Imagine que, a caminho do trabalho, você depara com uma pessoa se sentindo mal na rua. Qual sua reação? Se você respondeu que seria o primeiro a ajudá-la imediatamente, é melhor pensar mais um pouco. “Câmeras de segurança mostram que a maioria das pessoas não reage a situações desse tipo quando estão em espaços públicos”, diz o psicólogo Marco van Bommel, da Universidade de Amsterdã, que fez um estudo sobre “indiferença urbana”. Ele observou que pessoas tendem a ser altruístas quando estão sozinhas ou em pequenos grupos.
O psicólogo pediu que voluntários participassem de um fórum on-line destinado a pessoas que passavam por sofrimento emocional intenso. Como esperava, eles interagiram mais quando havia poucos usuários no fórum do que quando o espaço virtual estava lotado. No entanto, quando a experiência era repetida com câmeras apontadas para os voluntários ou quando eles percebiam que seu nome estava em evidência na comunidade on-line, eles ofereciam ajuda com mais frequência, mesmo quando havia muitas pessoas no fórum. “A reputação pode ser decisiva para uma pessoa intervir ou não. Em multidões ou entre muitos outros, a tendência é omitir ajuda, pois não há pistas claras de como isso pode contribuir para melhorar seu conceito diante dos outros ou prejudicá-lo”, diz Van Bommel. Há nesses casos o que ele chama de “difusão da responsabilidade”: a omissão é, basicamente, sustentada pela expectativa de que certamente outro se encarregará de ajudar uma pessoa em apuros e pela aparente falta de recompensa de ser “bom” entre dezenas de anônimos.
Fonte: Revista Mente e Cérebro
Disponível em:<http://www2.uol.com.br/
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