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segunda-feira, 5 de maio de 2014

10 fatos profundamente deprimentes sobre bullying

Você já se sentiu intimidado na escola? Nos Estados Unidos, as chances são de que quase todos os adultos tenham experimentado isso em algum momento da vida: cerca de 80% de todas as crianças norte-americanas contam terem sido assediadas por seus pares. Já no caso do Brasil, os números não são tão alarmantes, mas ainda são dignos de atenção.
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE) 2012, realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 7,2% dos alunos do 9º ano do Ensino Fundamental afirmaram que sempre ou quase sempre se sentiram humilhados por provocações dentro da escola, e 20,8% praticaram algum tipo de bullying contra os colegas nos 30 dias anteriores a pesquisa. A grande diferença entre os números aponta que este tipo de ação é normalmente realizada em grupo, geralmente contra uma única pessoa.
Porém, o bullying moderno vai muito além de ficar chateado na escola:

10. Ele destrói suas futuras perspectivas de emprego

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A velha visão da escola padrão diz que o bullying é uma “parte natural do crescimento”, algo que deixamos para trás quando nós chegamos à vida adulta e ao mundo do trabalho. Contudo, uma pesquisa sugere que não só isto é falso, mas também que sofrer bullying pode garantir que a vítima nunca sequer comece a trabalhar.

Em 2013, um grupo de pesquisadores decidiu conferir o que alguns jovens adultos que tinham sido incluídos em um estudo de bullying uma década e meia atrás estavam fazendo da vida. Em seus vinte e poucos anos, o grupo cresceu e aparentemente mudou. Entretanto, quando os médicos responsáveis pelo estudo foram um pouco mais fundo, encontraram alguns resultados chocantes. Aqueles que tinham sido vítimas de bullying no Ensino Médio eram quase duas vezes menos propensos a manter um emprego do que aqueles que não foram intimidados.
Sem nenhuma surpresa, isso teve um efeito dominó sobre as finanças das vítimas. Os indivíduos que tinham sofrido bullying eram muito mais propensos a viver em situação de pobreza e fazer más decisões financeiras. A cereja desse bolo deprimente é que eles também tendem a sofrer de problemas de saúde, levando a dívidas crescentes.

9. Danifica a sua saúde mental

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Quantos de vocês ainda lembram dos piores momentos de sua infância? Aquele vez em que você molhou as calças quando estava velho demais ou quando foi completamente humilhado por um professor arrogante? Agora imagine ter esse sentimento em relação a toda a sua infância. Seria destruidor, certo?

Se levarmos em conta pesquisas recentes, a resposta é um sonoro “sim”. Como outra etapa do estudo que citamos anteriormente, os pesquisadores observaram os efeitos em saúde mental a longo prazo do bullying na infância. Adultos que foram intimidados na escola sofreram níveis incapacitantes de ansiedade e agorafobia, além de serem propensos a graves ataques de pânico. Enquanto isso, aqueles que responderam ao bullying tornando-se bullies também eram propensos a depressões terríveis e sentimentos de pânico. Em suma, a crueldade que tinha acontecido até 15 anos antes ainda estava causando estragos na vida das suas vítimas.

8. Pode colocar você em problemas com a lei

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Não é nenhum segredo que o bullying às vezes foge tanto ao controle que as autoridades são chamadas para lidar com o caso. Contudo, embora possamos esperar que os valentões passem por encontros negativos com a lei, surpreendentemente, suas vítimas muitas vezes experimentam a mesma coisa.

De acordo com vários estudos, ser intimidado a longo prazo quando criança aumenta suas chances de ser preso. Um estudo estimou que quase um quarto de todas as crianças que sofrem bullying vão acabar em uma cela em algum momento.
O problema é que a infância tardia e início da adolescência são os momentos em que estamos destinados a aprender habilidades sociais e como ser parte da sociedade. Se gastarmos todo esse tempo apanhando e ouvindo ofensas, se juntar à sociedade já não parece uma conquista desejável. Crianças que são maltratadas a longo prazo se fecham. Elas se desconectam do mundo à sua volta e se tornam tristes, irritadas e amargas. Toda essa a raiva e amargura tendem a sair quando chegam à idade adulta, resultando em brigas, pequenos crimes e até mesmo algum tempo na prisão.

7. Afeta toda a economia

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Não são apenas aqueles que foram vítimas deste tipo de intimidação que têm de viver com as consequências dela. De acordo com pesquisas recentes, o bullying afeta a todos nós, quer estejamos envolvidos ou não. Nos EUA, a violência juvenil custa à economia US$ 158 bilhões dólares a cada ano.

Este valor foi encontrado pela Plan International, uma instituição de caridade dedicada aos direitos das crianças. Eles calcularam o dinheiro público desperdiçado por crianças assustadas não indo à escola e ganhos futuros perdidos para aqueles que abandonam os estudos para escapar de seus agressores. A instituição ainda ressalta que esta é apenas uma estimativa: o número real é provavelmente muito maior. Isso significa que os Estados Unidos perdem quase o dobro do orçamento da educação federal, anualmente, para o bullying.

6. Aumenta a violência sexual

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A maioria de nós consideraria o bullying na infância e a violência sexual na adolescência coisas completamente diferentes. Contudo, um estudo conjunto entre o Centro de Controle de Doenças e a Universidade de Illinois (ambos dos EUA) diz o contrário. De acordo com a pesquisa, há uma diversas evidências de uma relação entre violência sexual e bullying.

No estudo, foram considerados “violência sexual” atos como puxar roupas tentando expor alguma parte do corpo, assim como apalpar ou segurar genitais. Felizmente, apenas uma pequena minoria das crianças parecia sair do bullying para avançar para qualquer uma dessas coisas. Mas os pesquisadores também observaram que os problemas pioram à medida que as crianças ficam mais velhas, culminando em coisas bem mais sérias. Os valentões às vezes “transplantam” seus impulsos sexuais em suas vítimas, enquanto alguns meninos (desta vez, que foram vítimas do bullying) ficam tão assustados com a ideia de serem gays que assediam sexualmente meninas para provar sua heterossexualidade.

5. Nos torna suscetíveis ao suicídio

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Estudos afirmam que adolescentes que sofrem com gozações são cerca de 2,5 vezes mais propensos a tentar se matar. Entretanto, o que é menos conhecido é que este risco permanece com você ao longo da vida. Em 2007, um estudo britânico descobriu que adultos que tinham sido vítimas de bullying na escola eram duas vezes mais propensos a tentar o suicídio na vida adulta.

O estudo incluiu mais de 7 mil pessoas, indo desde jovens adultos até idosos. A pesquisa foi especificamente controlada para outros fatores, como abuso sexual na infância, pais violentos e adolescentes que fugiram de casa. No entanto, os autores concluíram que o bullying por si só poderia causar um aumento significativo no risco de suicídio enquanto adultos.
Em essência, o bullying fica com você. E o que parece ser um pouco de diversão inofensiva na escola poderia, na realidade, ser uma sentença de morte a longo prazo.

4. Prejudica todos os envolvidos

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Até agora, focamos principalmente na bagagem à qual as vítimas ficam presas ao longo da vida, porém os próprios bullies também podem sofrer.

Em quase todos os índices importantes, os valentões se saem tão mal quanto ou ainda pior do que suas vítimas. Eles são mais propensos a se envolver em comportamentos de risco, ter resultados financeiros negativos e sofrer com problemas sociais quando adultos. O único ponto em que eles vão melhor do que as suas vítimas é na saúde e, mesmo assim, o resultado é pior do que aqueles que nunca se envolveram com bullying.
Então, o que está acontecendo? Este é apenas um sintoma do clássico caso do valentão sofredor, no qual uma criança desconta sua dor interior violentando outras? Talvez. Mas estudos têm mostrado que muitas crianças normais, sem problemas sérios, também se tornam bullies. Inacreditavelmente, pode ser que o simples ato de praticar o bullying mexe com o autor da violência, tanto quanto com a vítima.

3. Nós não podemos resolvê-lo

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Nesse momento, você deve estar se sentindo um pouco deprimido. No entanto, pelo menos há um raio de luz no final do túnel. É só colocar dinheiro suficiente em campanhas anti-bullying e tudo vai ser resolvido, certo? Bem, desculpe desapontá-lo ainda mais, mas a Universidade de Arlington (EUA) diz o contrário.

Em um estudo publicado no “Journal of Criminology”, os pesquisadores examinaram mais de 7 mil crianças em 195 escolas diferentes, com e sem programas anti-bullying. As escolas com procedimentos de prevenção ao bullying apresentavam maiores taxas de bullying do que aquelas sem. De acordo com os autores do estudo, coisas como “semana anti-bullying” não apenas despertam as crianças para o conceito de implicar com os outros, mas também involuntariamente lhes dão informações sobre como se esquivar do castigo depois.
Porém, nem toda a esperança está perdida. Os pesquisadores sugerem que programas mais sofisticados poderiam ajudar a identificar a dinâmica valentão-vítima e criar políticas de prevenção sob medida. Contudo, a não ser que um monte de pessoas estejam dispostas a dar muito dinheiro para estes projetos, eles provavelmente nunca sairão do papel.

2. Crianças recompensam os seus agressores

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Se nós, adultos, somos impotentes para ajudar as crianças vítimas de bullying, é tentador pensar que talvez os nossos próprios filhos possam fazer a diferença. Só espere sentado: um estudo recente da Universidade da Califórnia em Los Angeles (EUA) revelou que, quanto mais praticam bullying, mais populares as crianças do ensino fundamental ficam.

Isso cria um problema enorme para os ativistas. Se as crianças associam ser um valentão a ser o mais legal da sala e resistir ao bullying com apanhar e perder seu lanche, então elas sempre vão ficar do lado dos valentões. Na verdade, apenas 2% das crianças universalmente adoradas em qualquer série e 2% de crianças universalmente desprezadas parecem imunes à necessidade de intimidar, de acordo com o estudo. Para todos os outros, agir como um idiota total é uma fórmula garantida de escada social.

11. É da natureza humana

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Toda sociedade na história da humanidade teve valentões, de uma forma ou de outra. Se você quer colocar a culpa em algo, não precisa ir além da evolução.

O bullying existe em todo o reino animal e, em primatas, tem uma função muito específica. Os chimpanzés ou macacos que não conseguem obedecer a uma dinâmica de grupo podem colocar em perigo todos à sua volta – ou pelo menos tornar o grupo menos eficaz em sobreviver. Então, um pouco de bullying pode manter os primatas rebeldes na linha.
Os seres humanos não precisam mais da estrita conformidade e total cooperação para sobreviver, mas a nossa vontade de zoar os outros permanece. A coisa toda é nada mais do que um retrocesso, um apêndice séptico envenenando todo o corpo da humanidade. E nós estamos presos a ele. [ListverseVejaIBGE]
Autor: Jéssica Maes
Fonte: Hypescience

terça-feira, 29 de abril de 2014

AEME tem papel atuante no mecanismo de dependência do crack

O crack é a mistura de pasta bruta de cocaína, bicarbonato de sódio e água. Ao fumarem a droga, os usuários inalam não apenas a cocaína, mas também a metilecgonidina (AEME), um sobproduto derivado da queima da droga. Pesquisa da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP traz alguns resultados que ajudam a entender o papel que a AEME exerce nos mecanismos de dependência do crack e poderá ajudar na criação de novas estratégias para o tratamento do vício.
O crack é uma das formas mais devastadoras de uso de cocaína
De acordo com o farmacêutico Raphael Caio Tamborelli Garcia, a cocaína inibe a recaptação da dopamina, neurotransmissor responsável por sensações como euforia, prazer e atividade motora. “O crack é uma das formas mais devastadoras de uso de cocaína, porque após o efeito desejado, que é a euforia, o usuário sente a necessidade de usar a droga de novo”, afirma. Ele explica que no ciclo normal do neurotransmissor, a dopamina ou é recaptada e volta para o ciclo, ou é metabolizada por enzimas após sua ação. “A cocaína impede essa recaptura”, diz. A pesquisa teve orientação da professora Tania Marcourakis, da FCF, e coorientação da pesquisadora Maria Regina Lopes Sandoval, do Instituto Butantan.
Os testes foram realizados no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, com a colaboração da professora Rosana Camarini. O pesquisador trabalhou com 4 grupos, composto por 12 ratos cada. Cada grupo recebeu um tipo de droga (cocaína, AEME, cocaína + AEME, além do grupo controle) durante 9 dias consecutivos, sendo uma dose ao dia. Após recebrem as drogas, os animais eram colocados em uma arena, chamada de campo aberto. O pesquisador analisou a atividade locomotora dos animais enquanto percorriam a arena. Após uma pausa de uma semana (para simular um período de abstinência), foi feito novo oferecimento das substâncias, procedimento denominado “desafio”. Feito isso, o pesquisador analisou o comportamento dos animais novamente e comparou com aquele observado no décimo dia de administração das drogas.
Aumento da expressão da atividade locomotora
Ratos que receberam apenas a AEME não apresentaram alteração de comportamento. Os que receberam cocaína tiveram aumento da atividade motora, sendo que, no desafio, houve aumento da expressão da atividade locomotora. Já no grupo que recebeu AEME + cocaína, aumentou ainda mais a atividade locomotora. “Com estes resultados, podemos observar que a AEME potencializou os efeitos da cocaína”, observa o pesquisador.

Segundo Garcia, ao iniciar o oferecimento da droga, como se trata de algo novo para o organismo, a tendência é que os níveis de dopamina aumentem, chegando, com o passar do tempo, a um estágio de tolerância. A partir daí, os neurônios se adaptam e então é preciso aumentar a dose da droga para conseguir os mesmos efeitos de antes. “Chamamos isso de processos neuroadaptativos: muitos receptores ficam disponíveis para a dopamina no período de abstinência, pois o organismo passa a sentir falta da liberação excessiva desse neurotransmissor”, conta.
Após 90° dia de experimento, alguns animais foram eutanaziados para estudos neuroquímicos dos cérebros. Foram pesquisadas as regiões cerebrais núcleo accumbens e estriado — responsáveis por comportamentos relacionados à dependência química. Estes estudos tiveram a colaboração do professor Jorge Flório, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP.
Na região do estriado, em todos os animais foi observado um aumento nos níveis de dopamina, resultado que condiz com os estudos comportamentais. No grupo AEME + cocaína foi observado um aumento ainda maior dos níveis desse neurotransmissor, em comparação ao grupo que recebeu apenas cocaína.
Já no núcleo accumbens, houve aumento dos níveis de dopamina nos animais de dois grupos: cocaína e cocaína + AEME. Entretanto, isso não foi observado nos animais que receberam apenas a AEME.
Doutorado sanduíche
O pesquisador realizou parte da pesquisa na Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos, na modalidade doutorado sanduíche. O foco foi estudar o comportamento da AEME nos receptores colinérgicos muscarínicos, ligados à recepção da acetilcolina. Esses receptores são divididos em 5 classes (M1 a M5), estão presentes em diferentes neurônios do sistema nervoso central, e fazem uma interconexão com os neurônios que liberam dopamina.

Os experimentos foram realizados in vitro utilizando-se de células de ovário de hamster chinês (CHO). Os resultados mostraram que a AEME se ligou a todos os receptores, com preferência pelo M2. Nos subtipos M1 e M3, a AEME apresentou uma ação agonista parcial, ou seja, estimulou os receptores com uma potência menor que a da acetilcolina. Para os subtipos M2, M4 e M5, ocorreu um mecanismo oposto, ou seja, ela teve uma ação antagonista, bloqueando a ação da acetilcolina.
O pesquisador comenta que o núcleo accumbens expressa alguns desses receptores e o estriado, outros. Segundo ele, esses resultados conseguem explicar porque aumentou tanto a dopamina no estriado e não aumentou para o accumbens. “Isso mostra que a AEME é um componente farmacológico importante nos processos neuroadaptativos que medeiam a dependência”, diz.
Para o pesquisador, ainda são necessários estudos complementares. Porém, a princípio, esses resultados sinalizam para a possibilidade de manipulação dos receptores colinérgicos muscarínicos por meio da ativação ou bloqueio de alguns deles. “Com isso seria possível modular os níveis de dopamina para que o usuário não tenha prazer algum ao usar a droga”, sugere.
Foto: Wikimedia Commons
Mais informações: email raphaelcaio@yahoo.com.br, com Raphael Caio Tamborelli Garcia
Fonte: Agência USP de Notícias
Disponível em: 
<http://www.usp.br/agen/?p=174582>. Acesso em: 29 abr. 2014

Medo, fobia e frieza: diferenças e possíveis tratamentos

Por Walter Riedlinger 
Acadêmico de Jornalismo do CEULP/ULBRA

O di-a-dia corrido, os desafios do mercado de trabalho e a hora de educar filhos fazem jovens e adultos levarem uma postura mais sólida, aparentar serem mais fortes do que realmente são. A competitividade nos ambientes, principalmente de trabalho, remetem à falsa impressão de que o ser humano não pode sentir medo em nenhuma situação.
Mas se o mundo exige mais do ser humano, basta se preparar e, então, será mais fácil enfrentar os medos, certo? Mero engano, o medo está presente em nossas vida mais do que se imagina.
“Medo é algo momentâneo. Você não sabe qual será sua reação quando ocorrer”, diz o psicopedagogo Augusto Cesar Baratta.
                                                
“Tenho medo de perder minha mãe. Ela é tudo para mim, na minha vida”, diz a estudante Deise Nayara*.
 O medo, por exemplo, da perda de um familiar próximo é comum e está relacionado ao estado emocional do indivíduo. “É a insegurança. A pessoa tem medo de ficar sozinha, não ter com quem contar”, afirma Baratta.
Esta talvez seja a maior barreira mental para o homem. Porém, como toda dificuldade, o medo pode ser tratado. Mas depende muito do tratamento. “Se tenho medo de altura, não sei por que, mas me sentir seguro, o medo passa. Ele pode ser tratado dependendo de como é feito (o tratamento).  Os medos mais comuns são os sociais, que fogem do nosso estado natural. De altura, por exemplo”, explica o psicopedagogo.
Se o medo é passageiro e, até, comum, caso ele persista, poderá se transformar em algo mais grave: a fobia, que pode trazer sérias complicações à saúde de quem sente. A fobia é diferente, mais crônico. O indivíduo entra em pânico. Pode ter uma reação muito forte, inclusive uma parada cardíaca”, conta o especialista.

“Tenho fobia de trânsito. Não aguento ver aquele  tanto de carro, aquele barulho absurdo. Nossa, só de pensar, parece que vou ter um ‘treco’”, diz  Amanda Coelho*, empresária.
 Embora o risco à saúde seja mais iminente, há tratamento para a fobia também, mas com ressalvas. “Pode ser tratada com terapia e medicamentos. A diferença para o medo é que fobia não se enfrenta, apenas se trata”, argumenta Augusto Cesar.
Os medos estão presentes em nossas vidas, mesmo sem termos noção, isso é fato. Contudo, há também pessoas que não demonstram nenhum tipo de reação temerosa diante do perigo ou situações arriscadas. Costumamos, então, dizer que ela é “fria”, que tem “sangue frio”. Estamos certos? Nem tanto.
 
 “Frieza não é necessariamente a falta de medo.Às vezes pode ser a falta de estímulo, uma auto-defesa. Ela é considerada fria quando calcula suas próprias atitudes para se defender da reação do outro. Por isso, usamos tanto a expressão “fria” e “calculista”. Nos assassinos em série, a frieza é ditada pela falta de estímulo de vida própria. O indivíduo não tem significado ou valor nem sobre a própria vida, que dirá sobre a dos outros”, concluiu Baratta.
                              
Augusto César Baratta, psicopedagogo  - Foto: Walter Riedlinger
 *Avatar meramente ilustrativo.
 Fonte: (EN)Cena

Áreas verdes diminuem ansiedade e estresse da população

Áreas verdes diminuem ansiedade e estresse da população
Com uma paisagem assim na janela você terá menos chance de ter ansiedade ou depressão.
Se você tem a oportunidade de escolher onde morar, então prefira um lugar repleto de verde - verde de plantas.
"Grandes espaços verdes foram associados com sintomas mais baixos de ansiedade, depressão e estresse," relata a Dra. Kristen Malecki, da Universidade de Wisconsin (EUA).
A pesquisadora encontrou uma forma inédita para associar o estado de bem-estar da população e as áreas verdes: ela cruzou dados de um censo de saúde feito nos EUA com imagens do satélite Landsat 5, que captura o nível de vegetação ao redor do planeta.
De posse das imagens, ela rastreou os respondentes de duas áreas típicas - com muito verde e quase sem verde - por código de endereçamento postal e verificou seus sintomas de depressão, ansiedade e estresse.
A equipe ajustou os resultados para se certificar de que eles não fossem deturpados por fatores como raça, idade, nível de renda, escolaridade, estado civil, emprego e outros.
Verde de felicidade
A conclusão foi que, em todos os estratos da sociedade, as pessoas que vivem em um bairro com menos de 10% de árvores copadas são muito mais propensas a relatar sintomas de depressão, estresse e ansiedade.
Assim, por exemplo, uma pessoa pobre vivendo em uma estrada próxima de um parque nacional coberto por florestas tem muito maior probabilidade de ser feliz do que uma pessoa mais rica vivendo em um quarteirão sem árvores na cidade.
A Dra. Malecki observa que o estudo dá credibilidade à "teoria da restauração da atenção", que afirma que passar mais tempo na natureza restaura a capacidade de concentração e reduz a fadiga mental.
Ela também sugere uma solução relativamente simples para melhorar a saúde mental dos bairros urbanos mais pobres: plantar árvores e grama.
"O 'verdejamento' dos bairros pode ser uma solução simples para reduzir o estresse. Se você quiser se sentir melhor, vá lá fora," conclui ela.
Fonte: Diário da Saúde

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Moradores de grandes centros têm maior risco de depressão, ansiedade e esquizofrenia

Mais da metade da população do mundo vive em uma metrópole e, em 2050, é muito provável que esse contingente chegue a dois terços. Em algumas regiões do planeta os números são impressionantes: as megacidades chinesas, por exemplo, recebem 10 milhões de novos moradores a cada ano. A migração urbana representa uma das transformações ambientais mais drásticas realizadas pelos seres humanos. É preciso questionar: como estamos nos adaptando aos novos espaços?

não é de hoje que psicólogos apontam que a vida nas grandes cidades cobra pedágio emocional. Mais recentemente, estudos indicam que memória e atenção podem ser prejudicadas por ambientes urbanos. Pessoas que moram em metrópoles têm maior propensão a sofrer de ansiedade e depressão; o risco de desenvolver esquizofrenia também aumenta consideravelmente. Pesquisas apontam que a probabilidade de desenvolver algum transtorno emocional grave é duas a três vezes maior em crianças nascidas em ambiente urbano do que em parentes que vivem no interior ou em regiões mais periféricas.
Essas estatísticas podem não surpreender pessoas que diariamente sofrem com o estresse na hora do rush – mas também não são facilmente explicadas. Epidemiologistas descartaram a resposta mais óbvia, ou seja, aqueles com risco de desenvolver distúrbios psíquicos são mais atraídos para os grandes centros. Pesquisadores acreditam que aspectos da vida metropolitana favorecem dificuldades emocionais: barulho, poluição e pressão social em razão da maior concorrência, da fragilidade dos laços e da sensação de não pertencimento a um lugar ou grupo.
Diversas pesquisas sugerem ainda que o estresse social é extremamente desfavorável à saúde psíquica. Um estudo feito pelo Instituto Central de Saúde Mental de Mannheim, na Alemanha, corrobora essa hipótese e apresenta o primeiro mecanismo neurobiológico para explicá-la. Há evidências de que a pressão social da vida urbana compromete circuitos cerebrais relacionados ao esgotamento físico e mental, aos transtornos de humor e a outros distúrbios emocionais.
Em 2011, os pesquisadores registraram a atividade cerebral de 32 estudantes universitários alemães nascidos em metrópoles, cidades medianas ou no campo. De forma deliberada, provocaram estresse nos participantes enquanto tentavam resolver uma série de desafios mentais. Ao entrar no equipamento, cada voluntário visualizava um medidor de desempenho que indicava falsamente a má execução das tarefas em comparação com os outros. Ao mesmo tempo, pedia-se que se esforçasse mais para não estragar a experiência. A artimanha funcionou. Detectamos elevada frequência cardíaca, pressão arterial e aumento dos níveis dos hormônios do estresse nos participantes – após o teste, depois de explicarmos nossa conduta, eles confirmaram que de fato haviam se sentido bastante pressionados.
Como esperado, a vivência estressante ativou diversas áreas do cérebro dos voluntários. No entanto, descobrimos algo que nos surpreendeu: uma região específica, a amígdala, demonstrou maior ativação nos participantes urbanos. A estrutura do tamanho de uma cereja, localizada no lobo temporal, atua como um tipo de detector de perigo, desencadeando respostas de “luta” ou “fuga”, além de regular emoções, como o medo. Observamos em nossa pesquisa que essa área cerebral parecia imune ao estresse entre participantes do campo e demonstrou moderada ativação em pes-soas que viviam em cidades pequenas. Já nos moradores de metrópoles, a pressão sentida sobrecarregou a amígdala.
O mesmo mecanismo pode estar envolvido, pelo menos em parte, no desencadeamento de comportamentos agressivos. A violência em si não é considerada um diagnóstico psiquiátrico pelos cientistas, mas resulta de interação extremamente complexa de fatores – estudos feitos nos Estados Unidos, na Alemanha e em outros países a apontam como um dos maiores problemas urbanos e também a relacionam com a superestimulação da amígdala.

Fonte: Scientific American Mente Cérebro

Neuromatemática, a nova ciência do cérebro

A neurociência, em sua situação atual, padece de um mal estranho: ela é rica em dados, mas pobre em teoria.
Em termos mais simples, os estudiosos conseguem registrar as coisas acontecendo no cérebro, mas não compreendem o que os dados significam.
Para sanar esse problema, são necessários novos modelos matemáticos que deem conta dos dados experimentais observados, ou seja, um novo campo da matemática.
          Neuromatemática, a nova ciência do cérebro
O professor Antônio Galves coordena o esforço brasileiro para tentar entender como o cérebro processa informações.
Esta nova ciência do cérebro se chama neuromatemática, e é o tema de estudos da equipe do professor Antônio Galves, do Instituto de Matemática e Estatística da USP.
A empreitada, batizada de NeuroMat, conta com uma equipe composta por matemáticos de áreas diversas, além de neurocientistas, cientistas da computação e médicos da USP e de outras instituições nacionais e internacionais. "Trata-se de um centro de matemática pura, inspirado nas questões que a neurobiologia nos coloca", explica Galves.
Cérebro estatístico
Uma das perguntas que o NeuroMat tenta responder é como nosso cérebro codifica e processa estímulos externos. Ao ver uma árvore, por exemplo, é possível reconhecê-la como árvore ainda que seus galhos estejam se movendo ou que suas folhas tenham caído, indicando a capacidade de reconhecermos padrões naquilo que observamos.
Mas este processo é muito mais elaborado do que podemos imaginar em uma primeira análise.
Os cientistas suspeitam que o cérebro seja, na verdade, um exímio estatístico. "A ideia é que existe uma regularidade em nível superior do que a simples aparência e essa regularidade é uma regularidade de caráter estatístico", conta Galves.
Esse processo é chamado de seleção estatística de modelos. No exemplo da árvore, seria a capacidade do cérebro decodificar e processar informações, mesmo variáveis, que fazem com que possamos reconhecer uma árvore. "Procurar regularidades estatísticas através da seleção de modelos é uma ideia revolucionária em neurociência", afirma o matemático.
             Neuromatemática, a nova ciência do cérebro
Atualmente, o grupo trabalha na construção de um banco de dados que reunirá informações de experimentos e análises em neurociência. 
Experimento
Uma das experiências realizadas para tentar compreender o funcionamento do cérebro registrou a atividade elétrica cerebral de voluntários expostos a três ritmos musicais diferentes. Os ritmos se expressavam a partir de uma sucessão regular de unidades com batidas fortes, fracas, ou intervalos silenciosos. A isso acrescentou-se o apagamento aleatório de batidas fracas, substituídas por unidades silenciosas.
O objetivo da pesquisa era obter evidências experimentais corroborando a hipótese de que o cérebro fazia "seleção estatística de modelos". Em outras palavras, o que se queria saber é se, a partir de longas amostras produzidas com as sequências rítmicas mais o apagamento aleatório, o cérebro identificava as sequências regulares de base, fossem quais fossem as escolhas aleatórias de apagamento.
Os resultados preliminares obtidos dão força à ideia. "Estamos tentando encontrar evidências de que usar a seleção estatística de modelos como paradigma para a atividade cerebral é viável e factível", diz Galves.
O desafio, explica o professor, é construir modelos que deem conta das evoluções temporais obtidas por meio de registros eletrofisiológicos durante a exposição a estímulos diversos, como rítmicos e visuais.
Banco de dados neuromatemático
Atualmente, o grupo trabalha na construção de um banco de dados que reunirá informações de experimentos e análises em neurociência, envolvendo pacientes do Instituto de Neurologia Deolindo Couto (INDC) da Universidade Federal do Rio de Janeiro
A ideia é que o banco de dados seja facilmente adaptável para gerenciar também dados pertencentes a outros campos da neurociência.
"Está prevista, também, a construção de um portal para facilitar o acesso a todos os dados resultantes das pesquisas do NeuroMat e apoiar a integração dos pesquisadores e o acesso aos dados," explicou a professora Amanda Nascimento, da Universidade Federal de Ouro Preto, que participa da construção dessas ferramentas computacionais.
Fonte: Diário da saúde
Disponível em: http:<//www.diariodasaude.com.br/news.php?article=neuromatematica&id=9678>. Acesso em: 28 abr. 2014

Seminário no HGRS discutirá assistência a paciente com transtorno mental em hospitais gerais

SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO DA BAHIA
HOSPITAL GERAL ROBERTO SANTOS
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
22/04/2014
 
Seminário no HGRS discutirá assistência a paciente com transtorno mental em hospitais gerais
 
Profissionais e estudantes da área de saúde, em especial aqueles que atuam ou pretendem atuar em hospitais gerais, terão uma excelente oportunidade para se instrumentalizar em um tema delicado: como abordar e cuidar de um paciente com transtorno mental em um hospital geral. Nos dias 8 e 9 de maio, das 8h30 às 17h30, o Serviço de Psicologia do Hospital Geral Roberto Santos promove um seminário sobre o assunto, no Auditório central do HGRS. Inscrições gratuitas pela internet (rhhgrs.blogspot.com) e informações também pelo telefone 3117-7768 (Serviço de Psicologia).
 
Com extensa programação, o evento tem como convidado especial Neury Botega, doutor em saúde mental pela Unicamp e pós-doutor pela Universidade de Londres. No dia 8 de maio, após a mesa de abertura, estão programadas a conferência “Políticas públicas em saúde mental no contexto do hospital geral”; as mesas redondas “O trabalho multiprofissional com pacientes portadores de transtorno mental em hospital geral” e “Implicações do uso de álcool, crack e outras drogas no período gestacional e puerpério”; e as miniconferências “Depressão, síndrome de confinamento e hospitalização” e “Práticas institucionais no contexto da maternidade e sua relação com o adoecimento mental”.
 
No dia 9, a programação inclui a conferência do psiquiatra Neury Botega, “O paciente com transtorno mental no hospital geral: a interconsulta e o diagnóstico diferencial”; as mesas redondas “Formas de cuidado com o paciente portador de transtorno mental no hospital geral”, “Manejo dos surtos psicóticos e das crises de auto e hetero agressividade em hospital geral” e “Acolhimento do paciente com transtorno mental e usuário de substâncias psicoativas em urgência e emergência”; e a miniconferência “Psicose puerperal e depressão pós-parto no contexto da hospitalização”. Nos dois dias, o encerramento será com música: dia 8 com a regente Núbia Cruz, do HGRS, no Momento Musical Participativo; dia 9, com o Bando Flores da Massa – Oficina de Música do Hospital Juliano Moreira.
 
B.F. – DRT/BA 1158 / Ascom HGRS

quarta-feira, 23 de abril de 2014

5 experimentos psicológicos que pareciam divertidos (até começarem)

Digamos que você veja um anúncio no jornal sobre um laboratório que está em busca de cobaias para um teste. Ele diz que vai pagar você para estudar os efeitos de ficar chapado, ou comer demais, ou ter relações sexuais.
Absurdo, não é? Só pode ser algum tipo de pegadinha muito bem elaborada. Porém, essas experiências são reais, e existiram. E, ah, todas elas provaram cientificamente que é terrivelmente possível exagerar em uma coisa que parece boa.

5. O experimento de fazer sexo por dinheiro

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Procura-se um homem sexualmente funcional saudável para ter relações sexuais com uma mulher. Você será pago. Nós vamos assistir.
Sim, esse anúncio existiu. Nos anos 1950 e 1960, o pesquisador do sexo William Masters estava determinado a descobrir tudo o que havia para se saber sobre transar. Até esse ponto, a pesquisa havia sido realizada por meio de questionários, que foram contaminados pelo fato de que as pessoas mentiam sem parar (o que pode explicar porque na época acreditava-se que o comprimento médio do pênis era em torno de 30 centímetros).
Masters precisava estudar o ato sexual em primeira mão. Ele contratou Virginia Johnson, uma atraente assistente, e começou a pagar as pessoas para fazer sexo com estranhos.
Para os indivíduos, ofereceu todos os benefícios da prostituição sem a ameaça constante de feridas genitais ou de ser trancado em um calabouço e estuprado. Não poderia existir uma desvantagem para isso, certo?
A dura realidade
Em primeiro lugar, Masters e Johnson iriam assistir. Claro, só observar não era suficiente. Ciência também exige sensores ligados a você e seu parceiro que iriam medir a resposta sexual, monitorando seu sex appeal da mesma forma que um teste do polígrafo detecta quando você está mentindo. Só que em vez de medir as suas mentiras, eles medem o quão ruim você está se saindo em excitar um estranho completo.
Para garantir que o sexo fosse mesmo com um total desconhecido, os parceiros foram combinados de forma aleatória (se você ainda acha que isso soa incrível, a próxima vez que estiver na fila do Burger King, imagine ser combinado aleatoriamente para fazer sexo com qualquer uma das pessoas ao seu redor). Ah, a propósito, os participantes tinham idades de 18 a 89 anos.
Vamos deixar você absorver essa informação.
Voltando, nós não estamos criticando o trabalho de Masters e Johnson. Ele era absolutamente revolucionário e mudou totalmente a forma como o mundo moderno pensa em sexo. Estamos apenas dizendo que não era o carnaval erótico da carne que os participantes provavelmente tinham em mente ao entrar em um laboratório de sexo. E caso não seja óbvio o bastante que esta era uma situação ainda pior para as mulheres envolvidas, elas tinham o adendo de ter seus orgasmos estudados através de uma prótese de pênis com uma câmera de vídeo acoplada.
  • Os 10 experimentos psicológicos mais antiéticos                    4
  • Se você pudesse criar o seu emprego perfeito, o que seria? Ficar na cama o dia todo, navegar na web e jogar videogame em um laptop? Você é a maioria das pessoas em nosso público-alvo. Você também está atrasado em alguns anos.
    Em 2008, a NASA estava recrutando pessoas comuns usando anúncios de rádio e TV para um estudo de 90 dias, que envolveu ganhar US$ 17 mil (cerca de R$ 34 mil) para fazer pouco mais do que ficar confinado a uma cama (sim, você poderia jogar World of Warcraft se quisesse). O único porém é que você tinha que ficar na instalação de testes deles e ser retirado da cama de vez em quando para testes simples. Os US$ 17 mil mais fáceis do mundo, certo?
    A dura realidade
    A menos que você esteja planejando comprar coisas na internet, pode demorar um pouco para que você possa realmente sair e gastar algum dos seus US$ 17 mil. O propósito do estudo era determinar os efeitos da exposição prolongada a ambientes de gravidade zero sobre o corpo. Mais especificamente, eles queriam saber quão molenga ficariam as pernas de um astronauta depois de completar um voo de seis meses a Marte. Os cientistas sabem que pelo que vimos de caras que passam muito tempo no espaço, os resultados não são muito bonitos.
    Depois de um tempo muito curto em baixa ou nenhuma gravidade (situação replicada no estudo com camas que deixavam sua cabeça ligeiramente mais baixa do que seus pés) seus músculos começam a atrofiar. Pior ainda, sua massa óssea cai e pode levar anos para voltar ao normal, mesmo em gravidade regular, lhe deixando aproximadamente tão resistente quanto um octogenário intolerante à lactose. Sua pressão arterial também fica completamente estragada, chegando ao ponto em que é maior em seus pés do que na sua cabeça.
    O estudo incluiu um período de 14 dias após o teste onde você teria que fazer reabilitação para se tornar forte o suficiente apenas para fazer as tarefas diárias novamente. Além disso, a descrição do estudo evita firmemente mencionar se você tem ou não de fazer cocô na cama.
    • 3. O experimento de comer tanto quanto você conseguir                       3
  • Já imaginou se você pudesse engordar pela ciência? E melhor ainda, se os cientistas prometessem tirá-lo da prisão mais cedo para isso? Este seria um bom momento para mencionar que, neste cenário, você está na prisão. Provavelmente por um crime hediondo.
    Na década de 1970, pesquisadores combinaram dois pilares da sociedade norte-americana, a obesidade e as prisões superlotadas, em um estudo fantástico. Um seleto grupo de presidiários receberiam libertação antecipada sob a alegação de terem concordado adquirir 25% do seu peso corporal.
    Não dá para ficar melhor do isso! Ganhe alguns quilos extras e antes que você perceba você vai estar em casa a tempo de pegar o seu melhor amigo criando seus filhos e morando com a sua namorada!
    A dura realidade
    Alguma vez você já tentou comer 10 mil calorias em um dia? Claro que não. Esses são números do Michael Phelps e ele só faz isso porque se exercita o dia todo. Mas é isso que esses prisioneiros estavam fazendo todos os dias, e os efeitos colaterais quase fazem prisão soar como a opção mais agradável. Além disso, eles tinham que ganhar peso comendo a comida da prisão, que não é, nem de longe, uma seleta de pratos franceses.
    As consequências não foram nada bonitas: houve vômito, depressão, dificuldades de movimento do intestino e uma infinidade de outros problemas de saúde que vêm quando você come tantas calorias por dia. Existe também um entorpecimento que vem com a ingestão de tantos alimentos que pode levar ao vício e, eventualmente, a sintomas de abstinência. Ah, e você também fica muito gordo.
    Ainda pior é o que aconteceu com 33% dos participantes. O que os cientistas estavam realmente estudando foi se havia genes que fazem com que algumas pessoas não engordem. Acontece que eles existem. Três entre nove presos literalmente não conseguiam comer o suficiente para ganhar o peso necessário para a liberação antecipada. Como se estar na prisão não fizesse você se sentir como um fracassado o suficiente, agora você descobre que não pode nem ficar gordo quando sua própria liberdade está contando com isso.

    2. O experimento do diga “sim” às drogas

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No passado, drogas como o LSD eram novas, excitantes e aparentemente cheias de potencial. Os exércitos norte-americano e britânico achavam que essas novas drogas poderiam ser úteis na guerra (presumivelmente nos inimigos, uma vez que a precisão de um homem com uma metralhadora tende a cair bastante quando ele está chapado).
Então, eles recrutaram seus próprios soldados para usar grandes quantidades de ácido e de maconha, a fim de monitorar os efeitos.
A dura realidade
Um conselho: se alguém chega até você e diz, “ei, se importa se eu testar isso em você para ver se daria uma boa arma?”, corra como nunca. Não importa se eles estão segurando um punhado de marshmallows. Dê no pé imediatamente, pois algo terrível está para acontecer.
Neste caso, uma das teorias que os militares queriam testar era se poderiam dar a seus próprios recrutas drogas suficientes para levá-los ao suicídio. E eles não estavam lhes dando substâncias recreativas; estamos falando de alucinógenos usados como armas militares.
O exército insiste que ninguém sofreu danos a longo prazo devido à experiência, embora seus arquivos indiquem que um cara conversou com amigos imaginários por dias e outro ficou brincando com gatinhos invisíveis por horas. A principal coisa que os militares queriam saber era se os soldados ainda poderiam lutar sob a influência do LSD e determinou que, sim, os soldados dopados ainda eram capazes de violência.
Além disso, alguns soldados processaram os militares anos mais tarde, alegando que o experimento com LSD do governo lhes causou perda de memória, alucinações e “impulsos homicidas”. Os tribunais decidiram contra eles, com base em que, se alguém lhe pede para ingerir um monte de ácido para que eles possam ver o que acontece e você diz sim, você merece o que acontece.

1. O experimento da riqueza súbita

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E se alguém lhe dá US$ 100 mil (mais de R$ 200 mil), com a condição de que eles possam filmar o que acontece em seguida? E se você estivesse vivendo debaixo de uma ponte naquele momento?
A equipe do documentário “Reversal of Fortune” plantou uma mala com US$ 100 mil para o sem-teto Ted Rodrigue encontrar e o seguiu com uma câmera para documentar os resultados. Inicialmente, Ted fez exatamente o que o resto de nós faria se alguém nos desse US$ 100 mil. Ele comprou uma bicicleta nova, pegou seu amigo Mike em uma usina de reciclagem local e foi para o parque de diversões.
Ah, ele também encontrou um lugar para viver, voltou a ter contato com sua família e arrumou uma namorada. Nós provavelmente faríamos essas coisas também, mas depois do parque de diversões.
A dura realidade
As pessoas que foram pobres durante anos ficam muito boas no que fazem. Se você ganha um salário mínimo, você aprende a viver com um salário mínimo. Se você é sem-teto, você se adapta à vida na rua.
Mas dê a um mendigo uma tonelada de dinheiro e ele não vai continuar a viver como um mendigo. Porém, ele também não vive como um cara com US$ 100 mil. Ele tenta viver como um milionário, porque ele não tem ideia de como é viver com US$ 100 mil.
As pessoas que estão acostumadas a ter tanto dinheiro não compram carros para os seus amigos e novas namoradas, nem gastam todo o seu tempo livre enchendo a cara em bares locais. Entretanto, isso é exatamente o que Ted fez. E eles tendem a manter seus empregos, o que Ted se recusou a fazer, apesar de ser aconselhado a encontrar um por amigos, família, um defensor dos sem-teto e um planejador financeiro. Nas palavras de Ted, ele estava “feito por toda a vida”.
Depois de comprar para si mesmo um caminhão de US$ 35 mil, comprar carros adicionais para sua nova namorada e Mike da usina de reciclagem (você provavelmente pensou que nós inventamos aquele cara) e gastar cerca de US$ 10 mil por semana no bar, Ted tinha menos de US$ 5 mil depois de apenas seis meses.
É claro que este foi apenas o caso de um mendigo. Você, obviamente, lidaria com essa oportunidade de forma mais responsável, certo? Não, provavelmente não. Acontece que mesmo vencedores da loterias de classe média e bem ajustados passam exatamente pela mesma coisa antes de finalmente perderem tudo e acabarem pior do que antes.
Ainda assim, eles conseguiram um grande documentário. E presumimos que Ted conseguiu ficar com a bicicleta. O resto de nós, no entanto, aprendeu a lição valiosa que nos dar um pouco de riqueza súbita é semelhante a dar um helicóptero a um cachorro: é incrível por alguns minutos até que tudo vira um inferno. [CrackedBoston.comIMDB]
Autor: Jéssica Maes
Fonte: Hypescience