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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Intuição: faz sentido?

Por Odenice Rocha 
Acadêmica de Jornalismo do CEULP/ULBRA

A intuição humana é um fenômeno tão bizarro quanto comum. Quem nunca sentiu aquele comichão na boca do estômago dizendo "tem alguma coisa aí"? Mesmo os casos em que não há tragédia no meio não são menos assustadores. Existem pessoas cuja intuição é tão poderosa que elas parecem capazes de ler a mente das pessoas. Segundo a Revista Super Interessante, o psicólogo americano Silvan Tomkins, por exemplo, enriqueceu apostando em cavalos porque, segundo ele, sabia se um animal poderia vencer "só de olhar a expressão no rosto dele". Mas e aí? Tudo isso é real? A intuição é mesmo capaz de ler mentes? E de prever o futuro? A resposta é contraintuitiva. 
Mas o que é intuição, afinal de contas? Grosso modo, dá para dizer que existem 3 tipos bem diferentes. O 1º é aquilo de saber o que outra pessoa está sentindo sem fazer força. É "ler a mente" dos outros. O 2º tipo de intuição é o que tem a ver com a experiência: você pratica tanto alguma coisa que não precisa mais pensar para fazê-la - tipo trocar as marchas do carro. Só que algumas pessoas aprendem a fazer coisas bem menos banais. Quase sobrenaturais, na verdade. O 3º tipo é o mais polêmico. É o daquela intuição do Júlio do Mamonas e da Cida do BBB: a capacidade de prever o futuro.

Então vamos começar por esse, claro. Do ponto de vista científico, nós temos premonições o tempo todo. É que prever o futuro pode ser algo tão simples quando saber que, quando um pit bull late para você de dentro de uma garagem com o portão aberto, é sinal de um grande problema pela frente. Nós precisamos desse nível básico 1 de premonição para sobreviver. Mas isso é algo tão automático que ninguém nem chama de "prever o futuro". Premonição para valer é algo mais complexo, como ter certeza de que um avião vai cair, certo? Você sabe disso. Mas seu cérebro não.
Ele trata os problemas simples e os complexos do mesmo jeito. Por exemplo: sua massa cinzenta tem 100% de confiança que, depois de um raio, vai vir o som de um trovão. E nesses casos, que dependem de leis regulares da natureza, ela acerta sempre. Mas o cérebro é gente como a gente: bastam esses pequenos sucessos que ele se empolga, fica se achando. Aí tenta prever coisas bem mais complexas, como as chances de seu avião sofrer um acidente.

 Claro que ele não tem nenhuma competência para isso. Mas acha que tem. Então, num dia em que você estiver indo para o aeroporto e sentir que não deve embarcar, lembre-se: é que seu cérebro ficou computando o risco de o avião cair e, desta vez, concluiu que, sim, se você entrar na aeronave, acabou.

Só que tem uma coisa: se você não der ouvido a ele, embarcar e nada acontecer, a premonição errada vai para o lixo da mente junto com bilhões de outros erros de avaliação que o cérebro faz o tempo todo. E fica tudo por isso mesmo. 

Já se você ficou com tanto medo que achou melhor não viajar e o avião acabou caindo, a certeza de que a previsão estava certa será total. Até por isso as histórias de premonições nunca param: houve 51 acidentes com aviões comerciais em 2009. Se só um dos passageiros que deveriam estar nesses voos não embarcou por medo, temos um caso praticamente comprovado de premonição. Ou seja: a chance de que haja coincidência não é nada desprezível. E vale a mesma coisa no caso de quem prevê a morte de uma pessoa querida. A Cida do BBB sabia que a irmã estava doente. Havia uma preocupação natural. E mais: da mesma forma que o cérebro pode dizer que o avião vai cair e não tem outro jeito, ele pode dar um tilt e concluir por A + B que uma pessoa vai morrer num determinado dia. Isso é o que explica o caso de Cida. 

Mas o lado puramente ilusório da intuição acaba aí. O que vamos ver daqui para a frente são fatos reais, ligados àqueles outros dois tipos de intuição. E, justamente por serem fatos reais, concretos, são os que mais assustam. 

Victor Braden percebeu que acontecia algo estranho toda vez que ele assistia a uma partida de tênis: viu que sabia quando um tenista ia cometer dupla falta. No jogo, para quem não sabe, o atleta tem duas chances de sacar. Então pode soltar o braço na 1ª e, se a bola for na rede ou para fora, parte para a 2ª tentativa. Dupla falta é quando ele erra nesta última. Bom, Victor percebeu que era só o tenista jogar a bolinha para cima, na fração de segundo entre o movimento de saque e o toque na bola, ele podia dizer "Putz, dupla falta!" que não tinha erro: o tenista perdia o saque. Nosso vidente aqui é um bem-sucedido treinador de tênis. Mas isso não parecia o suficiente para justificar tal desempenho. Duplas faltas são raras. Um jogador profissional pode sacar centenas de vezes e cometer só 3 ou 4 delas. "Cheguei a ficar com medo. De cada 20 palpites eu estava acertando 20!", disse Braden ao jornalista Malcom Gladwell. . 

Que tipo de sutilezas de movimento Braden observava para diagnosticar um saque defeituoso antes que ele acontecesse? Ele não tem como responder. Simplesmente sabe se o tenista vai acertar ou não. E ele não é um caso isolado. Esse mesmo instinto guiou 6 especialistas diferentes em arte antiga quando eles viram o que estava sendo propagandeado como uma obra-prima da escultura grega. Era a estátua de um jovem nu supostamente datada do século 6 a.C. pela qual o Museu J. Paul Getty, nos EUA, tinha pago US$ 10 milhões. Análises conduzidas pelo geólogo Stanley Margolis, da Universidade da Califórnia, revelaram que a estátua estava recoberta por uma fina camada mineral, que só poderia ter sido formada ao longo de centenas de anos, ou mesmo milênios, de envelhecimento do mármore. Mas os especialistas bateram o pé: algo lhes dizia que a estátua era falsa. Eles não sabiam dizer exatamente por quê. Mas tinham uma sensação firme de que a estátua era falsa. Quem estava certo, a análise do geólogo ou o olhômetro instantâneo dos especialistas? O olhômetro. Pouco a pouco, investigações conduzidas pelo museu (depois que ele já tinha desembolsado a dinheirama para adquirir a estátua, infelizmente) mostraram, entre outras coisas, que os certificados de autenticidade da obra tinham sido falsificados; que uma escultura bem parecida com ela tinha vindo da oficina de um falsificador em Roma; e que a suposta cobertura mineral antiga podia ser produzida em dois meses, com a ajuda de bolor de batata. Pois é. A intuição se mostrou mais racional que a razão.

O que Braden e os especialistas em arte sentem é aquele outro tipo de intuição: o que melhora com a experiência sem que a gente se dê conta. Tudo de forma inconsciente. 
O psicólogo Timothy Wilson, da Universidade da Virgínia, compara essa habilidade ao piloto automático das aeronaves. "A mente trabalha melhor relegando ao inconsciente uma boa parcela do pensamento racional, assim como um jato de passageiros consegue voar com pouca intervenção do piloto."

Alimentar essa máquina inconsciente é simples. Se você joga tênis, pode ir acumulando tantas informações sobre o jogo ao longo dos anos a ponto de, um dia, prever se um tenista vai cometer dupla falta sem pensar um segundo.

Um experimento da Universidade de Iowa conseguiu flagar esse processo de aprendizado inconsciente no momento em que ele acontecia. 
Segundo a Revista Super Interessante, que fez um experimento com alguns grupos, para testar a intuição,  especifica que aviam gurpos azuis e vermelhos, com 4 maços de cartas. A missão dos voluntários da brincadeira era ir virando as cartas ao acaso: dependendo do que aparecia nelas, a pessoa ganhava ou perdia pequenas quantias em dólares. A sacanagem embutida na experiência é que as cartas vermelhas ofereciam um ou outro prêmio bacana, mas na maioria das vezes correspondiam a grandes penalidades, que fariam o jogador ficar sem nada se ele insistisse em virá-las. O bom mesmo era virar só as cartas azuis, que sempre traziam um prêmio considerável e, no máximo, penalidades suaves. O grupo de Iowa queria saber com que velocidade os jogadores perceberiam a maldade e passariam a preferir as cartas azuis. É aqui que a coisa fica maluca. Após virar, em média, umas 50 cartas, os participantes já passavam a evitar quase sempre os maços vermelhos. Mas eles não sabiam dizer o motivo. Eles só conseguiam explicar por que preferiam os maços azuis quando o número de cartas viradas chegava a 80. Para entender melhor o que se passava na cabeça dos participantes, os cientistas mediram suas reações fisiológicas. Então plugaram os sujeitos numa máquina que mede a produção de suor nas glândulas que as pessoas têm na palma das mãos.
Ora, como sabe qualquer pessoa que já tenha passado por uma entrevista de emprego, é comum que as mãos fiquem molhadas de suor quando estamos nervosos, um indicador clássico de estresse. Acontece que, em torno da 10ª carta virada - umas 40 cartas, portanto, antes de as pessoas conseguirem verbalizar a razão de seu desconforto -, o suadouro nas mãos ligado ao estresse já se manifestava diante do maço de cartas vermelhas.

Uma regra inconsciente já tinha se apoderado do sistema nervoso dos participantes sem que eles soubessem. A intuição dizia para eles tomarem a atitude certa antes que a parte racional do cérebro soubesse o que estava acontecendo. Intuição 1 x 0 razão. E não é só no baralho que isso acontece, claro. Essa mesma lógica irracional pode determinar se um casamento vai dar certo ou não.

A equipe do psicólogo e terapeuta de casais John Gottman desenvolveu o que poderíamos considerar uma versão mais sofisticada do experimento das cartas. Foi um processo bem mais trabalhoso: ao longo de décadas, Gottman e companhia observaram e filmaram 3 mil casais em conversas supérfluas, sobre qualquer tema do relacionamento deles que tivesse desembocado em alguma discordância - o novo cachorro da casa, por exemplo.
Só para garantir a correlação entre o que era dito e as reações automáticas do organismo (muito menos mentirosas que as palavras), marido e mulher também eram plugados a medidores de batimentos cardíacos, temperatura da pele e produção de suor. Os pesquisadores da Universidade de Washington logo perceberam que apenas 4 indicadores eram suficientes para prever o fracasso de um relacionamento. Gottman apelidou esses indicadores de Quatro Cavaleiros (por analogia com os do Apocalipse): ficar na defensiva, dificultar a discussão, crítica e desprezo.
"Desses, no entanto, o desprezo de longe é o mais importante", afirma Paul Bloom, psicólogo da Universidade Yale (EUA) que adota a classificação proposta por Gottman. "A sentença de morte de um casamento não é quando o casal briga muito, nem mesmo quando eles parecem se odiar, mas quando há desprezo recorrente", diz Bloom. Pequenos sinais dessa emoção negativa em conversas, como rápidas viradas de olhos, especialmente se aparecerem com frequência, são marcas tão claras de que a coisa vai mal que a equipe de Gottman já está conseguindo índices de previsão próximos a 90% analisando apenas 3 minutos de conversas em vídeo.

Para Gottman e seus colegas, o fato de que essas pequenas amostragens de conversas são o suficiente para prever o futuro de um casamento sugere que os relacionamentos possuem uma espécie de "pulso" ou "assinatura" constante, que tende a se repetir ao longo do tempo. Portanto, bastaria conseguir captar esse "pulso" de forma mais ou menos instantânea para saber o que vai acontecer no longo prazo. Se alguém recém-separado diz algo como "Intuí na lua de mel que o nosso casamento não daria certo", é que o cérebro dele, ou dela, pescou essas assinaturas sem pensar.
Com informações da Revista Exame Superinteressante
Fonte: (EN)Cena


Disponível em: <http://ulbra-to.br/encena/2013/12/21/Intuicao-faz-sentido>. Acesso em: 26 dez. 2013

Epilepsia: O que é, como tratar e como evitar o preconceito

A epilepsia é um distúrbio neurológico crônico, sobre o qual há muito desconhecimento e muitos preconceitos.
Historicamente, as pessoas com essa doença enfrentam um estigma que ignora o que é realmente a epilepsia.
Nesta entrevista, o professor de neurologia William Tatum, da Clínica Mayo (EUA), esclarece os principais pontos sobre a doença e seus tratamentos.
O que é epilepsia?
Epilepsia é um distúrbio neurológico caracterizado por crises espontâneas e recorrentes.
Os sintomas das crises epilépticas variam. E há vários tipos de crises epilépticas, entre as quais a convulsão. Algumas pessoas com epilepsia simplesmente mantêm um olhar fixo e vago por alguns segundos, durante uma crise. Outras perdem a consciência ou contorcem seus braços e pernas repetidamente.
Na maioria dos casos, a crise epiléptica é indolor.
A epilepsia é um distúrbio neurológico, no qual a atividade das células nervosas no cérebro é alterada, causando a crise.
Quais são as falácias e mitos sobre a epilepsia?
Algumas pessoas pensam, erroneamente, que é uma doença contagiosa ou infecciosa. Outro mito é o de que a pessoa pode engolir sua língua durante um ataque. Algumas pessoas pensam que todos os pacientes com epilepsia sofrem de deficiência mental.
A epilepsia pode ser causada por um dano cerebral?
Pode, especialmente em crianças. Há várias causas da epilepsia. Dois grupos etários comumente afetados pela epilepsia são as crianças muito novas, com menos de 1 ano de idade, e a população idosa.
Os bebês podem ser afetados por traumas de nascimento e vários defeitos metabólicos ou por malformações congênitas do cérebro. Entre os idosos, problemas como acidente vascular cerebral, demência e doença de Alzheimer são causas significativas de epilepsia.
Quais são as principais causas da epilepsia?
As causas variam desde infecções, tais como meningite e encefalite, a trauma pré-natal, trauma causado por acidentes, fatores genéticos, tumores cerebrais ou acidente vascular cerebral. Em pessoas com mais de 65 anos, acidente vascular cerebral e problemas vasculares são as principais causas.
A epilepsia é mais comum em homens ou mulheres?
A epilepsia afeta homens e mulheres da mesma forma.
Como a doença pode afetar a vida de uma pessoa? Quem sofre de epilepsia pode, por exemplo, dirigir um carro?
Normalmente, não é permitido a uma pessoa, com crises frequentes de epilepsia, dirigir um carro. Por causa da imprevisibilidade das crises, o risco é alto de acidente de carro, queda ou afogamento. Pessoas com epilepsia têm permissão para dirigir quando a situação está sob controle. Mas a duração do tempo considerado sem crises varia de estado para estado, de país para país.
Por que as pessoas têm vergonha dessa doença?
Os pacientes não sentem vergonha, no sentido estrito da palavra, mas podem ficar constrangidos se uma crise é observada por outras pessoas. Um paciente que sofre crises epilépticas nunca sabe realmente quando o próximo momento constrangedor vai acontecer ou onde. Ele pode estar participando de um evento público ou de uma reunião familiar e, de repente, acordar e ver muitas pessoas em torno dele, perguntado se está tudo bem. Isso pode ser embaraçoso para ele e pode levá-lo a se afastar de situações sociais e reduzir sua qualidade de vida.
Devido aos estigmas associados à falta de entendimento da epilepsia como um problema médico, as crises epilépticas podem provocar fortes reações emocionais em observadores.
Todos sabem que existem celebridades que se tornam defensoras de pacientes com algumas doenças. Por exemplo, Jerry Lewis defendeu os pacientes com distrofia muscular. Michael J. Fox defende os pacientes com doença de Parkinson.
No caso da epilepsia é um pouco diferente, por causa do medo gerado pelo desconhecido nos outros e o estigma associado à doença. É preciso promover mais a conscientização sobre a epilepsia, porque, afinal, ela é o terceiro distúrbio mais comum que vemos em neurologia.
Existem bons tratamentos disponíveis, novas opções com medicamentos e novos tipos de cirurgia, que podem melhorar a vida dos pacientes, quando os tratamentos contra as crises epilépticas se mostram ineficazes.
Quais são os novos tratamentos para epilepsia?
Os novos tratamentos incluem um número crescente de novos medicamentos, cirurgia do cérebro, incluindo cirurgia a laser, estimuladores neurológicos que detectam a atividade do cérebro e usam a atividade elétrica para interromper as crises, quando elas ocorrem, e dietas especiais que ajudam no tratamento da epilepsia.
A ablação a laser é o método cirúrgico menos invasivo para pacientes em que os medicamentos ou estimulação neurológica já não produzem efeitos ou para aqueles que estão prontos para a transição de um estimulador para maior independência. A ablação a laser pode ser vantajosa para pacientes que não tem outra opção. Ou para aqueles que já tentaram medicamentos diferentes e para os quais a cirurgia seria o próximo passo, mas não querem fazer uma cirurgia aberta da cabeça.
Na ablação a laser, um pequeno orifício é aberto na parte posterior da cabeça e uma sonda a laser é inserida através do cérebro, até atingir a área que foi identificada como a fonte das crises epilépticas. A terapia por ablação é realizada em minutos e a sonda é removida. A alternativa é a cirurgia aberta da cabeça, que resulta em um longo período de recuperação. Com a cirurgia a laser, a maioria dos pacientes podem retornar a casa no dia seguinte. É quase uma cirurgia do cérebro ambulatorial.

 Fonte: Diário da Saúde


Disponível em: <http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=epilepsia&id=9413>. Acesso em: 26 dez. 2013

Consumo de drogas, um problema cada vez mais frequente

Por Odenice Rocha 
Acadêmica de Jornalismo do CEULP/ULBRA

Os motivos que levam os jovens para o mundo das drogas são inúmeros, entre eles, a procura de um prazer que representa o êxtase, a euforia. Muitas vezes é a fuga de uma realidade difícil de lidar a nível consciente. Durante a adolescência, o jovem busca construir sua identidade tendo a necessidade de separar-se da família para pertencer a algum outro meio social, pois ele precisa ser “aceito” na sociedade.
Segundo Ricardo Ribeirinha, assessor para assuntos sobre drogas do município de Palmas, “é preciso investir no esporte, qualidade de vida.” Ele diz ainda que “os problemas estão acentuados devidos à falta do acompanhamento do poder publico, como o lazer, acompanhamento, oportunidade de primeiro emprego”. E destaca que “algumas pessoas ficam se direção, sem ter pra onde seguir, não encontra portas abertas, sem ter em que se apegar”. O transtorno comportamental gera um prejuízo das atividades como: estudo, trabalho, convivência com as pessoas devido a mudanças de humor. Além do fato que o uso de drogas acarreta, com o tempo, danos às estruturas cerebrais.
Ribeirinha trabalha com prevenção ao uso de drogas.  Muitas vezes, sem saber como lidar com o jovem, a família tem que conviver com atritos graves entre seus integrantes.Segundo Ribeirinha existem cinco clínicas de recuperação no Tocantins, as clínicas Fenix, Fazenda da Esperança, Leão de Judá, Crer e Ser.” As clínicas fazem um  trabalho de recuperação essencial, mas a ajuda da família, dos amigos é essencial”. O uso das drogas traz uma forte perturbação emocional, o que necessitaria de um trabalho orientado de um profissional.

A psicóloga Camila Siqueira esclarece alguns fatores que causam a dependência e como a família pode interferir nesse processo.
(En)Cena: Quais os fatores psicológicos que levam as pessoas a entrar no mundo das drogas? E qual é a fase da vida que mais desencadeia esses problemas?
Primeiramente não existe um único fator, e sim um conjunto de fatores que costumam aflorar na adolescência que é uma fase onde se tem a curiosidade, rebeldia, a relação de valores. A psicologia acredita na estrutura do ser humano, que precisa das figuras essenciais, as figuras maternas e paternas, não necessariamente quem exerce essas figuras são pais e mães, não necessariamente precisa ser homem e mulher. Mas porque estou falando isso, porque a psicanálise acredita que a pessoa que exerce a figura paterna, é aquela que dá limites, responsável por castrar e frustrar os desejos, por proibir que todos nós seres humanos precisar ser castrados para lidar com angustia, saber lidar com os desejos, com o proibido e a figura materna é aquela que acolhe, envolve, ajuda, ouve, orienta. Essas figuras são importantes em nosso desenvolvimento enquanto seres vivos para evitar sermos transgressores. Às vezes, o que ocorre, por falta ou ineficácia dessas figuras.

(En)Cena: Quando podemos perceber certo envolvimento de algum familiar ou amigo com as drogas?
Bom, percebemos quando exercem comportamentos que não são habituais. Por exemplo, se é extrovertido, e se torna introspectivo, reservado. Se for introspectivo, e começa a se esquivar de conversas familiares, não para em casa, todo comportamento que venha de contra ao que vinha sendo exercido anteriormente, podem se tornar mais impulsivos, agitados ou retraídos, muitas vezes, apresentando choros, raivas sem explicações.
(En)Cena: Qual é a fase mais vulnerável ao uso de drogas?
A fase de maturação, que é quando se está construindo a personalidade, entrando na adolescência, é quando você busca satisfazer o outro para ser inserido em um grupo.Normalmente ocorre por volta dos 12 anos, quando se entra na pré-adolescência.

(En)Cena: De qual forma você acha que a família pode interferir nesse momento?
Precisamos falar dos pais, eles precisam aprender dizer sim na hora certa, e dizer não na hora que tem que dizer não, pois o não ajuda o outro a saber que ele tem limites na vida e que nem sempre terá tudo que quer.
Mas isso precisa ser feito não de forma arrogante e sim negociado, trabalhado. Outra coisa importante é aprender a manter o dialogo aberto, não julgar vestimentas e ideias colocadas dentro de cada sabendo respeitar a particularidade e a identidade que está sendo construída.  Tanto o pai, quanto a mãe, tem que buscar conhecer os amigos, fazer com que esses amigos possam participar de atividades dentro do âmbito familiar, para entender quais são os pensamentos e valores desses amigos.
(En)Cena: Depois que se identifica o uso dentro da família, quais as providencias a serem tomadas?
Primeiramente precisa entender o grau de uso, se está no início, que tipo de droga é o vicio, pois existem pessoas viciadas em medicamentos e outras em drogas ilícitas. Encaminha-se para um psicólogo e um psiquiatra para trabalhar e descobrir o grau de dependência, entender se é considerado um dependente químico ou um usuário eventual e se for um quadro avançado é interessante internação em clinica de restabelecimento, sem contar com o apoio total da família.

Fonte: (EN)Cena

Na TV: Pão de forma sofre bullying e faz terapia

Transmitida pelo canal Globo, animação Osmar discute temas como rejeição e pressão social pelo sucesso

Apesar de ter vários amigos e ser apaixonado por uma linda bisnaga, Osmar ainda lembra com tristeza do fato de haver sido, na infância, preterido por outras fatias de pão do pacote por ter um dos seus lados tostadinhos.
Assim, um pouco inseguro e ansioso por obter reconhecimento, porém muito carismático, é o protagonista de Osmar – a primeira fatia do pão de forma, animação brasileira que estreou no final de novembro no canal a cabo Gloob.

Com referências ácidas e irônicas, no estilo dos Simpsons, a série dialoga com público de diferentes idades. Os episódios se passam na cidade de Trigueirópolis, uma enorme mesa de café da manhã: as ruas são pavimentadas com toalhas de mesa e os prédios são caixas de leite, garrafas térmicas e todo tipo de utensílios de cozinha.
Destaque para as sessões de terapia de Osmar com o psicólogo Dr. Croissant, em cujo consultório pende um retrato do cachorro-quente psicanalista Weeniemund Dog. Nas conversas, são tratados temas como bullying, relações com as redes sociais e a permanente cobrança social em parecer feliz e bem-sucedido. O desenho também será transmitido pelo canal aberto TV Cultura, ainda sem horário definido.

Osmar. Canal Gloob. Segunda a sexta às 11h15, sábado às 18h15 e domingo às 14h15.


Fonte: Scientific American Mente Cérebro

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Pistas digitais da personalidade

Aspectos pessoais deduzidos a partir de rastros na internet podem auxiliar empregadores em processos de seleção

Por Tomas Chamorro-Premuzic e Christopher Steinmetz

Exibindo pistas_digitais_da_personalidade_1__2013-12-13172125.jpgConsiderados por muitos pesquisadores como fortes preditores de desempenho
 na carreira, os testes de personalidade também costumam ser usados como ferramentas nos processo de recrutamento e seleção. Diversos estudos comprovam, aliás, que o sucesso profissional depende mais da maneira de ser do que da formação acadêmica ou até mesmo da experiência profissional.
Descobertas recentes sugerem que é possível deduzir aspectos da personalidade a partir de pistas digitais. Atualmente já é possível encontrar softwares capazes de categorizar dados capturados da rede e traduzi-los em aspectos de personalidade. Os aplicativos TweetPsych (Análise de Tweet) e YouAreWhatYouLike (Você é o que curte) são gratuitos e fáceis de usar. O primeiro avalia traços emocionais e intelectuais da pessoa com base naquilo que ela escreve (em no máximo 140 caracteres) no Twitter. Na hora de escolher entre dois candidatos com qualificações equivalentes a ferramenta pode ajudar a selecionar o mais “otimista”, por exemplo.
O segundo aplicativo compila perfis de acordo com o modelo americano de cinco fatores, bastante difundido nas últimas décadas, que considera cinco grandes aspectos de personalidade. Existem várias versões do big five, mas em essência todas medem os mesmos traços:
Estabilidade emocional (ou neuroticismo): mede a instabilidade emocional. Pessoas com pontuações altas nessa escala tendem a ser ansiosas, inibidas, melancólicas e a apresentar baixa autoestima. Já as que obtêm baixa pontuação costumam ser otimistas e satisfeitas consigo mesmas.
Extroversão:mede a sensação de bem-estar geral, o nível de energia e a habilidade nas relações interpessoais. Pontuações elevadas significam afabilidade, sociabilidade e capacidade de se impor. Baixas indicam introversão, reserva e submissão.
Abertura a novas experiências: pessoas com pontuações elevadas gostam de novidades e primam pela criatividade. Na outra ponta da escala estão os convencionais e ordeiros, adeptos da rotina e fortes opiniões sobre o que é certo e o que é errado.
Simpatia: Refere-se ao modo como nos relacionamos com os outros. Muitos pontos indicam uma pessoa compassiva, amistosa e calorosa. Na outra extremidade estão os retraídos, críticos e egocêntricos.
Conscienciosidade: Mede o grau de concentração. Aqueles com altas pontuações apresentam grande motivação, são disciplinados, comprometidos e confiáveis. Os que apresentam resultados baixos são indisciplinados e se distraem facilmente.

O YouAreWhatYouLike toma por base os assuntos que a pessoa curte no Facebook (considerando que “curtir” seja a maneira que o usuário do site tem para expressar sentimento positivo em relação a determinado conteúdo on-line, como páginas de artistas, fotografias de amigos, atualizações de status etc.) e cria classificações, como “liberal e artístico”, “calmo e relaxado” e “organizado”.
O grupo de pesquisa que desenvolveu o software, liderado pelo psicólogo Michal Kosinski, da Universidade de Cambridge, publicou uma análise mais profunda com base em informações de 58 mil voluntários, no início deste ano. Os participantes permitiram acesso às suas preferências, além de compartilhar dados demográficos detalhados e resultados de diversos testes psicométricos. Os pesquisadores analisaram os assuntos mais “curtidos” e construíram padrões que ajudam a descobrir características e preferências, além de mensurar capacidade cognitiva. Eles avaliaram a eficácia do método por meio de outras informações fornecidas pelos voluntários e concluíram que podiam deduzir gênero, orientação sexual, preferência política, religião e etnia com mais de 75% de precisão.
A técnica demonstrou menor exatidão para identificar traços de personalidade e inteligência. Um dos melhores preditores dessas características foi o interesse por assuntos científicos e pelo programa de televisão americano The Colbert Report (com teor de crítica à política e aos meios de comunicação social).

É importante levar em conta, porém, que o que se posta é o que se deseja que o outro veja e leia e, que o dispositivo tecnológico pode não apreender nuances mais sutis, tipicamente humanas. Ainda assim, muitos cientistas acreditam que estão próximos de desvendar os rastros digitais da inteligência e personalidade.

Fonte: Scientific American Mente e Cérebro

Disponível em: 
<http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/pistas_digitais_da_personalidade.html>. Acesso em: 16 dez. 2013

Apresentação da Banda Flores da Massa


quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Demência: ciência e medicina não sabem o que fazer

Com informações da BBC 

O termo demência é usado para descrever quadros médicos em que ocorre a perda - temporária ou permanente - das capacidades cognitivas de um indivíduo.

Há múltiplas causas, entre elas disfunções metabólicas, infecções, desnutrição ou doenças degenerativas como o Mal de Alzheimer.

Segundo um relatório da Organização Mundial da Saúde em 2012, o Brasil é o nono país do mundo com o maior número de casos, com 1 milhão de pacientes com demência.
Nesta semana, representantes do G8 - as oito maiores economias do planeta, grupo do qual o Brasil não faz parte - se reunirão em Londres para discutir formas de lidar com o problema.
O governo britânico, que ocupa a presidência rotativa do G8, anunciou que está dobrando a verba dedicada à pesquisa sobre demência para o equivalente a mais de R$ 500 milhões até 2015.
Sem remédios
O que mais incomoda é que a ciência e a medicina não têm nenhuma ferramenta para ajudar quem tem ou quem se preocupa em evitar ter demência no futuro.
Por exemplo, você quer cortar radicalmente suas chances de desenvolver câncer de pulmão? Não fume.
Quer evitar um ataque cardíaco? Faça exercícios e adote uma dieta saudável.
Mas se quiser evitar demência, não há respostas definitivas.
E, uma vez com a doença, não há remédios capazes de interromper nem desacelerar o progresso de qualquer forma de demência.
Havia muita esperança em duas drogas para tratar o Mal de Alzheimer - Solanezumab e Bapineuzumab - mas elas fracassaram nos testes.
Os experimentos sugerem, no entanto, que existe uma pequena chance de que a droga Solanezumab surta efeito em pacientes em estágios bem iniciais da doença. Uma nova série de testes está sendo feita em pacientes com demência moderada.
Há medicamentos capazes de aumentar as sinalizações químicas entre as células do cérebro que sobreviveram, mas o mais recente medicamento desse tipo, Memantine, foi aprovado nos Estados Unidos há mais de 10 anos, um fracasso desconcertante levando em conta os bilhões de dólares investidos em pesquisas na área nas últimas décadas.
Falta de resultados
A idade é o maior fator de risco para a demência. Na Grã-Bretanha, por exemplo, uma em cada três pessoas com idade acima de 95 anos tem demência.
Assim, embora alcançar a cura seja obviamente o sonho de todos, retardar a evolução da demência já traria um impacto gigantesco - os cálculos indicam que atrasar em cinco anos o desenvolvimento da doença já cortaria pela metade o número de pessoas vivendo com demência.
No caso específico do Alzheimer, os cientistas começam a se incomodar com a falta de resultados da teoria mais aceita, envolvendo as placas de proteínas beta-amiloides e estão à procura de novas teorias que expliquem melhor a realidade - o que os tornará capazes de lidar com essa realidade.
Hoje já são fortes as suspeitas de que o Alzheimer não seja uma doença só do cérebro e, mais recentemente, começaram estudos para checar a possibilidade de que o Alzheimer possa ser um estágio final do diabetes tipo 2.
De forma um tanto surpreendente, mesmo se tratando de uma doença da mente, as especialidades que lidam com o mental, como a psicologia, por exemplo, têm pouco a oferecer como alternativa ao dogma da medicina moderna de ater-se ao estritamente biológico.
"Mal não vai fazer"
Enquanto os estudos prosseguem, os especialistas insistem nas recomendações para manter estilos de vida saudáveis.
O geriatra Peter Passmore, da Universidade Queens (Irlanda do Norte), afirma que o melhor conselho até agora é: "Manter o coração saudável para evitar danos ao cérebro. Evite a obesidade, não fume, faça exercícios regularmente, controle a pressão sanguínea, o açúcar e o colesterol."
Afinal, completa ele, "isso tem poucas chances de fazer mal e pode até fazer bem!"
De fato, há indícios de que exercícios regulares e dieta saudável tenham efeitos positivos em prevenir ou retardar o desenvolvimento da demência.
Mas ainda não se sabe com clareza de que forma o histórico familiar, o estilo de vida e o meio ambiente se combinam para que um indivíduo tenha ou não demência.
Enquanto isso Doug Brown, da Alzheimer's Society, disse que talvez um dos campos mais fáceis de pesquisa sobre demência seja o estudo de como cuidar dos pacientes.
"Podemos fazer muitos estudos sobre a assistência e os cuidados que oferecemos às pessoas com demência hoje para que vivem da melhor forma possível," recomenda ele.
O que é demência?
O termo é usado para descrever cerca de cem doenças degenerativas que levam à morte, em grande escala, de células do cérebro.
São afetados a memória, linguagem, agilidade mental, compreensão e juízo do paciente.
A forma mais comum de demência é o Mal de Alzheimer, responsável por 62% dos casos de demência.
A condição do paciente tende a piorar com o tempo, até que ele fique completamente dependente de cuidados.
Não há cura.

Fonte: Diário da Saúde

Disponível em: <http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=demencia&id=9394>. Acesso em: 12 dez. 2013

Epidemia de Alzheimer, estamos preparados?


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Segundo estimativas do Alzheimer’s Disease International (ADI, na sigla em inglês), o número de pessoas com algum tipo de demência aumentou 17% em comparação com 2010. Nesse ritmo, em 2050, mais de 70% dos portadores de algum tipo de demência estarão vivendo nos países mais pobres.
Demência é um nome genérico que abriga uma série de doenças que roubam da pessoa sua personalidade, sua memória, e, em última instância, sua vida. Alzheimer é o tipo mais comum de demência. Essa doença não tem cura e poucos tratamentos são efetivos contra ela.


Por conta da ineficácia de tratamentos, mesmo sem intenção, o paciente de demência acaba se tornando um peso para a família e para a sociedade. Isto só tende a piorar, uma vez que poucos países têm algum plano para lidar com as mais de 44 milhões de vítimas da demência no mundo todo atualmente (que serão 135 milhões em 2050, com o aumento da longevidade).
Atualmente, o atendimento aos pacientes com algum tipo de demência custa em torno de US$ 600 bilhões, cerca de 1,39 trilhões de reais. Estes números e o prospecto do aumento da incidência da doença no mundo todo foi assunto de um encontro do G8 esta semana em Londres.


A expectativa do ADI e outros grupos e especialistas no assunto é que desta reunião resulte um compromisso dos governos de investir na pesquisa de tratamento e cura das demências. O primeiro ministro britânico, David Cameron, anunciou que seus país investirá 66 milhões de libras, cerca de R$ 252 milhões, na pesquisa da demência em 2015, um valor que é bem-vindo, embora some apenas um oitavo do que é investido em pesquisas sobre câncer na Inglaterra.
Além do investimento maciço na pesquisa de um tratamento ou cura, é preciso também investir no treinamento de profissionais de saúde para receber estes pacientes, e adaptar a estrutura dos sistemas de saúde do mundo todo para recebê-los.
 
Fonte: Hypescience
 
Disponível em: http://hypescience.com/epidemia-de-alzheimer-estamos-preparados/. Acesso em 11 dez. 2013

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Fobias podem ser memórias transmitidas geneticamente

Estudo com ratos comprovou que episódios traumáticos podem alterar quimicamente o DNA, fazendo com que as gerações seguintes herdem os genes que provocam fobias irracionais

                  Fobia de aranhas pode ser fruto de um encontro traumático de algum ancestral com um aracnídeo (Foto: bekassine.../Flickr/Creative Commons)
FOBIA DE ARANHAS PODE SER FRUTO DE UM ENCONTRO TRAUMÁTICO DE ALGUM ANCESTRAL COM UM ARACNÍDEO
Pesquisadores da Universidade Emory, em Atlanta, descobriram que uma situação que cause algum tipo de trauma não só provoca alterações estruturais no cérebro, como também promove mudanças genéticas no DNA. Eles chegaram a esta conclusão ao fazer com que ratos associassem o odor da flor de cerejeira a choques elétricos. Depois que os animais se reproduziram, duas gerações de crias demonstraram temer aquele mesmo cheiro.
                              Fobia de palhaços é chamada de coulrofobia (Foto: mika est glauque/Flickr/Creative Commons)
FOBIA DE PALHAÇOS É CHAMADA DE COULROFOBIA
A descoberta sugere que certas informações e experiências podem ser transmitidas aos descendentes também de forma biológica, e não apenas por meio da linguagem ou da vivência pessoal. Se comprovado também para os seres humanos, o mecanismo da transmissão genética da memória será de grande interesse para áreas como a neuropsiquiatria – assim como existe a possibilidade de herdar uma doença genética como o câncer, existiria também a chance de receber dos ancestrais as propensões para patologias psiquiátricas como as fobias, ansiedade e o transtorno de estresse pós-traumático.
Logo, se você tem fobia de aranhas, o motivo pode ser um encontro dramático de algum ancestral com um aracnídeo. Neste caso, a aracnofobia se manifesta como um mecanismo de defesa armazenado nos genes familiares. “Nós começamos a explorar uma influência pouco valorizada no comportamento de adultos – a experiência ancestral anterior à concepção”, diz Brian Dias, um dos autores do artigo, veiculado na publicação científica Nature Neuroscience. Segundo Dias, experiências antigas de nossos pais podem influenciar a estrutura e o funcionamento de nosso sistema nervoso.
Agora, os pesquisadores esperam aprofundar os trabalhos para entender melhor como a informação se aloja no genoma. O próximo passo será investigar se o processo também ocorre em seres humanos. A área da biologia que estuda este tipo de fenômeno é a epigenética.
 Fonte: Revista Galileu
 
Disponível em: <http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2013/12/fobias-podem-ser-memorias-transmitidas-geneticamente.html>. Acesso em: 10 dez. 2013.

Vírus do herpes piora desenvolvimento cognitivo


Exibindo jjsjjsjs.jpgO vírus do herpes, conhecido por produzir aftas, tem uma conexão direta com o comprometimento cognitivo em todas as faixas etárias.
A conexão foi descoberta estudando a conexão entre dois vírus do herpes latente - vírus Herpes Simplex Tipo 1 (HSV-1) e o Citomegalovírus (CMV) - e a deterioração mental entre pessoas que pertencem a três grupos de idade: 6-16 anos, 20-59 e mais de 60.
Pesquisas anteriores já haviam vinculado o HSV-1 com distúrbios neurológicos associados com o envelhecimento, incluindo doenças como Alzheimer e demência, mas poucos estudos haviam examinado se esses patógenos podem influenciar a cognição mais cedo na vida.
O HSV-1 foi associado a

  • notas inferiores em leitura e raciocínio espacial entre crianças com idades entre 12-16 anos;
  • uma menor velocidade de codificação, que é a medição da velocidade visual motora e da atenção, entre adultos de meia-idade;
  • comprometimento na velocidade de codificação, na aprendizagem e na memória, em adultos de meia-idade;
  • perda de memória imediata em adultos mais velhos.
"Se o HSV-1 começa a ter impacto na função cognitiva no início da vida, a infecção HSV-1 na infância pode ter consequências importantes para o sucesso escolar e a mobilidade social ao longo da vida," disse Amanda Simanek, da Universidade de Michigan (EUA), uma das autoras do estudo.
Citocinas
De acordo com Simanek, a reativação do vírus do herpes provoca a liberação de pró-citocinas inflamatórias, que têm sido associadas ao comprometimento cognitivo.
Citocinas são hormônios envolvidos na sinalização celular e regulação. As citocinas pró-inflamatórias desempenham um papel importante na resposta imunológica à infecção e lesão tecidual. Inflamação excessiva, no entanto, tem sido associada a vários resultados de doença crônica.
Os pesquisadores dizem que mais estudos serão necessários para examinar os caminhos biológicos pelos quais estes vírus da herpes podem impactar comprometimento cognitivo ao longo do tempo.

Fonte: Diário da Saúde
 
Disponível em: <http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=virus-herpes-piora-desenvolvimento-cognitivo&id=9381>. Acesso em: 10 dez. 2013 

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Alecrim e hortelã melhoram aprendizado e memória

Redação do Diário da Saúde 

               Alecrim e hortelã melhoram aprendizado e memória
hortelã inibe o surgimento de úlceras estomacais e é eficaz contra bactérias da boca - mas este é o primeiro estudo a abordar seus efeitos sobre doenças neurológicas.

Extratos feitos a partir de antioxidantes presentes na hortelã e no alecrim melhoram a aprendizagem e a memória.
"Nós descobrimos que estes compostos reduzem os déficits causados pelo transtorno cognitivo leve, que pode ser um precursor para a doença de Alzheimer," disse Susan Farr, da Universidade Saint Louis (EUA).
A pesquisadora testou um ingrediente à base de antioxidantes presentes no extrato de hortelã e duas doses diferentes de um antioxidante semelhante feito a partir de extrato de alecrim em camundongos com declínio cognitivo relacionado à idade.
Ela verificou que quanto maior a dose de extrato de alecrim, melhor é a melhoria da memória e da aprendizagem em três comportamentos testados.
Uma dose mais baixa de alecrim melhorou a memória em dois dos testes comportamentais, o mesmo resultado do composto feito a partir de extrato de hortelã.
Além disso, houve sinais de redução do estresse oxidativo nas cobaias - que é considerado um marco do declínio relacionado à idade - na parte do cérebro que controla o aprendizado e a memória.
"Isso provavelmente significa que comer hortelã e alecrim é bom para você. No entanto, nossos experimentos foram feitos em um modelo animal e não sabemos o quanto dessas ervas as pessoas teriam que consumir para melhorar a aprendizagem e a memória," ressalva a pesquisadora.
 
Fonte: Diário da Saúde
 

Estudo diz que demência já atinge 44 milhões de pessoas no mundo

Até 2050, 135 milhões de pessoas apresentarão sintomas de demência.
Dados foram divulgados em relatório internacional.


O número de pessoas com demência no mundo aumentou em 22% nos últimos três anos, e já atinge 44 milhões de pessoas, revela um estudo publicado nesta quinta-feira (5).

Segundo o relatório da Alzheimer Disease International, esta quantidade deve triplicar até 2050, quando 135 milhões de pessoas podem apresentar demência no planeta, sendo 16 milhões na Europa Ocidental.
"É uma epidemia mundial, e só vai piorar. Se olharmos para o futuro, veremos que o número de pessoas idosas vai aumentar de forma significativa", declarou Marc Wortmann, diretor executivo da Alzheimer Disease International.
"É essencial que a Organização Mundial de Saúde faça da demência uma prioridade para que o mundo se prepare para enfrentar esta situação".
Na próxima semana será realizada, em Londres, uma reunião do G8 sobre a demência, qualificada pelo ministério da Saúde britânico como um 'desafio mundial crescente'.
"A reunião do G8 da próxima semana será uma oportunidade única para realizar progressos reais muito mais rapidamente e redobrar os esforços para encontrar tratamentos eficazes".
Fonte: Bem Estar
 
Disponível em: <http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2013/12/estudo-diz-que-demencia-ja-atinge-44-milhoes-de-pessoas-no-mundo.html>. Acesso em: 05 dez. 2013

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Terapia de casal? Até que ponto?

Por Camila Furtado 
Acadêmica de Jornalismo do CEULP/ULBRA

Pensar em casamento traz sensações diferentes para quem já passou, ou pretende passar, pela experiência de se unir a uma pessoa “para sempre”. A ideia desde o princípio é de manter esta união estável e compreensível por toda a vida juntos, porém, nem sempre tudo são “rosas”.
Com a informação atual e com a liberdade cobiçada pelas pessoas que vivem em um mundo cada vez mais tecnológico, avançado e ao mesmo tempo assustador, os casamentos passaram a ser realizados de todas as formas possíveis, podendo se dizer que a partir do momento em que namorados passam a morar juntos, estão casados. Vestir-se de branco para um casamento na Igreja é uma ideia vista como conto de fadas para os muitos que primeiro compram um apartamento, têm filhos, viajam, usam alianças de compromisso e falam do casamento tradicional, como uma festa que deve acontecer para celebrar tudo o que já conquistaram e viveram juntos.
O fato é que infelizmente as separações se tornaram comuns no mundo inteiro, atualmente as pessoas passam a morar juntas fazem planos de uma vida a dois com mais naturalidade e rapidez, já que se não der certo, é só separar. Mesmo assim, muitos casais buscam a felicidade eterna, conforme o planejado, por isso, além de conversarem e compreenderem da melhor forma o outro, acreditam na paz e na convivência “feliz” após uma Terapia de Casais.
Segundo dados extraídos da Folha de São Paulo de 2010, uma pesquisa feita pela Universidade da Califórnia, nos EUA, atendeu 134 casais em crise profunda durante um ano. Depois de 26 sessões, dois terços dos relacionamentos ficaram bem melhores. Cinco anos após o fim do tratamento, metade dos casais estava melhor do que antes, 25% se separaram e 25% seguiram sem mudanças.
Para a terapeuta Tai Castilho, fundadora do Instituto de Terapia Familiar de São Paulo, o profissional funciona como se fosse um tradutor, que ajuda os dois a se comunicar, pensando em todos os lados da situação, inclusive a vida sexual do casal. "Para pessoas de origens diferentes, se deparar com o desejo do outro é uma situação crítica. Com o nascimento de um filho, essas coisas se acirram. E há também a necessidade de adaptação na sexualidade". Enfatiza Tai.
Um casal deve estar consciente de que esta união traz diferenças que podem favorecer o companheirismo, como também podem acarretar em brigas contínuas desgastando o afeto e o carinho que deve existir em um relacionamento a dois. A Terapia de Casais pode ajudar nesta convivência, porém a conversa e a compreensão das diferenças que é também discutida durante as sessões de terapia, podem ser iniciadas em casa.
Fonte: Folha de São Paulo

Fonte: (EN)Cena

Escrever acelera a cura

Poder se expressar alivia o estresse associado a sofrimentos psíquicos


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Vários estudos já mostraram que escrever sobre os próprios sentimentos e expectativas
 pode ajudar a superar dores psíquicas e a melhorar o humor. Agora, pesquisadores da Nova Zelândia sugerem que a escrita acelera a recuperação de lesões. A equipe coordenada pela cientista Elizabeth Broadbent, da Universidade de Auckland, acompanhou 50 voluntários com idades entre 64 e 97 anos, que escreveram sobre problemas pessoais durante 20 minutos por três dias consecutivos. 
Duas semanas depois, cada um foi submetido a uma biópsia que extraiu um minúsculo pedaço de pele de um braço. Nas semanas seguintes, os pesquisadores fotografaram a lesão no braço dos participantes todos os dias, para comparar o processo de cicatrização: 76% dos pacientes que escreveram já estavam completamente recuperados no décimo primeiro dia. E só 42% do grupo de controle (que não escreveu) teve benefícios. Segundo Elizabeth, que publicou os resultados no Psychosomatic Medicine, a possibilidade de se expresser alivia o estresse associado aos sofrimentos psíquicos. A redução do estresse se reflete na diminuição das concentrações de cortisol, o “hormônio do estresse”, que em altas quantidades sobrecarrega o sistema imunológico.

Fonte: Scientific American Mente Cérebro
 

Compulsão Alimentar - Um transtorno que precisa atenção

Por Odenice Rocha 
Acadêmica de Jornalismo do CEULP/ULBRA

Comer tudo o que vê pela frente, não sentir fome mais sentir a necessidade de comer, muitas vezes escondido dos outros por sentir vergonha, pode se caracterizar como uma doença ou transtorno. Mas que transtorno é esse?
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A vontade de comer compulsivamente é um transtorno alimentar comum, em que um indivíduo consome regularmente uma grande quantidade de comida de uma vez só, ou dependência constantemente, mesmo quando não tem fome ou se sente fisicamente desconfortável por comer tanto. Ao contrário dos bulímicos, quem come compulsivamente não pratica com frequência exercício em excesso na tentativa de queimar calorias. 
A compulsão alimentar pode ocorrer em pessoas de qualquer sexo, raça, idade ou estrato socioeconômico e, como quem sofre do transtorno de compulsão alimentar aumenta com frequência de peso ou se torna clinicamente obeso, torna-se passível de contrair uma grande variedade de doenças. Segundo a psicóloga Camila Sirqueira, afirma que é comum ocorrer na clinica esses casos, mas normalmente estão associados a problemas comuns, onde a pessoa projeta na comida a solução, e não toma consciência.
"Por exemplo, o casamento não está bem e o paciente introjeta sobre isto, e sem perceber começa a comer e comer. O indivíduo não percebe que a comida tem sido uma válvula de escape, em outras palavras é uma fuga para não encarar de frente o problema". Mas normalmente são problemas menos visíveis, onde o que é difícil de lidar não fica tão consciente, e é sempre mascarado pelos mecanismos de defesa, que todos nós temos, como negação, projeção, entre outros. “A pessoa sofre muito, pois não consegue lidar nem com os problemas e nem com o ato de parar de comer, até porque na verdade ela está sublimando através da comida".
Camila explica que a diferença é que a compulsão é o exagero, e a pessoa não consegue ter o controle e nem a percepção inicial do quanto está comendo, e muito menos do que a leva comer. Por isso quando identificado, o tratamento precisa ser feito. Para ela, o segredo é criar consciência do motivo que está comendo. Se come quando está com fome, para acompanhar alguém, ou porque está descontando emoções na comida, por isso a importância de se perguntar sempre o porquê está comendo.
"Normalmente quando chega na análise esses casos, trabalhamos o nível de ansiedade, as neuroses infantis, as relações familiares, enfim, a causa, o que originou essa compulsão. Inicialmente é feito uma anamnese exploratória, que vai nortear as sessões de análise, fazendo com que o paciente encontre o que originou trazendo a nível de consciência e trabalhando essas causas, até de  que comece a lidar com o problema de frente. O primeiro passo é a aceitação, pois as vezes não é consciente para o paciente, por isso precisamos trabalhar paralelamente com nutricionistas e médicos especialistas.", afirma a Psicóloga.
O diagnóstico de um compulsivo alimentar inclui episódios cíclicos de alimentação em excesso e sensação de perda de controlo durante os episódios, bem como episódios de compulsão alimentar com pelo menos três das seguintes características: comer depressa, comer até atingir mal-estar físico, comer quando não se tem fome, comer sozinho ou ter sentimentos de vergonha e culpa em relação à alimentação. Outros critérios incluem expressão de ansiedade ou angústia em relação à ingestão compulsiva, episódios de voracidade que ocorrem pelo menos duas vezes por semana durante um período mínimo de seis meses e compulsão alimentar sem recurso posterior a um método de purga (vômito auto-induzido, exercício excessivo etc).
O assalto à geladeira durante a noite também é característica da compulsão alimentar, um problema que atinge até 4% da população geral e 6% dos obesos – podendo alcançar metade dos indivíduos mórbidos, segundo dados da Associação Americana de Psiquiatria.
Diante desses questionamentos, o único caso que deve ser resolvido com comida é a fome. Se estiver triste, chore; Se está ansioso, tome um banho, relaxe, respire fundo. O importante é vivenciar as emoções e resolver cada uma delas com a solução mais adequada, isto é, permitir sentir o que está acontecendo e procurar resolver da forma mais assertiva, que com certeza não será a comida.
O compulsivo não tem hora para comer: é um "saco sem fundo" e abocanha qualquer coisa o tempo todo, mesmo quando o corpo não precisa de energia.
Como consequência, 75% das pessoas com esse distúrbio químico nos mecanismos da saciedade ganham muito peso, pois consomem mais calorias do que precisam por dia, principalmente na forma de doces e gorduras.
Infelizmente, não há uma cura reconhecida para o transtorno de ingestão compulsiva, mas existe uma variedade de opções de tratamento que podem ser exploradas quando o transtorno é diagnosticado.
Quanto à cura, a especialista Camila, afirma que não há uma cura reconhecida para o transtorno de ingestão compulsiva. Posto isto, há uma variedade de opções de tratamento que podem ser combinadas de acordo com as necessidades específicas do paciente. As opções de tratamento para o transtorno de compulsão alimentar incluem aconselhamento/terapia, aconselhamento ou terapia familiar, terapia cognitivo-comportamental frequência de grupos de apoio ou terapia de grupo e aconselhamento e planejamento nutricional.
Habitualmente, não são usados medicamentos para tratar o transtorno de ingestão compulsiva, apesar de poderem ser usados supressores de apetite com controlo médico e alguns medicamentos, como anti-depressivos, para o tratamento de condições associadas.

Fonte: (EN)Cena
 
Disponível em: <http://ulbra-to.br/encena/2013/12/02/Compulsao-Alimentar-Um-transtorno-que-precisa-atencao>. Acesso em 04 dez. 2013