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sexta-feira, 28 de junho de 2013

III Arraiá Cai na Roça - Dia 11/07

Fonte: Blog Saúde Mental do Rio de Janeiro

Sóbrias emoções

Pessoas com propensão ao alcoolismo parecem ter dificuldade em realizar processos que ajudam a enfrentar situações dolorosas

Uma das bases do processo de recuperação do alcoolismo é um conceito conhecido como sobriedade emocional. A ideia é que alcoolistas e outros adictos possam controlar a dependência durante longo período, desde que aprendam a lidar com frustrações e outros desconfortos emocionais que possam levá-los a situações de estresse, ansiedade, ao desejo de consumo da substância e, finalmente, à recidiva. Trata-se, na verdade, de um projeto de vida e requer o cultivo de maneiras totalmente novas de pensar sobre o relacionamento consigo mesmo e com os outros. 

No caso do alcoolismo, por exemplo, a literatura sobre casos de recuperação também mostra que algo óbvio, mas indispensável, “vem primeiro”: é preciso que a pessoa em tratamento simplesmentenão beba. Nos primeiros dias de recuperação, muitos profissionais da saúde adotam a prática de orientar alcoolistas a não analisar o motivo de serem dependentes ou se perder em longos questionamentos a respeito de como poderiam ter evitado a situação. A máxima é: “Não pense e não beba”. Viver um dia de cada vez e o que mais puder ajudar, como exercícios, meditações, orações e reuniões, auxiliam a distrair a mente da compulsão de pegar um copo.

Essas abordagens representam dois tipos muito diferentes de regulação emocional. Distração é irracional equivale à retirada cognitiva dos pensamentos sobre o álcool e consequente diminuição da ansiedade do desejo de beber a qualquer custo. 

Trata-se de um instrumento poderoso na caixa de ferramentas do processo de recuperação. Por outro lado, a sobriedade emocional de longo prazo requer o lento, constante e às vezes difícil exercício de pensar sobre situações, relacionamentos, lugares e coisas que uma vez colocaram a pessoa – e podem colocá-la novamente – fora de controle. 

Uma pesquisa recente sugere que uma mente saudável habilmente alterna essas técnicas quando enfrenta emoções desagradáveis. Ao estudar esses mecanismos, os pesquisadores começam a entender como as pessoas lidam com sentimentos dolorosos e o que acontece quando essas habilidades faltam.

PREFIRO NÃO SABER...
Programas de recuperação ensinam alguns princípios fundamentais de regulação emocional, o que costuma ser muito útil já que dependentes químicos parecem não usufruir deles intuitivamente. No entanto, pessoas saudáveis demonstram de forma natural ter mais recursos para lidar com sentimentos negativos. Pelo menos essa é a conclusão de alguns estudos recentes do psicólogo Gal Sheppes e de sua equipe da Universidade Stanford. Os cientistas têm buscado entender melhor as estratégias que as pessoas escolhem para lidar com as emoções negativas de diferentes tipos e intensidades. Os pesquisadores acreditam que processamos diferentes tipos de informação emocional, basicamente, de acordo com as duas formas descritas na literatura: bloqueando-as totalmente ou pensando no assunto com cuidado na tentativa de reavaliar a situação. Por exemplo: se uma experiência ou pensamento for especialmente intenso e ameaçador, as pessoas geralmente cortam logo o mal pela raiz. Simplesmente não prestam atenção ao problema e assim bloqueiam a entrada de ideias desconfortáveis – alcoolistas em recuperação são aconselhados a fazer algo parecido. A técnica impediria que pensamentos negativos potentes ganhassem força.

Por outro lado, pessoas confrontadas com emoções negativas mais brandas não tentam bloqueá-las. Esses sentimentos seriam regulados por um segundo mecanismo cognitivo, por meio de um processamento mais sofisticado para elaborar emoções desagradáveis na tentativa de torná-las inofensivas. Mas, primeiro, os pensamentos negativos devem ser armazenados na memória para reavaliação e reinterpretação. Pelo menos essa é a teoria que Sheppes e seus colegas testaram em uma série de experimentos no laboratório. Eles acreditam que pessoas saudáveis tendem a “deixar de lado” experiências emocionais intensas rapidamente e a prestar mais atenção a experiências leves e menos ameaçadoras, na tentativa de se defender. 

Os pesquisadores recrutaram 20 voluntários e os instruíram sobre os dois métodos de regulação emocional: distração e reavaliação. Na sequência, os participantes deveriam visualizar fotografias retratando emoções negativas em variados graus. Uma imagem de baixa intensidade, por exemplo, mostrava uma mulher apoiando a cabeça com as mãos em um estado ambíguo, que poderia ser interpretado como desânimo ou angústia, enquanto uma fotografia de alta intensidade poderia expor uma pessoa em sofrimento extremo, com sangue escorrendo pelo rosto. Os voluntários visualizaram uma série de imagens, focalizando cada figura durante meio segundo e depois narraram em voz alta durante cinco segundos de que maneira processavam a emoção: se por meio da distração ou pensando sobre como reinterpretá-la. Outros voluntários e observadores assistiam à explanação e caracterizavam as estratégias utilizadas como “distração” ou “reavaliação”. Para ter certeza de que os resultados seriam precisos, os participantes que tinham visto as fotos também deveriam apertar um botão para indicar qual estilo de processamento emocional escolheriam usar.

UMA DOR SUPORTÁVEL
Os resultados foram inequívocos: a maioria optou por prestar atenção quando confrontada com uma fotografia de baixa intensidade e se distrair ao visualizar imagens de alta intensidade, sugerindo que a mudança de estratégias é uma forma normal e saudável de lidar com o lado negativo da vida. Os pesquisadores também aplicaram um “teste surpresa” nos voluntários no final do experimento e descobriram, como já esperavam, que a memória dos participantes fora prejudicada: eles tiveram dificuldades para recordar as fotografias que os fizeram desviar a atenção. O resultado sugere que a distração, usada como estratégia de regulação emocional, ajuda a impedir que a informação emocional negativa entre na memória.

Imagens intensas são estímulos poderosos para fomentar emoções negativas. Mesmo assim, os cientistas buscavam um teste que estivesse mais próximo de eventos da vida real. Por isso, em outro experimento, eles usaram a antecipação de choques elétricos para criar um estado de ansiedade mensurável nos voluntários. Os pesquisadores provocaram emoções intensas nos participantes por meio da administração de 20 choques elétricos de proporções variadas. Pouco antes de cada descarga, as pessoas visualizavam uma breve descrição do nível de intensidade do choque iminente, permitindo-lhes tempo –12 segundos, em média – para escolher e usar uma das estratégias para regular a ansiedade antes de receber o choque elétrico. Assim como antes, os voluntários deveriam dizer em voz alta qual estratégia cognitiva pretendiam usar. 

Os cientistas cruzaram os dados de intensidade do choque com as escolhas cognitivas e concluíram que os resultados foram essencialmente os mesmos obtidos antes. Artigo sobre o experimento, publicado na edição on-line do periódico científicoPsychological Science, revela que os voluntários foram muito mais propensos a optar por uma estratégia de reavaliação (“isto não vai ser tão ruim”) na hora de enfrentar um choque desagradável, mas tolerável, e a tentar se distrair na iminência de levar uma descarga elétrica forte e intensamente dolorosa. Ou seja: as pessoas geralmente têm flexibilidade cognitiva para adaptar suas escolhas diante das situações que precisam enfrentar. 

Não é novidade a constatação de que, se for inevitável que surjam emoções negativas, tendemos a optar pelas menos desagradáveis. A elaboração ou reinterpretação emocional de eventos do passado é hoje reconhecida como uma estratégia eficaz de enfrentamento, utilizada como parte importante do processo psicoterapêutico. As conclusões sobre se distrair diante de uma emoção negativa, com a qual é difícil lidar, vão contra uma antiga visão que considera prejudicial evitar ou reprimir reações diante de intensos desafios emocionais. Há evidências de que, em condições extremamente adversas, algum desprendimento emocional pode ser saudável. Esta abordagem parece ser verdadeira pelo menos para vítimas de tragédias, pessoas com depressão grave e para alcoólicos no início do processo de recuperação. 

Fonte: Revista Mente e Cérebro

Disponível em: <http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/sobrias_emocoes.html>. Acesso em: 28 jul. 2013.

11 escritores famosos com um único romance publicado

Conheça os escritores cuja carreira literária é marcada por apenas uma obra prima:

http://super.abril.com.br/galerias-fotos/12-escritores-famosos-unico-romance-publicado-745060.shtml#0  

I Mostra Cientifica do SUS Bahia

A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (SESAB), por meio da Superintendência de Recursos Humanos (SUPERH), através da Escola Estadual de Saúde Pública (EESP), em parceria com a Superintendência de Assistência Farmacêutica, Ciência e Tecnologia realizará a I Mostra Científica do SUS-Bahia: educando para a saúde e I Congresso Baiano de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde.
Acontecerá no Centro de Convenções de Salvador/ Ba, nos dias 28, 29 e 30/08/13, durante os quais serão realizadas conferências, comunicações orais, exposição de pôsteres, café científico, exposição de vídeos, espaço de integração e mobilização e minicursos, de forma simultânea.

Mais informações, acesse: http://www.saude.ba.gov.br/eesp/index.php?option=com_content&view=article&id=680&catid=14&Itemid=54

Fonte: Escola Estadual de Saúde Pública (Bahia)

quarta-feira, 26 de junho de 2013

SEMINÁRIO SAÚDE MENTAL, DROGAS E DIREITOS HUMANOS

Mais informações : http://saudementalnauerj.blogspot.com.br/

Congresso Mundial de Salud Mental 2013 de la World Federation for Mental Health


Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental ABRASME

A cidade de São Paulo sediará entre os dias 05 e 07 de setembro de 2013, o I Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental. O Fórum será realizado pela Associação Brasileira de Saúde Mental – ABRASME, e tem por objetivo debater com os diferentes atores sociais, as questões referentes aos Direitos Humanos e a Saúde Mental em suas implicações transversais com os temas como População de Rua, Política sobre Drogas, Assistência na Reforma Psiquiátrica e Rede de Atenção Psicossocial, Políticas de Encarceramento, Saúde e Violência em relação a Juventude Negra, Cultura, Economia Solidária, Democratização da Comunicação, entre outros.
            O Fórum segue a tradição iniciada com o movimento Madres da Plaza de Mayo, da Argentina, durante um dos Congressos das Madres, que são marcados pelo debate realizado por um grande número de militantes dos movimentos sociais da América Latina. O Fórum, surgido em um dos Congressos, tem a intenção de promover um diálogo onde as idéias, questões e propostas circulem sem os caminhos específicos de apresentação de trabalhos somente. No Brasil, o Fórum avança na Luta Antimanicomial, iniciada no Brasil em fins da década de 1970 pelo Movimento Nacional de Luta Antimanicomial e pelo Movimento de Reforma Sanitária, após denúncias de violações aos direitos humanos em pessoas internadas em instituições psiquiátricas no Brasil no ano de 1978.
            A cidade de São Paulo não foi escolhida de maneira aleatória. O Estado possui desde as primeiras mobilizações pela Luta Antimanicomial e pela Reforma Psiquiátrica, importantes ações de militância política. O momento atual foi interpretado por muitos, como de extrema importância para a realização do I Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental, na capital paulista. Em consequência da questão do crack, São Paulo vive sérios dilemas que podem levar a um retrocesso no modelo de atenção destinado a essa população. Diferentes movimentos sociais estão envolvidos no debate. O Fórum servirá para fortalecer e estreitar ainda mais as lutas dos movimentos sociais em defesa dos princípios da Luta Antimanicomial, da Reforma Psiquiátrica, dos Direitos Humanos e do Sistema Único de Saúde (SUS).

Mais informações: http://www.direitoshumanos2013.abrasme.org.br/site/capa

II Congresso Internacional de Saúde Mental


Mais informações: http://www2.unicentro.br/noticias/ai1ec_event/ii-congresso-de-saude-mental/?instance_id=

Processo de seleção para especializandos dos Cursos do Projeto de Apoio ao SUS



O Ministério da Saúde e o Hospital Sírio-Libanês (HSL/MS), com apoio da Coordenação Local composta por representantes da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, do Conselho dos Secretários Municipais de Saúde da Bahia e da Secretaria Municipal da Saúde do Salvador, tornam público o Edital, que regulamenta as inscrições para o processo seletivo dos especializandos para os Cursos de Especialização em: Gestão da Clínica nas Regiões de Saúde; Gestão da Regulação em Saúde no SUS; Gestão da Educação na Saúde para Preceptores do SUS; Gestão da Vigilância Sanitária; e Gestão de Emergências em Saúde Pública. 

Os interessados deverão acessar o site do COSEMS-BA no link a baixo e localizar o edital de seleção, onde constam todas as orientações para procedimento da inscrição:http://www.cosemsbahia.com.br/?pagina=noticia&codNoticia=2334 

Informamos que a inscrição é on-line e ocorrerá no período de 19 de junho a 09 de julho.

Fonte: Escola Estadual de Saúde Pública (Bahia)

 
Disponível em: <http://www.saude.ba.gov.br/eesp/index.php?option=com_content&view=article&id=686&catid=13&Itemid=59>. Acesso em: 26 jun. 2013. 

Saúde mental promove festa junina


O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), da Secretaria Municipal de Saúde, promove a tradicional festa junina nesta quinta-feira (27). A unidade, voltada para adultos e especializada no atendimento de pessoas portadoras de transtornos mentais severos e persistentes, é uma parte importante da rede de saúde mental do município.
“Para promover a inclusão e reabilitação dos usuários, o centro realiza sempre atividades culturais, recreativas e de lazer em parceria com outras secretarias ou com a comunidade em geral”, explica o médico Vito Vicente Gapit, da Coordenação em Saúde Mental.
A unidade conhecida como CAPS 3, que funciona na região do Parque Centenário, vai ganhar em 2014 o reforço de um Centro de Convivência e Oficinas de Geração de Trabalho e Renda

Fonte: Prefeitura de Jundiaí
 
Disponível em:<http://www2.jundiai.sp.gov.br/2013/06/saude-mental-promove-festa-junina/>. Acesso em: 26 jun. 2013.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Hospital Juliano Moreira: 139 Anos de História


“Paciente com depressão tem medo de ser tachado de louco”, diz especialista

Segundo médico, preconceito é uma das barreiras para a falta de adesão ao tratamento

A depressão ainda é uma doença estigmatizada que envolve muitos mitos e tabus. De acordo com o psiquiatra Antônio Geraldo da Silva, presidente da ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), os pacientes têm preconceito e medo de serem tachados de loucos ou doentes mentais, por isso demoram a procurar ajuda médica e, consequentemente, aderir ao tratamento.
— Esta demora pode acarretar na cronificação do quadro, o que dificulta a remissão da doença. Por isso, o primeiro passo é vencer o medo do diagnóstico.
Ultrapassada a primeira barreira, o segundo passo é avaliar o estágio da depressão. Segundo o psiquiatra Kalil Duailibi, coordenador do departamento de psiquiatria da Unisa (Universidade de Santo Amaro), nem todo diagnóstico exige uso de medicação.
— No caso de uma depressão leve, a orientação é fazer psicoterapia, mudar hábitos e praticar atividade física, de preferência aeróbia, quatro vezes por semana. O uso de antidepressivo geralmente é prescrito em quadros moderado e grave.
O especialista acrescenta que “os remédios não causam dependência e podem ser administrados com segurança por muito tempo”.
— O tempo de uso pode variar de meses a anos e somente 10% das pessoas que sofrem de depressão vão precisar manter o tratamento para o resto da vida.
Segundo o presidente da ABP, a interrupção do antidepressivo nunca deve ser feita de forma abrupta. A orientação é diminuir as doses de forma lenta e gradativa, com orientação médica, para evitar recaídas. Kalil acrescenta que “estar se sentindo bem não significa deixar o remédio de lado”.
— Isso é um erro. A meta do tratamento da depressão é contribuir para que a pessoa volte a ter uma vida normal, ou seja, sinta prazer nas atividades habitualmente agradáveis e seja reintegrada em todas as esferas de sua vida: social, afetiva e profissional.
Segundo dados da ABP, mais de 80% das pessoas com depressão podem melhorar se receberem o tratamento correto.
Abandono do tratamento
De fato, o medicamento pode levar até 15 dias para começar a ter boa ação antidepressiva. No entanto, os efeitos colaterais são imediatos, o que dificulta bastante a adesão ao tratamento e faz com que o paciente queira abandoná-lo precocemente, conforme explica Kalil.
— A maioria dos pacientes interrompe o tratamento duas a três vezes até perceber que ficam mais vulneráveis a ter novas crises. A partir daí, costumam seguir as orientações médicas.
Entre os efeitos desagradáveis, o médico cita boca seca, prisão de ventre, visão turva, diminuição da libido, insônia e ganho de peso. Mas, para Geraldo, estes não são motivos suficientes para suspender a medicação.

— Apesar das desvantagens dos efeitos colaterais, a medicação promove uma melhora significativa da depressão. Além disso, temos muitas classes de medicamentos, que conseguem atender cada perfil de paciente.
O presidente da ABP alerta que pessoas que já tiveram um quadro de   de depressão têm 50% de chance de ter outro. Para quem já teve dois episódios, o risco aumenta para 70% e, para quem teve três, sobe para mais de 90%.

Depressão é uma doença feminina
A depressão pode ocorrer em qualquer ciclo da vida, mas como o sexo feminino passa por vários processos hormonais, as mulheres estão mais vulneráveis para a depressão, alerta Kalil.
— Entre 12 e 55 anos a depressão afeta quatro mulheres para cada homem, enquanto na infância e terceira idade a proporção é mais equilibrada, de uma mulher para cada homem.
A ex-BBB Fani Pacheco, de 30 anos, faz parte desta estatística. Em entrevistas a jornais e revistas, Fani já assumiu ter depressão desde os 22 anos e garantiu que ficar sem medicamento a faz se sentir desmotivada e sem vontade de fazer nada.
Segundo Geraldo, a depressão não é tristeza, mas pode vir acompanhada deste sentimento, assim como melancolia, desânimo, falta de interesse por qualquer atividade, alterações do sono e do apetite, pensamentos negativos, desesperança e desamparo.
— A depressão tira as forças da pessoa, mas com o tratamento adequado este quadro pode ser revertido.
 
Fonte: Portal R7 via Associação Brasileira de Psiquiatria
 
Disponível em: <http://www.abp.org.br/portal/imprensa/clipping-2>. Acesso em: 19 jun. 2013.

Reforma Psiquiátrica foi tema do Globo Universidade deste sábado, 15.06

Assista o programa:
http://www.redeglobo.globo.com/globouniversidade/videos/t/edicoes/v/globo-universidade-15062013-psiquiatria-integra/2633142/ 

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Reforma Psiquiátrica é tema do Globo Universidade deste sábado, 15

Lizandra Trindade visita o Instituto de Psiquiatria da UFRJ


Lizandra Trindade gravou o Globo Universidadeno Instituto de Psiquiatria da UFRJ

Globo Universidade deste sábado, dia 15, fala sobre o tratamento de transtornos psiquiátricos. A repórter Lizandra Trindade conversa com professores, alunos e pacientes do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Ipub/UFRJ) sobre a Reforma Psiquiátrica, que promoveu mudanças no atendimento público em saúde mental a partir da década de 70. Atualmente, o convívio do paciente com a família e a comunidade é estimulado, ao contrário do que se fazia antes da reforma.
A conversa começa com a professora Maria Tavares, diretora do Instituto de Psiquiatria. Ela ressalta a importância da liberdade no tratamento psiquiátrico, uma vez que os participantes do programa costumam viver em um mundo à parte, e explica os tipos de acompanhamentos oferecidos pelo Ipub, que vão desde internação até oficinas terapêuticas. Maria Teresa destaca, ainda, as transformações pelas quais os universitários passam durante o estágio. “O aluno sofre uma mudança enquanto ser humano. Certamente, ele sai daqui uma pessoa diferente do que entrou”, conta a professora.
Lizandra Trindade participa ainda do encontro do grupo ‘Voz dos Usuários’. São 15 pacientes, coordenados pelo professor Octavio Serpa, que contam suas histórias de vida na forma de seminários. Assim, os estudantes aprendem com a experiência de quem enfrenta o sofrimento psíquico, algo que não está disponível nos livros. Já os participantes têm a oportunidade não só de compartilhar suas vivências, mas também de desmistificar uma série de preconceitos.
A música também entra em cena no tratamento. Em uma apresentação do grupo Cancioneiros do Ipub para calouros do curso de psicologia, a repórter mostra os benefícios da musicoterapia na evolução dos portadores de transtornos mentais. O musicoterapeuta Vandré Vidal ressalta que quando a pessoa canta, ela coloca tudo para fora e com isso é mais fácil pensar com clareza.
No quadro Nota 10, a professora Marci Dória, responsável pelo Grupo Literatura & Clínica, fala sobre o estudo da esquizofrenia, depressão e melancolia a partir de obras de poetas e escritores. Ela dá como exemplo o trabalho que vem desenvolvendo sobre a melancolia nos escritos de Sylvia Plath, poeta americana que cometeu suicídio aos 31 anos. A peça “Plath, um mar se move em meus ouvidos”, apresentada no Ipub, surgiu desses debates.
Ainda no programa, o quadro Eu amo meu trabalho apresenta a médica Marina Mochcovith, de 29 anos, que fez a residência em Psiquiatria no IPUB. Ela conta que a experiência no Instituto trouxe todas as noções de como lidar com o paciente psiquiátrico de forma mais humana.  “Ele (meu trabalho) me dá a oportunidade de estar em contato com o ser humano e aprender muito. E quando dá certo você pode fazer uma diferença positiva na vida de uma pessoa.”
Criado em 1999, o Globo Universidade tem como missão compartilhar experiências para somar conhecimento. Para que isso aconteça, estabelece uma relação de parceria permanente com o meio acadêmico. Por meio da realização de debates, seminários, publicações e apoio a pesquisas, o Globo Universidade contribui para a produção e divulgação científica, além da formação de futuros profissionais. Desde 2008, o Globo Universidade também está presente na grade de programação da Rede Globo: todos os sábados, às 7h, o programa exibe reportagens sobre as principais universidades do Brasil e do mundo. Em 2011, a atração passou a integrar o programa Globo Cidadania, que também conta com o Globo CiênciaGlobo EducaçãoGlobo Ecologia e Ação. 
Fonte: Globo Universidade

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Ensaio sobre a obesidade


O corpo do obeso é lugar de gozo e de pulsações que geram atos psíquicos repetitivos. Ele é ainda mais complexo, é um corpo pesado pelo psíquico, pela biologia e pela pressão do social

O corpo que é incomodado pela pulsão, muitas vezes demanda análise. O corpo é campo concreto para aquisição de sintomas, adesão de mal-estares, investimento de energias psíquicas e representações de ideias inconscientes. O corpo é a fala na carne. Ele tem desmedido peso na teoria psicanalítica e em sua clínica.
Na contemporaneidade, estamos vivendo a cultura dos avanços desenfreados, e com ela surgem novas aplicações do corpo e sobre o corpo, acompanhando (re)edições de sintomas e manifestações psíquicas. A noção de corpo acompanha a teoria psicanalítica desde os seus primórdios. Antes mesmo de Freud denominá-la de Psicanálise, está lá, registrada no "Projeto Para uma Psicologia Científica", de 1895. Aliás, podemos dizer que foi o corpo que ligou Freud à Psicanálise. O corpo histérico manifestando enigmas obscuros do inconsciente, até então desconhecido pela Ciência. Ainda nessa lógica, o corpo foi o que impulsionou Freud a desvendar a obscuridade humana e a se encontrar com o psíquico. Do corpo histérico, como estimulante, ao corpo de Freud, impulsionado pelo Desejo, nascem os primeiros passos que o levariam à descoberta do inconsciente e à fundação da Psicanálise.
De lá para cá esse corpo sofreu desmedidas variações em suas manifestações de linguagens psíquicas nas suas motilidades pulsionais. Do corpo histérico enveredamos ao corpo da psicossomática, da anoréxica, da bulímica, ainda o da "nova" configuração histérica, além do corpo erógeno e do narcísico. Temos ainda o complexo corpo do obeso que inflinge padrões sociais de nossa época, deixando esse corpo como estranho e tendendo-o o social à excluí-lo.
 
Leia reportagem completa: http://psiquecienciaevida.uol.com.br/ESPS/Edicoes/89/ensaio-sobre-a-obesidade-o-corpo-do-obeso-e-290551-1.asp
 
Fonte: Revista Psique Ciência e Vida 

Saúde Mental em Lagarto realiza trabalho de destaque no estado de Sergipe

Ao todo, Lagarto oferece os serviços do CAPS, do Ambulatório em Saúde Mental e da Residência Terapêutica.
Equipe CAPS I Aconchego durante mudança para sede provisória por conta de reforma na unidade 
Um dos mais desenvolvidos do interior sergipano, o sistema que compõe a Saúde Mental do município de Lagarto conta com um trabalho humanitário e de grande resultado. O coordenador de saúde mental do município, Marcelo Franco de Carvalho, apresentou aoPortal Lagartense os bons serviços oferecidos pelos Centros de Assistência Psicossocial (CAPS) às pessoas com transtornos mentais.
"A partir da Lei 10.216, de 6 de abril de 2001, foram criados os CAPS. O município de Lagarto possui dois tipos da unidade", explicou Carvalho, que revelou já está em estudo a implantação do CAPS Infantil, outro centro no município, que já conta com os CAPS I e o de Álcool e Drogas.
Ao todo, Lagarto oferece os serviços do CAPS, do Ambulatório em Saúde Mental e da Residência Terapêutica, além de já está sendo instalada também a unidade de acolhimento, vinculado ao centro de Álcool e Drogas, onde os usuários do serviço poderão dormir no local.
 
Leia reportagem completa: http://www.lagartense.com.br/17724/saude-mental-em-lagarto-realiza-trabalho-de-destaque-no-estado-de-sergipe
 
Fonte: Portal Largatense

'Saúde Mental e Direitos Humanos' em debate na Fapesp


Com o tema Saúde Mental e Direitos Humanos, será realizado, no dia 25 de junho, às 9 horas, no Centro de Convenções da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mais uma edição do Fórum Permanente de Esporte e Saúde.
No período da manhã, será realizada a mesa-redonda “Saúde e Direitos Humanos”, com os palestrantes Alex Reinecke de Alverga (Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República), Marcos Roberto Vieira Garcia (Universidade Federal de São Carlos) e Rosana Onocko Campos (coordenadora do Grupo Interfaces).
À tarde, o tema da mesa-redonda será “Crack, Adolescência e Medicalização”, com os palestrantes Roberto Tykanori (Universidade Federal de São Paulo), Maria Cristina Ventura Couto (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e Renata Cruz Soares de Azevedo (Unicamp).
O evento, transmitido ao vivo pela RTV-Unicamp, é organizado pelo Grupo Interfaces do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas.

Mais informações: 
http://foruns.bc.unicamp.br
 
Fonte: Informe ENSP
 
Disponível em:<http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/informe/site/materia/detalhe/32862>. Acesso em: 13 jun. 2013. 

TRABALHOS ESCRITOS E PUBLICADOS SOBRE JULIANO MOREIRA

O Memorial Prof. Juliano Moreira, disponibiliza através do site do Hospital Juliano Moreira (Salvador-Ba), uma lista de referências contendo documentos, trabalhos e noticias sobre o Hospital Juliano Moreira, antigo Asilo São João de Deus. 

No mesmo site ainda é possível ter acesso a um levantamento de trabalhos escritos pelo médico baiano Juliano Moreira, além de trabalhos e notícias publicadas sobre ele. 

terça-feira, 11 de junho de 2013

Taxa de suicídio entre jovens cresce 30% em 25 anos no Brasil


É uma das primeiras causas de morte em homens jovens nos países desenvolvidos e emergentes. Mata 26 brasileiros por dia. E ninguém quer falar no assunto. 
No Brasil, a taxa de suicídio entre adolescentes e jovens aumentou pelo menos 30% nos últimos 25 anos. O crescimento é maior do que o da média da população, segundo o psiquiatra José Manoel Bertolote, autor de "O Suicídio e sua Prevenção" (ed. Unesp, 142 págs., R$ 18). 
A curva ascendente vai contra a tendência observada em países da Europa ocidental, nos Estados Unidos, na China e na Austrália. Nesses lugares, o número de jovens suicidas vem caindo, ao contrário do que acontece no Brasil, aponta um estudo da University College London publicado no periódico "Lancet" no ano passado. 
"Na década de 1990, a taxa de suicídios aumentava em todos os países do mundo, e a OMS [Organização Mundial da Saúde] lançou um programa de prevenção. Os países que fizeram campanhas de esclarecimento conseguiram baixar os números. É importante falar do assunto", diz o psiquiatra Neury Botega, da Unicamp. 
TABU 
O tema é tabu até para profissionais de saúde. Nos registros do Datasus (banco de dados do Sistema Único de Saúde), aparece como "mortes por lesões autoprovocadas voluntariamente". Um longo eufemismo, segundo Botega. Evita-se a palavra, mas o problema se perpetua. 
Em cursos de prevenção, o psiquiatra registrou as crenças de profissionais de saúde. Muitos acham que perguntar à pessoa se ela pensa em se matar já pode induzi-la a consumar o ato.
Cena do documentário 'Elena', de Petra Costa (foto); diretora refaz trajetória da irmã, que se matou em 1990, aos 20 anos

"Não temos esse poder de inocular a ideia na pessoa. E, se não tentarmos saber o que ela está pensando sobre o assunto, não conseguiremos ajudá-la", diz o psiquiatra. 
A taxa cresce por uma conjugação de fatores. "A sociedade está cada vez menos solidária, o jovem não tem mais uma rede de apoio. Além disso, é desiludido em relação aos ideais que outras gerações tiveram", diz Neury. 
Há ainda uma pressão social para ser feliz, principalmente nas redes sociais. "Todo mundo tem que se sentir ótimo. A obrigação de ser feliz gera tensão no jovem", diz Robert Gellert Paris, diretor da Associação pela Saúde Emocional de Crianças e conselheiro do CVV (Centro de Valorização da Vida). 
O aumento de casos de depressão em crianças e adolescentes é outro componente importante. "Mais de 95% das pessoas que se suicidam têm diagnóstico de doença psiquiátrica", diz Bertolote. 
Junte-se tudo isso ao maior consumo de álcool e drogas e a bomba está armada. 
"ELENA" 
A cineasta e atriz mineira Petra Costa tinha sete anos quando a irmã mais velha se suicidou. Mais de 20 anos depois, Petra dirigiu o documentário "Elena", atualmente em cartaz, em que tenta entender e comunicar o que a irmã pensava e sentia. 
"As pessoas têm dificuldade de falar e de ouvir sobre o assunto. A sociedade brasileira tem que aprender a conversar sobre suicídio, porque o número de casos só aumenta", diz Petra. 
Falar de suicídio nunca foi tabu para a diretora. "Desde que eu tinha sete anos, quando Elena se suicidou, minha mãe conversava comigo sobre isso, nunca me escondeu nada", conta. 
Mas ela logo percebeu que, fora de casa, o tema era proibido. "A primeira vez que falei do assunto com outras famílias que passaram por isso foi aos 27 anos, quando procurei grupos de parentes de suicidas. Então me senti compreendida em minha dor." 
Petra conta que, logo após a morte de Elena, sua mãe procurou pessoas próximas de alguém que havia se matado. Mas todos se recusaram a conversar com ela. 
Ela também lamenta que, à época do suicídio da irmã, as pessoas ao seu redor não tivessem informações sobre o assunto nem soubessem como falar sobre ele. 
"O mais lastimável em relação à Elena é que, nos anos 1990, no grupo de pessoas com quem ela convivia, sabia-se pouco sobre bipolaridade, depressão, suicídio. A desinformação levou à tragédia", afirma Petra. 
A cineasta tem interesse nessa causa. A produtora do filme, Busca Vida, está organizando debates sobre o tema. E Petra planeja criar o Instituto Elena, para prevenção de suicídios. 
PREVENÇÃO 
A troca de informações sobre o suicídio pode evitar muitos casos: de acordo com a OMS, dá para prevenir 90% das mortes se houver condições para oferta da ajuda. 
Quem pensa em suicídio está passando por um sofrimento psicológico e não vê como sair disso. Mas não significa que queira morrer. 
"O sentimento é ambivalente: a pessoa quer se livrar da dor, mas quer viver. Por dentro, vira uma panela de pressão. Se ela puder falar e ser ouvida, além de diminuir a pressão interna, passa a se entender melhor", diz Paris. 
O CVV oferece apoio 24 horas pelo telefone 141 e pelo site www.cvv.org.br.
 
Fonte: Folha de São Paulo
 
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2013/06/1292216-para-cineasta-que-fez-filme-sobre-suicidio-da-irma-desinformacao-leva-a-tragedia.shtml>. Acesso em: 11 jun. 2013.  

saúde baseada em evidências



Criado pelo Ministério da Saúde em parceria com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC), o Portal Saúde Baseada em Evidências reitera o compromisso do governo brasileiro de aprimorar o exercício dos trabalhadores da saúde democratizando as condições de acesso, nas suas áreas de atuação, a conteúdos cientificamente fundamentados na perspectiva de melhor atender à população.
            
Objetivo
Fornecer acesso rápido ao conhecimento científico por meio de publicações atuais e sistematicamente revisadas. As informações, providas de evidências científicas, são utilizadas para apoiar a prática clínica, como também a tomada de decisão para a gestão em saúde e qualificação do cuidado, auxiliando assim os profissionais da saúde.

Público-Alvo
Os conteúdos estão disponíveis para os profissionais de saúde vinculados ao respectivo Conselho Profissional. Terão acesso à pesquisa os profissionais das áreas de Biologia, Biomedicina, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia, Medicina, Medicina Veterinária, Nutrição, Odontologia, Psicologia e Serviço Social
 
Acesse o Portal: http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/index.cfm?portal=pagina.visualizarArea&codArea=392
 
Fonte: Ministério da Saúde ( Brasil)

Psicólogo Joachín Rivière fala sobre a influência do pensamento pichoniano na América Latina

Para o pesquisador, instituições como o Caps surgem para romper com modelo de saúde mental hierarquizado

 
O trabalho em grupo é uma ferramenta valiosa na promoção de saúde. E foi justamente no poder terapêutico das organizações sociais humanas que o psiquiatra e psicanalista suíço radicado na Argentina, Enrique Pichon Rivière (1907-1977), apostou. Pioneiro na introdução da psicanálise no campo da psiquiatria, na década de 40 ele começou a sistematizar a técnica de grupos operativos como alternativa ao tratamento tradicional medicamentoso que era dispensado aos doentes mentais no hospital de Las Mercedes, em Buenos Aires. “O sofrimento do sujeito se articula com sua história pessoal e social”, afirma o psicólogo social Joachín Pichon Rivière, filho de Pichon e maior especialista em sua obra, em mesa redonda no IX Congresso Brasileiro de Psicanálise das Configurações Vinculares, promovido pelo Núcleo de Estudos em Saúde Mental e Psicanálise (Nesme), em maio, no interior de São Paulo. Joachín acredita que, ao enunciar um sofrimento psíquico, a pessoa reatualiza sua própria história e denuncia conflitos sociais.

A experiência clínica com grupos mostra que a assistência mútua entre os próprios pacientes permite a troca de posições, lugares e experiências e favorece maior identificação e criação de vínculos entre eles, o que ajuda a amenizar dificuldades emocionais. A “tarefa”, implícita em qualquer grupo, conceito formulado por Pichon que abrange níveis conscientes e inconscientes, é o ponto em comum a ser resolvido e motivo pelo qual as pessoas se unem. Com a proposta de trabalho interdisciplinar, equipamentos de saúde como os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) surgem na América Latina, segundo Joachín, rompendo com o modelo de saúde mental hierarquizado. “Cada pessoa vale sua voz”, afirma.

O psicólogo argumenta que a psicoterapia de grupo aparece no Brasil como alternativa à tradicional análise, não raro restrita a determinados grupos sociais. O objetivo da técnica grupal é abordar, durante a execução da tarefa, tanto problemas pessoais como referentes ao grupo para que, por meio da relação com o outro e da aceitação da diferença, o terapeuta possa ajudar os participantes a elaborar ansiedades e compreender mais profundamente suas questões. Pichon propõe que cada membro deve saber a posição dos outros. Centrado na tarefa, o terapeuta observa o grupo sistematicamente e analisa as operações mentais em sua inter-relação social – as ciências sociais, a psicanálise e a psicologia social constituem as bases principais de seu marco conceitual, a interdisciplinaridade.

Embora tenha desenvolvido conceitos com base na psicanálise, Pichon critica sua prática restrita ao consultório particular. Ele sustenta a ideia de sua “democratização” e sugere um novo enfoque epistemológico, mais ligado à psicologia social – a influência de Karl Marx é evidente em sua teoria. “A realidade se impõe e precisa ser pensada”, acrescenta Joachín. Ele defende que é necessário conhecer os problemas sociais literalmente de perto. “É preciso criar vínculo”, completa.

Pichon costumava dizer que o grupo seria instrumento de transformação da realidade. A influência da família na formação dos sintomas e na evolução de patologias também tem enfoque fundamental em suas teorias – é com base nessa relação que o psicanalista alerta para a importância e o poder da grupalidade. Joachín propõe que a saúde mental está relacionada à possibilidade do sujeito de satisfazer suas necessidades, por meio de vínculos psicossociais, sociodinâmicos e institucionais, em um processo de transformação de si, do outro e do mundo. O resultado dessa complexa interação ajuda a construir sua conduta no mundo, embora seja imprescindível considerar que os vínculos são composições em constante transformação. “O ‘louco’ é símbolo da estrutura social. Permitir que ele circule por outros papéis abre possibilidades de transformar suas experiências”, conclui Joachín.

 
Fonte: Revista Mente e Cérebro
 

Estados do Sul discutem em Curitiba a política de saúde mental


Representantes das secretarias de saúde dos três estados do sul do país se reuniram nesta semana em Curitiba para discutir a política de saúde mental desenvolvida em seus territórios no I Fórum de Saúde Mental Infantojuvenil da Região Sul e o II Colegiado de Coordenadores de Saúde Mental da Região Sul. Os dois eventos, organizados pelo Ministério da Saúde com apoio dos três estados, reuniram técnicos do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul em três dias de discussão e oficinas.

Segundo o coordenador nacional de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas do Ministério da Saúde, Roberto Tykanori, “o sul tem um protagonismo que precisa ser destacado e as ações desenvolvidas pioneiramente na região precisam se espalhar por todo país”. Ele disse que atualmente o Brasil contabiliza 2 mil Centros de Atenção Psicossocial (Caps), o que representa um grande avanço conquistado a partir da reforma psiquiátrica que determinou a reinserção social de portadores de transtornos mentais. O Paraná tem 103 Caps em todas as regiões.
O coordenador de Atenção às Condições Crônicas da secretaria estadual da Saúde do Paraná, Juliano Gevaerd, relatou o trabalho que o estado vem desenvolvendo na área e destacou os avanços do Paraná ao instituir a Rede de Atenção à Saúde Mental com propostas claras e orçamento digno para melhorar a atenção a essa população. “O Paraná não possuía uma política clara de saúde mental e o tema era tratado com certa resistência dos profissionais de saúde e demais áreas. Isso mudou e hoje o governo do Estado assumiu o protagonismo na saúde mental”, disse Gevaerd.
Esse protagonismo se concretiza com o aumento dos pontos de atenção psicossocial, a qualificação dos profissionais, regulação dos leitos psiquiátricos, a instituição dos comitês regionais de saúde mental e a construção dos planos de ação regionais com o potencial de implantação de novos pontos de atenção. Outro fator importante foi a implantação do Comitê Intersecretarial de Saúde Mental, que reúne as secretarias estaduais da Saúde, Educação, Justiça, Segurança e Família e Desenvolvimento Social.
As coordenadoras de Saúde Mental de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, Maria Cecília Heckrath e Károl Veiga Cabral, foram unânimes em apontar a necessidade de manter as discussões sobre o tema para garantir avanços e não retrocessos. “A reforma psiquiátrica trouxe um novo olhar ao cidadão com transtornos mentais e não podemos deixar que a sociedade volte a querer isolar aqueles que são diferentes sob a alegação de segurança. A sociedade deve acolher e não isolar”, disse Károl Cabral.
Maria Cecília Heckrath disse que “estamos construindo bases para avanços e por isso é essencial que todos os estados tenham uma política de saúde mental inclusiva, que trate essa população vulnerável de forma respeitosa e civilizada”.Os relatos das discussões do fórum e do colegiado serão levados a Brasília como contribuições do sul à política nacional de saúde mental.
 
Fonte: FEMIPA
 
Disponível em:<http://www.femipa.org.br/blog/2013/06/estados-do-sul-discutem-em-curitiba-a-politica-de-saude-mental/>. Acesso em:  04 jun. 2013. 

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Você conhece algum psicopata?

Nas telas, eles são sempre assassinos seriais. Mas, na vida real, estima-se que de uma a três em cada 100 pessoas seja psicopata – e os danos que eles causam são bem diferentes
 
A série ‘Dexter’ é uma das primeiras tentativas da ficção de mostrar que psicopatas não são necessariamente maus: ele segue uma espécie de ‘código de ética’.

“Eles são indiferentes aos outros, não sentem remorso nem culpa”, define a psiquiatra Hilda Morano, coordenadora do Departamento de Psiquiatria Forense da Associação Brasileira de Psiquiatria. Estima-se que de 1% a 3% da população mundial seja psicopata. “Por menor que seja a prevalência da psicopatia, os psicopatas causam estragos enormes na sociedade”, afirma Antonio de Pádua Serafim, coordenador de psicologia do Núcleo Forense do IPq (Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas).
O alcance dos danos causados pelos psicopatas começa na dificuldade em diagnosticá-los. A ideia popular em torno deles também é distorcida: imagina-se que todos sejam assassinos em série, como se vê nos filmes (veja acima galeria com os psicopatas mais famosos da ficção). Mas não é bem assim.

Há diferentes tipos de psicopata. O coorporativo é aquele que não vai sujar a mão de sangue. Ele vira chefe de uma empresa, mas é tão cruel e insensível quanto um assassino em série. A diferença é que atua pela intriga, pela mentira, destruindo a vida das pessoas para alcançar o cargo almejado e mais poder. “O psicopata tem a incapacidade de se colocar no lugar dos outros. Em consequência disso, o remorso e o sentimento de culpa são praticamente inexistentes. Ele só se compromete com o que lhe trará benesses”, explica Roberto Heloani, psicólogo social e professor de gestão da FGV de São Paulo e da Unicamp.
O psicopata organizado, ou o líder, é pouco conhecido, pois tem uma imensa rede de influência que não permite que seja estudado. “É impressionante como eles ficam isolados na cadeia, mas continuam liderando facções”, Hilda explica, citando o traficante Fernandinho Beira-Mar como exemplo.
O psicopata paranoide é um sujeito insensível desde o nascimento, mas com um elemento de ressentimento. Os paranoides alimentam raiva de alguma situação, como o franco atirador da Noruega, que matou 77 pessoas alegando defender a pureza étnica de seu país. “Um dia eles fazem um chacina”, diz Hilda.
Em geral as cadeias são compostas por 80% de criminosos comuns e 20% de criminosos psicopatas, esses sempre isolados dos demais. Com exceção do Brasil, onde não existe essa segregação, o que prejudica a reabilitação dos criminosos comuns, corrompidos ainda mais pelo medo e pela ameaça. “Vários projetos meus para conseguir a separação foram derrubados em Brasília”, lamenta Hilda.
 
Leia reportagem completa: http://delas.ig.com.br/comportamento/2013-06-06/voce-conhece-algum-psicopata.html   
 
Fonte: Site IG