dependentes e, o que os torna incapazes de autocontrole e disciplina;
10. A única motivação para o trabalho é o salário;

Esta Teoria X defende um estilo de liderança autocrático levando assim as pessoas a fazerem exatamente o que a organização pretende que elas façam, sendo comum a gestão onde:

a. A responsabilidade pelos recursos é somente da organização – estado ou empresa;
b. É necessário dirigir os esforços das pessoas – controle das ações para modificar o comportamento;
c. É necessário praticar políticas de persuasão, recompensas e punição já que suas atividades são dirigidas em função dos objetivos e necessidades da organização – estado ou empresa;
d. A remuneração é o meio da recompensa.

Na Teoria Y – o perfil modelo diz que as pessoas são progressistas, auto-evolutivas e autônomas:

1. São esforçadas e gostam de ter o que fazer;
2. O trabalho é uma atividade tão natural como brincar ou descansar;
3. Procuram aceitar responsabilidades e desafios;
4. São automotivadas e autodirigidas;
5. São criativas e competentes;

O estado ou a empresa devem proporcionar condições para:

a. As pessoas reconheçam e desenvolvam características como motivação, potencial de desenvolvimento e responsabilidades;
b. Organização e metodologia de função e operação por meio das quais as pessoas possam atingir seus objetivos e dirigirem esforços no sentido dos objetivos do estado ou empresa;
c. Descentralização das decisões de responsabilidade e delegação de rotinas;
d. Promoções para trabalhos de maiores significados de juízo e valor;
e. Administração participativa nas decisões mais importantes;
f. Autocrítica e auto-avaliação de desempenho.

Na Teoria Z - o perfil modelo diz que as pessoas podem ser imaginativas, participativas e de livre expressão e que o progresso do estado ou da empresa está ligado à motivação humana e não simplesmente à tecnologia:

a. Querem participar;
b. O patrimônio é o próprio homem;
c. São criativas;
d. Querem ser originais com muita liberdade;
e. Têm iniciativas positivas;
f. São estáveis e responsáveis;
g. Exigem melhores qualidades de vida;
h. São insatisfeitos com o "status quo";
i. O grupo ou a equipe prevalece sobre o indivíduo;
j. Exigem segurança.

O estado ou a empresa devem proporcionar:

a. Estabilidade organizacional e de empregabilidade;
b. Remuneração condizente com os esforços em juízo e valor, sob méritos reais;

c. Meios para a solução real dos problemas que afligem a todos e que podem destruir a todos;
d. Meios para todos os questionamentos sobre eliminação de ineficiências prejudiciais à organização;
e. Adoção de projetos participativos sugerindo mudanças e melhorias na qualidade de vida;
f. Exigem um sistema de incentivo eficaz que premie a todos e de acordo com a contribuição de cada um.

O "estado de espírito de ser, em comportamento e motivação" destas 3 teorias decorre de uma classificação técnica de perfis baseada na observação experimental dos dois cientistas (McGregor para X e Y e Ouchi para Z). Mas, estas diferenças não só decorrem do processo de educação e escolarização das pessoas. Decorrem de outros fatores ambientais, vivenciais e experienciais de tais pessoas.

Acredita-se com base na interpretação da história, dos personagens e ilustres pessoas, que os perfis X e Y, além do Z, são da natureza humana dos espíritos - almas. E, portanto, eles existem desde que existe o homo sapiens sapiens.

Recentemente outro processo de observação experimental identificou um novo perfil denominado de ÍNDIGO, nas crianças das recentes gerações (anos 1970 para hoje), e comumente associado ao perfil Y. As origens e características do perfil INDIGO constam do livro "The Indigo Children" escrito por Lee Carroll e Jan Tober publicado pela primeira vez em Maio/1999.

O perfil ÍNDIGO transcende as características dos perfis X, Y e Z. É em nível quase de "paranormalidade" e com potencialidades cerebrais impressionantes, com o uso dos 2 hemisférios cerebrais, indo além da inspiração, da mediunidade e da lógica mediana.

O texto traduzido e adaptado por Dailton Menezes, junho 2001, e constante no site: http://www.flordavida.com.br/HTML/indigo.html , uma criança ÍNDIGO é aquela que apresenta um novo e incomum conjunto de atributos psicológicos e mostra um padrão de comportamento geralmente não documentado ainda.

Dentre os vários tipos de crianças ÍNDIGO, podemos relacionar abaixo alguns padrões sobre elas:

• Elas vêm ao mundo com um sentimento de realeza e freqüentemente agem desta forma;
• Elas têm um sentimento de "desejar estar aqui" e ficam surpresas quando os outros não compartilham isso;
• Auto-valorização não é uma grande característica. Elas freqüentemente contam aos pais quem elas são;
• Elas têm dificuldades com autoridade absoluta sem explicações e escolha;
• Elas simplesmente não farão certas coisas; por exemplo, esperarem quietas é difícil para elas;
• Elas se tornam frustradas com sistemas ritualmente orientados e que não necessitam de pensamento criativo;
• Elas freqüentemente encontram uma melhor maneira de fazer as coisas, tanto em casa como na escola, o que as fazem parecer como questionadores de sistema (inconformistas com qualquer sistema);
• Elas parecem anti-sociais a menos que estejam com outras do mesmo tipo. Se não existem outras crianças com o nível de consciência semelhante em volta, elas freqüentemente se tornam introvertidas, sentindo-se como se ninguém as entendesse. A escola é freqüentemente difícil para elas do ponto de vista social;
• Elas não responderão à pressão por culpa do tipo: "Espere até seu pai chegar e descobrir o que você fez";
• Elas não são tímidas em fazer você perceber o que elas precisam.

Os autores Lee Carroll e Jan Tober listam as seguintes características para ajudar a identificar se sua criança é um Índigo:

• Tem alta sensibilidade;
• Tem excessivo montante de energia;
• Distrai-se facilmente ou tem baixo poder de concentração;
• Requer emocionalmente estabilidade e segurança de adultos em volta dela;
• Resiste à autoridade se não for democraticamente orientada;
• Possui maneiras preferenciais no aprendizado, particularmente na leitura e matemática;
• Podem se tornar frustrados facilmente porque têm grandes idéias, mas uma falta de recursos ou pessoas para assistirem pode comprometer o objetivo final;
• Aprendem através do nível de explicação, resistindo à memorização mecânica ou serem simplesmente ouvintes;
• Não conseguem ficar quietas ou sentadas, a menos que estejam envolvidas em alguma coisa do seu interesse
• São muito compassivas; têm muitos medos tais como a morte e a perda dos amados;
• Se elas experimentarem muito cedo decepção ou falha, podem desistir e desenvolver um bloqueio permanente.

"As Crianças Índigo encarnaram neste tempo por uma razão muito sagrada: para introduzir uma nova sociedade baseada em honestidade, cooperação e amor. Quando elas atingirem a fase adulta, nosso mundo será vastamente diferente do que é hoje. Nós não mais teremos violência e competição". E segundo outros analistas estas crianças irão demolir as instituições empresariais que operam com base em conceitos, processos e procedimentos corrompidos e distorcidos.

E ai vão os governos que se fundamentam em mentiras, em suas propagandas enganosas e abusivas, que se articulam baseados em compra de caráter e de opiniões. As empresas se verão obrigadas a rever seus critérios de RH, na seleção e recrutamento de novos empregados, em face de identificarem os perfis ÍNDIGO e direcionar tais "mestres" para os cargos e atividades, que precisarão da VERDADE e da DERRUBADA DE PARADIGMAS secularmente cristalizados.

Já se identificou 4 tipos diferentes de INDIGOS:

1. Humanista: Primeiro, existe o Índigo Humanista que vai trabalhar com as massas. Eles serão os futuros doutores, advogados, professores, vendedores, executivos e políticos. Vão servir as massas e são hiperativos. São extremamente sociais;
2. Conceitual: Os Índigos Conceituais estão mais para projetos do que para pessoas. Serão os futuros engenheiros, arquitetos, projetistas, astronautas, pilotos e oficiais militares;
3. Artista: Este tipo de Índigo é muito mais sensível e freqüentemente menor em tamanho, embora isso não seja uma regra geral. Eles são mais fortemente ligados às artes. Eles são criativos e serão os futuros professores e artistas. Em qualquer campo que eles se dediquem será sempre pelo lado criativo. Se eles entrarem na medicina, eles se tornarão cirurgiões ou pesquisadores;
4. Interdimensional: O Índigo Interdimensional é muito maior do que os demais Índigos, do ponto de vista de estatura. Entre 1 e 2 anos de idade você não pode dizer nada para eles. Eles dizem: "Eu já sei. Eu posso fazer isso. Deixe-me sozinho". Eles serão os que trarão novas filosofias e espiritualidade para o mundo.

Ainda existem controvérsias no campo da psicologia aplicada, de tais perfis ÍNDIGO.

Porém, alguns acreditam que este novo "estado de espírito de ser, em comportamento e motivação", venha a ser uma evolução para a transformação do planeta, onde obrigatoriamente se haverá necessidade de ceder, às altas inteligências para as boas obras, uma boa parcela dos requisitos de administração de empresas e de estados, em face da tendência de caos e complexidades, que se avolumam e se acumulam, desbancando as capacitações medianas e inferiores, dos processos administrativos, para prevenir disfunções, solucionar problemas recorrentes e enfrentar as catástrofes tendentes e em agigantamento, no meio social e econômico e no meio ambiental.


Fonte: Clipping - Associação Brasileira de Psiquiatria

Disponível em: <http://www.abp.org.br/portal/imprensa/clipping-2>. Acesso em: 30 jun. 2014

A sociedade estimula o estresse precocemente

O psicólogo Armando Ribeiro analisa as várias vertentes deste que é um dos problemas de saúde mais frequentes no mundo moderno e alerta para a necessidade de mudanças no estilo de vida, grande desafio da Psicoterapia

Por: Lucas Vasques / Fotos: Divulgação/Beneficência Portuguesa


Considerado um dos problemas de saúde mais frequentes do mundo moderno, o estresse possui diferentes possibilidades, tanto no que se refere ao diagnóstico quanto à forma de tratamento– das doenças ocasionadas por ele e das suas origens. Na avaliação do psicólogo Armando Ribeiro das Neves Neto, o estresse é uma reação psicofisiológica natural de adaptação diante de ameaças. “Os hormônios do estresse preparam nosso organismo para enfrentar perigos (reais ou imaginários), mas a ativação prolongada desse mecanismo gera o ‹estresse crônico› ou ‹estresse tóxico›, tornando o organismo mais vulnerável às doenças (físicas e emocionais) e infecções”.
Ribeiro coordena o Programa de Avaliação do Estresse da Beneficência Portuguesa de São Paulo e do Hospital São José. Segundo o psicólogo, ele desenvolve um serviço baseado no rastreio (combinação entre conceitos da Psicologia da Saúde, Psicologia Positiva e Medicina Integrativa) de fatores psicológicos e comportamentais no meio médico. Este, por sua vez, é tradicionalmente focado nos exames clínicos e laboratoriais de alta complexidade, mas não vê o sujeito como um todo.
Em seu vasto currículo, Ribeiro é mestre em Ciências, especialista em Bases da Medicina Integrativa e especialista em Neuropsicologia. Tem aprimoramento em Psico-Oncologiae é consultor do programa Saúde Emocional, do canal FoxLife. É professor de Medicina Comportamental e supervisor clínico da pós-graduação em Terapia Cognitivo-Comportamental e da Unidade de Medicina Comportamental do departamento de Psicobiologia da UNIFESP.
O ESTRESSE PODE SER CONSIDERADO UMA DOENÇA OU UM FATOR DE MOTIVAÇÃO PARA O SURGIMENTO DE DOENÇAS, ESPECIALMENTE AS QUE AFETAM O LADO PSICOLÓGICO? 
ARMANDO RIBEIRO – O estresse é uma reação psicofisiológica natural de adaptação diante das ameaças. Os hormônios do estresse preparam nosso organismo para enfrentar perigos (reais ou imaginários), mas a ativação prolongada desse mecanismo gera o “estresse crônico” ou “estresse tóxico” ou “distresse”, tornando o organismo mais vulnerável às doenças (físicas e emocionais) e infecções. Atualmente, existe uma corrente de pesquisa sobre estresse, que defende a expressão “carga alostática” para se referir ao desgaste do organismo em manter a produção prolongada dos hormônios do estresse (principalmente a adrenalina, a noradrenalina e o cortisol).

VOCÊ DESENVOLVE UM TRABALHO EM PSICOTERAPIA PARA O DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE ANSIEDADE, FOBIAS, DEPRESSÃO, IRRITABILIDADE, INSÔNIA, PÂNICO E TRAUMAS. EXISTE ALGUMA RELAÇÃO ENTRE ESSES PROBLEMAS E O ESTRESSE? 
RIBEIRO – O estresse crônico pode ser o “gatilho” para o aparecimento de transtornos mentais (ansiedade, fobias, depressão, irritabilidade, insônia, pânico e traumas). É comum, no consultório, ouvirmos que, antes do início dos sintomas da doença, o paciente se encontrava no limite de sua capacidade de lidar com as fontes de estresse (problemas financeiros, crises afetivas, problemas de relacionamento no trabalho, sobrecarga no trabalho). Existe uma teoria que diz respeito à relação entre “diástese - estresse”, ou seja, nossa predisposição às doenças (diástese) e o gatilho “estresse” como forma de pensar nele como disparador das doenças mais comuns. Atualmente, também reconhecemos o papel do estresse na epigenética, ou seja, na influência do estresse crônico, seja na ativação ou desativação de genes, que predispõem ou nos protegem de doenças.


Didaticamente, dizemos que existem fontes externas (poluição ambiental, alimentos com agrotóxicos, extremos climáticos, microrganismos etc.) e fontes internas (pensamentos catastróficos, pessimismo, perfeccionismo, pensamento do tipo “tudo ou nada”, esquemas cognitivosdesadaptativos etc.), que motivam o estresse

O ESTRESSE INTERFERE NO FUNCIONAMENTO DOS NEURÔNIOS, O QUE PREJUDICA O FUNCIONAMENTO DE UMA MENTE SAUDÁVEL. ESSES NEURÔNIOS ‘BOMBARDEADOS’ PELO ESTRESSE PODEM SER RECUPERADOS? 
RIBEIRO – Neurocientistas da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, já demonstraram que o cortisol pode destruir neurônios, principalmente, na região do hipocampo (associada à memória). Atualmente, também se descobriu que o estresse tóxico diminui a função do córtex pré- -frontal (responsável por diversas funções cognitivas complexas, tais como atenção, aprendizagem, planejamento, flexibilidade cognitiva etc.), literalmente o estresse tóxico “desliga” o córtex pré-frontal e estimula a atividade do sistema límbico, aumentando os estados de ansiedade, medos, fobias e outras. Somente nos últimos anos é que foi comprovado que tratamentos psicopsicológicos “antiestresse” podem estimular a neurogênese em locais ‘bombardeados’ pelos hormônios do estresse.

O ESTRESSE É CONSIDERADO UM PROBLEMA DA VIDA MODERNA E HÁ MUITAS CONTROVÉRSIAS A RESPEITO DAS RAZÕES QUE LEVAM A ESSE ESTADO. PARA ACABAR COM AS DÚVIDAS, DEFINITIVAMENTE, O QUE PROVOCA O ESTRESSE E QUAIS OS SINTOMAS? 
RIBEIRO – Didaticamente, dizemos que existem fontes externas (poluição ambiental, alimentos com agrotóxicos, extremos climáticos, microrganismos etc.) e fontes internas (pensamentos catastróficos, pessimismo, perfeccionismo, pensamento do tipo “tudo ou nada”, esquemas cognitivos desadaptativos etc.). Nossa sociedade evoluiu bastante em termos de controlar ou reduzir o estresse ambiental, mas pouco ainda conquistamos em termos de uma educação infantil ou de valores sociais que promovam as virtudes humanas, tais como resiliência, solidariedade, compaixão, temperança, autocontrole e por aí vai. Numa sociedade altamente competitiva e baseada no medo, os hormônios do estresse são estimulados precocemente.

ANTIGAMENTE, AS PESSOAS NÃO TINHAM OS RECURSOS TECNOLÓGICOS, FORMAS DE COMUNICAÇÃO, FACILIDADES DE TRANSPORTE, ENFIM, NÃO HAVIA TANTAS POSSIBILIDADES DE SE OBTER QUALIDADE DE VIDA, EM RELAÇÃO AO CENÁRIO ATUAL. ANTES, A VIDA ERA MAIS DIFÍCIL, NO SENTIDO FÍSICO, POIS O TRABALHO ERA EM LAVOURA, AS MULHERES COZINHAVAM À LENHA E PASSAVAM ROUPA NO CARVÃO. NO ENTANTO, NÃO SE OBSERVAVA A OCORRÊNCIA, PELO MENOS EM GRANDE INCIDÊNCIA, DE ESTRESSE E OUTROS PROBLEMAS SIMILARES. POR QUE ISSO ACONTECE?
RIBEIRO – O conceito médico do estresse é contemporâneo (a partir do século XX), mas outras tradições médicas já observavam que haveria uma condição geral que propiciava o maior risco de adoecimento físico e emocional. O estudo do estresse teve importantes precursores. Contudo, os estudos sobre os aspectos psicológicos do estresse (modelo cognitivo) só ganharam força a partir dos estudos de Richard Lazarus (1966). Podemos considerar que o estresse do homem do campo era, principalmente, físico (exposição ao sol, longas horas de trabalho manual, fome etc.). Atualmente, melhoramos nossas condições físicas e pouco fizemos em direção a criar gerações mais “resilientes” ao estresse social, onipresente em nossas sociedades. Acredito que a melhor “vacina” antiestresse é oferecida nos primeiros anos de vida, por meio de famílias estruturadas, modelos de resolução de problemas eficientes e uma escola emocionalmente equilibrada.

O TERMO ESTRESSE SE VULGARIZOU AO LONGO DO TEMPO. COMO DETECTÁ-LO E COMO SE PODE CHEGAR À CONCLUSÃO DE QUE OS SINTOMAS SÃO CONSEQUÊNCIA DESSE PROBLEMA OU DE ALGUM OUTRO DISTÚRBIO MENTAL OU FÍSICO ESPECÍFICO? E COMO PODEMOS DIFERENCIAR O ESTRESSE PATOLÓGICO DO CANSAÇO, DA FADIGA CRÔNICA? 
RIBEIRO – O problema do termo “estresse” é que ele se equiparou ao termo “virose” ou “doença psicossomática”, ou seja, se torna um meme com vida própria e indistinto de sua definição original. Atualmente, é possível avaliarmos o nível de estresse em que se encontram os pacientes, por meio de testes psicológicos validados pelo Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos do Conselho Federal de Psicologia (SATEPSI – CFP), da avaliação psicofisiológica (por intermédio de equipamentos de biofeedback – variabilidade da frequência cardíaca, resistência galvânica da pele etc./ Neurofeedback – ondas cerebrais) e, também, de exames laboratoriais (níveis de cortisol/ adrenalina). A avaliação de um profissional da saúde especializado é fundamental para diferenciarmos entre condições patológicas. Portanto, a abordagem ao estresse deve ser multiprofissional.


Melhoramos nossas condições físicas e pouco fizemos em direção a criar gerações mais “resilientes” ao estresse social. Acredito que a melhor “vacina” antiestresse é oferecida nos primeiros anos de vida, por meio de famílias estruturadas, modelos de resolução de problemas eficientes e uma escola emocionalmente equilibrada

PESQUISAS INDICAM QUE, PARA CADA HOMEM DIAGNOSTICADO, DUAS MULHERES SE RESSENTEM DO PROBLEMA. VOCÊ PODE EXPLICAR QUAIS AS DIFERENÇAS PSICOLÓGICAS ENTRE AMBOS QUE DETERMINAM ESSE FATO? 
RIBEIRO – Pesquisas nacionais e internacionais têm obtido resultados semelhantes, ou seja, existe, em média, duas mulheres com diagnóstico de estresse crônico para cada homem. O principal argumento é em relação aos múltiplos papéis da mulher na sociedade contemporânea. A sobrecarga delas, que assumiram diversos papéis na vida, é um dos principais motivos para o estresse ter aumentado. Uma pesquisa da Nielsen, com 6.500 mulheres de 21 países, revelou que as brasileiras ocupam a quarta colocação entre as mais estressadas, com 67% das pesquisadas. As três primeiras colocações ficaram com Índia (87%), México (74%) e Rússia (69%).

ESSE QUADRO SE REPETE EM RELAÇÃO ÀS CRIANÇAS? COMO PAIS E PROFESSORES PODEM IDENTIFICAR O PROBLEMA? MUITOS TENDEM A JULGAR ALGUNS COMPORTAMENTOS COMO MANHA, MAU COMPORTAMENTO ETC. O TRATAMENTO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES É DIFERENTE DO QUE É FEITO EM ADULTOS? 
RIBEIRO – Cada vez mais crianças e adolescentes vão aos consultórios (pediatras e psicólogos clínicos) com queixa ou sintomas de estresse crônico.Os sintomas do estresse, em crianças e adolescentes, podem ser diferentes dos encontrados em adultos. Segue uma lista dos principais sintomas infantis: sintomas físicos – diarreia, dor de barriga, dor de cabeça, enurese noturna, falta de apetite, gagueira, hiperatividade, mãos frias esuadas, náuseas, ranger dos dentes, tensão muscular e tique nervoso; sintomas psicológicos – introversão súbita, terror noturno, agressividade, ansiedade, hipersensibilidade, dificuldades interpessoais, pesadelos, preocupação, impaciência, insegurança, desobediência, medo ou choro excessivo.

NINGUÉM FICA ESTRESSADO DO DIA PARA A NOITE. NA PRÁTICA, OCORRE UMA MUDANÇA LENTA E GRADUAL NA PESSOA. É POSSÍVEL PERCEBER E COMBATER O PROBLEMA ANTES DE ELE ESTAR DEFINITIVAMENTE INSTALADO?
RIBEIRO – O estresse agudo, que aparece em situações pontuais, é rápido e naturalmente adaptativo, mas é o estresse crônico que preocupa os especialistas, porque as pessoas vão ignorando o custo de se manterem tensas por muito tempo, produzindo cargas tóxicas de hormônios do estresse. No modelo quadrifásico do estresse, compreendemos que existem quatro estágios de evolução dos sintomas: fase de alerta (mãos e pés frios, boca seca, dor no estômago, aumento da transpiração, tensão e dor muscular, aperto na mandíbula, ranger os dentes ou roer unhas ou a ponta da caneta, diarreia passageira, dificuldade para dormir); fase de resistência (queixas de memória, mal- -estar generalizado, formigamento das extremidades, sensação de desgaste físico, mudança de apetite, problemas dermatológicos, hipertensão arterial, irritabilidade e desejo sexual diminuído); fase de quase- -exaustão (o processo de adoecimento se inicia e os órgãos que possuírem maior vulnerabilidade genética ou adquirida passam a mostrar sinais de deterioração); fase de exaustão (diarreias frequentes, dificuldades sexuais, insônia, tiques nervosos, hipertensão arterial, doenças dermatológicas, taquicardia, tontura frequente, pesadelos frequentes, apatia, cansaço excessivo, irritabilidade e angústia).

ALGUNS ESPECIALISTAS AFIRMAM QUE O ESTRESSE, EM CERTA MEDIDA, FAZ BEM, POIS AUMENTA A PRODUTIVIDADE E FORTALECE O SISTEMA IMUNOLÓGICO. O QUE ACHA DESSA ANÁLISE?
RIBEIRO – Muito cuidado! O estresse, inicialmente (fase de alerta ou “eustresse”), potencializa os recursos do organismo, torna a mente mais focada e ágil na resolução de problemas, mas, infelizmente, ninguém fica nesse estado por muito tempo. Há empresas que fomentam a cultura do estresse como algo positivo, mais produtividade em menos tempo, mas ignoram que o ganho imediato será perdido com o aumento de afastamentos por licença médica, perda da produtividade, perda da criatividade, aumento do número de acidentes de trabalho, aumento da rotatividade...


Pesquisas nacionais e internacionais têm obtido resultados semelhantes, ou seja, existem, em média, duas mulheres com diagnóstico de estresse crônico para cada homem. O principal argumento é em relação aos múltiplos papéis da mulher na sociedade contemporânea

OS PROFISSIONAIS, UNANIMEMENTE, DIZEM QUE O REMÉDIO CONTRA O ESTRESSE É MUDAR O ESTILO DE VIDA. CONTUDO, NA PRÁTICA, ISSO NÃO É TÃO SIMPLES. AS PESSOAS TÊM UMA ROTINA DITADA PELAS OBRIGAÇÕES PROFISSIONAIS E PESSOAIS E NEM SEMPRE É POSSÍVEL ALTERÁ- -LA, ALÉM DE DIFICULDADES INERENTES AO DIA A DIA. COMO LIDAR COM ISSO?
RIBEIRO – O estilo de vida pode ser fonte de estresse, mas modificá-lo poderá, inicialmente, ser ainda pior. Em minha opinião, existem mudanças mais fáceis e outras mais difíceis de serem implementadas, caso a caso. Não podemos criar uma terapia “antiestresse” mais estressante do que a própria vida do paciente. O meu trabalho é, principalmente, voltado para que o paciente se torne consciente de sua vida atual. Para isso, as práticas demindfulness (atenção plena) são, atualmente, as estratégias mais bem utilizadas nos grandes centros médicos, pois não impõem mudanças externas, mas, sim, que as pessoas saiam do “piloto-automático” de suas vidas e voltem a perceber os ritmos naturais, como a necessidade de se hidratar, de respirar profundamente, de descanso, de sonoetc.

VOCÊ PROCURA ESTUDAR E APLICAR AS POSSIBILIDADES DE ASSOCIAÇÃO ENTRE ABORDAGENS PSICOTERAPÊUTICAS CONVENCIONAIS, COMO TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL, E AS TERAPIAS COMPLEMENTARES, COMO ACUPUNTURA, HIPNOSE, BIOFEEDBACK, MEDITAÇÃO ETC. ESSAS FORMAS DE TRATAMENTO MAIS ALTERNATIVAS NÃO SOFREM PRECONCEITOS, PRINCIPALMENTE NO AMBIENTE CIENTÍFICO?
RIBEIRO – As terapias integrativas vêm sendo amplamente estudadas pela Medicina e Psicologia científicas atuais. O problema, muitas vezes, não está nas terapias em si, mas no despreparo dos profissionais que executarão tais abordagens. A falta de regulamentação da formação nessas terapias, com critérios claros de proficiência profissional, de um código de ética e de evidências científicas pode aumentar o preconceito profissional. Mas sinto, infelizmente, que o preconceito é, muitas vezes, maior nas associações de classe, que regulamentam as profissões de saúde, do que nos meios acadêmicos. Alguns conselhos profissionais avançaram na regulamentação de tais práticas, tais comoos federais de Enfermagem, Fisioterapia, Odontologia e o próprio Conselho Federal de Medicina. Quanto à Psicologia, temos, apenas, duas resoluções específicas, uma para a prática da Hipnose e outra para a Acupuntura (questionada no projeto do Ato Médico).

EXISTE ALGUM MOMENTO EM QUE O ESTRESSE PRECISA SER TRATADO COM MEDICAMENTOS?
RIBEIRO – Não existe remédio para o estresse, mas, sim, para as doenças relacionadas a ele. Medicar o estresse seria como desligar um alarme, que indica que estamos sob ameaça iminente. O melhor é entender as causas e, aí sim, modificá-las. Temos dados oficiais, que descrevem um aumento significativo da venda de medicações calmantes (benzodiazepínicos) e antidepressivas, usadas pela população geral, mas é importante compreender que elas não tratam as fontes do estresse e podem mascarar o desconforto, resultado de um estilo de vida negativo. Não somos contra a medicação, mas é preciso reconhecer que existem abusos em nossa sociedade.


Há empresas que fomentam a cultura do estresse como algo positivo, mais produtividade em menos tempo, mas ignoram que o ganho imediato será perdido com o aumento de afastamentos por licença médica, perda da produtividade, perda da criatividade, aumento do número de acidentes de trabalho e aumento da rotatividade

VOCÊ NÃO ACHA QUE HÁ UM RADICALISMO NO QUE SE REFERE AO USO DE MEDICAMENTOS, OU SEJA, ALGUNS PROFISSIONAIS INDICAM REMÉDIOS INADVERTIDAMENTE E OUTROS, SIMPLESMENTE, NÃO ACEITAM SUA UTILIZAÇÃO? 
RIBEIRO – É uma das questões complexas do sistema de saúde atual, pois envolve desde a formação técnica especializada dos «prescritores» até o interesse e pressão de uma poderosa indústria farmacêutica. Sou defensor de uma postura equilibrada entre a indicação precisa do medicamento e potencializar os recursos naturais de cura dos próprios pacientes. Os medicamentos são bem-vindos em um programa amplo de mudança do estilo de vida, mas não devem substituir o esforço pessoal por uma vida com sentido e propósito.

O ESTRESSE ESTÁ RELACIONADO COM A ATIVIDADE PROFISSIONAL, OU SEJA, HÁ PROFISSÕES MAIS SUSCETÍVEIS AO ESTRESSE? EM CASO AFIRMATIVO, QUAIS SERIAM? 
RIBEIRO – Sim. A atividade profissional pode, por si só, representar uma fonte importante de estresse, tais como demonstram os estudos com policiais e profissionais da área de segurança, controladores de voo e motoristas de ônibus, executivos e empreendedores, profissionais da saúde, professores e jornalistas. É importante enfatizar que, além da carga do próprio trabalho, as fontes internas de estresse são parte fundamental dessa equação. Por isso, observaremos médicos, no mesmo plantão, em estado de calma e concentração e, também, aqueles que estão sobrecarregados com o estresse crônico.


Fonte: Psique

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Conectados: 24h de olho nas redes sociais

Por R. Patresio Pesssoa 
Acadêmico de Jornalismo do CEULP/ULBRA

 "Gosto de usar as redes sociais como uma forma de propagação da minha fé. Mas, também confiro as novidades de outras pessoas e me informo sobre programações, eventos etc." é a resposta de um dos entrevistados sobre permanecer sempre conectado em redes sociais digitais.
Com a criação da internet e sua ascendência a partir da década de 1990, o universo virtual se tornou um campo a ser explorado. Neste lugar, além de estudar e informar com conteúdo selecionado pelo navegante ou internauta, há também a possibilidade de ser entreter, com vídeos, jogos, fofocas.
Neste universo virtual, também surgiram espaços para interação interpessoal, as chamadas redes sociais, onde se dá integração, mas também promoção pessoal, por meio de vídeos, fotos e posts que descrevem a rotina do indivíduo ou o que ele está sentindo. No mesmo local, as pessoas podem encontrar pares com gostos e ideias semelhantes formando assim grupos para tratar de assuntos específicos nas redes sociais.
Já foi necessário estar conectado em computadores pessoais (PC) ou Notebook, mas com a evolução tecnológica é possível acessar a internet e seu universo por meio de um aparelho telefônico, os smartphones. Essa modernização possibilitou a conexão mais duradoura entre as pessoas dentro das redes sociais.
Segundo informações disponibilizadas na versão eletrônica da revista Superinteressante, a Universidade de Chicago fez um estudo relacionado com as redes sociais. A pesquisa contou com 205 voluntários entre 18 e 85 anos que receberam smartphones por uma semana. Durante esse tempo, os pesquisadores entrevistavam os voluntários de meia em meia hora, querendo saber quais os seus desejos naquele instante. O resultado apontou que eles sentiam muito mais vontade de checar as redes sociais do que fazer qualquer outra coisa como fumar, beber ou até fazer sexo.
                  
Pelo jeito ficar conectado 24 horas por dia pode se tornar um vício entre as pessoas, porque algumas acabam esquecendo-se de outras coisas importantes como família, trabalho e amigos. A entrevistada Talanta Oliveira, estudante de Nutrição e violinista, fez um comentário bastante interessante:
 "Antigamente tínhamos que esperar chegar em casa para então ligar o PC e acessar a internet, hoje isso praticamente não existe mais. Com os smartphones podemos acessar a net a qual momento de qualquer lugar. Se antes era difícil ficar sem se conectar, agora então é impossível. E claro, isso nos ajuda muito, hoje temos em mãos um meio de comunicação rápido e eficaz. Porém  não poucas pessoas, mas quase todas, não conseguem mais se desligar, ficar algumas horas em off, aí eu me pergunto, até que ponto seria isso bom?!  Sabemos que isso tem aproximado pessoas que estão longe (do outro lado da telinha) mas, chega ao extremo  de afastar quem está perto (sentado ao seu lado). Hoje as redes sociais estão substituindo o real pelo virtual. Precisamos aprender usá-las corretamente"
 
A jovem Talanta Oliveira. Foto: Arquivo Pessoal
 Os participantes da reportagem apontaram que Facebook Twitter são as redes sociais mais acessadas por eles, que também utilizam outros mecanismos virtuais com o mesmo princípio, como o Skype e Whatsapp. Todos concordam que hoje, devido a presença e facilidade de acessar as redes sociais só aumentou a necessidade e o vício de estar conectado. "Toda hora não, mas varias vezes ao longo do dia [me conecto], por que elas facilitam nossa comunicação para trabalho, faculdade, encontro com os amigos, igreja. Um dia sem acessar, já fico desatualizado", conta a jovem Talanta.
Já Ivone Azevedo, contadora em uma empresa de contabilidade em Palmas (TO), considera que "hoje as pessoas estão mais virtuais, digamos assim, ou seja, passam mais tempo teclando do que tendo um bom papo com os amigos". Ela finaliza com convicção dizendo que, "a tecnologia é boa, mas se não for usada da maneira correta, vicia".
Fonte: (En)Cena

Extrato de cacau pode prevenir doença de Alzheimer

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Segundo um novo estudo da Escola de Medicina Icahn no Monte Sinai (EUA), um tipo de preparação específica do extrato de cacau, chamado de cacau lavado, pode reduzir os danos vistos nos cérebros de pacientes com doença de Alzheimer muito antes deles desenvolverem sintomas.

Cacau lavado é composto principalmente de polifenóis, antioxidantes também encontrados em frutas e legumes. Alguns estudos já sugeriram que polifenóis podem prevenir doenças degenerativas do cérebro.
O estudo

Os pesquisadores utilizaram ratos geneticamente modificados para imitar a doença de Alzheimer. Quando os animais receberam extrato de cacau lavado, a proteína β-amiloide não formou aglomerados pegajosos nos seus cérebros, conhecidos por danificar as células nervosas, conforme a doença de Alzheimer progride.

Dentro de vias nervosas saudáveis, cada célula nervosa emite um pulso elétrico até que ele atinja uma sinapse (espaços entre as células nervosas) onde provoca a liberação de substâncias químicas chamadas neurotransmissores, que passam informações adiante no cérebro.

Os aglomerados pegajosos de que falamos acima se constroem normalmente em torno de sinapses. A teoria é que eles interferem fisicamente com estruturas sinápticas e perturbam os mecanismos que mantêm a capacidade dos circuitos de memória. Além disso, desencadeiam respostas inflamatórias do sistema imunológico, como uma infecção, que acabam danificando nossas próprias células.

“Nossos dados sugerem que extrato de cacau lavado previne a formação anormal de aglomerados, evitando, em último caso, o declínio cognitivo”, disse o principal autor do estudo, Giulio Maria Pasinetti. “Dado que o declínio cognitivo na doença de Alzheimer se inicia décadas antes dos sintomas aparecerem, acreditamos que nossos resultados têm amplas implicações para a prevenção da doença de Alzheimer e da demência”.
Chocolate não, extrato de cacau lavado

Esse estudo é o primeiro a sugerir quantidades adequadas de polifenóis específicas para impedir a formação de aglomerados que danificam o cérebro como um meio de prevenir a doença de Alzheimer.

A equipe testou os efeitos de três tipos extratos de cacau que contêm diferentes níveis de polifenóis: natural, holandês e lavado. Cada tipo foi avaliado quanto à sua capacidade de reduzir a formação de aglomerações e proteger a função sináptica.

Extrato lavado, que tem o maior teor de polifenóis e atividade anti-inflamatória entre os três, foi o mais eficaz em reverter os danos às sinapses nos ratos do estudo.

“Houve algumas inconsistências na literatura médica sobre o benefício potencial de polifenóis do cacau na função cognitiva”, disse o Dr. Pasinetti. “Nossa descoberta de proteção contra déficits sinápticos pelo extrato de cacau lavado, mas não o holandês, sugere fortemente que os polifenóis são o componente ativo que resgatam a transmissão sináptica, uma vez que grande parte do conteúdo de polifenóis é perdido pela alta alcalinidade no processo holandês”.

Como a perda de função sináptica pode ter um papel mais importante no dano à memória do que a perda de células nervosas, o resgate da função sináptica pode servir como um alvo mais confiável para uma droga eficaz contra a doença de Alzheimer.

Além disso, o extrato de cacau lavado pode atuar como um suplemento dietético seguro, barato e facilmente acessível para prevenir a doença de Alzheimer, mesmo nos estágios iniciais assintomáticos da condição.


Fonte: Hypescience

Disponível em: http://hypescience.com/extrato-de-cacau-pode-prevenir-doenca-de-alzheimer/. Acesso em: 26 jun. 2014

Fazer várias tarefas ao mesmo tempo diminui a produtividade

Comprometer-se com muitas atividades sobrecarrega memória de trabalho e demanda mais esforço para concluí-las

                  
Você tem o hábito de responder e-mails, escutar música e falar com o colega de trabalho ao mesmo tempo? Cientistas da Universidade de Groningen, nos Países Baixos, garantem que o cérebro não consegue realizar com eficácia várias tarefas ao mesmo tempo. Em estudo publicado na Human Factor, mostram que alternar tarefas sobrecarrega a memória de trabalho (que armazena informações temporárias) e afeta a produtividade.

O psicólogo especialista em modelagem cognitiva Niels Taatgen e sua equipe pediram a voluntários que trabalhassem em algumas tarefas, com a liberdade de alterná-las o quanto quisessem. Os pesquisadores observaram que essa “autorização” levou-os a mudar constantemente o que faziam, mesmo que isso custasse esforço mental. Como os cientistas esperavam, tal comportamento aumentou o tempo gasto em cada tarefa, o que sacrificou a produtividade. Além disso, os participantes não demonstraram evidência de aprendizagem, ou seja, sua estratégia de alternar tarefas não gerou resultados melhores ao longo do tempo.
Você tem o hábito de responder e-mails, escutar música e falar com o colega de trabalho ao mesmo tempo? Cientistas da Universidade de Groningen, nos Países Baixos, garantem que o cérebro não consegue realizar com eficácia várias tarefas ao mesmo tempo. Em estudo publicado na Human Factor, mostram que alternar tarefas sobrecarrega a memória de trabalho (que armazena informações temporárias) e afeta a produtividade.

O psicólogo especialista em modelagem cognitiva Niels Taatgen e sua equipe pediram a voluntários que trabalhassem em algumas tarefas, com a liberdade de alterná-las o quanto quisessem. Os pesquisadores observaram que essa “autorização” levou-os a mudar constantemente o que faziam, mesmo que isso custasse esforço mental. Como os cientistas esperavam, tal comportamento aumentou o tempo gasto em cada tarefa, o que sacrificou a produtividade. Além disso, os participantes não demonstraram evidência de aprendizagem, ou seja, sua estratégia de alternar tarefas não gerou resultados melhores ao longo do tempo.

Fonte: Scientific American Mente Cérebro

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Substâncias usadas no dia a dia causam danos cerebrais a bebês

Componente antichama que reveste móveis e eletrônicos prejudica desenvolvimento de crianças com predisposição genética

               
Em seu estágio inicial de desenvolvimento, o cérebro do feto é particularmente vulnerável a produtos químicos. A exposição de grávidas a determinados agentes tem sido associada a quocientes de inteligência (QI) mais baixos e a transtornos psíquicos em crianças. É difícil precisar quanto essas substâncias interferem no sistema nervoso em formação, pois isso depende de vários fatores, como predisposição genética e quantidade de exposição.

Pesquisas recentes, porém, têm conseguido predizer os efeitos negativos de alguns componentes, entre eles os éteres difenil-polibromados (PBDEs), usados nas últimas duas décadas como retardadores de chamas em objetos como tecidos de cortinas, colchões, carpetes, móveis e eletrônicos. São substâncias que têm um “talento”pouco comum para permanecer no ambiente. Tanto que a Agência de Proteção Ambiental americana os classifica como poluentes orgânicos persistentes (Pops). Os PBDEs acumulam-se no corpo, principalmente em estruturas ricas em tecidos gordurosos, como o cérebro. Alguns estudos revelam ações dos PBDEs e seus metabólitos (produto de seu metabolismo pelo organismo): interferem, por exemplo, na regulação dos hormônios da tireoide, crítico para o desenvolvimento do cérebro no útero e nos primeiros meses de vida do bebê.

Um trabalho publicado em 2013 na Toxicological Sciences mostra que o PBDE-47 prejudica o crescimento de novos neurônios em adultos – processo importante para aprendizado e memória. Os efeitos sobre o cérebro em desenvolvimento, no entanto, são ainda mais sensíveis. A pesquisadora de saúde ambiental Julie Herbstman, da Universidade Colúmbia, descobriu que crianças de mães com alta concentração de PBDEs no sangue do cordão umbilical pontuaram menos em testes de desenvolvimento mental na primeira infância.

Há também evidências de relações dessas substâncias com sintomas de autismo. A microbióloga Janine LaSalle, do Instituto de Investigação Médica de Transtornos do Desenvolvimento da Universidade da Califórnia, estuda como os PBDEs e outros poluentes orgânicos influenciam o desenvolvimento fetal em termos moleculares. Ao pesquisar tecidos cerebrais de adultos diagnosticados com transtorno do espectro autista (TEA), ela descobriu uma quantidade anormal desses componentes. Eles se concentravam mais nas amostras provenientes de pessoas com tipos de autismo relacionados à participação significativa de fatores genéticos.

Janine testou também os efeitos dos PBDEs em ratos com a mutação genética associada à síndrome de Rett, cujos sintomas são muito semelhantes aos do autismo - como problemas no desenvolvimento da linguagem verbal, movimentos repetitivos e compulsivos e deformidades físicas como mãos e cabeça pequenas, e bem mais comuns em meninas. Ratos que receberam doses diárias de PBDEs, equivalentes à exposição humana média, tiveram fêmeas com déficit de habilidades sociais e comportamentais semelhantes aos sintomas de Rett. Segundo a microbióloga, isso ocorre por causa de uma metilação (modificação química) do DNA. Distribuídos sobre cada fita de DNA em nossas células, grupos metila influenciam a expressão de nossos genes – por exemplo, ligando genes que constroem neurônios no cérebro. Janine observou que o tecido cerebral de pessoas com autismo é significativamente submetilado – bem como o de filhotes de ratas expostas a PBDEs.

Mas, de acordo com a pesquisadora, essas substâncias não interferem na metilação do DNA em qualquer circunstância. Ela usa a metáfora de um recipiente se enchendo de água (ver imagem abaixo) para explicar que é preciso haver uma soma de fatores de risco para que o desenvolvimento cerebral seja afetado. Por exemplo, a exposição a PBDEs pode ser considerada um fator de risco para Rett apenas se uma gestante carrega a mutação genética associada à síndrome. Rett e diversos tipos de autismo surgem, na visão atual da ciência, de uma interação complexa entre fatores endógenos e ambientais. PBDEs são, assim, uma influência ambiental a mais que contribui, usando a metáfora anterior, para fazer a tina transbordar.
               
Fonte: Scientific American Mente Cérebro
Disponível em: <http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/substancias_usadas_no_dia_a_dia_causam_danos_cerebrais_a_bebes.html>. Acesso em: 13 jun. 2014

terça-feira, 10 de junho de 2014

Derivado da maconha combate fobia social sem causar dependência

                                 Derivado da maconha combate fobia social sem causar dependência


O derivado da maconha produziu efeitos positivos sobre a fobia social sem criar dependência.
Médicos da USP (Universidade de São Paulo) constataram que um composto derivado da maconha, o canabidiol, é eficaz no tratamento da fobia social.
A fobia social, ou Transtorno de Ansiedade Social (TAS), é um tipo de transtorno comportamental altamente incapacitante caracterizado pelo excesso de ansiedade ante situações de interação com outras pessoas.
Mateus Bergamaschi, Regina Queiroz e José Alexandre Crippa comprovaram que a substância extraída da maconha possui efeito ansiolítico, sem causar dependência, reduzindo sobretudo o medo de falar em público em pessoas que possuem fobia social.
O estudo envolveu a comparação entre dois grupos de voluntários com fobia social, um deles recebendo uma dose (600 mg) da substância canabidiol, enquanto o outro grupo recebeu um placebo.
Após duas horas, os participantes de ambos os grupos tiveram que preparar um discurso, de quatro minutos, para ser lido diante de uma câmera no momento em que viam sua própria imagem na televisão.
Observou-se que o desempenho das pessoas que receberam canabidiol foi superior, apresentando redução da ansiedade e mostrando-se mais confiantes. "Elas apresentaram menor nível de ansiedade em comparação com as que receberam apenas o placebo," relata Mateus.
A utilização do composto mostrou-se segura e bem tolerada. No entanto, ele ainda precisa ser aprovado por organismos nacionais e internacionais de regulação antes de poder ser aplicado em pacientes.
Transtorno Ansioso Social
O Transtorno Ansioso Social, vulgarmente chamado de fobia social, é um transtorno caracterizado por manifestações de medo, tensão nervosa, alarme e desconforto desencadeados durante exposição social. Manifesta-se quando o portador precisa interagir com outras pessoas, realizar tarefas sob observação ou participar de atividades sociais.
As pessoas afetadas por essa patologia reconhecem que seus medos são excessivos e irracionais, mas não conseguem evitar as sensações e buscam, de todas as formas, vivenciar situações sociais nas quais tenham que se expor.
Pessoas com ansiedade social são excessivamente preocupadas com o julgamento alheio, com a opinião dos outros a seu respeito, são perfeccionistas e determinadas.
Este isolamento e timidez tornam-se patológicos quando, por exemplo, a pessoa sofre algum prejuízo pessoal, como deixar de concluir um curso, uma faculdade ou uma entrevista por causa de um exame final por haver necessidade de exposição pública diante de um avaliador.
O tratamento atual consiste em atendimento psicoterápico e medicamentoso. Contudo, os medicamentos têm efeito demorado, podendo levar 20 dias para começar a agir, são caros e podem levar à dependência.
Assim, os resultados encontrados na pesquisa podem subsidiar a elaboração de uma nova alternativa de tratamento a estas pessoas.
Fonte: Diário da Saúde

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Canabidiol tem efeitos benéficos comprovados para tratar ansiedade


A utilização controlada do Canabidiol (um composto da maconha) para fins médicos mostrou-se eficaz no tratamento da fobia social — um tipo de transtorno psiquiátrico altamente incapacitante, que atinge aproximadamente 13% dos brasileiros

Pesquisa comprovou que substância possui efeito ansiolítico

Pesquisa realizada no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP), (USP) em parceria com a Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP), ambas da USP, comprovou que a substância extraída da maconha possui efeito ansiolítico, sem causar dependência, reduzindo, sobretudo, o medo de falar em público em pessoas que possuem fobia social.

A tese de doutorado do pesquisador Mateus Bergamaschi foi orientada pela professora Regina Queiroz, da FCFRP, e pelo professor José Alexandre Crippa, da Faculdade de Medicina.

Testes de simulação para falar em público foram realizados com 24 pessoas, alunos de graduação e pós-graduação selecionados para participar da pesquisa. Eles apresentavam fobia social, mas nunca haviam sido tratados. Foram formados dois grupos — um recebeu uma dose (600 mg) da substânciaCanabidiol e, outro, um placebo — droga sem efeitos práticos. Após duas horas, os participantes de ambos os grupos tiveram que preparar um discurso, de quatro minutos, para ser lido diante de uma câmera no momento em que viam sua própria imagem na televisão.

Observou-se que o desempenho das pessoas que receberam Canabidiol foi superior, apresentando redução da ansiedade e mostrando-se mais confiantes. “Elas apresentaram menor nível de ansiedade comparado aos que receberam apenas o placebo”, relata Mateus Bergamaschi.

Os resultados inéditos são importantes na medida em que oferecem uma nova alternativa de tratamento a estas pessoas, melhorando a qualidade de vida e aumentando as chances de sucesso do tratamento. A utilização do composto mostrou-se segura e bem tolerada por humanos. No entanto, ele ainda precisa ser aprovado por organismos internacionais de regulação antes de ser aplicado em pacientes.

O medo
O Transtorno Ansioso Social, vulgarmente chamado de fobia social, é um transtorno caracterizado por manifestações de medo, tensão nervosa, alarme e desconforto desencadeados durante exposição social. Manifesta-se quando o portador precisa interagir com outras pessoas, realizar tarefas sob observação ou participar de atividades sociais.

As pessoas afetadas por essa patologia reconhecem que seus medos são excessivos e irracionais, mas não conseguem evitar as sensações e buscam, de todas as formas, vivenciar situações sociais nas quais tenham que se expor.

Pessoas com ansiedade social são excessivamente preocupadas com o julgamento alheio, com a opinião dos outros a seu respeito, são perfeccionistas e determinadas.

Este isolamento e timidez tornam-se patológicos quando, por exemplo, a pessoa sofre algum prejuízo pessoal, como deixar de concluir um curso, uma faculdade ou uma entrevista por causa de um exame final por haver necessidade de exposição pública diante de um avaliador.
Tratamento
O tratamento atual consiste em atendimento psicoterápico e medicamentoso. É, no entanto, demorado — podendo levar 20 dias para apresentar efeito, caro e ainda pode levar à dependência. Assim, os resultados encontrados na pesquisa podem subsidiar a elaboração de uma nova alternativa de tratamento a estas pessoas.

Foto: Marcos Santos / USP Imagens

Fonte: Agência USP de notícias

Disponível em: <http://www.usp.br/agen/?p=160915>. Acesso em: 9 jun. 2014

terça-feira, 3 de junho de 2014

Solidariedade sem transcendência?

Para Freud, a disposição de cuidar do outro em estado de desamparo seria a origem de um tipo de identificação
              
Uma antiga questão na filosofia da ética e na psicologia moral é saber se seria possível explicar a origem do sentimento de solidariedade sem recorrer a algum pressuposto transcendente, seja ele de natureza teológica, como Deus ou a imortalidade da alma, seja de compleição metafísica, como a universalidade da razão ou a liberdade essencial do homem.

O caminho tomado pela psicanálise, nesta matéria, é ambíguo. Freud falava em um sentimento de espontânea prestatividade diante de um outro que é percebido como próximo de nós (Nebnmensch). Essa disposição de cuidar do outro quando este é percebido em estado de desamparo, vulnerabilidade ou dependência seria a origem de um tipo de identificação, que permanece no sujeito e faz com que ele inverta esta orientação para o cuidado daqueles que ele reconhece vulneráveis.

Até aqui Freud caminha ao lado de Adam Smith, ao reconhecer no altruísmo uma reversão e um retorno disfarçado do egoísmo, ou de Marcel Mauss, que postulava a universalidade da lei que nos obriga a dar, receber e retribuir. Ou seja, nada de sentimento genuíno e desinteressado de auxílio e colaboração, mas “amor por si” disfarçado em ajuda e devoção ao outro. 

Com Lacan, além da reversão narcísica da passividade do outro, esse sentimento é uma fonte de gozo. E o gozo é um mal porque comporta o mal do próximo. Se a grama do vizinho é mais verde, é lá que vamos armar nosso próprio inferno particular. Percebemos em nosso semelhante um gozo-a-mais, excessivo, perturbador, que é o gozo que ignoramos ou não admitimos em nós mesmos, como na homofobia, sexismo, ou ressentimento de classe. Haveria uma solidariedade do gozo, mas ela é percebida como nociva, porque inevitavelmente impõe uma fantasia sobre outra. Esta colusão desastrosa entre narcisismo das pequenas diferenças elevado à condição máxima de reconhecimento cria uma solidariedade, mas é uma solidariedade pelo mal, como queria Sade ao interpretar a natureza como disposição à destruição.

Contudo, nem só de narcisismo e supereu vive o homem. A gênese da solidariedade não precisa derivar da decepção, pois sempre é possível e gozoso descobrir más intenções por trás dos melhores atos. Uma solução está em imaginar que o ato solidário vem antes da solidariedade. Ele a cria e não a segue ou respeita como um valor pré-constituído. Este ato imponderável, anterior e de certa maneira indiferente ao próprio sistema de interesses, cria suas próprias condições de possibilidade. Talvez fosse isso que Lacan procurava em seu fracassado seminário sobre o ato analítico. 

Fonte: Scientific American Mente Cérebro

Disponível em: http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/solidariedade_sem_transcendencia_.html. Acesso em: 03 jun. 2014

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Boas relações em tratamento amenizam transtorno alimentar

Pesquisa realizada por equipe da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP aponta que vínculo entre pacientes com transtornos alimentares (TAs) e profissionais da saúde aumenta a adesão ao tratamento. Por outro lado, a rotatividade de funcionários dos hospitais dificulta a criação de laços entre as duas partes. No estudo desenvolvido pela psicóloga Tatiane Mitleton Borges Ramos, foram analisadas 15 pacientes, todas do sexo feminino e em tratamento no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP) da USP.
Vínculo entre pacientes e profissionais aumenta adesão ao tratamento

Durante a pesquisa, as pacientes relataram que empatia, interesse e diálogo são requisitos primordiais para os profissionais que lidam com casos de TAs. “Elas afirmaram que alguns profissionais, apesar de possuírem competência técnica, não apresentaram boa postura de cuidado”, afirma a pesquisadora.

O primeiro contato do paciente com seu tratamento é “permeado por sentimentos como medo, desorientação, vergonha e tristeza. Por isso, é necessário que o profissional da saúde que recebe essas pessoas mostre-se afetuoso e compreensivo”, ressalta a psicóloga. Pesquisas voltadas para esse público são importantes, segundo Tatiane, uma vez que os TAs atingem cerca de 100 mil brasileiros.

Os resultados do trabalho de Tatiane foram apresentados em sua tese de doutorado Acolhimento e vínculo na assistência de pessoas com diagnóstico de transtornos alimentares, defendida em dezembro de 2013, na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP, com orientação do professor Luiz Jorge Pedrão.

Humanização do sistema de saúde

Um dos relatos destacados pela pesquisadora — “Como eu vou conseguir me permitir ser tratada por essa pessoa? Ela faz de conta que não me conhece na rua” — mostra a importância que esses pacientes dão à relação com o profissional. No estudo, a psicóloga detectou que 77,2% das participantes consideram o atendimento que recebem satisfatório, porém, por meio de relatos, evidencia que a maioria dos profissionais não está preparada, porque não possuem visão geral sobre o estado de saúde das pacientes. “Prestar atendimento às pessoas com TAs é, em sua maioria, lidar com pacientes frágeis e delicados, permeados por medo e insegurança”, conta a psicóloga.


Durante as entrevistas, as pacientes também ressaltaram a indicação excessiva de remédios como mais um fator que abala a confiança delas com a equipe hospitalar. “Para elas, os profissionais devem atuar como ‘apoio’ nos momentos de dificuldade e tensão. Para isso, é necessário o estabelecimento de um vínculo profissional-paciente que esteja além da indicação de medicamentos”, diz a pesquisadora. Tatiane defende a humanização do sistema como uma das possíveis soluções para os problemas descritos na pesquisa. E, para ela, humanização do sistema de saúde envolve menor rotatividade de profissionais, assistência com foco na integralidade do paciente e posturas profissionais mais empáticas, amistosas e abertas ao diálogo. Essas são “ações necessárias para tratamentos tão complexos quanto esses.”

A psicóloga encontrou, durante o estudo, pacientes que resistiam ao tratamento. “Eu não tenho nada disso, quero ir embora!”, afirmou uma delas. Com base em comportamentos como esse, a pesquisadora aponta que profissionais que conseguem atrelar posturas firmes, compreensivas e afetuosas são os mais aptos para lidar com casos de TAs. “Alguns usuários, inclusive, defenderam posturas mais firmes e até mesmo coercitivas, para que a saúde do paciente seja restabelecida”, salienta a psicóloga. Além disso, em alguns casos foi relatado haver ruído e obstáculos na transmissão de informações entre os profissionais. “Devido à rotatividade, alguns profissionais que estão cuidando do caso possuíam pouca intercomunicação”, explica a pesquisadora.

“Um dos principais desafios enfrentados pela equipe de saúde é conseguir se relacionar com o paciente de maneira empática e respeitosa, vencendo as resistências, sendo criativo e adaptável aos recursos do sistema de saúde”, diz Tatiane. “Para os pacientes, vejo que o maior desafio é vencer o medo de se vincular aos profissionais, além de aceitarem que estão realmente doentes e que precisam de ajuda”, conclui. A pesquisa, realizada entre setembro de 2010 e agosto de 2013, mostra que aspectos do serviço analisado como a técnica, postura, afetividade, relação terapêutica e continuidade precisam ser melhorados para uma maior qualidade no tratamento de TAs.
Foto: Pedro Bolle / USP Imagens
Mais informações: email mitleton@yahoo.com.br, com Tatiane Mitleton Borges Ramos

Fonte: Agência USP de notícias

Disponível em: <http://www.usp.br/agen/?p=177985>. Acesso em: 30 mai. 2014

Mostra inédita na América Latina conta a história da maconha

Objetos históricos evidenciam uso milenar da planta, tanto medicinal e recrativo quanto industrial; debates sobre políticas antidrogas também marcam a exposição
              
A mostra A história da Cannabis: uma planta proibida, inédita na América Latina, fica até 4 de julho na Matilha Cultural. O projeto narra a história da planta Cannabis sativa L., conhecida como maconha, ao longo do desenvolvimento social e cultural da humanidade, através de fotos, ilustrações e objetos do Hash Marihuana & Hemp Museum, que tem sede em Amsterdã e em Barcelona.

O museu dividiu os diversos painéis ilustrativos que compõe a exposição em quatro aspectos da erva: o medicinal, o industrial e o histórico/cultural, abordando seu uso milenar em tratamentos de saúde, a importância do cânhamo (fibra com que se produz papel e tecido) ao longo de anos e as variedades do uso recreativo da maconha em diversas culturas e épocas; por fim, a mostra aborda o aspecto da proibição, explorando a polêmica que envolveu a Cannabis no último século, a Guerra às Drogas e o debate público sobre novas políticas de legalização.

Os itens históricos que fazem parte da mostra incluem embalagens antigas e receitas de remédios a base de Cannabis do século 19, instrumentos tradicionais para processar a fibra de cânhamo e livros raros dos anos 50. Nenhum objeto contém THC, principal substância psicoativa encontrada em flores e plantas de maconha e proibida no Brasil.

A Matilha Cultural, espaço que hospeda o evento, oferece ainda uma programação especial, que inclui filmes como Quebrando o Tabu, em exibição no dia 31/05 às 19h, que traz entrevistas com os presidentes Bill Clinton, Jimmy Carter e Fernando Henrique Cardoso, em uma crítica à guerra às drogas liderada pelos Estados Unidos. O centro cultural promove também debates sobre o tema, que já contaram com a presença do neurocientista americano Carl Hart, professor da Universidade Columbia, cujo trabalho tem questionado a visão tradicional sobre os efeitos das drogas ilícitas. No dia 04/06, serão discutidos modelos possíveis de regulação da Cannabis. A programação completa pode ser conferida no site do local.

A história da Cannabis: uma planta proibida. Matilha Cultural. Rua Rego Freitas, 542 – São Paulo. De terça à domingo, das 14h às 22h. Informações: (11) 3256-2636. Grátis. Entrada restrita a maiores de 18 anos. Até 04 de julho.

Fonte: Scientific American Mente Cérebro

Autoaceitação prepara você contra a autodestruição

Quando nos defrontamos cara-a-cara com os fracassos, pode ser difícil lidar com as nossas imperfeições e suas consequências desastrosas.
E tudo fica pior quando isso nos leva a comportamentos que tentamos evitar a todo custo.
"Afogar as mágoas" na bebida, comer mais do que o necessário, ceder a uma autoindulgência em compras que só terão como consequência o estouro das nossas finanças são exemplos de práticas que as pessoas costumam usar para tentar encobrir as próprias frustrações.
Mas pode haver uma forma de treinamento para evitar cair nessas armadilhas da próxima vez que você falhar.
Autoaceitação
A melhor maneira de aumentar a autoestima e evitar comportamentos autodepreciativos é a prática da autoaceitação, garantem Soo Kim e David Gal, da Universidade Northwestern (EUA).
Através de cinco experimentos, os autores confirmaram que a prática da autoaceitação ajuda a reduzir a probabilidade de uma pessoa se engajar em comportamentos prejudiciais.
A autoaceitação também aumentou a disposição dos voluntários para trabalhar para melhorar as áreas nas quais apresentam maiores deficiências.
"Quando as crenças e expectativas de uma pessoa são detonadas, isso pode afetar negativamente a sua autoestima. Ao contrário da autoestima, aautoaceitação, que é inerentemente incondicional, pode preparar melhor alguém para as falhas inevitáveis, em última análise servindo como uma alternativa menos volátil para promover o bem-estar," escreve a equipe em seu artigo.
Senso de realidade
Mas é preciso não exagerar.
Embora os benefícios da autoaceitação possam ajudar a aumentar a autoestima como um meio para promover o bem-estar, os autores advertem contra o uso de louvores imerecidos, que podem dar às pessoas crenças irrealistas sobre si mesmos e expectativas sobre suas habilidades sem fundamentação real.
Fonte: Diário da Saúde

Por que alguns pacientes de Alzheimer não apresentam déficit cognitivo?

Por que alguns pacientes com doença de Alzheimer chegam até o final de suas vidas sem apresentar comprometimento cognitivo?
Desde a época do próprio Dr. Alois Alzheimer, duas proteínas (beta-amiloide e tau) tornaram-se o equivalente da doença de Alzheimer.
Mais recentemente, contudo, pesquisadores mostraram que as beta-amiloides podem ser uma defesa do cérebro, levantando a nefasta possibilidade de que medicamentos desenvolvidos para atacar as placas dessas proteínas podem estar ajudando a piorar a doença.
Agora, um novo estudo desafia a noção de que tau e beta-amiloides sejam as únicas proteínas responsáveis pelas características clínicas da doença.
Envelhecimento resiliente do cérebro
Em um grande estudo clínico-patológico baseado em neuroimagens de pacientes que morreram com a doença, pesquisadores da Clínica Mayo (EUA) demonstraram que uma terceira proteína, chamada TDP-43, desempenha um papel importante no Alzheimer.
Pacientes cujos cérebros apresentavam a TDP tinham 10 vezes mais probabilidade de apresentar déficit cognitivo em comparação com pacientes que não tinham a proteína, mostrando que a TDP-43 tem o potencial para sobrepujar o que tem sido chamado de "envelhecimento resiliente do cérebro".
"Nas fases iniciais da doença, quando a patologia era menos grave, a presença da TDP-43 foi fortemente associada à disfunção cognitiva. Consequentemente, a TDP-43 parece desempenhar um papel importante nas características cognitivas e de neuroimagem que têm sido associadas à doença de Alzheimer," diz a neurologista Keith Josephs.
A equipe também descobriu que os pacientes que sofriam de maior comprometimento cognitivo e atrofia temporal medial, no momento da morte apresentavam maior carga de TDP-43 e tinham a proteína em um maior número de regiões do cérebro.
"É por isso que acreditamos que a TDP-43 pode ajudar a lançar alguma luz sobre o fenômeno da cognição resiliente no Alzheimer e explicar por que alguns pacientes permanecem clinicamente normais, enquanto outros não, apesar de ambos terem graus semelhantes de patologia," concluiu a médica.
Fonte: Diário da Saúde