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sexta-feira, 13 de maio de 2016

Veja como a expressão não verbal mostra sinais da depressão

Expressão não verbal ajuda a diagnosticar a depressão
Nem todos os quadros de depressão são tão visíveis. Assim, medições objetivas da linguagem corporal podem ajudar no diagnóstico.
Diagnóstico da depressão
Pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) desenvolveram uma nova técnica para ajudar a diagnosticar a depressão.
"Geralmente, o diagnóstico da depressão e a avaliação dos resultados do tratamento são feitos mediante a aplicação de questionários-padrão. Esse tipo de instrumento tem a vantagem de estabelecer uma linguagem comum, universal.
"Mas depende essencialmente daquilo que a pessoa fala. E negligencia um outro aspecto, o da comunicação não verbal, que é exatamente aquilo que a pessoa não fala. Nossa pesquisa teve por foco esse outro aspecto," explica Clarice Gorenstein, que desenvolveu a nova metodologia com sua colega Juliana Teixeira Fiquer.
Expressão não verbal
A expressão não verbal, que diz "aquilo que a pessoa não fala", é definida por um amplo conjunto de parâmetros corporais, como postura de ombros e cabeça; movimentos de cabeça, gerais ou de concordância/discordância; curvatura da boca; sorriso (simétrico ou assimétrico), movimentações de sobrancelhas (testa franzida; levantar de sobrancelhas); contato ocular; corpo inclinado na direção do entrevistador, silêncio, choro, entre outros.
"Esses parâmetros podem ser observados de maneira genérica ou de modo sistemático. Nossa pesquisa buscou exatamente definir uma metodologia de observação sistemática - algo sobre o qual havia muito pouco estudo, principalmente no Brasil", explicou a pesquisadora.
A diferenciação entre as pessoas com e sem depressão foi claramente percebida quando os parâmetros corporais foram medidos de maneira objetiva.
"Considerando apenas alguns exemplos, em uma escala de pontuação de 0 a 10, foram obtidos os seguintes resultados: sorrisos, 2,3 para o grupo-controle e 1,0 para o grupo-depressão; contato ocular, 8,4 e 6,8. Já os escores do grupo-depressão foram maiores do que os do grupo-controle em relação às variáveis choro (0,8 e 0) e cabeça curvada para baixo (1,8 e 0,7)", contou Clarice.
Comportamentos sugestivos de interesse social e afetos positivos
Comportamentos sugestivos de desinteresse social, isolamento, afetos negativos
Corpo para frente (na direção do entrevistador)
Ombro baixo/encolhido
Cabeça Inclinada para a lateral
Cabeça curvada para baixo
Cabeça inclinada para cima
Braço cruzado
Movimento afirmativo de cabeça (Fazer "sim" com a cabeça)
Movimento negativo de cabeça (Fazer "não" com a cabeça)
Gestos ilustradores - movimentos com as mãos para ilustrar o que é dito
Gestos adaptadores - Movimentos com as mãos de automanipulação ou manipulação de objetos, sem função clara.
Contato ocular com o entrevistador
Boca curvada para baixo
Continuidade da conversação -vocalizações de interesse e concordância mediante a fala do entrevistador (ex."hum – hum")
Boca apertada/achatada
Sorriso simétrico, considerado associado a emoções positivas genuínas
Sorriso com a boca "torta" (assimétrico), considerado ambivalente, associado a emoções também negativas, como "estar sem graça".
Rir/ dar gargalhada
Chorar
Levantar sobrancelhas
Franzir a testa
Falar
Ficar em silêncio
Resposta automática
Além disso, as comparações entre voluntários com e sem depressão permitiu mostrar que a expressão não verbal pode confirmar ou desmentir a expressão verbal, o que reforça o interesse em incorporá-la ao processo de diagnóstico e avaliação.
"A comunicação não verbal é uma resposta reflexa. E, a menos que haja da parte do entrevistado uma determinação e uma capacidade muito fortes de controlar a linguagem do corpo, esta tenderá a expressar aquilo que não é exposto na fala, que não passa pelo crivo da fala.
"Principalmente no contexto clínico, a pessoa pode querer mostrar uma melhora, que efetivamente não teve, ou pode tentar esconder uma melhora, com medo de perder o atendimento. A comunicação não verbal ajudará o avaliador a formar um quadro mais realista", concluiu a pesquisadora.
Fonte: Diário da Saúde

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