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segunda-feira, 31 de março de 2014

As semelhanças entre o jogo patológico e o uso de drogas

No passado a comunidade psiquiátrica geralmente considerava o jogo patológico como compulsão, não como dependência motivada pela necessidade de aliviar a ansiedade por meio de uma forma específica de prazer. Na década de 80, a Associação Americana de Psiquiatria (APA, na sigla em inglês) classificou oficialmente em seu Manual estatístico e de diagnóstico das doenças mentais (DSM, na sigla em inglês), o jogo patológico como doença impulsiva. A definição, no entanto, era vaga para um grupo de transtornos que, na época, incluíam cleptomania, piromania e a tricotilomania (impulso de arrancar fios de cabelos). Mas, na edição do DSM-5, publicada em maio do ano passado, a associação transferiu o jogo patológico para o capítulo que trata das dependências químicas ou psicológicas. Do ponto de vista da psiquiatria, a decisão reflete um novo conhecimento da biologia relacionada com a dependência e já mudou a maneira como muitos profissionais da saúde trabalham com pessoas que não conseguem parar de jogar. 

O psiquiatra Hermando Tavares, professor livre-docente da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) coordenou uma pesquisa com 3.007 pessoas com mais de 14 anos e constatou que 118 delas apresentavam propensão a desenvolver problemas com o jogo. Essas últimas responderam questionários baseados nos critérios do Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM). Conclusão: 33% foram considerados jogadores problemáticos e 25%, patológicos. Entre esses, os que tinham menos de 35 anos desenvolveram a dependência mais rapidamente (dois anos) que aqueles a partir de 35 anos (12 anos para o desenvolvimento do transtorno). O estudo foi publicado em janeiro no períodico Psychiatry Research. Pesquisas mostraram que mais de 2 milhões de americanos são dependentes do jogo, e pelo menos 20 milhões têm uma ligação forte com essa atividade, que interfere seriamente no trabalho e na vida social.

Pesquisas recentes mostram que jogadores patológicos e usuários de drogas compartilham muitas das mesmas predisposições genéticas para o comportamento impulsivo e para a busca por recompensas. Da mesma forma que dependentes de substâncias químicas precisam de mais drogas para se sentir bem por algum tempo, jogadores compulsivos se aventuram em riscos cada vez maiores em busca de satisfação. Outra semelhança: tanto dependentes de drogas como jogadores patológicos apresentam sintomas de abstinência quando o objeto de dependência é retirado. E alguns poucos estudos sugerem que há pessoas vulneráveis tanto à dependência de drogas quanto ao jogo patológico porque seus circuitos de recompensa são pouco ativos, o que pode explicar parcialmente por que procuram grandes emoções.

Fonte: Scientific American Mente Cérebro

Imagens de época estimulam memória de idosos com demência

                              
Com problemas de memória e mudanças repentinas de humor, uma mulher de quase 90 anos esboça um sorriso ao assistir a um filme sobre o maquinário usado em escritórios na década de 30 – parecia lembrar-se da época em que operava máquinas semelhantes, antes da Segunda Guerra Mundial. “A reação ao filme levou a família a trazer-lhe fotos de seu casamento, que ela viu junto com todos nós. Acho que é uma maneira segura de despertar o interesse deles e recuperar lembranças”, diz Lu Mason, terapeuta ocupacional no asilo St. Leonards, em York, na Inglaterra, sobre o projeto Banco de Memórias – vídeos editados de um acervo de imagens de arquivo da Universidade de York, com imagens de época. Eleito como melhor inovação pelo National Dementia Care Awards 2013, premiação anual britânica para iniciativas na área de demência, o objetivo do banco é oferecer os vídeos a instituições de saúde mental. Os filmes estão disponíveis em DVD, de acordo com o conteúdo. Alguns podem ser baixados no site do projeto: www.memory-bank.org.

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Fonte: Scientific American Mente e Cérebro

10 fatos loucos sobre psicopatas

Quando o assunto é “psicopatia”, logo imaginamos uma lista de exemplos vindos diretos de Hollywood. Personagens como o Coringa e tantos outros criaram um estereotipo que nem sempre é preciso para classificar pessoas ditas psicopatas. Mas, pelo menos em uma característica os filmes costumam acertar em cheio: elas são pessoas assustadoras.
De acordo com o Dr. Kent Kiehl, neurocientista da Universidade do Novo México (EUA) e pioneiro em estudos que buscam um entendimento melhor sobre a mente dos psicopatas, podemos classificar como “psicopata” alguém com altos índices de falta de empatia, culpa e remorso. São pessoas extremamente impulsivas e que tendem a não fazer planos ou pensar antes de agir. E, apesar de geralmente não serem tão inteligentes quanto Hannibal Lecter, costuma, também ser astutos, manipuladores e, acredite, encantadores.
Os psicopatas ainda são minoria, compreendendo apenas 1% da nossa população. Mas, mesmo assim, eles continuam aguçando o interesse e fascinação de cientistas do mundo inteiro que, a cada dia, descobrem mais fatos loucos sobre pessoas afetadas por essa condição. Como, por exemplo:

10. Psicopatas não reconhecem medo

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Em outras palavras, se um psicopata vem em sua direção com uma faca e você fica paralisado, com os olhos arregalados, boca seca e tremendo até o cabelo, ele não entende que você está com medo, porque esses sinais não tem significado para ele. Loucura, não? E não é porque ele escolhe ignorar suas dicas, é que ele realmente não consegue.
Esse fato foi descoberto a partir de uma pesquisa realizada por Abigail Marsh, da Universidade de Georgetown (EUA), quando ela testou as reações de 36 crianças com idades entre 7 a 10 anos de idade a expressões faciais.
As crianças foram colocadas em um scanner de ressonância magnética que mostrou imagens de vários rostos. Alguns eram neutros, outros estavam com raiva, e alguns apavorados. A maioria das crianças não teve nenhum problema de diferenciação entre as faces neutras e assustadas. No entanto, as crianças com grandes para tendências a serem psicopatas simplesmente não conseguiam entender o que essas expressões de medo significavam. Essa discrepância demonstra um mau funcionamento da amígdala, a parte do cérebro que controla a resposta de medo.
A camada exterior da amígdala de um psicopata é muito mais fina do que o normal e muito menor do que a de um cérebro saudável. Graças a essa redução no volume, a área do cérebro é menos ativa do que deveria ser, razão pela qual os psicopatas são incapazes de interpretar expressões de medo. Estranhamente, este fenômeno não parece aplicar-se a outras emoções.
Já entendeu tudo, né? Uma vez que eles não têm noção de como é ter medo, eles não sabem como responder ao horror que seres humanos normais sentem.

9. Psicopatas são viciados em dopamina

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O que leva pessoas psicopatas a matar? E por que psicopatas gostam tanto de manipular os outros? Bom, tudo tem a ver com a dopamina, um neurotransmissor que ativa os centros de recompensa em nossos cérebros. É a mesma razão pela qual uma pessoa se apaixona, exceto em uma escala muito maior. Psicopatas são viciados em dopamina. De acordo com Josué Buckholtz da Universidade de Vanderbilt, em Nashville (EUA), o cérebro de um psicopata não só produz mais dopamina, como ele realmente ama muito o neurotransmissor.
Buckholtz acredita que este desejo por dopamina é a razão pela qual psicopatas são obcecados por controlar os outros. Para reforçar esse posicionamento, ele e sua esquipe estudaram 30 pessoas com traços psicopáticos, dando-lhes anfetaminas para “trancar” os neurônios produtores de dopamina. Estas drogas foram radioativamente marcadas para que os cientistas pudessem controlar o quanto de dopamina foi produzido em resposta às anfetaminas. Eles descobriram, então, que as pessoas que mostravam alta impulsividade antissocial – o desejo e a vontade de controlar os outros – geraram muito mais dopamina do que outros estímulos.

8. Psicopatas podem ter um “interruptor” de empatia

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Os psicopatas são incapazes de se colocarem no lugar de outras pessoas. Eles veem os seres humanos como peças de xadrez, como se fossem os peões para a sua própria diversão. E a razão pela qual isso acontece é motivo de muita discussão. Enquanto alguns cientistas dizem que os psicopatas simplesmente são assim, os neurocientistas da Universidade de Groningen, na Holanda, discordam. Em 2012, eles realizaram um teste com criminosos psicopatas usando tecnologia de ressonância magnética e alguns filmes caseiros que podemos chamar de bizarros. Nesses filmes, que os criminosos assistiram de dentro do scanner de ressonância magnética, uma mão sem corpo ou carinhosamente acariciava outra, ou a rejeitava, ou a batia com uma régua.
Como os pesquisadores esperavam, os psicopatas não se impressionaram. No entanto, as coisas tomaram um rumo interessante quando os pesquisadores pediram aos criminosos para que sentissem empatia com as pessoas na tela. Desta vez, quando a vítima do filme levou uma surra, os psicopatas realmente responderam. Eles estavam sentindo a dor da pessoa. Os pesquisadores concluíram, então, que psicopatas têm um interruptor de “liga/desliga” em seus cérebros. Embora ele geralmente esteja na posição “desligado”, isso pode mudar quando necessário. É por isso que, às vezes, os psicopatas podem ser acolhedores e muito charmosos.
Os cientistas acreditam que isso significa que criminosos psicopatas podem ser reabilitados. Se eles pudessem ser ensinados a deixar o interruptor sempre no “ligado”, eles poderiam superar esse transtorno. Por outro lado, se eles realmente estão simplesmente optando por não ter nenhum tipo de empatia com as pessoas, eles são ainda mais assustadores do que imaginávamos.

7. Psicopatas recebem sentenças penais mais severas

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Um diagnóstico de psicopata ajuda ou prejudica um réu? Curiosos sobre qual poderia ser o conteúdo de resposta à essa pergunta, um grupo de pesquisadores da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, apresentou um caso fictício a um grupo de 181 juízes estaduais. Para criar o caso, eles haviam criado um personagem chamado Jonathan Donahue, que foi baseado em um criminoso real. Os juízes foram informados que Donahue executou um roubo violento um restaurante de fast food e mostrou zero remorso por seu crime – e inclusive se vangloriou dele enquanto estava foragido. A cada juiz também foi dito que Donahue era um psicopata, mas apenas metade deles recebeu uma explicação biológica para o seu transtorno.
Antes de anunciarem suas decisões, os juízes foram questionados sobre com quantos anos eles normalmente sentenciam um criminoso condenado por lesão corporal grave. A maioria disse que com cerca de nove anos. No entanto, eles foram mais severos com o bandido ficcional.
Os juízes que apenas receberam a informação de que Donahue era um psicopata sentenciaram ele com uma média de 14 anos atrás das grades. E os juízes que receberam uma explicação científica que justificava a condição do réu deram, em média, apenas um ano a menos de sentença. Ou seja: não fez grande diferença. Talvez este grupo de juízes tenha sentido um pouco de solidariedade com o fato do “personagem” do caso estar preso a uma situação que foge de seu controle. Mas, ainda assim, 13 anos é um pouco longe dos 9 que um criminoso “saudável” costuma receber.

6. Empresas estão cheias de psicopatas

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Se você tem um chefe pentelho e obcecado por trabalho, talvez agora você esteja dizendo algo como: “isso explica muita coisa”.

Em 2013, o pesquisador Kevin Dutton, de Oxford, fez uma lista de profissões que atraem a maioria dos psicopatas. E provavelmente não é uma grande surpresa que profissões como policial, advogado e cirurgião tenham aparecido nas primeiras posições. No entanto, o número um da lista de profissões escolhidas por psicopatas foi outro. Eles preferem ser CEOs, ou seja, os líderes/presidentes de grandes empresas.
Isso confirma um estudo de 2010 conduzido por Paul Babiak, que entrevistou 203 executivos em programas de treinamento de gestão através de um questionário com base na lista de verificação de psicopatia de Robert Hare. Babiak chegou à conclusão horrível que 1 em 25 dos entrevistados eram psicopatas, o que é uma notícia ruim para o mundo dos negócios – mas não pelo motivo que você imagina. O que acontece é que psicopatas são péssimos líderes, não se dão bem com os outros e fazem de tudo para subir a escada corporativa usando mais seu charme do que méritos propriamente ditos. Se não podem manipular seus funcionários, vão apenas usar a força bruta e fazer um pouco de terrorismo.

5. Trolls da internet são psicopatas

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Em uma pesquisa realizada por psicólogos de diversas universidades canadenses, usuários da internet foram convidados a responder uma série de perguntas como “quanto tempo você passa online?” e “você faz muitos comentários no YouTube?”. Eles também foram solicitados a concordar ou discordar com opções como “Eu gosto de zoar pessoas em fóruns ou em seções de comentários de sites” e “eu gosto de ser o vilão em jogos e torturar outros personagens”.

Os resultados apontaram para a conclusão de que os “trolls” da internet mostram várias características do que é conhecido como “Dark Tetrad” (em português, algo como “tétrade obscura”). Trata-se da interseção de quatro características terríveis: sadismo, maquiavelismo, narcisismo e psicopatia. As pessoas com esses traços de personalidade adoram magoar os outros, são extremamente enganosos, e não têm remorso por suas travessuras. Os pesquisadores ainda descobriram uma ligação entre essas características e a quantidade de tempo gasto online, o que acaba criando um ciclo vicioso de psicopatia.

4. Existem psicopatas “pró-sociais”

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Segundo os pesquisadores, esse tipo de psicopata é aquele que tem toda a predisposição genética para ser uma psicopata de mão cheia, mas, ao invés de obedecer sua natureza, se comporta de acordo com as normas padrões da sociedade. A pessoa pode acabar tendo uma facilidade incrível, e irresistível, de manipular as pessoas e ter pouca vontade de se socializar, mas nada que machuque (pelo menos não fisicamente) outras pessoas.

3. Psicopatas têm dificuldades de reconhecer cheiros

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Em um estudo de setembro de 2013, os professores Jason Castro e Chakra Chennubholta descobriram que, enquanto a maioria das pessoas não têm dificuldade para descrever qualquer tipo de aroma, a história é bem diferente quando se trata de psicopatas.

Acontece que os psicopatas têm níveis mais baixos de funcionamento em seus córtices orbitais, como já dissemos anteriormente. Isso afeta não só a sua capacidade de fazer planos de longo prazo e manter seus impulsos sob controle, como também a sua capacidade de detectar cheiros. Isto foi confirmado por pesquisadores da Universidade de Macquarie, em Sydney, que submeteu 79 psicopatas não criminosos a um teste de olfato. Os participantes foram convidados a identificar os aromas de 16 dispositivos que se parecem com canetas e são perfumadas com vários odores como café, laranja e couro. E como os cientistas previam, os psicopatas tiveram problemas para identificar todos os aromas.
Além de fornecer uma visão fascinante sobre os mistérios do cérebro, essa conclusão pode desempenhar um papel interessante no diagnóstico. Afinal, psicopatas são espertos o suficiente para manipular testes, dando respostas intencionalmente imprecisas em avaliações psiquiátricas – o que se tornaria muito mais difícil/impossível em um teste de cheiro.

2. Presidentes e psicopatas têm muito em comum

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Psicólogos da Universidade de Emory decidiram olhar para todos os presidentes dos EUA, de Washington a Bush, e determinar quem foi o mais psicopata. Parênteses: Obama foi excluído porque ele ainda não tinha terminado o seu segundo mandato.

Analisando a personalidade de cada presidente, eles prestaram especial atenção à forma como esse homens lidaram com crises, com o congresso e o trabalho que desenvolveram com líderes estrangeiros.
Enquanto nenhum dos presidentes se encaixava perfeitamente no molde de um psicopata, alguns exibiam uma característica proeminente psicopata chamada de Domínio Destemido (DF).
Domínio Destemido é a falta de medo e falta de vontade de recuar em uma situação perigosa. Também inclui a capacidade de encantar as pessoas, uma ferramenta política muito importante. Ao final do estudo, os cientistas determinaram que o presidente americano com a maior pontuação de Domínio Destemido foi Roosevelt.
E no Brasil, qual você acha que ganharia o primeiro lugar nessa lista?

1. Psicopatas têm padrões de fala reconhecíveis

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Embora os psicopatas possam parecer muito inteligentes e espirituosos, pesquisadores da Universidade de Cornell descobriram que eles muitas vezes cometem pequenos deslizes quando abrem suas bocas. Liderados por Jeffrey Hancock, os pesquisadores entrevistaram 52 assassinos, 14 dos quais eram psicopatas. Eles pediram aos bandidos para falar sobre seus crimes e usaram um programa de computador para avaliar suas escolhas de palavras.

Depois de analisar as conversas, os pesquisadores observaram alguns padrões na fala psicopata. Por exemplo: para parecerem normais, eles usavam interjeições como “uh” e “hum” com mais frequência do que criminosos não psicopatas. Em 2012, outra equipe de cientistas levou o estudo de Cornell para o mundo dos meios de comunicação social. Ao oferecer um iPad grátis para os participantes, os pesquisadores convenceram 2.927 usuários do Twitter a deixá-los analisar todos os seustweets e retweets. E depois de ler mais de 3 milhões de postagens, este estudo também descobriu que um psicopata pode ser identificado por meio das coisas que eles dizem. Então, da próxima vez que você ler umtweet assustador, lembre-se que você pode estar seguindo o próximo psicopata a virar notícia no país inteiro. 
Fonte: Hypescience
Disponível em:< http://hypescience.com/10-fatos-loucos-sobre-psicopatas/>. Acesso em: 31 mar. 2014

terça-feira, 25 de março de 2014

Oficina faz reinserção de pacientes psiquiátricos


Breno Berlingeri Campos, do Serviço de Comunicação Social do Campus de Ribeirão Preto


             
                          Pintura em tecido: uma das formas de reintegração
A Oficina de Participação Social (OPASSO), ligada ao curso de Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, é o único serviço a oferecer atividades gratuitas aos pacientes na cidade, localizada no interior de São Paulo. Por meio de trabalhos com tecidos, pintura, culinária, passeios a museus, cinemas, clubes, parques, apresentações musicais e feiras a OPASSO pretende reintegrar à sociedade pessoas com problemas psiquiátricos.
O serviço é único em Ribeirão Preto e já conta com fila de espera para os atendimentos. Criada em 2006 como projeto de extensão vinculada ao curso de Terapia Ocupacional da FMRP, a OPASSO surgiu, segundo os responsáveis, pela “necessidade de superar as limitações do corpo e, sobretudo, da mente, para mostrar que todo ser humano é capaz de mudar a realidade e reescrever sua própria história”. Efetivamente, as atividades da OPASSO com a população começou em 2009.
Atualmente, conta com equipe pequena, apenas um docente, um técnico de nível superior e seis alunos, voluntários do curso de Terapia Ocupacional e bolsistas de extensão. Porém, os encontros são semanais, realizando atendimento aos pacientes encaminhados à oficina pelo serviço de saúde pública ou por algum amigo que já tenha frequentado a OPASSO.
Confira abaixo matéria em vídeo da TV USP:
https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=Bcn4QvT4OGM
Reinserção Social
O grande objetivo do projeto é trabalhar com a reinserção social dos pacientes. Assim, os esforços se dirigem à diminuição do preconceito às pessoas com problemas psicofísicos e ao uso de recursos para propiciar ao paciente uma vida mais autônoma.

Além das atividades artesanais e de capacitação profissional, os pacientes também desenvolvem tarefas, aproveitando os espaços do campus da USP em Ribeirão Preto, como quadras, campos e eventos musicais que a universidade oferece. Os produtos desenvolvidos por eles são vendidos em eventos, por meio da internet, no site da OPASSO, de bazares e feiras. O dinheiro arrecadado é destinado aos próprios pacientes, proporcionando sua reinserção no mercado de trabalho.
Dona Luzia Alexandre da Silva, mãe do paciente com esquizofrenia, André Alexandre, se diz bastante satisfeita com a evolução apresentada por seu filho após o início das atividades junto à OPASSO. “Ele participa da sociedade; eu o levo ao mercado, para o centro da cidade e ele tem se acostumado a estar em sociedade, o que é um desafio para a esquizofrenia.”, enfatiza a mãe.
     
Pesquisa e aprimoramento
Além de prestar assistência à população, o projeto serve como campo de pesquisa e aprimoramento para os estudantes, que participam três vezes por semana, duas horas e meia por dia e agradecem a oportunidade de participar. “Em minha formação, eu só teria contato com esse público no meu estágio, de uma forma meio superficial. Aqui, com o convívio, é possível vivenciar bastante, tanto a patologia quanto o contexto cultural da vida de cada um dos pacientes”, conta Camila Lotufo, aluna do curso de Terapia Ocupacional da FMRP.

De acordo com Adriana Oliveira, professora da FMRP, por meio da participação na oficina, os graduandos em Terapia Ocupacional aprendem mais sobre a relação terapeuta-pacientes e apresentam maior facilidade na relação e na compreensão de outras disciplinas do curso de Terapia Ocupacional.
Além do que, o trabalho realizado pela OPASSO é único na cidade de Ribeirão Preto e já precisa ser expandido, comenta a professora Adriana, enfatizando que o serviço já possui uma lista de espera com aproximadamente 12 pacientes. “Nós teríamos necessidade de ter outros profissionais, de fazer outros grupos em outros bairros também”, arremata.
A OPASSO funciona em uma casa dentro do campus da USP em Ribeirão Preto, na Rua das Paineiras, casa 6. Para participar da oficina, o paciente interessado deve apresentar uma carta de encaminhamento, especificando o distúrbio tanto psíquico e/ou físico e, em seguida, passar por uma entrevista presencial que determinará o perfil do grupo para sua integração.
Mais informações: (16) 3602-0159;  site http://www.oficinaopasso.com/
Fonte: Agência USP de Notícias
Disponível em:<http://www.usp.br/agen/?p=169564>. Acesso em: 24 mar. 2014

quarta-feira, 19 de março de 2014

Tratamento é indicado às pessoas que têm doenças do sistema nervoso

Um dos métodos mais eficaz e seguro para os tratamentos de doenças cerebrais relacionadas à depressão, ansiedade, esquizofrenia, Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), Transtorno Afetivo Bipolar, demência química, dentre outras, é a Estimulação Magnética Transcraniana Repetitiva (EMTR). A estimulação transcraniana atua apenas nas áreas cerebrais relacionadas à depressão, como o córtex dorso-lateral pré-frontal esquerdo.

O neurologista Gustavo Herrera afirma que todas as pessoas que apresentam doenças que atinjam o sistema nervoso central podem fazer o tratamento. “Sejam elas neurológicas (doença de Parkinson, demências – Alzheimer, vascular, fronto temporal e corpos de Lewy disseminados -, acidentes vasculares cerebrais isquêmicos, traumatismo crânio encefálico, dores crônicas de qualquer etiologia, epilepsias, distonias, lesão por esforço repetitivo- LER, comas prolongados e etc.)”, explica o doutor.

Um fato curioso que também pode ser tratado pela estimulação é a otológicas, os famosos zumbidos – barulhos nos ouvidos. “O método ajuda muito e com um terço do tratamento o paciente já percebe a melhora”, pontua.
A única contra-indicação ao uso da estimulação transcraniana é para pacientes que tenham implantes metálicos cocleares ou cerebrais, marca passo cardíaco. 

De acordo com Herrera, existem duas técnicas de estimulação cerebral não evasiva (sem cirurgia ou cortes e sem riscos para o paciente). “Uma das técnicas é a Estimulação Magnética Transcraniana Repetitiva (EMTR) que usa uma bobina para gerar um campo magnético modificando o funcionamento do cérebro (estimulando ou inibindo áreas cerebrais)”.
Para ler esta e outras notícias, na íntegra, confira a edição impressa e/ou se cadastre no site para ter acesso a versão Online de O REGIONAL deste sábado (15/03).

Karla Sibro

Fonte: Associação Brasileira de Psiquiatria
Disponível em: <http://www.abp.org.br/portal/imprensa/clipping-2>. Acesso em: 19 mar. 2014

segunda-feira, 17 de março de 2014

Terapia Comunitária Integrativa como prevenção ao adoecimento

Por Sonielson Luciano de Sousa 
É publicitário (CEULP/ULBRA), pós-graduado em Educação, Comunicação e Novas Tecnologias (Unitins), editor do jornal e site O GIRASSOL, graduando em Filosofia (Universidade Católica de Brasília), e colaborador do (En)Cena.
               
                 A oficina sobre Terapias Comunitárias foi bastante prestigiada
A Terapia Comunitária Integrativa (TCI) faz parte das Práticas Integrativas de Saúde (PIS), reconhecida como importante ferramenta no enfretamento e prevenção do adoecimento das pessoas, uma vez que estimula o estabelecimento de laços sociais por meio da fala, apoio emocional, troca de experiências e prevenção de patologias de ordem mental. A TCI também pode ser encarada como uma fomentadora de cidadania e de redes de solidariedade. No Brasil, vem sendo estimulada, sobretudo, nas comunidades socialmente vulneráveis.
Presente na IV Mostra Nacional de Experiências em Atenção Básica/Saúde da Família, o psicólogo e coordenador de Terapia Comunitária Integrativa do Distrito Federal, Alexandre Staerke (que tem já atuou por 4 anos em CAPS - Centro de Atenção Psicossocial), diz que a Terapia Comunitária é uma técnica genuinamente brasileira. “Nascida no Ceará, a TCI propicia as pessoas, pela sua técnica, a possibilidade de elas se sentirem ouvidas, de elas se sentirem acolhidas”, diz o coordenador, que acredita que esta seja uma das maiores riquezas da Terapia.
             
O psicólogo Alexandre Staerke é o coordenador da Terapia Comunitária Integrativa no DF
 Staerke comenta que atualmente se vive um momento histórico em que as pessoas estão se fechando em seu próprio sofrimento, “e elas sentem dificuldade em compartilhar o que elas sentem”, diz. O psicólogo argumenta que quando as pessoas conseguem entrar num grupo bem conduzido, se sentem confortáveis para dizer o que têm, “sem pudores e sem uma sensação de inadequação; isso tem um efeito direito para a produção da autoestima”, arremata.
Neste aspecto, com as técnicas de TCI, as pessoas não apenas saem com uma autoestima mais trabalhada, como “com uma sensação de pertencimento na comunidade”, pontua Alexandre Staerke, para emendar que atualmente “nunca se teve tanto transtorno de ansiedade e depressão”. “Na minha opinião, a depressão está ligada a processos de solidão, de ansiedade e de medo”, avalia Staerke, ao alertar que o “outro”, em vez de ser alguém que “faz me sentir bem no mundo, é aquele ao qual eu tenho que temer, porque vai me usar, me ferir, me machucar”. No entanto, a Terapia Comunitária enquanto técnica propicia a possibilidade de criação de laços sociais, e na medida que se constrói os laços sociais, se produz uma sensação de fortalecimento tanto da individualidade quanto do grupo. “E aí, quando pensamos sobre isso do ponto de vista institucionalizado, temos a Terapia Comunitária Integrativa como um serviço que deixa de ser eminentemente voluntário, que é a origem dele, para ser um serviço oferecido pelo Estado”, comenta.
                  
Alexandre Staerke diz que no Distrito Federal, especificamente, a TCI está sendo inserida em dois tipos de serviços: na Atenção Básica e nos serviços de Saúde Mental (CAPS Transtorno Mental e CAPS Álcool e Drogas). A ideia, segundo Staerke, é que se consiga, por meio destas inserções, introduzir novos instrumentos, novas possibilidades de produção de saúde.
O que são Práticas Integrativas em Saúde
As Práticas Integrativas em Saúde são técnicas que fazem parte da saúde primária (Atenção Básica).  Elas servem como instrumentos ou tecnologias de promoção de saúde e de redução do adoecimento. “Até onde temos informação, de todos os estados do país, a unidade com maior número de práticas é o Distrito Federal. Nós temos 14 práticas atualmente”, finaliza Alexandre Staerke.
 Fotos: Paulo André Borges
*colaboração: Isadora Santana Fernandes
Fonte: (EN)Cena

Estimulação cerebral pode ser alternativa a antidepressivos

Tratamento da depressão sem remédios
Tratar a depressão, ou Transtorno Depressivo Maior (TDM), é uma necessidade que encerra seus próprios dilemas.
Isso porque é cada vez maior a preocupação com os efeitos colaterais negativos dos antidepressivos.
Agora, pesquisadores da USP estão avaliando uma técnica não-invasiva para o tratamento da depressão sem uso de remédios.
A técnica é chamada "Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua" que consiste na aplicação de uma corrente elétrica de baixa intensidade no córtex cerebral - corrente contínua é um tipo de eletricidade como a das pilhas, diferente da corrente alternada disponível nas tomadas.
"Isso poderia trazer um impacto importante nos tratamentos clínicos, pois a estimulação transcraniana é uma alternativa segura e eficaz. Ela atua apenas nas áreas cerebrais relacionadas à depressão, como o córtex dorso-lateral pré-frontal esquerdo. Ao contrário do medicamento, que age não só no local necessário como também em todo o corpo, aumentando as chances de efeitos colaterais," explica o Dr. André Russowsky Brunoni, coordenador da pesquisa.
Os eletrodos são colocados externamente no crânio, para aumentar a atividade elétrica de áreas do cérebro que são mais baixas em pessoas com depressão. O procedimento dura 30 minutos e é repetido por 15 dias consecutivos. "Algumas pessoas sentem um leve formigamento na cabeça, mas outras não sentem absolutamente nada", conta Russowsky.
Outras vantagens da ETCC (Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua), apontadas pelo médico, é o fato de ser uma técnica barata, de fácil uso e portátil, al[em da forma de atuação no organismo. Enquanto o remédio age em neurotransmissores que atuam no cérebro inteiro, ocasionando reflexos negativos em outras partes do corpo, a estimulação elétrica atua diretamente no córtex pré-frontal..
                     Estimulação cerebral pode ser alternativa a antidepressivos
A Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (ETCC) é uma técnica não invasiva
Agora os cientistas estão recrutando voluntários - pacientes com diagnóstico de depressão - para comparar os resultados da técnica não-invasiva com os antidepressivos de última geração.
De acordo com Russowsky, os voluntários serão divididos em dois grupos: um receberá tratamento apenas com o antidepressivo escitalopram e o outro a estimulação transcraniana.
"Apesar de algumas pesquisas-piloto mostraram que a ETCC diminui a intensidade dos sintomas depressivos, estudos com populações maiores são necessários para permitir a generalização destes resultados e verificar a eficácia desta intervenção," explica ele.
Depressão
depressão é um quadro psiquiátrico comum, com uma prevalência de cerca de 15% ao longo da vida e uma incidência de cerca de 5% ao ano.
Ela atinge duas a três vezes mais mulheres do que homens e, na maioria dos casos, se inicia a partir da terceira década de vida.
Seus principais sintomas incluem perda de interesse e prazer nas atividades habituais, humor deprimido e pensamentos de culpa e menos valia.
As pessoas jovens, as mais acometidas pela depressão, evitam remédios para a doença porque muitas vezes eles vêm acompanhados de ganho de peso e disfunção sexual. Mulheres grávidas ou que estão amamentando também são impedidas de ingerir essa medicação.
Fonte: Diário da Saúde

Efeitos psicológicos dos antidepressivos são piores do que se pensava

Pensamentos de suicídio, dificuldades sexuais e torpor emocional como resultado do uso deantidepressivos parecem ser muito mais comuns do que se pensava até agora.
Em uma pesquisa com 1.829 pessoas que tomavam antidepressivos com receita médica, os pesquisadores descobriram que mais da metade deles podem apresentar problemas psicológicos devidos à medicação.
O resultado aumenta as já grandes preocupações com a escalada do problema do excesso de prescrição destes medicamentos.
"A medicalização da tristeza e da angústia atingiu níveis bizarros. Uma em cada 10 pessoas em alguns países estão tomando antidepressivos com receita médica," disse o Dr. John Read, da Universidade de Liverpool (Reino Unido).
Mais da metade das pessoas com idade de 18 a 25 anos no estudo relataram sentimentos suicidas e, na amostra total, houve uma grande porcentagem de pessoas que sofrem de "dificuldades sexuais" (62%) e "sentir-se emocionalmente entorpecido" (60%).
As porcentagens para outros efeitos incluíram: "sentindo-me como se não fosse eu" (52%), "redução dos sentimentos positivos" (42%), "ligando menos para os outros" (39%) e "efeitos de abstinência do medicamento" (55%).
Por outro lado, 82% afirma que a droga tinha ajudado a aliviar sua depressão.
"Embora os efeitos colaterais biológicos dos antidepressivos, tais como ganho de peso e náuseas, estejam bem documentados, problemas psicológicos e interpessoais têm sido largamente ignorados ou negados. E eles parecem ser assustadoramente comuns," disse o Dr. Read.
"Nossa descoberta de que mais de um terço dos entrevistados relata ideação suicida como resultado de tomar os antidepressivos sugere que os estudos anteriores podem ter subestimado o problema," concluiu ele.
Fonte: Diário da Saúde

quinta-feira, 13 de março de 2014

O desafio de incluir portadores de TDAH na escola

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Por Susana Araújo 
Acadêmica de Jornalismo do CEULP/ULBRA

O Transtorno do de Déficit de Atenção e Hiperatividade, o TDAH, é geralmente identificado na infância e a maioria dos casos persiste até a fase adulta, segundo o CID 10 (Código Internacional de Doenças) é nominado como F.90 Transtorno Hipercinético. Este transtorno é caracterizado por três aspectos, impulsividade, hiperatividade e desatenção, afetando então de alguma maneira, os aspectos cognitivos, sociais e psíquicos do sujeito. De acordo com o DSM-IV(Manual Diagnóstico de Transtornos Mentais), o sujeito deve apresentar estes sintomas em um período mínimo de seis meses.
Estudos científicos mostram que portadores de TDAH tem alterações na região frontal e as suas conexões com o resto do cérebro, isto é, a parte responsável pela inibição do comportamento, como a memória, o auto controle, organização e planejamento . Acredita-se também que possa ter influências genéticas, pois perceberam que nas famílias que já tinham algum caso de TDAH. Atualmente não há cura para mas este tipo de transtorno é  tratável, quanto mais cedo  administrar os sintomas , melhor é o desenvolvimento social, acadêmico e emocional da pessoa.
O problema  é geralmente notado pelos professores quando as crianças iniciam atividades na escola a partir dos seis anos de idade, pois antes disso o  comportamento infantil é muito variável, o que não assegura, por si só, a identificação do TDAH. Para ser considerado como TDAH é necessário que estes comportamentos possam ser percebidos em vários ambientes, tais como: escola, casa e trabalho.
“Este transtorno geralmente é reconhecido em crianças do sexo masculino e há críticas em relação a este tipo de diagnóstico diante desta população, compreendendo que as crianças estão em uma fase de descoberta do mundo através de muitas visualizações na internet, televisão, jogos etc, ” diz  Mariana Miranda Borges , psicóloga na clínica Aprimore  e coordenadora do Serviço de Psicologia da Ulbra .
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“É importante que após o diagnóstico, os pais continuem colocando os limites e os acompanhando” diz Mariana, psicóloga e coordenadora do Serviço de Psicologia da Ulbra.
O professor, assim como a escola conhece o dia-a-dia de seus alunos, e sabe qual deles têm dificuldades de aprendizagem ou comportamento prejudicial, podendo alertar aos pais para que busquem ajuda de um especialista.
Mas, o preconceito acerca desse assunto ainda é muito grande. A maioria dos  pais, quando surpreendidos pela sugestão de procurar ajuda, ficam amedrontados, e reagem muito mal, criando uma situação de estresse familiar e matrimonial. E neste caso o  apoio familiar é a base mais sólida para a otimização do tratamento, pois envolve afeto e dedicação.
“Muitos  pais interpretam erroneamente, não aceitam que devem procurar um especialista para ter uma melhor orientação” afirma Kallianna Novais Kós, professora na Escola Municipal Monteiro Lobato, em Palmas. Na unidade, ela dá aulas aos portadores de TDAH desde 2011, e é pós graduada em Atendimento Educacional Especializado (AEE), pela Universidade Federal do Ceará – UFC.
                
Professora Kallianna com os alunos Maria Tereza, 10 anos, e Guilherme M de Oliveira, 7 anos.
O diagnóstico do transtorno é realizado por um especialista geralmente (médicos neurologistas, psicólogos  com especialização em neuropsicologia e psicopedagogos)  em uma entrevista clínica, colhendo a historia da vida da criança juntamente com os pais, através  de uma avaliação baseado em uma lista de nove sintomas de hiperatividade e impulsividade.
Mariana acrescenta que é fundamental oferecer exames que observam atividade neuronal com  alguns testes psicológicos que verificam o desempenho cognitivo e a neurologia “ É importante também observar as capacidades visuais e auditivas, pois o comprometimento nestas áreas podem dificultar o foco e a manutenção da atenção durante a realização das atividades educacionais e laborais, podendo elaborar um diagnóstico errôneo.”
Uma vez diagnosticados, o professor tem condições de ajudar o aluno com o TDAH, sem prejudicar o andamento da turma, e através de algumas estratégias para facilitar o cotidiano desta criança na escola, com atividades lúdicas e concretas.
Kallianna diz que o  tratamento envolve uma equipe multidisciplinar, pois requer também aplicação de medidas pedagógicas e comportamentais  “O que criamos são rotinas, regras, procuramos pausas regulares entre as atividades, tempo extra para responder perguntas, estimulação e elogio verbal nas atividades realizadas”, explica  “Usamos  técnicas de organização, estratégias para atrair atenção do aluno na sala de aula.”
Existem alguns autores que acreditam que o uso de farmacológicos é essencial para o tratamento do mesmo, colocando as psicoterapias como algo complementar. Enquanto, outros profissionais acreditam que o uso medicamentoso pode ser substituído por psicoterapia e atividade física.
Mariana  acredita que o medicamento, atividade física e psicoterapia são possibilidades de tratamento “Entendendo que o medicamento irá atuar no nível neuronal, diminuindo as disfunções e tratando a impulsividade e a dificuldade de atenção; atividade física poderá ser uma forma de descarregar a energia, diminuindo a hiperatividade; já a psicoterapia terá o papel de tornar consciente as escolhas que o sujeito está fazendo, bem como orientar os pais e professores a lidarem com estas situações.”
O papel dos pais é dar suporte emocional porque normalmente elas são muito carentes. Sentar, conversar e dar carinho, a criança precisa de troca, de afeto. Isso ajuda muito no tratamento das crianças com TDAH. “É importante que após o diagnóstico deste transtorno em seus filhos, os pais continuem colocando os limites e os acompanhando” finaliza Mariana.
Fonte: (EN)Cena

quarta-feira, 12 de março de 2014

Exame pode prever Alzheimer com três anos de antecedência

Um exame de sangue pode prever com precisão o aparecimento da doença de Alzheimer com até três anos de antecedência.
É o que estão anunciando pesquisadores da Universidade de Georgetown (EUA), em um artigo publicado na revistaNature Medicine.
Segundo eles, o nível de 10 tipos de gordura no sangue permitiria detectar, com 90% de precisão, o risco de uma pessoa desenvolver a doença nos próximos três anos.
Segundo especialistas da área, os resultados ainda precisam ser confirmados em testes clínicos, envolvendo amostras estatisticamente mais significativas de pacientes.
No ano passado, outra equipe anunciou a descoberta de um biomarcador capaz de revelar o Alzheimer 10 anos antes dos sintomas.
Saber sem poder
Se esses estudos tiverem sucesso, a questão que se coloca é se um exame desse tipo deveria ou não ser colocado à disposição da população.
Isso porque não há cura ou tratamento para o Alzheimer - todos os candidatos a medicamentos testados até agora não tiveram sucesso.
Embora a teoria sobre as placas de beta-amiloide seja a mais conhecida do público, a ciência ainda não tem uma explicação sobre as causas do Alzheimer.
Assim, levanta-se o questionamento sobre a utilidade de dar aos pacientes a informação, sem que haja recursos à disposição para tratá-los.
"Se isso se desenvolver no futuro, deve ser dada às pessoas a possibilidade de escolha sobre se gostariam de saber, compreendendo plenamente as implicações," disse o Dr. Doug Brown, médico da Alzheimer's Society's, instituição britânica especializada no tema, destacando que o exame poderia representar desafios éticos.
Desenvolvimento de novos medicamentos
Contudo, outros cientistas afirmam que um exame desse tipo seria importante justamente no desenvolvimento de novos medicamentos, já que se acredita que, se esses futuros medicamentos forem aplicados em etapas iniciais da doença, sua eficácia será maior.
Os estudos atuais indicam que o Alzheimer ataca o cérebro "silenciosamente" por mais de uma década antes que os sintomas surjam.
Os médicos acreditam que os tratamentos com os remédios anunciados hoje para a doença estão falhando porque os pacientes estão sendo submetidos a eles tarde demais.
É por isso que a descoberta de um teste que preveja o risco de demência é uma das principais prioridades para o campo das neurociências.
"Para testar a eficácia de potenciais novos medicamentos, é importante ser capaz de recrutar pessoas para ensaios clínicos nas fases iniciais da doença, quando esses tratamentos são potencialmente mais eficazes," disse Simon Ridley, médico de uma ONG que pesquisa o Alzheimer.
Fonte: Diário da Saúde