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quinta-feira, 13 de março de 2014

O desafio de incluir portadores de TDAH na escola

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Por Susana Araújo 
Acadêmica de Jornalismo do CEULP/ULBRA

O Transtorno do de Déficit de Atenção e Hiperatividade, o TDAH, é geralmente identificado na infância e a maioria dos casos persiste até a fase adulta, segundo o CID 10 (Código Internacional de Doenças) é nominado como F.90 Transtorno Hipercinético. Este transtorno é caracterizado por três aspectos, impulsividade, hiperatividade e desatenção, afetando então de alguma maneira, os aspectos cognitivos, sociais e psíquicos do sujeito. De acordo com o DSM-IV(Manual Diagnóstico de Transtornos Mentais), o sujeito deve apresentar estes sintomas em um período mínimo de seis meses.
Estudos científicos mostram que portadores de TDAH tem alterações na região frontal e as suas conexões com o resto do cérebro, isto é, a parte responsável pela inibição do comportamento, como a memória, o auto controle, organização e planejamento . Acredita-se também que possa ter influências genéticas, pois perceberam que nas famílias que já tinham algum caso de TDAH. Atualmente não há cura para mas este tipo de transtorno é  tratável, quanto mais cedo  administrar os sintomas , melhor é o desenvolvimento social, acadêmico e emocional da pessoa.
O problema  é geralmente notado pelos professores quando as crianças iniciam atividades na escola a partir dos seis anos de idade, pois antes disso o  comportamento infantil é muito variável, o que não assegura, por si só, a identificação do TDAH. Para ser considerado como TDAH é necessário que estes comportamentos possam ser percebidos em vários ambientes, tais como: escola, casa e trabalho.
“Este transtorno geralmente é reconhecido em crianças do sexo masculino e há críticas em relação a este tipo de diagnóstico diante desta população, compreendendo que as crianças estão em uma fase de descoberta do mundo através de muitas visualizações na internet, televisão, jogos etc, ” diz  Mariana Miranda Borges , psicóloga na clínica Aprimore  e coordenadora do Serviço de Psicologia da Ulbra .
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“É importante que após o diagnóstico, os pais continuem colocando os limites e os acompanhando” diz Mariana, psicóloga e coordenadora do Serviço de Psicologia da Ulbra.
O professor, assim como a escola conhece o dia-a-dia de seus alunos, e sabe qual deles têm dificuldades de aprendizagem ou comportamento prejudicial, podendo alertar aos pais para que busquem ajuda de um especialista.
Mas, o preconceito acerca desse assunto ainda é muito grande. A maioria dos  pais, quando surpreendidos pela sugestão de procurar ajuda, ficam amedrontados, e reagem muito mal, criando uma situação de estresse familiar e matrimonial. E neste caso o  apoio familiar é a base mais sólida para a otimização do tratamento, pois envolve afeto e dedicação.
“Muitos  pais interpretam erroneamente, não aceitam que devem procurar um especialista para ter uma melhor orientação” afirma Kallianna Novais Kós, professora na Escola Municipal Monteiro Lobato, em Palmas. Na unidade, ela dá aulas aos portadores de TDAH desde 2011, e é pós graduada em Atendimento Educacional Especializado (AEE), pela Universidade Federal do Ceará – UFC.
                
Professora Kallianna com os alunos Maria Tereza, 10 anos, e Guilherme M de Oliveira, 7 anos.
O diagnóstico do transtorno é realizado por um especialista geralmente (médicos neurologistas, psicólogos  com especialização em neuropsicologia e psicopedagogos)  em uma entrevista clínica, colhendo a historia da vida da criança juntamente com os pais, através  de uma avaliação baseado em uma lista de nove sintomas de hiperatividade e impulsividade.
Mariana acrescenta que é fundamental oferecer exames que observam atividade neuronal com  alguns testes psicológicos que verificam o desempenho cognitivo e a neurologia “ É importante também observar as capacidades visuais e auditivas, pois o comprometimento nestas áreas podem dificultar o foco e a manutenção da atenção durante a realização das atividades educacionais e laborais, podendo elaborar um diagnóstico errôneo.”
Uma vez diagnosticados, o professor tem condições de ajudar o aluno com o TDAH, sem prejudicar o andamento da turma, e através de algumas estratégias para facilitar o cotidiano desta criança na escola, com atividades lúdicas e concretas.
Kallianna diz que o  tratamento envolve uma equipe multidisciplinar, pois requer também aplicação de medidas pedagógicas e comportamentais  “O que criamos são rotinas, regras, procuramos pausas regulares entre as atividades, tempo extra para responder perguntas, estimulação e elogio verbal nas atividades realizadas”, explica  “Usamos  técnicas de organização, estratégias para atrair atenção do aluno na sala de aula.”
Existem alguns autores que acreditam que o uso de farmacológicos é essencial para o tratamento do mesmo, colocando as psicoterapias como algo complementar. Enquanto, outros profissionais acreditam que o uso medicamentoso pode ser substituído por psicoterapia e atividade física.
Mariana  acredita que o medicamento, atividade física e psicoterapia são possibilidades de tratamento “Entendendo que o medicamento irá atuar no nível neuronal, diminuindo as disfunções e tratando a impulsividade e a dificuldade de atenção; atividade física poderá ser uma forma de descarregar a energia, diminuindo a hiperatividade; já a psicoterapia terá o papel de tornar consciente as escolhas que o sujeito está fazendo, bem como orientar os pais e professores a lidarem com estas situações.”
O papel dos pais é dar suporte emocional porque normalmente elas são muito carentes. Sentar, conversar e dar carinho, a criança precisa de troca, de afeto. Isso ajuda muito no tratamento das crianças com TDAH. “É importante que após o diagnóstico deste transtorno em seus filhos, os pais continuem colocando os limites e os acompanhando” finaliza Mariana.
Fonte: (EN)Cena

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