A autoestima é entendida como um fenômeno importante que está relacionado com todas as pessoas e que muito influencia a vida, até mesmo a corporativa
Por que algumas pessoas conseguem reconhecer o seu valor e outras se subestimam? Por que uma pessoa pode ser muito amada pela família, ter a admiração dos colegas de trabalho e do chefe, ter resultados e ainda assim não sentir e reconhecer tudo isso, não se sentir merecedor e digno de toda consideração e respeito que outros manifestam?
Não é possivel dar uma única e clara resposta para essa questão e, de fato, estudiosos chegaram a conclusões distintas considerando diferentes elementos da autoestima, porém todos reconhecendo que ela é parte flexível da personalidade do ser humano, um aspecto que pode ser trabalhado.
Falar sobre autoestima é sempre um tema atual, pois não se trata apenas de uma moda passageira, mas sim de um estado psicológico que interfere positivamente ou negativamente na qualidade da vida pessoal e profissional.
William James (1842-1910), fundador da Psicologia moderna e importante filósofo, é talvez um dos primeiros estudiosos a tratar da autoestima. O que o intrigou e o levou a iniciar seus estudos foi identificar a falta de uma ligação direta entre as qualidades objetivas de uma pessoa e o seu sentimento de satisfação. Para James, alguns homens medíocres poderiam ter uma segurança e presunção inabaláveis, enquanto outros, capazes de terem sucesso na vida e serem admirados por todos, estavam sempre inseguros de suas qualidades e capacidades. A partir dessa linha de racioncínio ele verificou que estar satisfeito ou não consigo mesmo não depende tanto dos resultados e sucessos na vida, mas sim dos critérios e jugamentos que a pessoa tem sobre si, da sua maneira de ser, pensar e agir. Esse autojulgamento pode mudar, pois a imagem que cada pessoa tem de si mesma não é fixa e imutável. Ela está sujeita a alterações por conta das experiências ocorridas durante toda a existência.
Como podemos, então, definir alguns aspectos e elementos que podem influenciar e determinar o nível de autoestima nas pessoas? Para tentar esclarecer, a partir da etimologia encontramos o verbo latim stimare, que significa aestimare. Na tradução o termo quer dizer “avaliar”, “determinar o valor de” ou “ter uma opinião sobre”. A partir desse ponto de vista o conceito de autoestima inclui como cada indivíduo vê a si mesmo e como cada um se julga ou que tipo de valor se atribui.
Nesse sentido, a autoestima é caracterizada como uma experiência muito subjetiva, ligada mais ao que cada um sente e pensa sobre si mesmo, e não tanto sobre o que os outros pensam dele. Na verdade, se pensarmos sobre isso, todos os julgamentos que são pronunciados sobre nós durante a vida, desde o mais importante até o mais crítico e cruel, são criados e proferidos por nós mesmos.
William James, fundador da Psicologia moderna, é um dos primeiros estudiosos a tratar da autoestima. O que o intrigou foi identificar a falta de uma ligação direta entre as qualidades objetivas de uma pessoa e o seu sentimento de satisfação
Podemos sintetizar três elementos para fortalecer a autoestima: o amor por si mesmo, a visão de si mesmo e a autoconfiança.
• O amor por si mesmo: Ele permite nos apreciar, apesar das nossas limitações e defeitos. Esse amor incondicional por nós mesmos não depende do nosso desempenho, mas nos permite lidar com a adversidade e se recuperar depois de eventuais fracassos, além de proteger do desespero. Amar a si mesmo é a base da autoestima, o seu componente mais profundo e íntimo. A ideal autoestima envolve a capacidade de aceitar, respeitar e ser solidário consigo mesmo.
• A visão de si mesmo: Como temos olhado a nós mesmos? Como nos avaliamos e julgamos nossas qualidades e defeitos? Não é só conhecer a si mesmo, mas também enxergar a nossa autoimagem. Para ter uma boa autoestima, precisamos primeiro ter uma boa autoconsciência, estarmos cientes das próprias limitações e pontos fortes, desejos, sentimentos, necessidades, objetivos a serem alcançados e sucessos e fracassos obtidos. Uma pessoa com a visão positiva de si mesmo tende a estar mais preparada para lidar com a vida, pois uma visão limitada e negativa a expõe muito mais à confusão e à insegurança.
• A autoconfiança: É o terceiro componente da autoestima e se aplica especialmente às nossas ações. Ser conf iante é pensar que somos capazes de tomar as medidas adequadas em situações importantes. O papel da autoconf iança é fundamental, porque a autoestima precisa de ações para manter-se ou desenvolver-se e também para fortalecer o nosso senso de ef icácia e percepção de competência. A autoconf iança permite que você se sinta suf icientemente capaz de ter um propósito na vida, um objetivo a ser alcançado por meio de ações consistentes e coerentes, expressão de quem somos e dos nossos valores.
Uma dose equilibrada de cada um desses componentes é essencial para obter uma boa autoestima e viver harmoniosamente, lembrando que a autoestima é sensível a mudanças e pode ser fortalecida, a f im de tornar-se um elemento funcional em nossa vida, em nosso bem-estar e capacidade de reconhecer o próprio valor.
Eduardo Shinyashiki é palestrante, consultor organizacional, escritor e especialista em Desenvolvimento das Competências de Liderança e Preparação de Equipes. Presidente da Sociedade Cre Ser Treinamentos, colabora periodicamente com artigos para revistas e jornais. Autor dos livros Viva como Você Quer Viver, A Vida é um Milagre e Transforme seus Sonhos em Vida – Editora Gente. Para mais informações,www.edushin.com.br
Fonte: Revista Psique
Disponível em: http://portalcienciaevida. uol.com.br/esps/Edicoes/115/ artigo362495-1.asp. Acesso em: 4 set.2015
Disponível em: http://portalcienciaevida.
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